01🖤
Bárbara🥀
Malditas sejam as doses de vodka que bebi noite passada, agora estou com uma baita dor de cabeça e preciso ir para a escola.
——— Qual o motivo dos óculos escuros? ——— Francis, meu mordomo, pergunta.
——— Meu pai não perceber que estou de porre. ——— passo por ele e entro na cozinha. ——— Bom dia, gente. ——— abro um sorriso.
——— Bom dia. Dormiu bem? ——— meu pai pergunta assim que me sento no meu lugar.
——— Apagou, dormiu como uma pedra, não é Bárbara? ——— Henry, meu irmão, me implica e eu chuto sua canela por baixo da mesa.
——— Sim, pai, dormi muito bem. ——— pego a jarra de suco e coloco um pouco no meu copo.
——— Sua amiga ficou aqui até muito tarde, né? Estavam fazendo alguns barulhos...——— minha madrasta fala, se intrometendo como sempre.
——— Engraçado você ter escutado os barulhos, Lauren...considerando que nossos quartos ficam muito distantes. ——— bebo um gole do meu suco.
Lauren joga seu cabelo loiro falso para trás e dá de ombros.
Odeio essa mulher, ela tem 27 anos e está com meu pai apenas para aproveitar o dinheiro dele e gastar com seus luxos.
——— Bárbara, vamos. ——— Henry se levanta de sua cadeira. ——— Não quero me atrasar, hoje eu vou dirigindo e você vai comigo.
——— Prefiro ir com o nosso motorista mesmo, ainda nem tomei meu café da manhã direito.
——— Ele está doente, de atestado. ——— ele gira as chaves do seu carro no dedo. ——— Lamento mas você vai ter que ir comigo.
Bufo e me levanto.
—
🥀
—
Eu e meu irmão estudados na Brigitte, é uma escola particular que tem em diversos lugares dos Estados Unidos e a mensalidade é uma fortuna. Só estuda aqui a elite da cidade, os que moram no lado sul, os que não podem pagar, estudam na escola pública da cidade e moram no lado norte.
Avisto meus amigos sentados nos lugares de sempre e me aproximo deles, me jogando em um dos puffs.
——— Carol, eu quero te matar por ter me feito beber ontem, custei acordar hoje de manhã para vir pra esse inferno! ——— jogo minha cabeça para trás.
——— Ontem você não estava reclamando. ——— a loira sorri e se levanta do seu puff, se sentando comigo.
Tive vontade de gritar quando o sinal tocou, todos começaram a se levantar e irem para suas aulas, até que ficou somente eu e Carolina jogadas no pátio.
——— Já sei. ——— minha amiga fala. ——— Meus pais estão viajando, chegam hoje a tarde. Vamos matar aula e ir lá pra casa dormir!
——— Amei essa ideia, vamos aproveitar que ainda não fecharam o portão e vamos meter o pé daqui.
Nos levantamos rapidamente e corremos para fora sem que ninguém nos vissem. Fomos até o carro da Carol e logo estávamos pelas ruas.
Chegando na casa da Carol, fomos direto pro quarto dela. Me joguei na cama e senti um alívio.
——— Finalmente, meu Deus! ——— tiro meus sapatos, ficando apenas com minhas meias do uniforme, depois tirei meu casaquinho que também era parte do uniforme.
——— Estão comentando na escola que o Joshua comeu a Alicia no vestiário masculino ontem. ——— Carolina fala e se joga ao meu lado. ——— Acha que é verdade?
——— Com certeza. Depois que Joshua e eu terminamos, ele está pegando qualquer coisa só para se sobressair em cima de mim. Ridículo.
——— Babaca.
—
🥀
—
Carol e eu acordamos perto das 16h da tarde, pouco tempo depois seus pais chegaram e descemos para a sala para cumprimenta-los.
——— Olá queridas, como foi a aula hoje? ——— a mãe de Carol perguntou e abriu um sorriso.
——— Ótima, mãe. ——— Carolina diz e deixa um beijo no rosto da mãe. ——— Babi e eu estamos com fome, vamos ver se tem algo pra comer na cozinha.
Entrelaçamos nossos braços e fomos até a cozinha. Carol começou a abrir a geladeira e pegou uma travessa com pavê.
Ela colocou no balcão, pegou dois pratinhos e duas colheres. Nos servimos e fomos pra área externa da casa.
——— Ficou sabendo da festa que vai ter no lado norte da cidade? A escola toda vai, parece que vai ser legal. ——— minha amiga fala.
——— Do lado norte? Nunca vamos a festas lá, eles que vem nas nossas.
——— É, mas dessa vez vai ser ao contrário. Você vai, né? ——— ela pergunta.
——— Não sei não, Carol...Será que vai ser divertido? Não é perigoso?
——— Perigoso por que, Bárbara? Eles só não são ricos.
——— Mas tem diversas bocas pra comprar drogas, bares e tem até boatos sobre uma gangue perigosíssima.
——— Gangue? ——— Carol ri. ——— Babi, está na cara que essa gangue foi inventada pelos adultos para que não fôssemos nos aventurar por lá, deixa de bobagem.
——— Tá bom, vou pensar. ——— como uma colherada do meu pavê.
—
🥀
—
Chegou sexta feira e meus amigos acabaram me convencendo de ir a festa que terá hoje no lado norte.
Eu já estava pronta e Carolina acabou de chegar para me buscar. Peguei minha bolsa e desci as escadas, dando de cara com o meu irmão.
——— Aonde vai? ——— ele pergunta.
——— Vestida assim acha que vou onde? Para a igreja?! ——— sou sarcástica. ——— É claro que vou a uma festa.
——— Que festa? ——— ele ergue a sobrancelha. ——— Pelo que eu saiba, a única festa que vai ter hoje é a do lado norte e o papai já disse que não quer a gente perambulando por lá.
——— Pois fique de boca fechada e não conte pra ele, então. ——— caminho até a porta e saio de casa.
Vi o carro da Carol estacionado perto da fonte e corri até lá, abrindo a porta e me sentando no banco no carona.
——— Vamos? ——— ela pergunta.
——— Vamos, né...
—
🥀
—
É claro que eu já vim pro lado norte da cidade, mas foram poucas as vezes. Aqui é diferente da parte que eu moro, bastante diferente.
Já estávamos no local da festa, era em um estacionamento e estava lotado de pessoas. Achamos nossos amigos e fomos até eles.
A música está alta, tem gente pra todo lado fumando, bebendo e usando drogas.
——— Vamos ir comprar uma bebida? ——— Carol pergunta e eu confirmo com a cabeça.
Começamos a andar rumo ao bar, mas antes que pudéssemos chegar, um garoto se aproximou de nós com um sorriso no rosto.
——— Eae, lindas. ——— ele deu um trago no seu cigarro e soltou fumaça pela boca. ——— Algo me diz que não são dessa parte da cidade.
——— Não somos, viemos só para a festa. ——— Carolina fala de uma forma amigável e sorri para o garoto.
——— Entendi. Estou te observando desde que chegou aqui, me amarro em loiras. É solteira? ——— ele pergunta a ela.
——— Sim, sou sim. ——— Carol coloca uma mecha do seu cabelo pra trás de sua orelha.
——— Legal. Tem uns amigos meus aqui, quer se sentar um pouco lá com a gente? Sua amiga pode vir também.
Carol me olha, esperando que eu responda alguma coisa.
——— Pode ir lá, dispenso essa. Vou ir comprar bebida e voltar pro nossos amigos. ——— deixo um beijo no rosto dela e vou até o bar.
Peguei uma água, não estou muito afim de beber hoje e não pretendo ficar bêbada aqui nesse lugar.
Voltei para perto dos meus amigos e me sentei. Ficamos ali conversando por bastante tempo, daqui de onde eu estava dava pra ver Carol, mas agora ela sumiu com o garoto. Provavelmente estão se agarrando por aí.
Coragem. Ela nem conhece essa gente daqui e provavelmente ele deve mexer com alguma coisa errada, ele tem o jeitinho...
Depois de tomar duas garrafas de água, a vontade de fazer xixi veio com força. Olhei ao redor e vi que tinha um banheiro químico mas a fila estava enorme. Que nojo!
Me coloquei de pé e sai do estacionamento, no fim da rua vi uma lanchonete 24horas e caminhei até lá. Quando entrei, fui até o balcão e sorri de lado para a atendente.
——— Boa noite, onde fica o banheiro?
——— Só para clientes. ——— ela fala e volta a preparar um suco.
——— Por favor...eu estou muito apertada.
——— Aqui não é banheiro particular da festinha, garota. Se está apertada, vá para algum beco e mija lá!
Quanta grosseria, credo.
Girei meus tornozelos pronta para sair da lanchonete quando uma voz me fez parar de andar.
——— Deixa ela usar o banheiro.——— me virei para o dono da voz e era um garoto, muito bonito por sinal.
Voltei a olhar para a atendente e ela nem se quer olhava para mim ou o garoto.
——— Já falei que não.
——— Deixa ela usar o banheiro! ——— ele repetiu.
——— Olha aqui, quem você acha...——— a atendente parou de falar e arregalou os olhos quando subiu o olhar para o garoto. ——— Ah...eu não tinha visto que era você.
——— Imaginei. ——— o garoto a encarou.
——— O banheiro fica no corredor, moça, primeira porta à direita. ——— ela fala para mim e eu caminho até lá sem pensar duas vezes.
Fiz xixi, me enxuguei e lavei as minhas mãos.
Quando sai do banheiro o garoto não estava mais lá.
——— Obrigada. ——— falei para a atendente e sai da lanchonete.
Abracei meu próprio corpo quando o vento gelado bateu em mim. Não estou com a mínima vontade de voltar para aquela festa.
Pego meu celular pronta para mandar mensagem para Carol.
——— O que está fazendo aqui no norte, princesa? ——— tomo um susto quando uma voz soa atrás de mim.
Me viro e era o garoto da lanchonete. Ele solta fumaça na minha cara e traga novamente seu cigarro.
——— Festa. ——— aponto em direção ao estacionamento.
——— Hum. ——— ele me encara de cima a baixo.
——— Obrigada...por ter me ajudado lá dentro. ——— abro um sorriso de lado.
——— Tranquilo. ——— o garoto continua me observando com aquele olhar penetrante dele, o que me faz ficar envergonhada. ——— Eu te ofereceria, mas você não tem cara de quem fuma.
——— Na verdade, eu quero. ——— falo e ele levanta as sobrancelhas e me entrega o cigarro. ——— Minha noite tá uma merda, quero ir embora mas meus amigos estão bem motivados a ficarem na festa.
Trago o cigarro e me encosto na parede.
——— Te levo em casa.
——— Ah não, não tem necessidade.
Nem fudendo que eu vou pegar carona com um desconhecido que mora aqui. Nem fudendo mesmo. A moça da lanchonete ficou toda assustada quando viu quem ele era, vai saber o que ele faz...
——— Medo? Não mordo...
——— Não é bem medo, mas é que eu não te conheço sabe? ——— explico.
——— Me chamo Victor. ——— ele estende a mão em direção a mim e eu sorrio.
——— Me chamo Bárbara. ——— aperto a mão dele.
——— Não sou mais um desconhecido, agora nos conhecemos.
Entrego o cigarro para ele e cruzo os braços. Realmente quero ir embora, meus amigos só vão sair daqui quando amanhecer e não são nem duas da manhã.
——— Não vai me sequestrar e me matar?
——— Se eu fosse não falaria. ——— ele joga o cigarro na rua e caminha até uma moto, pegando um dos dois capacetes e estendendo em minha direção. ——— Bora.
Mordo o lábio e vou até ele, pegando o capacete e colocando. Victor também colocou seu capacete e subiu na moto, depois olhou pra mim, esperando eu fazer o mesmo.
Ajeitei minha saia e subi na moto. Victor ligou ela e logo deu partida.
Eu não sabia ao certo onde segurar, nunca andei de moto antes, mas quando ele acelera pelas ruas, abraço sua cintura fortemente por medo de cair.
Expliquei a ele onde eu morava e pedi que ele me deixasse na esquina. Se alguém lá de casa me ver chegando na garupa de um garoto, vou levar a maior bronca do meu pai e o interrogatório será demais.
——— Entregue. ——— ele fala assim que desço da moto e entrego o capacete para ele.
——— Muito obrigada, de verdade. ——— agradeço a ele.
——— De nada.
——— Bom...então eu vou indo. Obrigada mais uma vez.
——— Se cuida, princesa.
Sorri e girei meus tornozelos, começando a andar até em casa. Só quando eu abri a porta Victor ligou sua moto e deu partida, sumindo rapidamente pelas ruas.
—
Não esqueçam de comentar para que eu saiba o que acharam do primeiro capítulo.
-Gi.
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