13🖤
Comentem ao decorrer do capítulo gente, por favor. Interajam com os personagens...
Bárbara🥀
Coloca as sacolas em cima do balcão e tiro meus sapatos. Victor ainda estava dormindo, então comecei a preparar o café da manhã.
Não sou muito boa em cozinhar, mas minha mãe me ensinou a fazer panquecas quando eu era menor, eu pedi a ela.
Enquanto eu preparava tudo, a campainha tocou e eu fui até a porta, abrindo e dando de cara com a minha mãe.
Ficamos alguns segundos caladas, apenas olhando para a cara uma da outra, até que eu desse espaço pra ela entrar e fechasse a porta.
——— O que está fazendo aqui? ——— pergunto e abraço meu próprio corpo.
——— Soube que você estava aqui e vim ver como você está. ——— ela se apoia no balcão.
——— Ótima. ——— volto a preparar o café da manhã.
——— Bárbara, eu queria que você conversasse comigo, conversasse de verdade, não só com palavras curtas e grossas. Quero o seu perdão.
——— Mãe...——— passo a mão pela testa. ——— Eu não posso simplesmente te perdoar de uma hora pra outra, eu sofri...eu sofro com a sua ausência e eu acabei me acostumando a levar uma vida sem você. Não posso agir como se nada tive acontecido e começar a ter uma relação de mãe e filha com você. Vai levar tempo!
——— Me dói tanto não ter te visto crescer, me dói muito. ——— ela se aproxima. ——— Não ter te ouvido contar sobre seu primeiro beijo, primeiro amor, primeira vez...——— ela toca a minha bochecha. ——— Durante esses anos eu sempre desejei que tivesse vivido tudo isso com você.
Sinto meus olhos arderem por lágrimas e me desvencilho dela.
——— Vai embora, por favor...——— eu peço e ela abaixa a cabeça.
——— Tudo bem. Saiba que quando você estiver pronta para me perdoar, vou estar aqui de braços abertos esperando você.
Fico em silêncio e ela caminha até a porta, saindo do apartamento.
Enxugo algumas lágrimas que havia escorrido no meu rosto quando escuto passos no corredor.
——— Bom dia. ——— Victor fala com a voz rouca e a cara amassada.
——— Bom dia. ——— abro um sorriso.
——— O que está fazendo aí? ——— ele se senta em um banco e apoia os cotovelos no balcão.
——— Café da manhã. ——— abro um dos armários e pegos dois pratos e dois copos.
——— Café da manhã?! ——— ele sorri de lado. ——— Que gracinha. ——— Victor estica o braço e aperta minha bochecha.
——— Para de graça. ——— dou um tapinha em sua mão e ele tira. ——— Eu estava com muita fome, fui até o mercadinho do outro lado da rua e comprei coisas pra fazer café.
——— Ah sim...——— ele usa um tom sarcástico. ——— Vou fingir que você não quis me impressionar.
——— Sai dessa, Victor. ——— dou risada e coloco o prato servido na sua frente, dou a volta no balcão e me sento no banco ao seu lado.
——— Vai ficar aqui hoje? ——— ele pergunta.
——— Não. ——— pego a jarra de suco e encho meu copo.
——— Por que não? ——— Victor ergue a sobrancelha.
——— Acho que as vezes você esquece que tenho pai e sou uma garota de 17 anos que não mando no meu próprio nariz.
——— Não pode falar que esta em uma amiga? ——— ele pergunta.
——— Victor, hoje é domingo, amanhã eu tenho aula de manhã.
——— É só você ir embora bem cedinho, passar na sua casa, se arrumar e ir pra escola. ——— ele passa o braço pelo meu ombro.
——— Posso ficar aqui até a noite, mas realmente não dá pra dormir. Fim de semana eu durmo aqui. ——— deixo um selinho em seus lábios.
——— Então tá.
—
🥀
—
Era umas 22h da noite quando estacionei meu carro na garagem de casa. Na mesma hora o carro do meu irmão chegou junto do meu, ele desceu e veio até mim pisando duro.
——— Que merda você pensa que está fazendo, garota? ——— ele segura em meu braço.
——— Eu que te pergunto, Henry! ——— tiro sua mão da minha com arranco. ——— Está ligadão' de novo, é isso?
——— Estou te seguindo desde ontem quando saiu da casa do Joshua naquela pressa toda. Eu te vi indo pro lado norte, te vi entrando em um prédio caindo aos pedaços e você só saiu de lá agora a noite!
Porra!
——— É meu agente secreto agora? Que merda você tem na cabeça?
——— Está dando pra bandidinho', Bárbara? Sério isso?
——— E se eu estiver?! A vida é minha e não é você que deve me dizer o que fazer, babaca de merda.
——— São perigosos. Tem a porra da gangue lá, Bárbara!
——— Gangue? ——— solto uma risada. ——— Isso é um mito, Henry, pelo amor de Deus.
——— Não é, minha querida. ——— ele debocha. ——— Já vi eles, conheço alguns deles. São perigosos.
——— Não são perigosos!
——— Ah...——— Henry sorri. ——— Então você sabe que a gangue não é um mito.
Que merda, Bárbara!
Fico em silêncio e ele retorna a falar.
——— O pai vai amar saber que você está dando pra marginais.
——— Henry não...não conta por favor. Você é meu irmão. Que porra, quantos cagadas suas eu já escondi do pai? Nunca conto nada das merdas que você faz. ——— seguro em seus ombros.
——— Isso não é uma das merdas que costumamos fazer, é algo sério, Babi. Estou preocupado com você.
——— Eu estou bem, não tem com o que se preocupar.
——— São bandidos, Bárbara...
——— Não, não são, isso é apenas o que querem que a gente do lado sul pensem. Tenho uma coisa pra te contar, coisa séria.
——— O que?
——— Mamãe está viva e está na cidade. Ela lidera a gangue.
—
🥀
—
Tinha mais ou menos meia hora que eu tinha contado ao meu irmão sobre nossa mãe e ele estava sentado em sua cama, bebendo seu sétimo copo de whisky puro.
Entendo o que ele está sentindo, eu senti o mesmo.
——— Que merda! ——— ele passa a mão pela cabeça. ——— Que raiva dela. Preciso ver ela e dizer tudo que está entalado na minha garganta a anos.
——— Eu te levo lá.
——— Ótimo. ——— Henry se coloca de pé e vira o resto da sua bebida. ——— Vamos.
——— Não agora, Henry.
——— Eu vou agora Bárbara. Eu não aceito isso, não aceito ela ter feito isso. Esse tempo todo ela estava aqui!
——— Você já está bêbado, deita e dorme. Amanhã você pensa direito sobre isso e eu vou la com você. ——— pego a garrafa de whisky e coloco em baixo do braço. ——— Agora deita e vai dormir.
Ajeito sua cama e ajudo meu irmão a deitar. Ele se deitou e eu cobri ele. Apaguei a luz e sai do seu quarto, indo para o meu.
—
🥀
—
Eu estava em um sono muito gostoso quando fui acordada pelo toque do meu celular. Resmunguei e peguei ele embaixo do meu travesseiro, era Victor.
Ele não dá paz nem de madrugada.
——— O que foi, Victor? São 4h da manhã, cara!
——— Acho bom você vim aqui no bar, seu irmão está aqui e o negócio não está nada bom.
Que inferno. Merda!
Desligo o telefone e me levanto da minha cama correndo. Coloco um moletom e uma calça jeans qualquer, depois coloco um tênis e saio do meu quarto, indo até a garagem e entrando no meu carro rapidamente.
Dirigi com muita velocidade até lá, quando cheguei, estacionei meu carro de qualquer jeito e desci, correndo pra dentro do bar.
Quando entrei, havia diversas coisas quebradas, como cadeira, garrafas de bebidas e copos.
Tinha duas garotas que eu não conhecia sentadas na ponta do pequeno palco, Victor sentado em cima do balcão, Carol e Arthur em um canto, minha mãe com a cabeça baixa em uma mesa e o meu irmão com os braços amarrados em uma pilastra.
——— Que porra é essa? ——— pergunto e Victor desce do balcão, vindo até mim.
——— Ele chegou aqui e começou a surtar, quebrar tudo, gritar com Mercy e queria avançar em todo mundo. ——— ele me explica.
——— Merda...
——— Contou para o seu irmão, Bárbara? É sério isso? Queria piorar tudo? ——— minha mãe olha para mim.
——— Ah, deixa eu ver se entendi, meu irmão deveria continuar achando que a sua mãe estava morta em alguma vala por aí dos Estados Unidos? ——— debocho.
——— Não venha com deboche agora, garota. Ainda não estava na hora de contar, já estava tudo uma confusão, não tinha necessidade de piorar as coisas agora! ——— ela me repreende.
——— Acho que eu preciso te lembrar que você não tem moral nenhuma pra chamar a minha atenção!
——— Não importa, não deixei de ser sua mãe. Você gostando ou não, quando eu achar que alguma atitude sua está errada, vou falar!
Ignoro e vou até o meu irmão.
——— Já está calmo? Não vai fazer mais cagada? ——— pergunto e ele confirma. ——— Ótimo. ——— desamarro suas mãos. ——— Falei que eu iria te trazer aqui, não pode me escutar ao menos uma vez na vida?
——— Não consegui, fiquei fora de mim. Precisava disso!
——— Mas não foi certo, descontar quebrando coisas que não são suas e querendo bater em pessoas que não tem nada a ver com esse b.o é errado.
——— Tá, Bárbara, eu já entendi. Que merda!
——— Entra no seu carro e vai pra casa.
Henry da uma última olhada para nossa mãe antes de sair do bar.
——— Me desculpem por isso, não achei que isso fosse acontecer. ——— olho para Victor. ——— Tenho que ir agora, preciso ter certeza que ele vai pra casa.
——— Tudo bem. ——— ele fala.
——— Bárbara. ——— Carol me chama. ——— Podemos...
——— Não. Agora não, Carolina.
Giro meus tornozelos e saio do bar também.
—
Tudo dando errado, nada dando certo.
👀
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