10 O cadeado

Já era domingo, na segunda-feira Jean voltaria a trabalhar e eu não fiz nada com ele; estou falando realmente eu e ele, foi quando tive uma ideia. Peguei o carro e fui até o supermercado e quando voltei Jean ainda estava vendo o noticiário.

-Am... - Tentei puxar assunto mas Jean fez um sinal para mim, com o dedo indicador pedindo um minuto.

Fiquei em pé na sala esperando a notícia acabar, para eu poder falar.

- Parece que Paris tem um Justiceiro. -Jean falou sentado no sofá com o corpo inteiro inclinado em direção a TV.

-A que legal. -Falei sem pensar.

Meu marido me olhou com cara de reprovação.

-Desculpa o que está acontecendo? - Perguntei sentando perto do meu esposo.

-Tem um sujeito matando alguns bandidos; o repórter fala de um justiceiro, mas o capitão da polícia fala que ele tem que ser preso.

Fiquei prestando atenção no noticiário até entrar a propaganda quando fui a cozinha peguei uma cerveja, abri e dei a Jean que sorriu me olhando antes de pega-la da minha mão. Jean tomava a cerveja vendo a propaganda de um carro quando falei:

-Amor vamos a ponte dos cadeados?

-Mas uma pesquisa? -Meu marido perguntou tomando mas um gole de cerveja.

-Não, é só para colocar o cadeado na ponte dos cadeados e assegurar que nosso amor será eterno. -Falei mostrando o cadeado que eu havia colocado nossas iniciais com caneta permanente.

- Você tem dúvidas que nosso amor será eterno? - Jean se levantou vindo até a mim e depositando um beijo em minha testa.

- Nãããããão, mas é tão romântico. - Supliquei.

-Mas agora eu bebi. -Meu marido exemplar me mostrou a pequena garrafa de cerveja em sua mão.

-Eu dirijo. -Falei o abraçando.

- Você dirigindo em Paris? Que perigo.

Jean falou por eu ter muito medo de dirigir.

Rodamos por várias pontes de Paris, mas parecia que tantos cadeados estavam abalando a estrutura das pontes , depois que algumas começaram a apresentar problemas não estão mais deixando colocar cadeados em várias pontes .

Aproveitei que o trânsito estava tranquilo , passei na frente da Torre Eiffel, passando depois no Arco do Triunfo e depois passamos perto da Catedral de notre-dame.

-Vamos visitar a Catedral eu adoro aqueles gárgulas. -Jean falou me surpreendendo.

...

-Essa eu não sabia .- Falei procurando vaga para estacionar .

Depois de mais de dez voltas nos arredores de Notre-dame finalmente achei uma vaga.

Quando cheguei na frente da Catedral começei a rir:

-Você tem certeza que quer entrar nessa fila enorme para entrar em uma igreja? -Perguntei olhando uma fila quilométrica.

- Não fale assim da Catedral de notre-dame, mas acho que podemos vir mais cedo da próxima vez e pegar menos fila.

-Olha la gritei ao ver uma grade ao lado da Catedral com muitos cadeados.- Fomos até a grade de ferro que fazia a separação entre o grande pátio com jardim da Catedral e a parte onde ficava a fila e as pessoas tirando fotos.

Colocamos nosso cadeado na grade enquanto fazíamos um vídeo, mas percebemos que mais algumas pessoas estavam filmando , quando terminamos algumas pessoas vieram até a gente pedindo para tirar uma foto e outras pedindo autógrafos e para que eu fizesse a continuação de Crônicas de Machado e Espada

Olhei para os lados procurando por Jean e ele estava na frente da catedral olhando os gárgulas.

Depois de ter distribuído fotos autógrafos pedi licença e fui até o meu marido e perguntei-lhe:

-Desde quando você gosta de gárgulas?

- Não sei ao certo, eu me lembro que quando eu era pequeno eu tinha muito medo. Minha mãe contava que nossos antepassados eram muito ricos e respeitados duques ou condes não sei ao certo , ela contava que havia um homem muito mal e um antepassado nosso o transformou em gárgula e que guardaram a estátua dele aqui na Catedral de notre-dame.

-Sério que você tinha medo? -Perguntei olhando para um gárgula com grandes presas e chifres.

-Acredita-se que as gárgulas eram colocadas nas Catedrais Medievais para indicar que o demônio nunca dormia, exigindo a vigilância contínua das pessoas, mesmo nos locais sagrados. -Jean falou enquanto eu admirava a beleza da Catedral.

-Estou pensando em escrever um romance cujo plano de fundo seja a ponte dos cadeados .

-Você sabe a história original? - Meu romântico esposo perguntou e eu assenti com a cabeça e comecei a falar:

"A história de amor cadeados remonta, a pelo menos, 100 anos para um conto melancólico sérvio da Primeira Guerra Mundial, com atribuições para a ponte Most Ljubavi (literalmente a Ponte do Amor) na cidade-spa de Vrnjačka Banja. Uma jovem chamado Nada, natural de Vrnjačka Banja, apaixonou-se por um oficial sérvio chamado Relja. Depois que eles declararam o amor um ao outro, Relja vai à guerra na Grécia, onde ele se apaixona por uma mulher local de Corfu. Como consequência, Relja e Nada rompem o noivado. A garota nunca se recuperou do golpe devastador, e depois de algum tempo ela morreu devido à decepção amorosa. Como as mulheres jovens de Vrnjačka Banja queriam proteger seus próprios amores, elas começaram a escrever os seus nomes e os nomes de seus queridos em cadeados e fechando-os nas grades da ponte onde Nada e Relja se encontraram previamente. "

A noite quando Jean já dormia sentei-me em uma cadeira é coloquei uma pequena mesa na varanda onde pretendia começar a escrever algum rascunho de um novo romance que tivesse como plano de fundo a ponte dos cadeados, porém nada vinha a minha cabeça. Levantei indo até a cafeteira e peguei uma grande caneca de café coloquei 4 ou 5 pastilhas de adoçantes mexi e nada.

Comecei a tentar pensar em todas aquelas carinhas românticas que havia visto colocando os cadeados naquela grade, mas toda vez que tentava escrever alguma coisa, vinham os gárgulas de notre-dame na minha cabeça.

-Vamos meu amigo, me ajuda .- Falei para meu café enquanto forçava um insight.

A lua nova parecia rir da minha cara quando desesperada eu batia com a testa no teclado no notebook por várias vezes.

-Ok você venceu. -Falei começando a pesquisar sobre gárgulas no meu celular.

-Gárgula vem do francês gargouille, gargalo ou garganta. Eram estruturas colocadas próximas as calhas de igrejas medievais, com a função principal de esconder os canos que escoavam a água da chuva, que escoava por suas gargantas. - Comecei a ler enquanto andava pela minha sala ainda sem móveis com o celular em uma mão e a xícara de café na outra.

-Nossa! a história real é muito mais sem graça do que a do meu imaginário, aposto que Jean não ficaria com medo se a mãe dele contasse essa história.

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Olá amores, me conte qual das histórias dos gárgulas você já conhecia e qual vc prefere.

Bjinhos🥰🥰

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Bibliografia

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cadeados_do_amor

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