O cheiro de sal me inebria com memórias do meu lar, da minha infância. Lembro melancólica da criança que fui e de quando tudo me parecia perfeito e nada era considerado impossível. Não existiam barreiras intransponíveis nem regras inquebráveis.

Minha gana por explorar o mundo me fez parar em um local totalmente diferente. No entanto, as maravilhas que essas terras oferecem, não são para mim. Agora aqui me encontro, longe da minha família, dos meus amigos, da minha cultura e da minha crença.

Vivo entre quatro paredes que lembram muito o meu lar, mas que não fazem jus a imensidão e diversidade dos oceanos. Em minha cela particular, vejo todos os dias uma imensidão de rostos. Cercada por desconhecidos, tudo me é estranho.

O meu maior erro foi deixar a inocência superar a razão. Quando me permiti me deixar levar por sonhos, fui destruída junto com eles. Afasto meus pensamentos do passado, de uma liberdade há muito perdida.