18

— Que cena mais... peculiar — comentei, me aproximando e me sentando ao lado de Sam.

— Estou aqui contando minhas vitórias no tribunal. — Papai soltou uma risada. Gostava mais que todo mundo de contar vantagem. — Escute o que estou dizendo: Se Samuel fizesse Direito, eu conseguiria um trabalho muito bom para ele.

Peguei na mão do meu namorado, soltando uma risadinha em resposta à sua sugestão.

— Normal, Sammy. Ele também fica me persuadindo a fazer Direito e seguir os passos dele.

— Bem, não custa tentar.

— Mas papai sabe muito bem que eu decidi meu futuro: Psicologia. — Encarei Dr. Marcos, fazendo minha melhor expressão de responsável.

— Psicologia é sonho adolescente. Não vai te dar um futuro estabilizado — reclamou, mais uma vez.

— Pai, de novo, não. Já falamos sobre isso.

Ele suspirou.

— Ok. E você, Samuel? Deseja se formar em quê? — Vendo que me convencer não ia dar certo, papai mudou a direção do assunto.

— Penso em Engenharia Mecatrônica. Queria fazer Música, mas sei que não daria em nada. — Sam deu de ombros.

—Isso! Gostei de você, garoto. Hmm, Música? Então você tem talentos musicais?

— Eu toco violão, guitarra, baixo, bateria...

— E canta muito bem — comentei, sorrindo para os dois.

— Ah, na próxima comemoração, quero vê-lo participando! — Mamãe chegou à sala, usando um vestido longo e elegante, um salto fino e um anel de brilhantes bem visível. — Posso preparar um Dry Martini para nós, querida? Vamos acompanhar os homens enquanto o jantar não é servido.

— Pode ser, mãe. — Eu sorri.

— Eu adoraria tocar ou cantar para vocês algum dia. É só combinarmos. — Sam deu de ombros. Estava explícito que ele estava constrangido, mas também estava disposto a mostrar para meus pais que não havia mentido para impressioná-los.

Ficamos os quatro, por uma hora, sentados no sofá da sala de estar, variando as músicas de acordo com os gostos de cada um.

Lila veio nos avisar que o jantar estava pronto.

— Hmm, que fome — comentei, abraçando minha mãe até a sala de jantar. — Só tem comida japonesa? — Fiz um biquinho.

— Não, tem um filé com batata frita, caso alguém esteja louco por carne. — Ela olhou para mim, praticamente lendo meus pensamentos.

— Eu sempre me surpreendo com o tanto que você me conhece — falei, sorrindo e pegando um lugar ao lado de Sam.

— Você gosta de comida japonesa? — papai perguntou a Sam.

— Sim, sim — meu namorado respondeu.

— Ótimo. Então pode servir todos, Lila.

Depois de estabilizada a situação e servido o meu suco preferido (receita secreta da minha amada Lila), a conversa adquiriu um tom sério.

— Bem, adiantamos demais o assunto. Samuel, você está com a minha filha, então preciso confiar em você. — Dr. Marcos começou a falar em tom decidido, mas tentando não parecer muito sério.

— Você pode confiar em mim, senhor, farei tudo para lhe provar isso. Eu já errei uma vez e Becca sabe disso, mas agora vai ser diferente porque eu mudei. Ela me mudou. — Sam pegou na minha mão.

Fui educada para ser realista, pensar que uma pessoa só era feliz porque era iludida. Mas eu não precisava pensar assim, não mais. Eu poderia correr atrás da minha felicidade, mesmo que isso me tornasse uma pessoa iludida. Eu preferia viver uma feliz ilusão a uma realidade doente e desagradável.

— Não sei por que, mas você me passa certa segurança... — Mamãe deu de ombros, pegando no hashi.

— É, eu também sinto isso. Porém, o mais importante, é o que Rebecca sente. — Meu pai também começou a comer.

Dei uma risadinha.

— Estou muito feliz — falei, sorrindo para Sam.

— Mesmo levando em conta que vocês dois não são da mesma classe social? — Sem a intenção de ser rude, Dr. Marcos perguntou.

— Pai! — censurei.

— Não, ele está certo. Você tem que pensar nisso, Becca — reforçou Sam, com a voz forte; mas eu era a garota dele e o conhecia bem o suficiente para saber que esse assunto não o agradava.

— Sammy, você me ama e é recíproco. Isso é o que realmente importa. Além do mais, pais, é muito gostoso ter uma vida simples, sem luxo. — Peguei meu hashi também.

— Que bom que ela diz isso, porque vamos almoçar nos meus pais amanhã — Sam provocou, fazendo todos rirem, até Lila, que estava por ali.

Revirei os olhos. Ele teve tanto medo dessa conversa, à toa!

— Hmm, Sammy... Precisa de alguma coisa? — perguntei, pensando por que ele ainda não estava comendo.

— Eu não sei segurar o hashi — confessou, fazendo um biquinho.

Soltei uma risada bem verdadeira e escandalosa, causando riso geral.

— Sammy, você é muito fofo! — falei, começando a ensiná-lo.

No final, ele conseguiu segurar com muita classe. Parecia até que comia sushi todo final de semana.

— De sobremesa tem...? — Oras, eu era maníaca em doces.

— Petit Gateau, só porque você ama. — Lila já veio nos servindo, me deixando super feliz.

Recolhemo-nos meia hora depois, após fazermos um pouco de digestão. Meus pais foram antes de Sam e eu, o que nos deixou algum tempo para um beijo e tudo mais.

— Foi muito difícil conversar com os meus pais, Sammy? — provoquei.

Ele revirou os olhos.

— Não, mas a pressão foi forte, ok? Você vai ver amanhã.

Fiz uma careta.

— Para de me deixar tensa — reclamei.

— Minha bobinha, meus pais vão amar você. Não fique paranóica. — Sam me abraçou, fazendo carinho no meu rosto.

Infelizmente, Lila veio nos chamar para dormir, o que acabou com o clima romântico. Aproveitamos a deixa para ir para nossos quartos.

Eu dormi assim que encostei a cabeça no travesseiro. Não sei para Sam, mas roupa de cama luxo era extremamente relaxante na minha opinião.

Acordamos bem cedinho, a tempo de aproveitarmos um café da manhã na varanda, à beira da piscina.

— Caramba, como você viveu desse modo durante sua vida inteira e não é super mimada? — Sam parecia indignado.

— Hmm, isso é generalização — reclamei, sorrindo de lado. — É a mesma coisa de eu falar: Nossa, Sam, como você não foi para o tráfico?

Ele riu.

— Tá, você está certa.

Mamãe se juntou a nós, puxando papo sobre a infância de Sam.

— Sem querer interromper o diálogo direto entra os dois, mas cadê o papai? — perguntei.

— Trabalho. Mandou dizer tchau.

— Ah, que ótimo. — Revirei os olhos.

Depois de algum tempo, já estava na hora de irmos para a casa dos pais de Sam.

— Querem uma carona? — minha mãe ofereceu.

— Pode deixar, o táxi está vindo... — Dei de ombros. — Sam, conferiu se não esqueceu nada?

Ele franziu a boca.

— Não, vou lá ao quarto rapidinho.

Assim que saiu, Dra. Caroline me puxou.

— Ei, meu amorzinho, se cuida, viu? Não quero que acabe como Elisabete, apesar de ela querer ter um filho. Quero que você faça sua faculdade e encontre satisfação pessoal antes de formar uma família.

— Lógico, mãe. — Sorri, segurando seu rosto entre minhas mãos e olhando diretamente para seus olhos. — Eu não quero ser uma dona de casa, uma mãe... Quero ser independente, como você.

Ela beijou minha testa.

— Eu te amo, filha.

— Também te amo, mãe.

Sam chegou com um perfume nas mãos.

— É, eu tinha mesmo esquecido alguma coisa. — Ele observou a nossa intimidade. — Estou atrapalhando?

— Não, eu amo você também, vem cá. — O abracei bem no momento em que o táxi chegou.

Despedimos da minha mãe, entrando no carro.

— Ei, quais são os nomes dos seus pais mesmo? — perguntei, começando a ficar desesperada, mesmo segurando as mãos dele.

— Que feio, Becca! Você nem se lembra...

— Ai, Sammy, não complica. — Franzi o cenho.

— Sílvia e Solano. — Ele deu de ombros. — Não foi muito criativo me dar um nome com a mesma letra inicial que a deles.

Dei uma risadinha para não deixar óbvio que eu concordava totalmente.

O táxi demorou aproximadamente quarenta minutos para nos levar até ao pitoresco bairro dos temidos pais.

— É bem aqui. — Sam indicou uma casa branca bem bonitinha.

— Adorei.

Ele me abraçou após pagar o taxista, me dando um beijo na testa, como se estivesse me encorajando ao que vinha a seguir: O grande encontro.

Depois de duas batidas no portão, uma garotinha de uns onze anos veio nos atender.

— Sam! — Ela pulou nos braços dele; a intimidade me deixando até com ciúmes.

— Ei, minha linda. — Ele beijou os cabelos dela após colocá-la no chão. — Essa é a garota que eu te falei, a Rebecca.

Ela olhou para mim, com seus olhos castanhos esverdeados, iguais aos de Sam.

— É a sua namorada... — disse.

— Sim. Becca, essa é a minha irmã, a Samanta.

Fiquei boquiaberta. Tipo, eu nem me lembrava de Sam ter falado que a irmã dele era mais nova, mas me recuperei para não ficar óbvio e sorri para ela.

— Oi, Samanta.

Ela sorriu de volta, mostrando lindas covinhas (novamente iguais as do irmão). Devo ter arregalado os olhos, porque ela virou as costas e entrou na casa.

— Sammy, ela é a sua cara! — comentei, me aconchegando em seus braços.

— Eu sei. — Ele riu e pegou minhas mãos, me puxando para dentro.

Hmm, só eu achava meio diferente os dois filhos do casal terem nomes com o mesmo apelido?

Enfim, bem de cara, assim que entrei na casa, me deparei com um mural enorme de fotos de todos os tipos. E não preciso comentar que amo fotos, lógico.

— Ai, Céus! — exclamei.

— Não! Primeiro vou levá-la para conhecer meus pais e o restante da casa, só depois você vai adquirir o direito de ver as fotos. — Sam continuou me carregando até chegarmos à cozinha, onde Sra. Wade estava cozinhando.

— Ei, meu bebê! — Ela largou tudo de lado e veio abraçar Sam, bem forte. — Mamãe estava com saudades.

— Eu também, mãe, mas não precisa me constranger — exclamou. — Essa é a Becca.

— Oi, Rebecca! Seja bem-vinda. — A senhora (se pudesse ser chamada de senhora, já que aparentava ter trinta e poucos anos só) me abraçou também, reparando bastante no vestido que eu havia colocado para aquela ocasião.

— Obrigada, Sra. Wade — respondi, esboçando um sorriso.

— Pode me chamar de Sílvia.

— Ok, Sílvia...

— Filhão! — Uma voz veio do alto da escada, de onde foi lançada uma bola, acertando Sam em cheio. (Ainda bem que meu garoto, além de tudo, tinha uma super habilidade em esportes.)

— Pai, e aí? Essa é a minha namorada, Rebecca — apresentou Sam, segurando minha cintura, como se mostrasse um troféu. Fiquei com vergonha.

— Então essa é a querida Becca, que te laçou de vez? — Solano sorriu para mim e desceu o restante dos degraus, meio mancando, vindo beijar minha mão. — Prazer, querida. É bom saber que meu filho tem o bom gosto do pai.

Tenho certeza que minhas bochechas ficaram escarlates.

— Obrigada, principalmente por me receberem aqui.

— Ah, nada disso! Eu fazia questão desse almoço — Sílvia disse, lá das suas panelas.

— O que está preparando, mãe? — Sam segurou minhas mãos ao fim das apresentações, o que me deixou segura. Ele sabia que eu precisava daquilo naquele momento.

— Macarrão com queijo.

— Ah, Becca gosta, ainda bem! — Senti que ia vir uma provocação. — Ela não parece uma princesa? Mas é a burguesinha mais simples que já conheci.

Revirei os olhos.

— Não vou me defender dessa — falei.

— Brincadeira, amorzinho. Venha, vou te levar para conhecer a casa.

Não iria demorar muito passar por todos os cômodos se eu não tivesse encontrado as três coisinhas mais lindas desse mundo.

— Que lindos! — comecei a falar assim que entrei no quarto de Sam.

A primeira coisa que eu vi não tinha sido a decoração ou as fotos na parede, e sim os três gatos da família Wade, dormindo na única cama do cômodo.

— Eu sabia que você ia amá-los — ele disse.

— Eu não os amei, eu os quero! — Nesse momento, todos os gatos estavam me encarando com aquela expressão soberba. Eu amava gatos. Eles simplesmente tinham personalidade!

— São todos machos. — Sam se sentou na cama, de modo que os bichinhos acordaram e se amontoaram nele. — Esse preto é o Jack... Jack Daniels.

Franzi o cenho pelo nome peculiar, mas me juntei a eles, começando a fazer carinho no malhado.

— Esse aí é o Jhonny Walker.

— São todos nomes de uísque? — provoquei. — Esse meio alaranjado é o White Horse?

Sam revirou os olhos.

— Não, o alaranjado é o José Cuervo.

— É, alguém aqui gosta muito de beber mesmo...

— Eu não sou alcoólatra, mas a ideia dos nomes foi bem legal. — Ele fez um biquinho.

Fiquei por uns dez segundos distraída com os gatos, ignorando Sam.

— Pode-se dizer que eu também achei criativo — confessei, finalmente.

— Sua boba! — Ele pulou em cima de mim, começando a me fazer cosquinhas.

Descemos as escadas dez minutos depois. Os pais e a irmã de Sam estavam arrumando a mesa.

— Deixe-me ajudá-los — pedi, ficando sem graça. Eu não podia receber tudo na mão, fazendo com que pensassem que eu era uma metida.

— Obrigada, Rebecca. Sam, mostre onde os copos estão... — Sílvia disse, sorrindo.

Samanta atravessou a cozinha e apontou o armário de copos para mim. Sam, o meu Sam, foi pegar talheres.

— Como vocês sabem qual Sam está sendo chamado? — Não consegui segurar a pergunta, destinada aos irmãos.

A garotinha deu de ombros.

— Não sei... A gente só sabe.

— Isso é muito estranho. Não tem como diferenciar os Sams? — Peguei cinco copos e coloquei na mesa em seus respectivos lugares.

— Hmm, não; normalmente é só Sam para nós dois. — Meu Sam também posicionou os garfos e facas. — São duas qualidades da Becca que eu amo: Ela é sincera e espontânea, ou seja, sempre fala na cara.

Revirei os olhos, sem graça.

— Gostei de saber disso, querida. — Sílvia sorriu.

— Ah... — Soltei uma risadinha. — Bem, não tem como evitar ser assim. — Dei de ombros.

Terminamos de arrumar a mesa e o almoço foi servido.

— Por exemplo, nesse momento eu tenho que dizer para Sammy, o meu Sam, que ele colocou os talheres na posição inversa.

Todos riram, sendo muito agradáveis com minha mania de seguir as normas da etiqueta.

Sr. Wade nos levou ao aeroporto depois da torta de maçã de Sílvia para pegarmos o avião das 18h.

— Juízo, garotos. E, Sam, cuida bem dessa garota. Ela é especial — Solano disse.

— Você me conhece, pai. — Sam me abraçou, beijando minha testa.

— É, conheço. Por isso estou falando isso... Esse Sam pode ser complicado, então paciência com ele.

Soltei uma risadinha.

— Sim, eu entendo o que você quis dizer — falei.

Como o esperado, logo, logo, estávamos em casa: Ribeirão Preto. Amanda fez questão de nos buscar no aeroporto.

— Oi, Felipe. Oi, Am — cumprimentei, entrando no carro de Fê.

— Oi, gente — Sam disse depois de mim.

— Que saudades de vocês! E aí, como foi com a família? — ela quis saber.

— Fui bem recebido. — Meu namorado sorriu para mim. — Tudo ocorreu melhor do que eu esperava. E, sério, eu quero uma vida daquelas.

Revirei os olhos.

— Bobinho. Bem, eu também estive sob pressão, Am — reclamei.

— Como assim? — ela perguntou.

— Eu a levei para conhecer meus pais.

Felipe ajustou o retrovisor para nos enxergar do banco de trás.

— Olha esse Sam... Agora ficou sério, hein? — ele provocou.

Dei de ombros.

— É como se aqueles meses todos nunca tivessem existido — falei.

— Tem chances de eu convencê-los a ir a uma festa hoje? — Amanda deu uma olhadela para mim.

— Não. — Suspirei. — Só preciso descansar.

— Tudo bem, então... Na próxima semana!

Olhei em volta, sem realmente acreditar na grandiosidade do tema "Entre o inferno e o paraíso".

— Parece uma festa de formatura ou algo do tipo — comentei, olhando para minha melhor amiga. — Não sabia que você estava falando sério sobre organizar uma festa "de arromba".

— Er, nada a ver. Se eu estivesse brincando, não exigiria traje preto e branco. — Ela revirou os olhos.

Eu estava com um vestido branco, liso, com um decote em V nas costas que abria até a cintura. Bem, pelo jeito isso significava que eu era do paraíso.

Amanda (de vestido preto colado tomara que caia) roubou uma uva da pista de comida.

— Só sei que a república vai lotar hoje — disse.

O DJ começou a tocar assim que os convidados chegaram. Eu estava tomando uma bebida quando me abraçaram por trás.

— Que garota mais linda... Posso dançar com ela? — Sam me virou, já pegando em minha cintura.

— Hmm, pode, mas toma cuidado... Acho que meu namorado está chegando.

Ele riu.

— Bem, sinto muito, mas não estou muito preocupado com ele.

Sam se abaixou e me deu um beijo, me segurando firme.

— Eu nunca vou deixá-la escapar de mim — sussurrou, prendendo meu olhar.

— Converse com meu namorado sobre isso — brinquei.

— É sério. — Ele revirou os olhos. — Eu quero ficar com você de verdade.

— A gente está junto de verdade. — Sorri, beijando-o. — Eu te amo.

— Eu também te amo, Becca.

— Ei, ai, ai... Lá vem esse Sam roubando minha melhor amiga! — Amanda chegou abraçada a Felipe.

— Digo o mesmo em relação ao Fê. — Levantei uma sobrancelha.

— Vem, juntem aqui. Eu estou muito feliz. — Am nos abraçou.

— Já está bêbada? — Sam provocou.

— Não. Estou emocionada porque estamos juntos aqui, curtindo uma festa, porque temos uns aos outros...

— Ignore-a — Felipe sussurrou.

— É, ela está bêbada mesmo — brinquei.

Bem, naquela primeira festa, há uns meses, eu só precisava de um namorado. Passei por muitas complicações, mas havia finalmente conseguido o que queria.

Acho que vou desejar pequenas coisas, por enquanto.

Por exemplo: Agora eu só precisava que Sam me beijasse de novo.

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