trinta e três.

REGULUS E LILY estavam de volta.
Friday poderia gritar a plenos pulmões o quanto sentia a falta do melhor amigo, mas se conteu a simplesmente abraça-lo e cair em lágrimas.
Apenas um deles estava em perigo, logo todos estariam em casa.

Dentre esse período de tempo Sirius e Dunequim haviam aprendido a descontar a raiva do mundo nas incontáveis noites de pesquisa e trabalho. Mas agora que a outra dupla de bruxos se saira bem na missão que lhes havia sido imposta, sentiam-se em um caminho promissor.
Um passo mais perto da queda de Voldemort.

Regulus parecia esforçar-se ao máximo para não se perder nos detalhes, mas frequentemente Lily precisa para-lo e começar uma nova explicação sobre as semanas que tinham passado viajando, até que encontrassem a caverna premiada.

Pareciam estar perdidos em certo ponto, mas o material encontrado por Sirius e Friday, James também havia contribuído, realmente os ajudara.
Monstro então, havia aparatado com eles até uma caverna em meio ao mar. 

Regulus quase tinha sido levado por Inferis, já fraco por ter dado seu sangue ao entrar, que cercavam a pequena rocha em meio a água que continha o medalhão, escondido em veneno, tentando impedir Lily de pegar água para si mesma.

Havia dado certo, a horcrux havia sido queimada com fogo maldito. E os dois estavam ali, vivos.

Durante a tarde toda, uma festa se instalara na mansão Potter, uma festa completamente inesperada e desastrosa em meio a guerra. Mas ainda sim uma festa.

— Nós precisamos determinar algo importantíssimo. — Friday resmungou, observando que só restava ela e seus amigos na sala, rodeados por bebidas abertas. Dá última vez que ficara perto de tantas bebidas seu pé não havia acabado bem.

James abriu um do olhos, enquanto o outro permanecia fechado por baixo do óculos prateado, aparentemente relaxando na cadeira de balanço antigamente ocupada por seu pai.

— O que?

— A divisão de quartos. Porque enquanto Regulus e Lily estavam fora eu fiquei com o quarto do terceiro corredor. Mas agora a conta não bate.  — Dunequim explicou, sem olhar para James.

— Bem, temos três quartos. O de James e o que Sirius divide com Remus. O outro está vazio. — Lily constatou, seus cabelos ruivos bagunçados no chão, enquanto observava Edgar Bones dormir calmamente, após algumas doses de uísque.

— O que significa que teremos duas duplas e alguém sozinho.

— Algum de vocês dorme com o Moddy, a conta fecha. — Sirius disparou, encolhendo-se na poltrona.

Regulus, Lily e Friday se entreolharam.

— Regulus e você podem dormir juntos. Eu e Lily já dividimos um quarto antes, agora não deve ser muito difícil.

— Absolutamente não. Eu amo meu irmão, mas não.

— Porque não? — Regulus pareceu incrédulo. Havia desisto do último ano de Hogwarts para ajudá-los e Sirius não queria dormir com ele? Mas que belo irmão.

— Ah... — Sirius juntou as mãos — Bom...

— Fala logo! — o de óculos apressou, olhando bem para a cara avermelhada do melhor amigo.

— Eu não consigo dormir com alguém que não seja o Remus! Poxa, eu estou com saudades!

Friday fechou os olhos, mergulhando o rostos nas mãos, por segundos o escuro foi o necessário, mas quando voltou seu rosto para os amigos todos a encaravam com exatamente o mesmo rosto.

— Certo. Sirius sozinho, eu sozinho. Sobram os três. Regulus, Dunequim e Lily dormem juntos.

Regulus torceu o nariz ai ouvir James, olhando para a melhor amiga como quem estivesse prestes a gritar.

— Alguma objeção? — Potter perguntou, como um juiz entediado em meio ao tribunal mais idiota que já tinha visto.

— A Friday ronca e três pessoas numa cama é demais...

— Eu tenho desvio de septo!

— E eu me recuso a dormir na mesma cama que ele. — Evans apontou com cuidado para James, tão entretido com seu jornal que nem pareceu notar.

— James também tem desvio de septo! — a cabeça de Sirius pareceu brilhar como uma lâmpada — Eu sei que vocês tem problemas, muito bobos aliás, mas a cama do James é a maior e vocês podem dormir bem separados. Nem vão notar que estão juntos.

Lily e Regulus olharam para Friday como cachorros pidões, procurando um osso para brincar.

— Depende do Potter. — a loura deu de ombros, a resposta de James era tão óbvia que ao menos precisava se preocupar.

— Tudo bem.

Os olhos azuis saltaram em choque, o coração antes calmo disparou e um meio grito aterrorizado saiu da boca de Friday. James Potter só podia estar de sacanagem com a cara dela.

Tudo naquele quarto cheirava ao familiar aroma de menta suave e vassoura de quadribol, as cortinas avermelhados lembravam Friday de um passado próximo, onde ela não se sentia deslocada ao entrar no quarto bagunçado de James, nem sentia vontade de bater nele quando estavam perto. — na maior parte do tempo não.

Uma caixa de explosivos repousava no pé da cama, e uma mera lembrança invadiu sua mente. O campo de quadribol iluminado por estrelas, a grama suja de lama após um jogo e um rapaz ajoelhado a sua frente.
Ela preferiu imaginar que Potter usaria para explodi-la durante a noite.

James estava deitado no meio da cama, fingindo ler um jornal, que ultimamente vinha sendo o melhor amigo dele, mas seus olhos esmeralda seguiam Friday pelo cômodo, disfarçados pelo óculos inclinado.
Assistiu-a sentar-se na ponta da cama, com um pijama maior que o corpo, e puxar o lençol com delicadeza.

Potter fechou o jornal e o deixou na cômoda, movendo-se para o lado e liberando um espaço grande da cama. Até maior do que ele ocupava agora.

E quando ela deitou aquele calor conhecido o revirou. Aquele calor que o incendiava por inteiro, o ardor que o fazia completo.
O cabelo alvo era sua única visão da mulher, escondida por cobertas e de corpo virado. Antigamente passaria o braço por sua cintura e aconchegaria seu rosto no pescoço cheiroso, o sono chegaria aos poucos e adormeceria na maior plenitude que já havia experimentado.

E o sono realmente veio, mas estavam deitados ali como dois estranhos.

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