30°
AOS domingos eu gosto de relaxar. Ler um bom livro e tomar chocolate quente, mesmo no calor escaldante de San Francisco. Hoje não. Quando cheguei em casa ontem, pela manhã, tudo estava normal. Meus pais não brigaram comigo e Max não quis saber o que tinha acontecido. Muito pelo contrário, meu irmão estava radiante e pediu um jantar em família hoje. Por quê? Não faço ideia. Ele diz querer fazer um comunicado. Mamãe perguntou se ele queria dizer que era gay e que se fosse, não precisava dessa cerimônia toda, já que a orientação sexual dele importa apenas a ele. Max negou.
Então estou agora me arrumando para esse jantar. Estou usando um vestido florido, soltinho de alcinha, na altura dos joelhos e sandálias. Max também disse que ia trazer alguém.
Meu celular apita. Várias vezes.
Meus ferimentos estão melhores.
Você cuidou muito bem de mim.
Ainda estou pensando em como recompensá-la.
Sebastian. Eu sorrio, respondendo:
Tenho várias ideias sobre isso.
Não vejo ele desde ontem de manhã. Nós dois precisávamos de um tempo para nos recuperar daquela festa. Cheguei a conclusão que festas não são pra mim.
Mais uma mensagem:
Estou curioso para saber.
Sim, eu estou flertando com Sebastian Blackwood.
Mais tarde.
Agora tenho assuntos de família para tratar.
Xoxo <3
Ele manda um emoji de coração. Nunca imaginaria que Sebastian poderia mandar emoji de coração pra alguém, muito menos para mim. As coisas estão mudando mesmo.
Desço para sala, meus cachos soltos saltitando comigo.
— Boa noite, família. — Sorrio para meus pais sentados em um sofá e Max no outro.
— Boa noite, princesa. — Meu pai sorri para mim, ao lado de minha mãe, como se não conseguisse ficar longe dela. O amor deles é lindo.
— Boa noite, filha... Está muito bonita — minha mãe diz, sorrindo também. Encaro Max.
— Você está um arraso, maninha. — Ele revira os olhos, mas não diz mais nada, mais nenhuma gracinha... Max está nervoso. Sento ao seu lado.
— Não vai me contar por quê dessa reunião? — Belisco seu braço. Ele não diz nada. — Qual é, Max? Somos irmãos! Se isso não basta, somos irmãos gêmeos!
— Por que não me deixa em paz? — Max levanta, se afastando de mim.
— Mãe, Maximilian está sendo grosseiro e chato. — Cruzo os braços, começando a ficar irritada.
— Seu irmão só está nervoso, querida. É normal. Deve ser alguma namorada nova. — Nossa mãe nem sequer tira os olhos do tablet.
— Ela já deve estar chegando — Max murmura, indo em direção a porta. Hoje eu estou com o espírito de quem quer irritar o irmão...
— Ela? — Fico de pé, indo atrás dele. Ouço minha mãe dizer algo sobre deixar meu irmão em paz. — É a Maria?
— Não.
— Então quem...
A campainha toca e Max agilmente abre e mais uma vez me vejo encarando Kendall.
~•~
Max a beija.
Max beija Kendall.
Max beija Kendall na boca.
Não sei se é possível um ser humano congelar, porque eu estou congelada. Meus braços estão inertes e não sei qual expressão tem meu rosto agora, mas com certeza não é de felicidade.
— Oi, Made. — Ela sorri para mim. Kendall Forbes está sorrindo para mim, dentro da minha casa.
Dou as costas aos dois, subindo as escadas para o meu quarto.
Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.
Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.
Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.
Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.
Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.
Isso só pode ser um pesadelo. Kendall não é a mais nova namorada do meu irmão. Isso não faz o menor sentido. Ela disse que o garoto que ela gostava não gostava dela... Estava falando do Max? Como? Quando eles se tornaram tão próximos? Foi por causa dela que Maria terminou com ele? Que porra está acontecendo?
— Madelaine... — Max está prestes a entrar no meu quarto quando aponto o dedo para ele.
— Não ouse entrar nesse quarto. — Estou surtando? Não sei.
— Foi por isso que não contei. Sei que você odeia ela, mas Kendall é legal...
— Eu não odeio ela. E como assim "Kendall é legal"? Quando vocês ficaram tão próximos? Traiu a Maria com ela? — Encaro meu irmão com desgosto.
— Não importa sua opinião sobre ela. Gosto da Kendall e agora ela é minha namorada. — não acredito que ele está me dizendo isso.
— Ótimo. — Pego minha bolsa. — Viva seu romance dos sonhos, mas bem longe de mim.
Desço as escadas novamente, passando por Kendall e meus pais, finalmente saindo da casa para o frio da noite.
Meu subconsciente grita que estou sendo mimada e fazendo birra. Mas... A Kendall? Primeiro ela me tira o Theodore e agora o Maximilian?
— Sebastian? — falo para o telefone, para o garoto do outro lado da linha.
— Sentiu minha falta?
— Onde... Onde você está? — Continuo andando, já saindo do condomínio.
— Na casa do meu pai... O que houve?
— Pode vir me buscar? — Enxugo as lágrimas do meu rosto. Odeio ser sensível. Odeio brigar com meu irmão. Odeio estar parecendo irracional com toda essa história.
— Sim, claro... Onde você está?
— Indo para o parque perto da minha casa.
— Estou indo.
~•~
Estou em uma picape laranja minutos depois. É do pai dele, Sebastian me disse quando me pegou no parque, meia hora atrás. Ele perguntou o que tinha acontecido, estava preocupado. Ele está preocupado. Mas eu não disse nada além de "Me tire daqui, por favor." Ele fez. Está fazendo.
Max me ligou. Dezenas de vezes. Não atendi. Ele não podia ter escondido isso de mim. Max, assim como Theodore, sabe como me sinto em relação a Kendall. Posso não contar tudo a ele, mas ele sabe... E mesmo assim... Se ele pelo menos tivesse conversado...
Ele tentou conversar.
Sim, mas depois. Depois de eu ficar com cara de idiota e parecer uma garota mimada e birrenta. E ainda disse que não se importa com o que eu acho. Ele não se importa. Que droga de feitiço essa garota fez?
— Fale comigo — Sebastian sussurra e percebo que o carro está parado. Não sei onde estamos. Parece que ele simplesmente parou em um campo deserto.
— Kendall e Maximilian estão namorando — suspiro, precisando dizer isso em voz alta para acreditar. — Estou começando a achar que ela tem um plano maligno para mim. Vai tirar tudo e todos que eu quero e então vai me matar.
— Max não contou a ninguém sobre isso. — Ele também suspira. Se nem o bando sabia... Por quê sua irmã saberia, não é mesmo? — Vocês brigaram?
— Tivemos uma discussão. — Olho pela janela. — Estamos no meio do nada... Quais as chances de um serial killer aparecer e matar nós dois?
— Não é o meio do nada, espertinha. Apenas uma parte afastada de San Francisco. — Ele ri. — Lá atrás tem uma vista melhor das estrelas.
De fato, o céu está estrelado e a picape parece ser espaçosa o suficiente para nós dois.
— Tudo bem.
Nós saímos do carro. Pelo menos da parte da frente. Percebo dois cobertores na parte de trás e Sebastian usa um para forrar o espaço. Ele sobe primeiro, me ajudando a subir depois. Tiro meus sapatos, como Sebastian e deito com ele, com Sebastian cobrindo nossos corpos com o outro cobertor. O corpo dele está quente. Sempre está quente e sinto como se aquecesse minha alma. Gosto disso.
— Não está olhando as estrelas. — Sebastian murmura em meu ouvido. Ele está certo. Estou de olhos fechados, com o rosto em seu peito.
— Conte elas por mim. — murmuro de volta. Consigo ouvir as batidas de seu coração.
— Não dá para contar as estrelas. — Suas mãos sobem e descem em minhas costas. Um toque reconfortante que agradeço mentalmente.
Ergo o rosto e encaro seus lábios. Não nos beijamos desde ontem, por isso colo nossos lábios. Sebastian corresponde, sorrindo e eu sorrio também. É tão bom ficar com ele... Sem problemas, sem preocupações...
— Quero você... — sussurro entre o beijo, subindo as mãos por dentro da sua camisa. — Quero você, Sebastian...
Ele inverte nossas posições, ficando por cima de mim e se livrando do cobertor que nos cobria. Se é para se livrar de pedaços de pano... Tiro sua camisa, ainda me surpreendendo com seu corpo. Corpo esse que tanto desejei nos últimos dias. Ele também se livra do meu vestido, que por acaso é de bojo, então meus seios estão expostos para ele mais uma vez. Como das outras vezes, não sinto vergonha. Não dele. Nunca dele.
— Você é linda, sabe disso, né?... — ele se afasta, me olhando nos olhos. Eu nego. — Vou lhe dizer porque é linda.
Seu olhos se detém em minha boca.
— A forma como seus olhos brilham no sol, a deixam linda — ele me encara — A curva do seu nariz é linda — seu dedo traça essa curva e sorrio — O jeito como sorri, a deixa linda — seu polegar desenha o contorno dos meus lábios — Sua voz ao gemer, quando eu a beijo, a torna linda — ele beija meu pescoço e eu acabo gemendo baixinho — Ah, e isso com certeza lhe torna linda — ele acaricia meu seio com o nó do dedo — As suas curvas são lindas — sua mão passeia pela lateral do meu corpo — Esse também é um atributo que lhe faz ser linda — sua mão aperta minha bunda — Você, Madelaine Price, é linda. — ele me beija.
Eu quero dar tudo a ele; cada parte minha, até mesmo aquelas que não consigo encarar ainda. Quero que ele me veja além daquilo que eu mostro para os outros, além da Senhora Estudos, sempre preocupada com alguma coisa. Pela primeira vez, não são essas coisas que me importam, e sim o garoto que está me tomando para si.
Sebastian desce seus lábios por minha pele, demorando em meus seios, fazendo-me gemer para noite. Então eu encaro as estrelas, que observam quando ele desce mais, deixando beijos em meu abdômen, depois mais para baixo... Ele tira minha calcinha e eu me arrisco a olhar para ele, ver a fome predatória em seu olhar, antes de me beijar... Não na boca.
Arqueio o corpo quando sinto-o em mim, me fazendo gemer alto mais uma vez, não reconhecendo os sons que eu mesma faço. Sebastian está se deleitando em mim, com meu gosto e a visão dele entre minhas pernas é algo que um dia talvez eu tenha coragem para pintar, mas sei que não vou conseguir pintar o calor presente em meu corpo, mesmo em uma noite gelada como essa. Não vou conseguir dizer em tintas o que ele está fazendo comigo no momento. Não vou poder pôr em uma tela o jeito que seu nome soou em meus lábios quando arquejo, sentindo uma ondulação maravilhosa de prazer.
Estou ofegando quando o observo tirar a bermuda e a cueca. Eu ouvi boatos... Sobre isso e... Eu arquejo mais uma vez. Sebastian Blackwood faz jus à fama e... tamanho. Ele pega uma camisinha na carteira e põe em si, se colocando entre minhas pernas depois.
— Diga de novo... — Sebastian sussurra contra meus lábios. Posso senti-lo — seu membro — me provocando.
Então eu sussurro para ele e para as estrelas, testemunhas desse momento.
— Eu quero você. — Minhas palavras estão carregadas de uma emoção que não compreendo agora, mas não quero pensar nisso. Não quando Sebastian me beija e entra em mim.
Ele faz isso devagar, com carinho. Quando se afasta, observa meu rosto, provavelmente procurando algum sinal de dor ou arrependimento, mas não vai achar. Eu quero isso. Quero ele.
Sebastian entrelaça nossas mãos acima da minha cabeça e eu entrelaço minhas pernas em sua cintura, empurrando-o mais dentro de mim. Implorando que vá mais fundo. Estou gemendo seu nome para as estrelas, para lua, para noite, para o mundo... Isso é mais que sexo... Isso... Nós... Sim, nós. Existe um nós. E nós estamos fazendo amor.
— Madelaine... — a voz de Sebastian é rouca e suplicante, assim como seus olhos castanhos me encarando. — Eu...
Ele não termina, gemendo meu nome de novo e de novo, enquanto investe em mim no mesmo ritmo, mais rápido, mais fundo. Eu estou entrando em êxtase. Eu me sinto extasiada. Não sabia que podia sentir isso... Esse prazer com alguém, com ele principalmente. Mas estou sentindo com cada célula do meu corpo. Me arrisco a dizer que nunca me senti tão viva.
Eu o beijo mais uma vez, apertando nossas mãos com força, cravando minhas unhas nele. Quando afastamos nossos lábios, Sebastian apoia sua testa na minha e nós nos encaramos quando ambos atingimos o prazer.
~•~
Gente, vou confessar que estava com medo de escrever esse capítulo.
Sei que estavam esperando por isso desde o primeiro capítulo e tive medo que não fosse o que esperavam.
Mas tá aí e espero que tenham gastado!
Obrigada parklly13 por me dar a ideia da picape! Love you ♥
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2bjs môres ♥
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