23
"Lembranças difíceis podem ser como cicatrizes profundas: ainda que a dor possa diminuir, a marca permanece."
~????
PIETRO MAXMOFF
- Eu acho que vai chover- Lila fala olhando pra o céu enquanto caminhamos até a Torre. Tínhamos acabado de sair da escola.
- Eu espero que a gente chegue antes da chuva começar- Olho para o céu quase todo preto.
Logo, dirijo meu olhar a Margot, que andava no mesmo ritmo que a gente. Quieta e sempre com a postura de quem está pronta para matar. Apesar de tudo, se reparar bem, ela parece meio pensativa.
Ela olha para Lee que ri um pouco alto de alguma coisa e de repente, seu olhar cai sobre mim, como se percebesse meu olhar sobre si.
Quando parece que ela ia dizer alguma coisa, do nada, repito, DO NADA cai muita água do céu. Começou a chover com força. Sem esperar muito, todos começamos a correr feitos loucos.
Eu, que não sou idiota, deixei toda a minha humilde guardada no bolso e usei meus poderes para chegar rápido na Torre, paro em frente ao enorme prédio, vendo a chuva lá fora.
No mínimo, vou esperar eles aqui, só para rir da cara deles.
Um homem alto, de cabelos curtos e castanhos, entra e para quase ao meu lado. O homem possui um enorme bigode, se reparar bem, tinha alguns fios brancos nos cabelos e bigode. Ele vestia um sobretudo preto e botas. Percebi que em suas mãos tinha uma luva. Ele fecha o guarda-chuva preto e dirige seu olhar para mim. Seus olhos são castanhos.
O homem prece um detetive que saiu de um livro!
- Que chuva. Parece que eu adivinhei- Ele sorri e eu me pergunto de onde raios ele pensa que está.
- Quem é o senhor?
- Eu? Uma boa pergunta- Ele parece refletir por um tempo- Podemos dizer que sou um grande homem, que deve a vida a uma certa família. Bom... A família quer dizer a única pessoa que restou.
- Quê?!
- Desculpe, acho que queria saber meu nome não? Jofrey- Ele estende sua mão e eu ainda fico confuso.
Aperto sua mão, não quero deixar ele no vácuo.
- Eu sou... Pietro. Olha eu acho que o senhor errou o prédio.
- Sério? Aqui não é a Torre dos Vingadores? Não é possível, deve ter sido essa chuva! É a idade, chega para todo mundo.
- Quem o senhor procura?
- Eu... Estou no lugar certo então?
- Depende.
Ele me fita por um instante.
- Margot Lestrange. É ela quem eu procuro.
*
Assim que descobri quem ele queria, decidi chamar Natasha e o Steve, que desceram e em um segundo vieram averiguar a situação. O homem os cumprimentou com o mesmo sorriso de antes.
Ele subiu junto com a gente, mas nem Steve, Nat e eu abaixamos a guarda.
Decidimos subir, pois lá já esperavam os outros, para agir se for preciso.
Minha irmã e os outros ainda não chegaram. Devem estar quase chegando eu acho.
O tal de Jofrey pediu permissão para se sentar no sofá, e assim ele fez. Ele parecia calmo, disse que só falaria na presença de Margot.
*
O barulho de elevador me faz tirar o olhar dele. Saindo de lá, todos molhados, vale ressaltar. Eu até iria rir deles, mas estava mais interessado em saber quem o homem aqui presente era e o que queria.
- Que chuva!- Wanda reclamou, e com um simples feitiço, ela ficou seca- Só usei os poderes aqui. Era necessário Nat, ninguém merece essa chuva!
- E nós?- Lila perguntou ofendida. Logo, Wanda fez com que todos ficassem secos.
- Amei o que eu aprendi fazer. Isso é muito útil.
Fico confuso ao passar o olhar por eles e não encontrar Margot em canto nenhum.
- Onde está a Margot?- Natasha, que percebeu a falta dela pergunta.
Todos olham em volta.
Aparentemente, não tinham percebido que ela não estava com eles.
- Ela estava com a gente- Lee fala nos olhando e logo dirige seu olhar ao cara no sofá- Eu te conheço?
- Você é o Lee? Eu tô ficando velho... Te conheci quando tinha 5 anos garoto!
Novamente, o barulho do elevador faz com que o silêncio reine. De lá, sai Margot, que segurava um guarda-chuva preto.
- Onde você estava?- Cooper, que estava mais perto do elevador pergunta- Você estava com a gente a... Minutos atrás.
- Eu entrei em uma loja e comprei isso- Ela levanta o guarda-chuva- Vocês correram e se molharam do mesmo jeito.
- O que faz você pensar isso? Estamos completamente secos- Lee abre um sorriso.
- Aposto que a Wanda usou seu poderes... - Ela para de falar ao olhar para o homem no sofá, que só encara a mesma.
- Também tem esse cara- Lee fala olhando o homem.
Ele se levanta e começa a caminhar em direção a ela, mas todos nós que sabíamos que ele queria falar com ela, levantamos juntos, para impedir que ele faça algo. O mais velho para de andar no mesmo instante.
- Não vou machucá-la- Ele murmura olhando ela- Você cresceu.
- Queria que eu diminuísse?
- Nossa... A implicância da Família Lestrange... Seria estranho se eu dissesse que senti saudades?
- É estranho você estar aqui.
- Jurei servi a um Lestrange, e finalmente achei onde estava. É o meu dever.
- O que o Markov fez, para que você se tornasse um pet para ele?
- Salvou minha vida. Ele me livrou da morte para que eu fosse livre.
- E decidiu viver na cola dele?
- Errado. Na cola de todo Lestrange que precisar.
- Não preciso de você.
- Me chame de baba mcphee então.
- Sabe que não entendo referências de filme.
- Mais sabe o que é um filme, sabe por quê?
Margot olha para ele, como se estivesse esperando para ver quem iria sacar a arma, estava parecendo que estávamos no faroest.
- Quem é você?- A voz da Natasha faz com que os dois a olhem.
- Verdade, eu disse que diria quem eu era, e eu disse. Sou uma pessoa fiel à família Lestrange- Ele olha para Natasha e fala firmemente, mas logo dirige seu olhar sobre o restante de nós- Margot... Tenho duas perguntas, a primeira é: quem é sua mãe?
- Você... Como você não sabe?
- Não foi o ponto importante, não enquanto seu pai era vivo.
- Não faz a mínima ideia?
- Tenho alguns palpites- Ele sorri e pousa seus olhos na Nat- O primeiro, seria alguém que os irmãos odiassem, o que fez seu pai querer proteger você, sabendo que em momento de raiva, poderia ser descontado em você. Já minha segunda opção, é qualquer uma, e os irmãos só teriam raiva de você por causa da traição que seu pai estava armando. Eu ficaria com a primeira opção.
Irmãos? Do que ele está falando?
Ele volta a olhar para Margot. Ele estava sério. O sorriso simpático dele foi morrendo a cada segundo durante essa conversa.
- E qual a segunda pergunta?- Ela da um passo em direção a ele.
- Por que tenho a impressão que já suspeita do que seja?
Ela se mantém calada.
- Quem foi que dedurou Markov aos irmãos?- Ele da um passo em direção a ela. Dessa vez, todo mundo só observa vendo que apesar de tudo, os dois não estavam com a guarda levantada- Tem que ser alguém que sabia do plano, mas não tudo. Alguém que seu pai confiou mas não devia, pois ela contou o que sabia do plano para eles.
- Isso não importa. Não agora.
- Claro que isso importa. Quero matar o desgraçado, seja quem for.
- Isso não mudaria nada.
- Você... Está protegendo... Então... É alguém próximo... Mas... Ainda não faz sentido- O homem parece perdido em pensamentos- Essa pessoa não merece proteção.
- Não estou protegendo ninguém, e não, não é alguém dessa sala.
- Sabe, não entendo sua decisão, mas respeito. Mas quero que me prometa, que um dia, você vai me contar. Seu pai era como um irmão mais velho para mim, eu o venerava, então, eu quero vingar a morte dele- O homem desvia seu olhar de Margot- Falando nele, antes dele ir a um certo lugar, me pediu que guarda-se isso.
Ele abre o sobretudo e retira uma caixa retangular preta. O homem estende em direção a ela que somente olha fixamente.
- Isso está me perseguindo- Ela sussurra. Ela estende a mão para pegar mas ele afasta e olha seriamente para ela.
- Você sabe que não teve culpa, não sabe?- Ele olha para ela esperando uma resposta- Não vai por esse caminho. Viva aqui. Esqueça o passado. Não sou ninguém, não me conhece muito, mas ouvi sobre você, o tempo todo, mas saiba que não a culpo. Não dá para culpar alguém que não teve escolha. Me prometa isso.
- Ele não concluiu nada do que prometeu. Eu também não - Ela diz e ele bufa, soltando uma leve risada em seguida.
- Senhora Romanoff- Ele se vira pra a Nat- Tenho certeza de que a senhora deve ser tão cabeça dura quanto essa aqui. Como que pode um ser, conseguir ser tão cabeça dura? Puxou isso do seu pai e de sua mãe. Certeza. Um só deles não é, tem que ter sido dos dois!
- E você deve ter perdido o medo de morrer.
Ele semicerra os olhos e logo volta a estender a caixa pra ela, que consegue pegar dessa vez.
- Eu peço desculpas desde já. Um dia derrubei, enquanto corria para sobreviver e devo ter perdido o conjunto. Claramente tem um objeto faltando aí- Ele diz olhando com pena para a caixa- Markov vivia com isso... Parecia até um amuleto. Ou talvez só um fascino por coisas antigas, o que ele claramente tinha também. Tem uma carta aí, ele escreveu ela no primeiro dia em que deixou você para trás, em busca de uma saída.
Margot pegou a caixa e ficou pensativa. Não abriu ela, e nem mesmo se mexeu mais. Acho que ela sabe o que tem sem nem precisar abrir.
Jofrey respira fundo e decide olhar a todos nós. Parecia estar nos estudando.
- Sabe, sempre perguntei ao seu pai, mas parece que sempre aparecia alguém tentando nos matar, acho que aqui não acontecerá o mesmo- Ele sorri de lado, parecia se lembrar de algo- Que a família Lestrange é conhecida por matar uns aos outros eu já sei... Agora, seus avós, quem matou quem? Sempre quis saber.
Ela olha para ele.
- De todas as perguntas, por que essa?
- Eu sei quem matou quem de quase dez gerações atrás... Mas sobre seus avós, não tive tempo de descobrir.
- Minha vó matou meu vô.
- Eu sabia!- Ele sorri vitorioso, mas logo para e pensa por um instante- Ele tinha razão... A família Lestrange nunca foi normal.
Margot sai de perto dele e vai até as escadas.
- Vai embora. Não volte.
- Seu pai sempre me dizia isso, no fim, fui o único que ficou do lado dele no final- Ele fala sem nem mesmo olhar para onde ela foi- Desça e faça o que iria fazer se eu não estivesse presente. Eu vou ir, amanhã voltarei. Queria passar a conta bancária de seu pai a você, mas pelas minhas contas... Você tem, deixe-me pensar... Já estamos em Março... Tem 16 anos, pela data de hoje, quase 17... Entretanto, ainda é de menor. Senhora Romanoff, gostaria que amanhã me recebesse para conversarmos.
Então ele sabe a data do aniversário dela! Então quer dizer que ela fez aniversário em Março.
- Ainda tem alguma coisa la?- Margot para no meio da escada. Ela subia bem devagar, por isso não tinha ido para o quarto ainda.
- Seu pai e seu tio não fizeram muitas coisas com ele. Traumas com a família e decidiram não usar muito, um milagre, se levarmos em conta a vida que seu tio teve- Ele diz passando a mão no bigode- Tomei a liberdade de investir em ações e quadrupliquei a fortuna.
Jofrey olha para ela, com um sorriso convencido, mesmo ela estando de costas.
O homem anda um pouco até o elevador, mas para um pouco antes.
- Foi um prazer conhecer vocês. Me deixa muito feliz em ver onde ela foi parar- Ele olha para cada um de noz- Até breve!
E assim, ele apertou o botão do elevador, ele se abre e vai embora. Volto meu olhar para a escada e já não encontro Margot mais.
- Gente... O que estava acontecendo aqui?- Wanda pergunta depois que ninguém falou nada.
- A gente sabe somente o que vocês também viram- Steve fala quando ninguém mais responde.
- O incrível é que ela falou que a avó matou o avô, como se falasse um simples bom dia- Lee soltou um leve risada, mas logo ficou sério- Agora... Quem foi o traidor do senhor Lestrange?
*
Olá! Bão?
Posso ter demorado, mas enfim.
Espero que tenham gostado.
Até a próxima!
Adios!
Feito com muito carinho EVFR. 💝
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