V - Agora é só caçar
Alec P.o.V.
Percebi a preocupação no semblante de Benjamin, e disse logo em seguida:
— Então, a surpresa que você tinha pra mim la na cama ainda está de pé ?
— Estou sempre disposto pra você. Mas me preocupo, você sabe como são os métodos da academia, o que eles querem eles conseguem.
— Você esqueceu o homem que você tem?
— Em nenhum momento.
Fomos para o andar de cima, pro meu quarto, e já fazia tanto tempo desde que tivemos um momento tranquilo, a sós, que eu estava ardendo de desejo por ele. No entanto, ao mesmo tempo, estava aflito pois estava vendo que ele estava perturbado.
— Vem aqui meu amor — disse pra ele, e o afaguei em um abraço apertado - Tudo vai se resolver, eu prometo, não vou deixar nada de ruim acontecer com a nossa família.
— Saiba que pode contar comigo, estou lá dentro, e serei seus olhos e ouvidos.
— Não quero que se arrisque, mas se queremos vencer isso e provar a nossa inocência, vou precisar de toda ajuda possível. — Eu disse relutante, pois agora mais que nunca, tinha um senso de proteção pelo Ben.
Entretanto, nada nesse mundo, nem uma instituição de assassinos treinados, fariam com que se apagasse o fogo que Benjamin e eu temos. Foi nesse instante que eu disse:
— Vamos mudar de assunto!
E então levantei-o pela cintura e carreguei ele até o móvel mais próximo, enquanto matava a saudade de sentir o corpo dele junto ao meu, o calor emanando dele, e suas mãos me marcando as costas de desejo. Mesmo em todo aquele rala e rola, podia ouvir os batimentos do coração dele, toda vez que passeava a boca pelo seu corpo, e ele, logo ficando sem paciência, me afastou da mobília, e me empurrou até a cama, deixando-se cair por cima de mim, e me olhando profundamente nos olhos, me deixando extasiado e ardendo mais ainda em desejo, se é que isso fosse possível. Eu viajava naqueles olhos verdes, e aproveitava cada momento, não sabia quanto tempo ia passar longe dele.
De tempos em tempos, em meio ao nosso amor, ele me olhava e mostrava um sorriso travesso que me fazia pensar no quão sortudo eu era de ter aquele homem pra mim. Em nosso último ato, coloquei-o contra parede, e o amei tanto, que o quadro chegou a despencar, para no final cairmos na risada de tão bom. Sexo com saudade pode superar as expectativas de qualquer um. Exaustos, e ofegantes, tínhamos que no despedir, para manter nossos disfarces, ele precisava regressar a academia. Acompanhei ele até a porta.
— Não quero demorar pra te ver novamente - Reclamou ele.
— Algo me diz que nos veremos logo, não do jeito que eu queria, mas se precisar de qualquer coisa, você sabe o que fazer.
Fechei a porta com o coração doendo, e fui de encontro a Arya, pois nossa situação não estava muito boa, e precisávamos voltar a ativa e planejar nossos passos.
Arya P.o.V.
— Conseguiu se despedir do seu amorzinho? — falei quando vi a cara de quem tinha se divertido muito e estava sem forças até para caminhar do Alec. Ele deu um sorriso e sentou na minha cama, enquanto eu ficava na cadeira do computador... (Sim, tínhamos a sala de jogos, e computadores nos quartos, as missões pagavam bem) — Precisamos de um plano.
— A gente não sabe de muita coisa, então, eu voto em disfarces e coletar informações. — Alec disse pensativo.
— E precisamos falar com a Catarina também... Eu meio que odeio ela, mas ao mesmo tempo estou preocupada. O que sugere?
— Vou falar com o Benjamin, conseguir mais informações. E sobre a Catarina, eu vou deixar a decisão para ti.
Me joguei de costas na cadeira, inclinando-a levemente para trás. Suspirei, massageando as minhas têmporas, pensando porque essa demônia tinha resolvido voltar logo agora. Poderia ter uma legião inteira de assassinos atrás de nós e mesmo assim, a minha principal preocupação estava sendo uma morena de cabelos curtos e sorriso sedutor. Preciso inverter as minhas prioridades, ficar viva primeiro, bater na cara dela depois.
— Vamos resolver a situação das informações da academia primeiro, depois a gente lida com a Catarina.
Alec P.o.V.
Dois dias depois...
Estávamos inquietos com o fato de já passar algum tempo, e não podermos fazer nada, a inércia irritava muito Arya e eu. Como que um acaso do destino, recebi uma mensagem. Não foi qualquer mensagem, era em um chip que só uma pessoa tinha o número, Ben.
A mensagem dizia:
Rua Princeton 1500, baile de máscaras, consigam suas entradas.
Li a mensagem para Arya.
— O que significa ? - ela perguntou, rodando na cadeira e acessando a base de dados da nossa rede. — É uma mansão, e o proprietário é... que estranho, é uma pessoa qualquer sem muito histórico de crédito, me parece uma "laranja", quer dizer que...
— Deve ser de alguém muito importante, e envolvido com política - Eu completei ela.
Sentei-me no meu computador e fui pesquisar, achei em uma base de anexos de e-mails de pessoas da academia, e todos que haviam cruzado o meu caminho, um convite com o mesmo endereço do lugar, enviado para Tomas Drent
— Baile de máscaras, Residência dos Dolby. Favor enviar seus registros biométricos. - lendo o convite para Arya
— Precisamos entrar, eu vou cuidar disso - disse ela sombriamente entusiasmada.
Arya P.o.V.
— Faça-me um favor, só não mate ninguém por favor. Vai ser difícil ocultar um cadáver no meio de tudo isso.
Ele falou, levantando da cama, saindo do quarto. Meu sorrisinho se desmanchou devagar, e fiz um bico. Não que eu estivesse me imaginando enfiando uma faca naquele pescocinho do Tomas Drent. Bem, pelo menos eu poderia arrancar os dedos dele para usar a digital. [Eca, eu to psicopata demais até para mim mesma.]
— E também não precisa arrancar o polegar de ninguém, pega isso... — Alec falou ao entrar na porta, me jogando o que era um molde hipersensível de silicone. — Mas eu deixo tu quebrar o nariz deles, eu sei que você quer. — E o infeliz ainda riu.
— Sai daqui. — joguei um travesseiro nele, que se esquivou fechando a porta.
Okay, agora era a hora de planejar isso. Eu precisava do Tomas e de mais alguma garota da organização que tenha sido convidada. Chequei a lista de emails que o Alec havia me passado, notei uma Vanessa, ela nunca tinha sido exatamente legal comigo, então eu não me sentiria mal, além que ela era amiga do Tomas e já seriam dois coelhos com uma cajadada só. Meus alvos estavam escolhidos, agora era só caçá-los.
Peguei uma pistola, por precaução, colocando na minha cintura. Um pouco de clorofórmio, para apagar os dois, e quatro facas, duas nas minhas botas, e uma em cada manga da minha blusa. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Alec, preguiça que chama né ¬¬.
Eu: Alexanderrrr, localiza a Vanessa e o Tomas para mim. De preferência separados, não quero ter muito trabalho.
K!ng of Hearts: Preguiçosa, podia ter vindo aqui. Eu imaginei que tu fosse escolher eles, então já tinha procurado. Tomas está em New Orleans, e a Vanessa está em Jennings, para sua sorte no mesmo estado.
Eu: Agora são só 12 horas de viagem até lá, mais 2 até Jennings, e mais 14 de volta. Que bom que pelo menos vai valer a pena. Eu to carente, então tu vai comigo, e tu vai voltar dirigindo.
K!ng of Hearts: Tá bom, sua peste. Eu escolho a playlist da ida então
E simples assim, parecia que estávamos planejando as férias de verão, e não sobre nocautear dois assassinos, roubar suas digitais e ainda não sermos pegos por isso. Fui até a garagem e busquei um dos carros que usamos em missões, mais simples que o meu gosto, mas deveria servir. Olhei para a porta e o Alec estava vindo passando perfume, não importava que fosse só ficar no carro, ele estava sempre arrumado.
— Vamos? — perguntou, enquanto me joguei no banco do motorista.
— Vamos. Primeira parada, Jennings.
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