Rumpelstiltskin
Fique do meu lado, garoto, eu vou ter seu retorno
Conte comigo quando confiança for tudo o que faltar
O preço é simples, às vezes escasso, o tempo está escorregando
A vida é feita de escolhas, vamos começar a viver
Você sabe que eles vão tentar te enganar
Seus palpites estavam certos desde o início
Você não tem que sentar e parecer um bom menino
Tome uma posição e destrua o mundo inteiro em pedaços
Decipher - Madame Macabre
??/??/????, (?) – Heartsplain – Wonderland.
Caminho sem rumo pelos corredores do castelo, isso só está me confundindo ao invés de clarear alguma coisa na minha mente, tropeço em algo no meio do tapete vermelho ergo as sobrancelhas e encaro um pedaço de vidro brilhante espetado no veludo... Olho em volta e me abaixo para pegá-lo, mas quando meus dedos quase o tocam ele some, arregalo os olhos.
- Você é mesmo muito estranho. – Ergo o olhar Ângelus está encostado perto de uma enorme janela. – Tem a rainha nas suas mãos, mas não faz nada nem almeja o reino.
Abro a boca, mas congelo quando vejo uma sombra surgir ao meu lado, grande, delicado e imponente: Jaguadarte. Ele para em frente a Ângelus e abraça sua cintura, arregalo mais os olhos.
- Você deveria ficar no seu lugar cavaleiro Branco. – Ângelus sorri e inclina a cabeça para trás. – Cuide de seu reino antes de vir mexer no meu.
- Tão bravo Jaguadarte... – Ele segura o rosto do Jaguadarte entre as mãos e beija seu queixo. – Tão feroz, mas dragão que ladra não cospe fogo.
- O que? – Jaguadarte ri e sua imagem desaparece.
Ângelus se vira para mim e ergue as sobrancelhas como se tivesse visto outro dragão entrar no salão.
- O que você está fazendo aí? – Ele fecha a cara e se afasta caminhando rápido.
Estranho... Me levanto e sigo na mesma direção dele não o encontrado mais. Jaguadarte não apareceu em nenhum momento nessas memórias, bem ele não apareceu para as outras pessoas só para mim, mas dessa vez foi como se nem ele tivesse me notado...
Balanço a cabeça e sigo o corredor estranho até que os guardas abrem as portas para mim, no jardim vejo algumas pessoas cantando perto de uma grande mesa com guloseimas e chá, Mikayla está sentada sobre o cavalo esverdeado com os olhos negros, ela sorri e algumas crianças cantam em volta dela, quer dizer que já houve uma época de harmonia nesse lugar? Caminho até a grande mesa com alguns olhares me seguindo, as crianças abaixam suas cabeças quando passo, encolho os ombros talvez ser temido não seja tão bom assim, me sento na ponta mais distante da mesa onde a louça está empilhada e suja assim ninguém vai se incomodar comigo, suspiro apoiando o rosto nas mãos a cada segundo que passo aqui dentro é como se estivesse mais confuso porque minhas perguntas têm muitas interpretações e é como se uma nova surgisse quando tenho certeza da antiga, eu não sei no que me meti afinal...
- Mais chá? – Ergo o olhar vendo Dormouse... – Você bebeu tudo isso? Estou impressionado mais do que eu.
Ele me empurra uma xícara limpa, Dormouse parece ser o mais novo daqui talvez tenha até a minha idade, ele me encara enquanto segura uma xícara e noto que suas pupilas não são redondas e sim ponteiros, cada uma apontando uma direção, ele sorri mostrando dois dentes um pouco maiores que os outros e separados.
- O que foi? – Resmungo. – Pode me informar as horas?
- O Tempo é doido, meu senhor. – Dormouse apoia o rosto nas mãos. – Sabe a Chapeleira uma vez se irritou com ele e enfiou uma faca de manteiga no seu nariz. – Ele ergue a ponta do nariz com o dedo. – O Dormidongo viu tudo, viu o sangue que escorreu dele que na verdade eram horas perdidas, eram os atrasos e a insônia, viu sim, viu sim. – Ele consente. – Viu a ferida aberta e ele disse: "sou o pai do tempo e minhas horas se foram" cada segundo é precioso para uma hora, sabia disso?
Consinto e encaro Mikayla que recebe uma coroa de flores de uma garotinha morena, ela sorri e a coloca sobre os cabelos vermelhos se inclinando para pegá-la no colo.
- E então... – Dormouse empurra meu ombro e se senta na minha cadeira. – Elas comiam melado, comiam muito melado e ela disse: "minha filha, você não pode leva-la..." – Ergo as sobrancelhas. – "Não sou rainha ainda o contrato se perdeu!" – Dormouse enfia uma colher de açúcar na boca. – Mas o açúcar está salgado, não está? – Ele enfia sua colher na minha boca, engulo com esforço a massa doce que se forma na minha língua. – Prove meu velho, onde eu estava? Ah sim, ele disse: "você não acertou meu nome perdeu o trono e sua filha esse era o acordo!" – Ele apoia o rosto nas mãos e suspira. – Eu queria saber o final da história, mas comi a última página porque queria digerir cada palavra para aprecia-lo melhor, você também devora livros senhor?
Tiro a colher da boca e respiro fundo, Rumpelstiltskin... Eu me lembro dessa história: a moça que tinha que fiar palha em ouro para se tornar rainha chorou até que um ser desprezível a encontrou, ele a fez prometer várias coisas até que não tivesse nada então pediu o primogênito quando a mesma fosse rainha e para não ter que entregar o filho ela teria que descobrir seu nome, assim como precisamos saber o nome de nosso reflexo para que ele se vá... Me levanto assustando Dormouse que recua e grita me sento novamente e apoio as mãos na mesa.
- A história. – Ele inclina seu rosto. – Ela termina quando a rainha escuta o anão cantando na floresta: "hoje a alegria é minha, meu é o filho da rainha e ninguém sabe além de mim que sou Rumpelstiltskin" a rainha escuta isso e adivinha o nome dele, ele devolve o bebê e morre.
- Não, meu senhor! – Ele balança seus cachos castanhos. – Ela não acertou o seu nome e ela ficou com o bebê, ela disse: "eu sou a verdadeira e você a falsa, esse filho é meu por direito", mas o bebê morreu sem a mãe porque o filho era dela e não da outra.
Ratinho esperto, sorrio e enfio a colher no chá o mexendo, Dormouse encara o líquido com vontade.
- Saliva de dragão é valiosa, meu senhor. – Ele puxa a xícara e a bebe. – Faz bem para o juízo.
- Você precisa muito dela então, mas obrigado. – Me levanto dessa vez sem assustá-lo e corro de volta para o palácio.
Essa memória pode acabar a qualquer segundo ou durar mais um pouco, talvez se eu sair do curso algo pode mudar como da outra vez... Caminho pelos corredores a esmo aparentemente nada mudou paro e suspiro, talvez ele esteja tomando o cuidado para que eu não consiga algo a mais novamente volto a andar olhando em volta agora estou em uma das torres sei disso porque a vista abaixo é a do jardim onde eu estava a pouco tempo, consigo ver a mesa e Copas que agora não está mais no cavalo e sim no chão com as crianças, suspiro e me viro para descer novamente quando um sussurro arranha meus ouvidos:
- Aqui... – Procuro a voz e vejo uma porta no final do corredor, caminho devagar até ela. – Venha brincar conosco...
Paro em frente a porta e me agacho, sou grande demais para entrar... Apoio o rosto na madeira mofada e prendo a respiração.
- Nós sabemos quem é você pode entrar.
Escuto a tranca da porta ser levantada e me afasto a porta é aberta e uma nuvem de fumaça escura sobe, tusso e fico de quatro engatinhando para dentro do quartinho minúsculo, me sinto sufocado aqui... Quando minhas pernas terminam de passar pela portinha ela se fecha e escuto risadinhas.
- Ele é como as ostras! – Escuto passos próximos, mas está um breu aqui dentro. – Mas ele é poderoso, não podemos fazer nada.
Uma chama dança em frente aos meus olhos e posso ver as crianças que me encaram, Hamnet... Meu estomago revira ao ver a outra coisa grudada a ele pelo ombro é uma garota com olhos brancos e cabelos negros, o inverso do irmão, eles devem ter por volta de 15 anos, mas são pequenos como bonecas talvez a poção para diminuir seja usada para outro propósito. Agora os olhos negros de Hamnet não são tão demoníacos quanto os que já vi um dia, franzo as sobrancelhas, nunca soube porque os chamam de parasitas.
- Ei você poderia nos ajudar dragão, pegue o rodatnemua para nós.
- O quê...? – Franzo as sobrancelhas e me abaixo para perto deles. – Eu não sei o que é isso...
- Algo que nos aumente... – Eles sorriem. – Se voltarmos ao nosso tamanho normal podemos nos separar e servir ao senhor, mestre.
Isso parece suspeito, apoio o rosto nas mãos e sorrio, os dois parecem desconcertados a menina alisa sua meia saia enquanto Hamnet coça os cabelos.
- E vocês podem me ajudar com o que?
- Podemos ir ao outro lado quando bem entendemos. – Eles arregalam os olhos. – Não precisamos de chaves da Coelha nem de sacrifícios, nós temos o poder de entrar aonde queremos, menos quando estamos nessa forma.
- E como fazem isso? – Sussurro.
- Não sabemos, mas é algo muito útil senhor, porém a Rainha tem medo de nossos poderes, por isso nos prende aqui ela só confia no Gato.
- Eu entendo...
- Cuidado com o anjo. – Ergo as sobrancelhas. – Ele não é daqui... Ele não é confiável, ele é perigoso.
- Eu desconfio... – Tento me sentar, mas bato no teto eu sou pequeno isso não deveria acontecer. – Eu vou procurar o seu rodatnemua, prometo voltar quando despistar a rainha.
- Não esquecemos uma promessa... – Eles apertam os olhos.
- Não se preocupe, confiem em mim.
Eles consentem e abrem a portinha para que eu engatinhe para fora, me sento e respiro me espreguiçando e é então que noto eles me olhando da porta.
- Por que não saem? – Sussurro olhando em volta.
- Não conseguimos... – Eles olham para fora. – Há maldições nos prendendo aqui e estamos fracos para sair.
- Certo... – Me levanto e olho para eles. – Até depois... Um momento eu não sei o nome de vocês.
- Tweedle Dee e Tweedle Dum, Hamnet e Judith...
Consinto e caminho sem olhar para trás dessa vez não carrego peso na consciência pela promessa é uma memória eu não posso alterar nada aqui nela vivido, se eles acreditaram em mim é porque são tolos sorrio e cruzo os braços atrás da cabeça, ao menos agora eu sei o que é um parasita ou um pouco do que são. Escuto passos apressados no corredor e me viro para trás, demoro a entender a cena: quem vem correndo em minha direção é um garotinho pequeno e ruivo, me agacho e o encaro. Áster para de correr e arregala os olhos fazendo uma reverência sorrio e afago seus cabelos, que fofo...
Ele continua a me encarar com seus olhos vermelhos arregalados como um coelho assustado, me levanto e sigo meu caminho o deixando para trás. Isso foi algo agradável da parte do Jaguadarte, mas ainda me machuca...
Suspiro e desço as escadarias grandes sem ouvir passos apressados nem sussurros estranhos e essa calmaria toda está começando a me assustar, afinal agora não sei se ainda permaneço na mesma memória ou não, mas só vou saber isso quando descer esses degraus e ver o que Jaguadarte me reserva.
XXX
Hey yo! Olar pessoas lindas que não desistiram dessa história <3 estou por aqui pra anunciar meu hiato de férias, como vou viajar vou acabar ficando um pouco sumida ;w; provavelmente eu volto a postar em janeiro ;3; Peço ao papai noel que leve meu bloqueio criativo embora e é isso aí, amo vcs <3
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