"Eu sou a construção bem feita de um caos."

~Gabe  Balzan

***********

No dia seguinte...

Margot continuou deitada o dia inteiro. Dormia, acordava, mas sem forças e coragem para se levantar da cama.
Natasha ia averiguar como ela estava a cada dez minutos, garantindo que a febre não voltasse. Bom, isso foi ontem, hoje, como ela viu que a febre não voltou, está indo de meia em meia hora, mais ou menos.

Novamente os adolescentes foram a escola sem Margot. Natasha estava indo novamente para o quarto dela ver como a mesma estava, chegando lá, percebe que a garota não está no quarto, deixando ela um pouco confusa.

- Sexta-feira?

- Sim, senhora Romanoff?

- Sabe me dizer quando a Margot saiu do quarto e aonde foi?

- A senhorita Lestrange saiu do quarto a meia hora atrás, e se encontra no laboratório, junto com o senhor Stark.

Laboratório? Pensou Natasha.

- Obrigada.

Saindo do quarto ela foi até o Laboratório, vendo Tony em um lado e Margot de outro com um caderno. Parecia que a menina estava ditando algo para Tony, que colocava tudo no computador com bastante agilidade.

-O que a senhorita pensa que está fazendo aqui, ao invés de estar repousando?

- Ah!- Stark dá um pulo de susto, assim que escuta a voz de Natasha.

- Mais do que eu já descansei? Vou acabar surtando se eu ficar mais um minuto naquele quarto.

- Deixa ela Nat, ela está me ajuando a colocar as configuração desse computador que eu comprei.

- E não têm outra forma de fazer isso.

- Claro que têm. Ele possui uma inteligencia artificial, que poderia ler rapidamente esse caderno, e colocar isso no computador em menos de meia hora- A menina responde.

- Espera, você sabia disso e aceitou ditar cada códico?

- Sim.

- Por quê?

- Queria ocupar a mente- Ela diz dando de ombros.

- Você tem noção que ficou mais de vinte minutos ditando números? Só para se distrair?

O silêncio reina no laboratório.

- Os dois são malucos, isso sim- A ruiva fala depois do tempo em silêncio, só observando os dois que ficaram se encarando  - Vamos Margot, se não quer ficar no quarto, fique pelo menos na sala. Descançando, para você melhorar.

- É melhor ir Margot, daqui a pouco você fica aqui mais do que eu- Tony diz largado na cadeira- E eu não acho bom desobedecer a sua mãe, quando ela fica brava... Melhor nem estar perto.

A menina nada fala, simplesmente joga o caderno para o homem, que quase deixa cair, e acompanha Natasha para fora do laboratório.

- Não deveria ficar se esforçando. Você ainda não está boa.

- Eu estava só lendo números.

Natasha observa a garota ir se sentar no sofá, e em seguida fechar os olhos, demonstrando que estava cansada ainda.

- Nada que me disser vai mudar minha opinião- Ela para em frente a menina- Já comeu alguma coisa?

- Ainda não.

- Ainda não... Se levantou e não foi comer?- A mais velha repete a fala e questiona para ela mesma - Vou comprar um relogio, e colocar para apitar cada vez que for a hora de comer.

- Nem sempre eu esqueço... Ás vezes só não quero comer, ou... Não consigo.

A ruiva fica quieta. Era incrivel que, desde que Margot ficou doente, parece que começou a falar tudo que vinha a sua mente. Seja algo bom, ou ruim.

Natasha fica preoculpada. A falta de apetite pode ser algo bem ruim. Pode ser causada por que a pessoa usa medicamentos fortes, ou problemas de saúde como a depressao e disturbio alimentar.

Dizer que Margot está bem, é claramente uma grande mentira.

A mais velha suspira levemente, e em seguida leva sua mão destra até a testa dela, conferindo se a menina estava com febre.

- A febre não voltou. É um bom sinal- A ruiva fala e a morena abre seus olhos- Vou preparar alguma coisa para você comer.

Sem esperar respostas, ela vai até a cozinha deixando Margot sozinha na sala.

Na verdade, a garota pensou que estava sozinha.

De repente, dois pequenos seres humanos param em sua frente com seus pequenos braçinhos cruzados e rostos sérios.

- Queremos fazer uma reunião com você!- Morgan é a primeirar a dizer com a voz firme.

De início a mais velha entre eles fica quieta.

- Uma... Reunião...?- Margot pergunta tentando dissipar a lembrança que lhe atingiu como raio.

- Sim! Nessa Torre possui regras, e quando algo está errado, fazemos uma reunião para resolver tudo!- Dessa vez, quem fala com a voz firme é Nathaniel.

- E o que isso tem haver com a minha pessoa?

- O problema é você- Morgan diz em um tom um pouco chateado.

- Não sei se estou entendendo.

- Reunião aberta, caso tenha algo para confessar, poderá fazer sem ser castigado no final- Nathaniel fala com a voz um pouco alta, como se a sala estivesse cheia.

- Estamos muito chateado com você- Morgan diz olhando para a mais velha.

- O que eu fiz? Nem falei com vocês para que estejam chateados comigo.

- Esse é o problema! Você só fica com os mais velhos- Quem mostra sua frustação agora é o menino.

- Sim, a gente fez algo que deixou você brava?

Margot olha para Morgan que foi a ultima a falar e logo olha para o menino, sem saber o que dizer.

A Lestrange de fato tentou manter distancia das crianças. Não foi culpa deles ou algo assim, o problema era com ela, que tinha medo. Ela sabe muito bem tudo que fez. Sabe muito bem do risco que coloca a todos que moram na Torre. Ela sabe do que já foi capaz de fazer.

Ela já não sabia quem ela realmente era. Uma boa pessoa? Uma pessoa ruim? Ela não sabia em quem confiar. Ela não podia confiar em ninguém, já que não confia nem em si mesma.

Ela foi criada para matar, e não para fazer amizades. As unicas amizades que teve, e que durou foram com o Luther e com o Lee, de resto, era para matar ou torturar. Não importava a idade.

- É melhor assim.

- Queremos uma explicação, e nem venha nos dizer que é chata, porque isso é impossivel!- A menina diz.

- Por que isso é impossível? Afinal, vocês não me conhecem.

- Você é filha da Nat, é impossível você ser chata.

Margot suspira. Ela poderia dizer algo que deixariam eles tristes, mas, morar no mesmo local que eles dificultavam as coisas. E também, ela não queria fazer isso.

A Lestrange, acima de tudo, tem que fazer uma escolha (e é bem obível a sua escolha), ela não quer colocar em risco a vida deles, então, afastalos seria a melhor opção.

- O que sugerem então?- Essa seria de longe a escolha que Margot iria ir, mas, sua gripe não deixava a mesma agir com cautela, na verdade, ela estava fazendo tudo sem nenhuma cautela. Mas lá no fundo sabe que provavelmente vai se arrepender lá na frente. Mas só dessa vez, ela deixou de fazer o que, tecnicamente seria o certo, e fez a primeira escolha que veio em sua mente.

As duas crianças se olham, e em silêncio entram em um acordo.

- Todo sábado, você tomará um chá comigo e com o Nathaniel, e assim, vamos nos conhecer melhor.

- O que nos diz?

Margot encara os olhos cheios de esperança e como um raio, percebe na furada que entrou por sua culpa. O arrependimento bateu bem antes do que o esperado.

- Ok. Eu prometo- Sem muitas escolhas, ela decide aceitar. Afinal, apesar de se amaldiçoar, sabe que fez uma promessa que terá que cumprir. Por isso ela odiava fazer promessas, porque ela sabia que não seria capaz de não cumpri-las.

As duas crianças começam a pular de alegria e sorrir alegremente.

- Reunião encerrada!- Nathaniel fala um pouco alto como da última vez- Bom, já que ainda não está bem, vamos deixar você em paz. Melhoras!

- Fique boa logo- Morgan diz e rapidamente eles abandonam a sala felizes.

- Espera... Eles aproveitaram que eu estou doente para firmar um acordo... Acho que não... São inocentes demais para isso.

- Olha, vindo daqueles dois, eu não duvidaria- A voz de Natasha chega aos ouvidos de Margot.

- Estava ouvindo?

- Ouvi a parte do "vamos nos conhecer melhor"- ela trás uma bandeja com um suco de laranja e umas panquecas, também tinha um pedeço de bolo- O que aconteceu antes eu não ouvi.

- Eles disseram que eu não dava atenção para eles, agora todo sábado eles querem passar um tempo comigo... - A menina diz sem um pingo de ânimo.

- Você parece muito animada com a ideia.

- Olha, agradeço por não ter trazido aquela sopa horrível de ontem a noite, mas eu dispenso a comida de agora. Não estou com fome- Margot muda de assunto.

- Como só um pouco então. O máximo que conseguir.

A garota suspira e pega o copo com o suco.

- Posso te fazer uma pergnta... Um tanto... Pessoal?

-Pode... Mas, eu irei ter um pergunta pessoal para te fazer depois- Nat diz e a menina prece pensar um pouco.

- Ok.

- Fechado, então -Nat se senta no sofá e estende sua mão para a menina que aperta firmemente- Pode fazer.

A garota devolveu o suco para a bandeja e ajeitou sua postura.

- Por que você decidiu mudar de nome?

A ruiva fica quieta, definitivamente, ela não esperava que essa fosse a pergunta. Mas também não sabia que tipo de pergunta ela deveria esperar.

- Quando... Eu estava na sala vermelha, eu fiz muitos inimigos, e mudar de nome, me deu uma nova chance de ter uma vida mais tranquila- ela começa a dizer com calma- Entrei na S.H.I.L.D. e, permitiu que eu esquesece a minha antinga vida e disse um rumo diferente para ela.

- E conseguiu esquecer?

- Não- Com a voz baixa ela disse- mas, com o devido tempo, aprendi que esquecer não resolve nada, então, aceitei e aprendi a conviver. Nem tudo que eu fiz foi escolha minha, e quando tive a oportunidade de mudar, eu mudei.

As duas ficaram em silêncio por um tempo. Refletindo sobre suas vidas. Apesar de serem criadas no mesmo lugar, suas histórias eram muito diferentes.

- Obrigada- A menina empurra levemente a bandeja vazia para Natasha que nem percebeu que ela estava comendo- Não vai fazer a sua pergunta?

- Vou usar ela em um outro dia.

As duas ficam em silêncio novamente.

- Quando não estão dando uma de herói, vocês não fazem mais nada?

- É, não fazemos mais nada, só aproveitamos a calma, até alguém querer dominar a Terra. Aproveitamos cada segundo de paz.

- Por quê?

- Porque nuca sabemos qual será a próxima missão. Não sabemos se vamos voltar para casa depois de cada missão.

- E mesmo assim vão.

- Os mais fortes devem defender aqueles que não tem forças o suficiente- Natasha disse colocando a bandeja na mesinha.

- E o que vocês ganham em troca?

- Ganhamos uma cidade, um mundo um pouco mais tranquilo, para que nós possamos viver em paz com nossos amigos, familiares e filhos.

Margot fica em silêncio refletindo.

- Me parece bem confuso.

- Você vai se acostumar a estar no lado certo dessa vez. Cedo ou trade, o bem sempre vence.

- É loucura eu não acreditar nessas palavras?

- Como assim? Usei minha voz mais inspiradora!- A mais velha coloca a mão no peito, fazendo a mais nova soltar uma leve risada.

A pequena risada da mais nova não passou despercebido pela mais velha. Com toda certeza, Natasha iria pensar nisso pelo resto de sua vida. A primeira risada que ela conseguiu arrancar de sua filha que não lutou para esconder o sorriso.

*

Nesse momento, Margot se encontrava no terraço da Torre. O vendo forte bagunçava seus cabelos castanhos. O céu dava indicios da noite fria que vinha chegando em Nova Iorque.

De repente, algo em uma velocidade estremamente grande para ao seu lado.

- Margot... Não esperava que estivesse aqui...- Pietro fala quando percebe que não está sozinho no terraço- Não deveria estar aqui, está se recuperando da gripe, aqui faz muito frio... Toma.

Ele retira seu casaco e coloca sobre os ombros dela.

- Eu estou bem, pode pegar.

- Fica, é melhor.

Ele volta a olhar para frente sem dizer nada.

- Você está bem sério hoje.

- É... Hoje... Esquece, você não deve estar interessada. Não quero atrapalhar o seu sossego... Eu vou indo... Vê se não fica muito tempo aqui.

Ele se vira um pouco triste e quando ir dar o primeiro passo, ele escuta:

- Se quiser desabafar para o vendo... Bom, uma pessoa me disse que... Quando não conseguir dizer algo para alguém... Desabafe para o vento, ele irá te ouvir e levar seus pensamentos para longe.

- E você faz isso?- O platinado questiona sem se virar.

- Raramente.

Ela continua olhando as luzes da cidade e ele ainda continua de costas para ela, o que não dura muito. Ele se vira e fica ao lado dela, uns três passos de distância.

- Hoje... Se completa mais um ano... Que meus pais morreram...- Seu sotaque estava bem forte na frase que ele disse com dificuldade- Para piorar a situação, eu perdi a única foto que eu e a Wanda tinhámos deles... Ela disse que estava tudo bem, mas, eu sei que ficou triste... Sou um péssimo irmão mais velho.

A garota escuta tudo e não diz nada. Ela lentamente abre seu caderno que estava em sua mão, e de lá, ela retira uma pequena fotográfia. Ela se vira para ele e estende a foto.
Pietro se vira e olha para ela sem entender, até que seus olhos pousam na fotográfia. Com certo desespero e pega a foto em suas mãos.

- Como...?- Ele sussurra passando a mão na foto.

- Um tempo atrás você deixou a foto cair, você estava correndo, não tive tempo de te devolver então eu guardei. Depois eu me esqueci.

- Obrigado- Pietro diz abrindo um grande sorriso, lágrimas de felicidade caiem- Você não imagina a felicidade que eu estou agora...

- Então por que está chorando?- Margot fica levemente desesperada. Achou que ele voltaria a ser quem era com a foto, mas ver que ele começou a chorar deixou ela bem confusa.

- É de felcidade!- Ele vai até ela e abraça a mesma bem forte, logo sua fixa cai e ele se afasta um pouco envergonhado- De-Desculpa... Fiz sem pensar...

Margot fica em silêncio e concorda levemente com a cabeça. Ela volta a olhar a cidade, mas logo direciona seu olhar para ele.

- Deveria mostrar isso para a Wanda.

- Eu vou... Vamos, não pode ficar aqui. Estamos sentindo falta de você em silêncio ao nosso lado, então têm que se recuperar e ficar muito bem- Ele faz um gesto para ela ir na frente. Mesmo contra gosto ela vai fazendo ele abrir um sorriso discreto.

Ela ficou satisfeita em velo alegre. Margot sempre odiou mudanças, e ver uma pessoa que nunca parava quieto, ficar em total silêncio e para baixo, era... Ruim.

Mas... Por que ela se importava com isso? Ela, na verdade, começou a se importar até com pequenas coisas. Talvez seja a gripe que faz ela agir assim.

É isso que a menina diz a si mesmo todos os dias quando percebe uma mudança em si mesma.

************

Olá! Como estão?

Esse capítulo não tem nenhuma imagem, mas quando eu arrumar o meu celular eu coloco as imagens.

Um milagre aconteceu e eu postei um capítulo sem demorar muito ksksk

Esse capítulo tem 2559 palavras!

É isso, eu espero que tenham gostado! ❤️

Adios!

Feito com muito carinho EVFR.💝