8°
SONHEI com minha mãe. O cabelo escuro estava do mesmo jeito que eu a tinha visto da última vez, mas ela estava diferente. Implorei para ela me levar consigo, ela só olhou para mim e sorriu.
Acordei com Beverly me sacudindo.
Sonolenta, coloco o travesseiro no rosto nem um pouco interessada na sua presença.
— Acorda, acorda, dorminhoca! — sua voz parece incrivelmente irritante. Me encolho quando ela puxa o cobertor.
— Argh! Saia daqui! — minha voz sai abafada pelo travesseiro.
— O dia está lindo! Vamos tomar um banho de piscina. Anda, Elle! — quando ela finalmente puxa meu travesseiro, vejo as que está usando um biquíni muito familiar.
— Isso é meu. — sento na cama, me espreguiçando e bocejando.
— Estava com a etiqueta, presumi que você não quisesse usar. — Beverly dá de ombros. O biquíni ficou melhor nela mesmo, de qualquer forma. É de um azul escuro quase preto. A parte de cima é tomara que caia e a de baixo é cintura alta.
— Suponho que você já escolheu o qual devo usar? — não estou nenhum pouco animada, mas Kenan disse que eu precisava de um bronzeado, mas tudo que consigo é o rosto vermelho.
Beverly me arrasta para fora da cama.
Ontem fomos dormir muito tarde. Ela pediu para que eu contasse sobre nossa aventura três vezes e se engasgou de tanto rir. Não se importou nenhum um pouco de que foi jogada em uma lata de lixo e carregada como um cadáver nem com o fato de que tive que lhe dar banho.
Papai também não se importou em ter mais alguém em casa, mas ficou furioso porque fugi da escola e quis saber quem era aquele garoto que os seguranças lhe informaram. Disse que que era um namorado de Beverly. Não ousei contar que esse mesmo garoto me atropelou e os únicos que podiam contar já foram demitidos.
— Bom dia, meninas. — papai nos cumprimenta quando nos juntamos a ele na mesa do café da manhã, perto da piscina.
— Bom dia! — Beverly e meu pai trocam cumprimentos e ele murmura algo que não presto atenção.
— Bom dia — murmuro. Por trás dos óculos observo dois seguranças conversando nos portões que liga essa área ao estacionamento. — Vamos ficar na piscina hoje, não os quero aqui.
Papai olha por cima do ombro para os seguranças e depois acena para mim.
— Já escolheu sua roupa? — ele pergunta para mim, momentos depois. Estou no meio de uma colherada de cereal.
— Para quê? — limpo minha boca e me inclino para pegar a tigela de morangos.
— Sam dará uma festa de boas-vindas para seu filho. Ele nos convidou — a tigela quase caí da minha mão ao ouvir o nome. — Pensei ter dito a você.
— Vocês ainda fazem esse joguinho? — reviro os olhos. — Não quero ir.
— Você irá, meu bem. Vejo você mais tarde. — papai se levanta e beija o topo da minha cabeça. Agarro seu braço antes que se afaste.
— Por favor! — levanto os óculos para ele ver minha súplica. — Não tenho uma roupa, se isso ajuda.
— Vou ligar para Kriss trazer os melhores vestidos que ela tiver. Agora preciso ir. — ele dá tampinhas na minha mão e sai. Jogo meus óculos na mesa e cruzo os braços.
Odeio ter que pagar a filha perfeita – apesar da última palavra ser verdade. Essas festas são chatas e na maior parte só tem donos de Casinos e pessoas influentes de Las Vegas. E o filho do Sam... Ele é legal, sim. E bonito, mas...
Ouço Beverly pigarrear e percebo que estou calada desde que meu pai saiu.
— O quê? — arqueio a sobrancelha para ela. Beverly levanta as mãos e dá de ombros.
— Podemos conversas, se quiser. — propõe ela. Seu sorrio é gentil, mas estou irritada.
— Não quero. — levanto e com alguns passos mergulho na piscina.
Kriss realmente trouxe os melhores vestidos. Não esperaria menos dela já que recebeu uma ligação do papai. Ela é dona de boutique e ex-amante dele.
Beverly estava tão animada me ajudando a escolher que perguntei se ela queria ir. Ela recusou e graciosamente se ofereceu para ficar na minha cama a noite toda. Não perguntei quando pretendia voltar para casa, estava falando sério quando lhe ofereci para ficar quanto tempo quisesse. Ela também não tocou no assunto.
— Que tal esse batom? — Beverly está vasculhando minha penteadeira. Ela tem uma fascinação esquisita por batom. — Vermelho sangue... Te dá poder.
— Ah, obrigada. Vou me sentir mais poderosa agora. — balanço a cabeça, mas deixo ela passar o batom. Beverly é boa com maquiagens e não protestei quando me arrastou para frente do espelho e começou o trabalho.
Meu vestido rosa bebê é simples. É de alcinha e justo, indo até a altura dos joelhos, coberto de lantejoulas. Escolhi um salto do mesmo tom de rosa.
Beverly me ajuda com a gargantilha de diamantes. Papai me deu de presente de aniversário ano passado. Só usei umas duas vezes.
Meu rabo de cavalo alto balança conforme ando até o enorme espelho e dou uma voltinha. Beverly me entrega meu casaco de pele branco. Deixo ele cair em meus cotovelos.
— Não pode mesmo ir? — viro para minha amiga que já está deitada na minha cama.
— Eu passo, obrigada.
Mostro a língua para ela e a deixo no quarto depois de pegar minha bolsa.
— Boa sorte! — a ouço gritar.
Papai quase engasgou quando me viu descendo as escadas, mas apenas dei de ombros e sorri. Minha língua coçou para dizer “Teria sido melhor se eu ficasse”, mas não disse.
Apenas Corvo – meu tio – está nos acompanhando. Eu particularmente acho burrice papai querer que eu ande com dois seguranças o tempo todo, mas quando vamos a um lugar com várias pessoas que representam um real perigo, ele diminui a segurança. Mas não ousei perguntar.
Essas festas acabam em briga na maior parte das vezes. Papai manda que me levem embora antes da coisa ficar feia. Sam e meu pai são rivais há muito, muito tempo, mas são aqueles tipos de rivais que comparecem nos mesmo eventos e se divertem alfinetando um ao outro.
Quando chegamos à mansão, percebo que faz algum tempo que venho aqui, considerando que ele raramente abre a casa para tantas pessoas. Tanto ele como meu pai preferem usar seus Casino.
Carros de luxo ocupam a calçada e pessoas bem vestidas estão entrando na prosperidade, como nós.
Somos guiados para o salão principal, mas o dono da festa não está, então dou um jeito de me desvencilhar do meu pai quando ele começa a conversar com um homem que tem cara de empresário.
Vou para a mesa do bufê e me delicio com um tipo de biscoito com recheio. Estou prestes a comer outro quando alguém diz atrás de mim:
— Ora, ora, ela veio.
Me viro para o dono da voz.
— Oscar. — sorrio para o filho de Sam. Ele está usando um smoking como da última vez que nos vimos.
— Elleonor. — o sorriso que ele me dá faz os pelos dos meus braços se arrepiarem e uma coisa dentro de mim grita para que eu fique alerta. Afinal, ele é filho do maior inimigo do meu pai antes de ser meu amigo.
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2bjs, môres♥
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