I - O Retorno
Arya P.o.V.
20/01/2019
Depois da formatura finalmente ficamos livres. Bom, na verdade, em liberdade condicional. Eu e Alec finalmente saímos do internato. Todavia, ainda precisamos prestar contas a corporação, então precisamos nos arriscar fazendo missões, quanto mais difícil a missão, mais dinheiro é dado.
Não é preciso nem comentar que normalmente aceitamos as mais difíceis, assim ficamos livres para fazermos o que quisermos por mais tempo. Compramos uma casa, grande, dois pisos, toda equipada, com segurança e coisas escondidas, bem clichê de filme de ação/ficção, e "moramos" aqui. Menos quando estamos em missão, porque seria muita estupidez nos expormos assim, então fazemos identidades falsas e alugamos algum lugar temporariamente.
Ontem terminamos uma missão nível S-, compensou bastante, mas foi muito complicada, precisamos inverter os papéis, eu fiquei de apoio técnico e o Alec foi o principal infiltrado. O objetivo era roubar informações de um senador, só que esqueceram de avisar a gente que o homem era gay. Então, obviamente, ele não caiu nos meus encantos e precisamos trocar o plano inteiro, também, fomos descuidados de não fazer uma analise detalhada antes, coisa que não irá se repetir.
Depois de uma viagem cheia de escalas e desvios de volta para a casa (não podemos facilitar para ninguém, certo?), de fodidas vinte e oito horas, finalmente voltamos ao nosso lar doce lar. Alec simplesmente foi para o quarto dele e apagou, eu dormi no carro antes, já que ele dirigia, então religuei os alarmes e fui para a minha sala isolada.
Deixem me explicar melhor a nossa casa para vocês, você entra e há a sala principal e a cozinha, então subindo uma escada no fim da sala há um corredor principal grande, de um lado tem o quarto do Alec e do outro o meu, e no fim do corredor há três salas, uma somente minha, outra do Alec, e uma que usamos para planejar as missões, ou, às vezes, jogar Overwatch um ao lado do outro, admito.
Me joguei na cadeira da minha sala e liguei o computador, verifiquei nossa conta bancária... Já havíamos recebido, daria para gastar em mais algumas coisas. Estava ouvindo uma versão remixada de "Sweet Weather", quando recebi uma mensagem em código pelo celular... Era uma mistura de Morse e binário, quando você traduzia do More virava: 01000001 01110010 01111001 01100001 00100000 11101001 00100000 01110110 01101111 01100011 11101010 00111111. E passando isso para o alfabeto original vira: "Arya é você?".
Era bem improvável que algum inimigo estivesse com meu número novo, fora que, o celular era irrastreável, mas como eu disse, sempre precisamos manter em mente que qualquer errinho pode nos custar a vida, então respondi: "???".
Número Desconhecido: Eu preciso de ajuda.
Eu: Quem é você?
Número Desconhecido: Fomos para a academia juntas.
Eu: Vou perguntar de novo, quem é você?
Número Desconhecido: Cat.
Eu: Prove.
Número Desconhecido: Me liga por vídeo, anda, eu não tenho muito tempo.
Respirei fundo e contei até dez, eu não havia tido noticias da Catarina desde a formatura, não fazia nem ideia de onde ela estava ou se estava viva, então era bem possível que não fosse ela, mas... Eu aprendi a sempre confiar na minha intuição e ela só me dizia uma coisa agora: "ligue". E foi o que fiz.
Assim que eu pressionei o botão de ligar, uma Catarina diferente apareceu na minha tela, os cabelos estavam maiores, usava uma camisa de manga curta e tinha um corte no rosto, fora alguns hematomas, parecia cansada, mas abriu um sorriso quando me viu.
Ligação On:
— Você continua linda e com cara de quem acabou de acordar. — Foi a primeira coisa que saiu da boca dela.
— O que? — indaguei, levantando as sobrancelhas.
Eu não tinha reparado até o momento, mas uma parte de mim estava com raiva, ela não mandou nem sequer um oi por mais de seis meses e agora aparece já querendo jogar charme para cima de mim? Teria que ser bem melhor que isso.
— Nada, nada, pensei alto.
— Olha, você disse que precisava de ajuda, aqui estou, agora encurta essa conversa, o que houve, Catarina? — falei com uma expressão séria.
— Nossa, e acordou de mau humor, enfim... Eu estou encrencada, muito encrencada, e vou precisar da sua ajuda, mas não posso falar por aqui, Arya, precisa ser pessoalmente. — Ela olhava para o relógio como se cada segundo contasse.
— Seria arriscado para mim, você reaparece do nada e agora isso... — Suspirei.
— Pode escolher o lugar e a hora, eu vou sozinha, só me manda uma mensagem, eu realmente preciso falar contigo, eu não te ligaria se não fosse urgente, isso é sobre a sua vida, a do Alec e a minha. Eu não estou brincando, Sharmer!
— Tudo bem, eu vou pensar e te aviso, mais alguma coisa?
— Sim, tome cuidado, eu sei que você não está contente com o meu sumiço, mas se você não me matar quando eu contar o motivo, irá me perdoar. Preciso ir... Droga!
—Tcha...
Ligação Off:
A ligação foi encerrada antes de eu conseguir me despedir, essa garota... Não tem como entender, preciso conversar com o Alec sobre isso amanhã, quando ele acordar, mas tudo ao seu tempo, por agora vou só relaxar e jogar um pouco.
Liguei uma música eletrônica e peguei uma garrafa de ice no frigobar, tudo certo, abri e entrei no Destiny 2, Alec tinha acabado de comprar a nova expansão para a gente e pensei em ficar um pouco a frente dele.
Eu joguei por tanto tempo que quando vi eram 7 da manhã e eu já tinha tomado três latas de energético e umas sete de ice/keep cooler, o sono começou a bater e eu só tomei um banho antes de me atirar na cama. Meus pensamentos foram para a última vez que vi ela.
— Catarina Bertrand e Felipe Rivero. — Ele era um dos amigos dela, então fiquei feliz pela garota, embora nenhum sorriso verdadeiro tenha cruzado seu rosto, era falso como os que eu dou quando preciso disfarçar.
Sala da Arya
Quarto da Arya
Sala Conjunta
Quarto do Alec e Sala do Alec em breve
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