VI - E Vamos de Festa

Arya P.o.V.

Pegamos o carro e caímos na estrada, colocando a rota para Jennings no GPS. Alec colocou a nossa playlist favorita para tocar, enquanto eu dirigia.

— Então, eu vou entrar, apagar ela com um pouco de clorofórmio, pegar as digitais e sair. E você vai ser meu apoio técnico lindíssimo, para se algo der errado eu ficar viva. E também porque eu sei que tu tá com uma preguiça desgraçada.

— Não é bem preguiça, eu só prefiro cuidar das coisas por trás dos holofotes, deixo que você brilhe, e arrisque sua vida.

— Depois disso tudo, a gente vai tirar umas belas férias no Havaí, quero nem saber. Todo dia uma dor de cabeça diferente, e eu sou muito nova para morrer.

Passamos a viagem toda fazendo piadas, falando besteiras... E como os gordos que somos, passamos no Drive Thru do MCDonald's e pegamos vários hambúrgueres, batatinhas, um café (horrível, por sinal) e um refrigerante de laranja. Fomos comendo até chegar em Jennings, bem adultos.

— Então, onde exatamente ela está? Essa cidade não é exatamente pequena. — perguntei, parando o carro para pensar, já estava começando a anoitecer mesmo.

— Eu sei que ela frequenta muito a Imperium, uma boate daqui. Vai ser mais fácil pegarmos ela no escuro e prendermos em algum lugar até o final da festa de gala da Organização.

Parei para pensar, e fazia bastante sentido. Apesar de eu realmente estar pronta para matar hoje, não deveríamos comprometer nosso disfarce, de jeito algum. E precisaríamos deixar os dois presos pelo menos até a festa acabar, depois eles poderiam procurar quem fez isso livremente.

— Então o plano A vai ser um boa noite cinderela concentrado,e o B vai ser clorofórmio... Costumávamos ser mais cuidadosos hein?! — indaguei, rindo.

— Vai ser divertido, vamos lá.

Ele abriu a porta do carro e saiu, me deixando com um ponto de interrogação na testa. Fiz o mesmo, trancando o carro e andando atrás dele.

— Alec?

— Ah sim, precisamos arrumar uma roupa de festa para você né, eu já imaginava que iríamos sair, e é uma boa fazer compras, mudar os looks e tal. — abaixei a cabeça rindo, era um viado chato mesmo... Lá vou eu ser vestida como a piranha que sou, conhecendo os gostos do Alexander.

Entramos em uma loja com a lateral envidraçada, cheia dos mais variados vestidos, saias, ternos... Era como uma loja de doces para o Alec. Obviamente os preços eram super elevados, Alec foi adentrando como se fosse um cliente frequente, passando pelos vestidos e escolhendo três. Me empurrou para o provador e foi me alcançando um por um. O primeiro deles era azul escuro, tomara que caia, com uma saia tubinho, que mal me deixava respirar.

— Queridinho, eu vou te matar. — falei, saindo do provador para ele ver.

— A culpa não é minha que você tá gorda. — ele colocou a língua para fora, tirando uma foto com o celular.

— Que gorda o quê, minha barriga é chapada e você sabe muito bem.

— Eu sei, esse vestido foi feito para pessoas desnutridas, só pode. — ele riu um pouco alto, fazendo algumas vendedoras virarem a cara e outras rirem junto. — Próximo.

Dessa vez o menino me alcançou um vestido vermelho, com duas alças finas, que deslizava pelo meu corpo como uma obra prima. Aquele realmente tinha ficado bonito, e seus detalhes em camadas realçavam minhas curvas, me deixando sexy, mas não ao ponto de ser vulgar.

— Esse eu gostei. — falei quando saí do provador, vendo os olhos dele se iluminarem.



— Esse está perfeito. Não precisa nem provar o outro. Tira aí e vamos fazer uma maquiagem legal para você.

— Okay, okay.

Tirei o vestido, e acompanhei o Alec até o caixa, me distraí por um segundo e quando olhei novamente, o Alec estava experimentando uma camisa social.

— Ué, ué. — falei, me aproximando dele.

— Se você vai na festa, eu vou também. Ignorar um pouco toda a minha preguiça, e me divertir antes da gente terminar a nossa "missão". — fez aspas com os dedos.

— Então pelo menos põe algo mais festa em boate, um blazer tipo...

Escolhi um modelo vermelho, para combinar comigo, e entreguei para ele, junto com uma camisa básica branca. E, na minha humilde opinião, ficou lindo demais.



— E então? — perguntei, com um sorrisinho.

— Eu admito, ficou maravilhoso.

Pagamos as compras, na verdade, o Alec pagou, disse que era um presente, e fomos para a festa

Alec P.o.V

Não queria perder um pouco de diversão, mas também foi uma boa estratégia entrar para varrer o local, ver se tinham câmeras, e saídas alternativas. Não podíamos arriscar que a academia soubesse que iríamos roubar esses convites, era nossa única chance.

Entrando na festa, consenti com a cabeça pra Arya e nos separamos, coincidentemente, o caminho por onde eu fui (Nota da Arya: COINCIDENTEMENTE NÉ PESSOAL), passava pelo bar, sentei-me em um dos bancos e pedi uma dose de Absolut Vodka. Enquanto isso, usava meu celular para rodar um algoritmo e procurar o telefone de cada pessoa dentro do lugar, quem sabe eu acho a garota mais rápido que a Arya.

Virei aquele shot inteiro para aquecer, hoje a noite é dos lobos, zombei na minha cabeça, fazia tempo que não saiamos em uma caçada eu e Arya. Estava sentindo falta de ação, de bater em alguns capangas ou seguranças, ainda mais depois que a Arya me chamou de preguiçoso, vou mostrar pra ela quem é que está enferrujado.

Meu celular fez um som, avisando que já tinha terminado de rodar o código, e mostrando a lista dos celulares de quem estava na festa, logo busquei por mensagens e indícios da Vanessa, achei um celular usando um app de encontros por proximidade, uma foto de uma moça de cabelos castanhos, quase dourados e ondulados, que logo reconheci como quem estávamos buscando. Mandei uma mensagem convidando-a para vir até o bar tomar um drink, dizendo que estava vestindo um blazer vermelho. Ela concordou e disse que já estava vindo.

Estava sentado de frente pro bar quando uma mão leve e macia tocou meu ombro.

— Oi, acho que você vai me pagar um drink. - Ela riu de leve, flertando. Era a mulher da foto, usando um vestido preto, bordado no decote, e uma gargantilha dourada.



— Seria uma honra - Respondi em um tom galanteador, e a convidei para sentar do meu lado.

Enviei uma mensagem escondido para a Arya:

"Estou com a Ovelhinha, me encontra no bar"

Então, você é daqui mesmo... — Perguntou ela fazendo uma pausa, como se esperasse que eu me apresentasse. — Parece que te conheço de algum lugar.

— Acho que nunca nos vimos, sou de muito longe, estou aqui a trabalho.

— E o que você faz ? — Ela perguntou.

— Deixa eu te pagar o drink primeiro — Disse, me esquivando das perguntas, e pedindo dois drinks pro barman.

O barman serviu os dois copos, e colocou em cima da bancada, eu dei uma disfarçada e olhei ao redor, e vi a Arya se aproximando. Então eu levei a mão para pegar o drink da moça, tentando colocar um comprimido dentro, mas ela olhou pra mim bem na hora, e para não ser descoberto, eu o derramei propositalmente, molhando um pouco do vestido dela, e enquanto ela se levantava e reclamava, acenei com a cabeça pra Arya, que interviu entendendo o recado.

— Você é um babaca mesmo, como que você trata assim uma mulher — Arya chegou, fingindo não me conhecer.

— Foi sem querer, eu sou meio distraído — Eu me desculpei.

— Agora não adianta - Arya falou pra mim — Venha querida, vamos no banheiro vou te ajudar com isso, deixa esse otário aí — E acompanhou a moça até o banheiro.

Arya P.o.V.

Pelo jeito a parada do boa noite Cinderela não ia funcionar, nos precipitamos ao pensar que alguém da Organização fosse cair em um truque simples assim. Eu vi a hora que ela olhou para o Alec e ela deve ter visto o comprimido para ele ter agido dessa forma, então comecei a puxar assunto, enquanto ajudava ela a secar o vestido.

— Desculpa ter chegado assim, aquele garoto tinha me azarado antes, achei que ele tinha feito o mesmo contigo... Bem escrotinho. Atrapalhei algo? — perguntei, fazendo a doida.

— Não. — ela deu uma risadinha. — Ele estava colocando algo na minha bebida, eu acho, deve ter virado para disfarçar.

Ahaaa, eu disse que ela tinha notado. Agora eu precisava entrar no banheiro, tirar o clorofórmio da bolsa e apagar ela. Fácil, fácil... Ou não. Na hora que eu fui entrar, ela me parou.

— Deixa que eu seguro a sua bolsa. — ela disse.

— Obrigada.

Tentei não demonstrar nenhuma raiva por isso, porque agora não tinha um jeito mais fácil de apagar ela. Quando fui alcançar minha bolsa, a desgraçada pareceu ter tido um vislumbre de consciência, piscando e me empurrando com as duas mãos.

— Eu sabia que te conhecia de algum lugar, e aquele garoto também, Arya Sharmer... O que você quer comigo? — perguntou, jogando minha bolsa no chão atrás dela. Para a minha sorte estávamos só nós duas no banheiro.

— Sem chances de você me dar suas digitais sem eu precisar te dar uma surra né? — brinquei com o melhor humor que eu tinha.

— Como se você pudesse me dar uma surra. 




Nota da Autora:

TATARARAMMMMM, É GUERRA QUE VOCÊS QUEREM?
Gente, tragam pessoinhas para lerem, é época de quarentena, então to aproveitando para escrever, mas não to tendo a mesma resposta que Assassinos Perfeitos :c. Eu amo vcs, e por favor, fiquem em casa.

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