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"Culpe minha juventude"

- On my youth, WayV

É domingo e eu chamei a Soph para ir até o parque do centro. Eu cheguei meia hora antes do combinado e agora não conseguia parar quieto, tinha dado oito voltas no parque, que não é muito grande e agora estava sentado com os pés batendo inquetamente no chão de paralelepípedos. Faltavam cinco minutos para a hora combinada.

Hoje eu acordei com uma forte crise de "E se..." e isso me fez tomar uma decisão.

Eu vou me declarar.

E se... Ela disser que não sente o mesmo?
Acontece, as vezes vai ser bom.

E se... Ela não disser nada?
Ótimo assim eu solto uma risada e falo que era brincadeira.

E se... Ela não quiser mais olhar na sua cara?
Se eu receber um não eu acho que não teria muita coragem de olhar pra ela de novo.

E se... Você foder com tudo? Melhor um pássaro na mão do que dois voando.
Eu não quero dois pássaros, eu só... Porra, eu vou focar tudo.

E se... Você chorar por dias e pegar alguma doença por não comer direito?
Só se vive a vida uma vez.

E se...

E se...

E se...

Eu acho que eu estou ficando meio tuque tuque das ideia.

Ela chegou, a cabeleira cacheada ruiva era reconhecível em qualquer canto.

O sorriso que ela carregava assim que o viu tinha o mesmo brilho do que ela lhe ofereceu na primeira vez que ela o viu.

"Amigos para sempre" um juramento antigo deles feito embaixo da mesa de jantar da casa dos Monét enquanto dividiam um pedaço de torta.

Ah, que merda eu tô fazendo?

Sem volta.

- My bear! - sua expressão alegre se suavizou e me analisou com cuidado - Sua voz parecia meio distante no telefone, aconteceu algo?

- Não é... É outra coisa na verdade, eu... - Soph tombou a cabeça para o lado e continuou me olhando como se dissesse pra eu continuar - Eu... Aish, não vou conseguir assim, espera.

E então retirei os óculos, eu não ia conseguir dizer nem metade do que queria se olhasse pra ela como estava, iria parecer mais um monte de sílabas sem sentido de um magrelo com tremedeira, mãos suadas e gaguejante.

Agora as cores estragam em desfoco e não estavam em seus contornos. Olhei para onde antes via minha bruxinha totalmente em foco é vi agora apenas um borrão ruivo e tons de rosa pálido.

- Eu... - eu estou cometendo o maior erro da minha vida - Eu...

- Tae, você tá me assustando, você tá tremendo e...

- Eu gosto de você, mais do que... Mais do amigos.

Eu não a enxergava mais do que borrões, pelo menos ela não tinha saído correndo, mas posso jurar que ela estava com a boca levemente aberta e os olhos piscando devagar.

- É... - eu comecei de novo - Eu sei, mas, eu gosto de você. Porra eu te amo! Desde aquele dia que eu cheguei na escola, desde o dia que você quis treinar seu primeiro beijo, desde esse tempo todo eu te amo, eu gosto de você e não vou pedir pra que goste de mim de volta, eu te conheço e bem, você não é nem um pouco sonsa, então deve já ter notado tudo que estou falando agora. - senti lágrimas pinicando minhas bochechas, mas não deixei a voz falhar - Eu te amo, e sei que você me ama também e também sei que não vai ser na mesma intensidade que o meu amor por você, bruxinha, mas eu precisava te dizer de qualquer modo. Acho que amigos... - peguei o óculos novamente e o coloquei sobre os olhos me virando para ir embora, me recusando a ver o rosto da minha pequena Sophia Monét - Amigos não deveriam estar se sentindo assim, eu simplesmente cansei de fingir que eu não sinto mais nada além disso por você. - as últimas palavras escaparam sem nem sequer eu pensar mais sobre - Então vamos por um fim nisso.

E assim eu saí andando de volta para casa com as mãos na nuca e lábios apertados tentando segurar o choro e lutando para a visão não embaçar.

Sophia não me seguiu.

Sophia não falou nada.

Sophia não me impediu.

E se...

É... Eu acho que já tinha a minha resposta.

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