A jóia mais preciosa de um mafioso
-> Avisem se encontrarem algum erro, por favor!
————————————————————————-
— Jungkook... Deveríamos ir embora. Está atrasado para o jantar. — Disse o motorista idoso em uniformes impecáveis e negros. O velho Watari havia transportado e cuidado de muitos Jeon's ao longo de sua vida. Nem todo o cheiro de couro dos bancos caros poderia tirar o cheiro de cigarro que tinha naquele carro luxuoso.
O jovem rapaz em terno de marca devidamente elegante tragou um cigarro com essência de menta em seguida soltou a fumaça de seus pulmões. Trajava terno caro e polido de alguma marca inacessível a miseráveis. Sua pele alva com pequenas pintas entrava em contraste com as vestes negras. Umedeceu os lábios rosados e soltou o ar pausadamente. Os olhos negros estavam fixos em um jovem.
Do outro lado da rua o jovem de cabelos róseos sorria para uma cliente idosa. Sua loja de flores era modesta. Jungkook preferia dizer que era modesta, para não dizer o quão miserável era. A pintura estava desbotada e o letreiro de algo como madeira e tinta estava manchado acusando "Madame Rosê". Lá dentro as flores que ele cultivava eram as mais lindas daquela cidade. Sua mãe sempre buscava flores por ali. O jovem sorriu carinhosamente ao reparar mais nele.
Sasuke achava curioso que ele sempre estivesse de calça jeans de lavagem clara e uma blusa branca simples. O jovem supôs que o padrão de vestimenta dele era excêntrico e proposital. Pelo seu belo rosto... supôs que ele possuía uns 23 ou 24 anos de idade. Mesmo que a diferença de nascimento entre eles fosse pouca, sentia-se velho, inapropriado demais, sujo demais para um homem como ele. Ele tragou mais uma vez o seu cigarro.
O jovem Jungkook, havia acendido como regente da máfia histórica de sua família quando tinha 16 anos. Os códigos das máfias eram outros, outras condutas. Com 18 fez o seu primeiro acerto de contas, eram podres de ricos não por venderem para miseráveis como o pai do florista ao outro lado da rua, e sim para jovens podres de ricos a frente de empresas, elites, produtos para bailes de gala e festas exclusivas da tão nojenta "elite". Desde que nasceu, sabia estar condenado a aquela podridão. Matar a sangue frio, disputar por empresas e aumentar seu império sujo, a própria noção de justiça e códigos de máfia. Era um Jeon, estava em seu sangue. Não trairia a criação de sua família ou a si próprio... O seu sangue. Sua maldição.
A primeira vez que Jungkook se encantou pelo florista foi quando deveria executar nas costas de um pub um traidor de sua família. O garoto foi até a viela suja cheia de viciados para salvar o próprio pai. Dentre todos os dependentes execráveis e em lastimável situação ali estava ele... Distribuindo sanduíches feitos à mão, sucos e frutas aos indesejáveis e buscando seu pai. Jeon se lembrava de ter se enfurecido com o pai do garoto em sua própria mente.
Como era possível que ele preferisse a "merda" das drogas do que aquele anjo? Jimin era muito bonito, muito bonito. Tinha um rosto inocente, angelical. Lábios muito cheios e avermelhados, olhos verdes... De um verde que Jeon nunca viu, mas o que os deixavam tão peculiares, eram as lágrimas de pura compaixão. Quando se crescia em uma máfia como a Valenza todos os tipos de educação deveriam ser concedidos. Finanças, economia, psicologia... Entre outras inúmeras.
Era fácil para o jovem identificar as reais intenções de uma pessoa. Em seus 26 anos havia encontrado com poucas pessoas como ele. O garoto passou pelo seu carro e sequer o percebeu naquela noite fria, mas ele gravara em sua mente o cheiro sublime de lavanda. Ainda se sentia traído pelo destino, se sentia um tolo porque não sabia qual das coisas o chamaram a atenção nele primeiro, os cabelos ondulados como cascatas com aquela cor peculiar, o ato de bondade, a cor sublime da boca e dos olhos, o corpo delicado e esbelto... Jungkook sorriu. Naquele dia ele teve de matar Calleb Ricci, filho de um milionário podre de rico do ramo imobiliário.
O Velho Ricci havia desistido do garoto, e este havia parado na sarjeta consumido pelas drogas. Seguindo os códigos da máfia, Jeon teve de executá-lo. Era mais um para a sua lista terrível. Geralmente era misericordioso, mas se o menino não morresse por suas mãos, com certeza morreria por uma overdose. Pensou que depois daquela noite jamais fosse ver o menino de cabelos rosados novamente até ter que levar sua mãe, Mikoto para comprar suas flores favoritas e ali, naquela lojinha medíocre da Taketomi St. ele o encontrou. Não desceu do carro aquele dia, apenas reconheceu o menino.
Agora, naquela noite fria de quinta-feira ele o observava a tratar bem uma idosa gordinha interessada em suas flores, era impossível que qualquer cliente não sorrisse quando ele sorria. Jimin fazia arranjos em buquês sempre da mesma forma, sempre na mesma ordem. Primeiro as embalagens, depois as fitas. A cliente saiu satisfeita de lá com o garoto acenando para ela. Ele encarou toda a rua levemente movimentada e sequer o notou. Ele entrou para a sua lojinha logo fechando as portas da mesma. A jovem provavelmente morava nos fundos. Alguns segundos mais e as luzes se apagaram. Jeon sorriu.
— Giusto (Certo) Watari. Andiamo. — Sua voz de timbre grosso e rouco saiu sucinta. O motorista sorriu. Sempre que voltava de algum compromisso do centro de Konoha passava pela rua do florista. Algumas vezes tarde demais, então não podia vê-lo, mas sim o seu pai recebendo drogas de alguns pé rapados da Tramonto. Uma pequena máfia rival que não chegava a grandeza de sua Valenza.
Descobriu que seu nome era Jimin porque sua mãe perguntou o nome dele ao entrar na floricultura. O que mais o prendia em Jimin era o quão doce ele era. Era visivelmente carinhoso, atento, divertido... Esbanjava facilidade em estabelecer conexões pois nada em sua vida parecia ser tão podrido e cruel como era na dele. Apesar de seu pai nunca agredi-lo, sempre cresceu sob sua pressão para honrar a Valenza. Era uma honra para os Jeon perpetuar o poder de sua família. Ver Jimin por alguns minutos do dia e imaginar como seria a vida ao seu lado... Aquecia seu coração de pedra.
O carro seguiu até as ruas de mansões luxuosas, sua casa agora era há dez quadras da dos pais e quinze da do irmão. Com o dinheiro da Valenza cada um podia dar seguimento a negócios próprios, Jungkook escolheu a produção de vinhos e whiskies que vendiam muito bem além de ter ações majoritárias em muitas outras multinacionais. Além do dinheiro mafioso, possuía o dinheiro limpo de suas empresas. Os Jeon eram poderosos no mundo todo. Jungkook se contentava em apenas encarar Jimin e desejar todo o seu bem, proteção e preservação de sua bondade... Sentia-se impuro demais para contaminá-la com alguém como ele. Sujo, podrido. Sua face bonita se retorceu em nojo com a sua avaliação sobre si. Jogou o resto do cigarro no chão e encarou a enorme casa de luzes amareladas dos pais.
— Buona Notte Watari! — Disse Jeon roucamente. Ele deixou para trás o velho senhor que entrava pela área de funcionários com um sorriso. Konoha era uma cidade ao noroeste do Japão cheia de imigrantes italianos e irlandeses. Seu pai era um italiano criado em Konoha e sua mãe uma japonesa-coreana nata. Jungkook se parecia mais com o pai.
Entrou na casa cheia de tulipas, sua mãe as espalhava pela casa toda. Sorriu fracamente ao se lembrar que a doçura de Jimin estava esparramada pela casa. Andou pelo piso de mármore polido até chegar em uma enorme mesa de madeira polida com arranjos florais e candelabros. Seu pai estava sentado ali com seu irmão e alguns outros integrantes da Valenza. Namjoon sorriu ao ver o caçula. Todos os integrantes se dirigiam primeiro a Namjoon, mas Jungkook e Taehyung beijavam primeiro a mão da mãe, em seguida a sua bochecha e aquilo deixava seu pai orgulhoso por mais que ele não falasse.
Em seguida Jungkook beijou a mão do pai e lhe deu um abraço.
— Buona Notte, pai. — Disse o garoto antes de se sentar, ele encarou o irmão e ambos sorriram um para o outro com um aceno de cabeça.
— Seu irmão estava falando sobre nos apresentar alguém, Jungkook. Não nos apresentará uma moça? — perguntou Mikoto alegre enquanto servia um assado no prato do filho.
— Não tenho saco para flertes mãe. Estou bem sozinho. — Disse levemente exausto pelo dia cheio de trabalhos. Mikoto acariciou seu rosto, sempre o achava magro demais por mais definido que Jeon fosse.
— Hn. — Ela fez um biquinho. Mal sabia Jungkook que Mikoto pensara no jovem florista como namorado para o filho.
Naquela noite comeram bem, conversaram sobre coisas comuns e banais e depois Jungkook se dirigiu até a sua residência para descansar.
X
O dia havia sido cheio na empresa de produção de bebidas, gastou boa parte da manhã realizando preenchimento de documentos e usando programas operacionais para gerir seu negócio. Saindo de lá pelo fim da tarde Jeon se reuniu com uns subordinados da Valenza para discutir sobre seu domínio em todo o país. Naquela sexta-feira iriam para a casa de seu pai para comemorar bebendo whisky e jogando pôker como faziam toda noite de sexta. Jungkook entrou no carro e acendeu um cigarro enquanto suspirava.
— Jungkook-sama, Buona Notte. Devemos passar pela Taketomi St? -Questionou Watari captando a atenção de Jeon. O dia havia sido tão cheio que ele se esqueceu do novo hobbie. Sorriu minimamente.
— Claro. — Disse por fim dando o veredicto. Passaram pelas ruas envoltas por uma fraca neblina, as luzes amareladas dos postes se dispersava pela névoa fraquinha, as ruas estavam levemente movimentadas. A rua Taketomi era movimentada e extensa, era de paralelepípedo, mas era uma das mais marginalizadas de Konoha. Passaram pela lojinha do florista, mas ela estava fechada. Watari parou o carro e Jeon soltou a fumaça do cigarro. Pediria para Watari tocar o carro mas algo lhe chamou a atenção, a luz da loja estava acesa. Encarou ao redor da rua vendo motos comumente usadas pelos marginais da Tramonto. Estavam próximos a loja do garoto.
— Watari... Chame os subordinados da Valenza! Os quero aqui em menos tempo possível! — Disse o Jeon saindo tranquilamente do carro. O vento gelado soprou seu sobretudo caro.
Jungkook apertou suas pálpebras devido ao vento em sua face, ele puxou mais uma vez a substância química do cigarro em seguida o jogou no chão. Retirou da cintura uma arma handgun sofisticada. Escutava um choro abafado e doce, a reação de Jeon foi arregalar os olhos. Procurou as portas dos fundos da loja e encontrou uma portinha, ao entrar por ela saiu pela parte interna do balcão da floricultura. Um disparo foi realizado e as flores estavam jogadas no chão. O garoto dos cabelos róseos estava sendo segurado por dois homens enquanto um havia acabado de disparar contra um velho no chão.
O braço do velho estava todo inflamado por diversas aplicações de heroína, sua boca espumava e seu olhar era fixo no nada. Aquele corpo estava tendo uma overdose antes do disparo certeiro na testa acabar com a sua vida. O garoto segurado pelos braços chorava desesperado, gritava e se debatia enquanto os homens que p seguravam riam.
— Acho que tem uma boa forma de pagar a gente pela droga do seu pai, querido! — Dizia um homem com dentes escuros roçando o rosto do garoto que estava tão desolado que mal notara o que estava prestes a lhe ocorrer. Aquilo causou ojeriza no Jeon. Sem pensar muito ele atirou no homem de dentes podres que estava prestes a tocar intimamente o menino frágil. A atenção dos dois outros homens foram para Jungkook. Ele estava irado, sua expressão era raivosa. Os outros dois homens o reconheceram de imediato e antes que pudessem revidar foram cercados por mafiosos da Valenza.
— É nosso direito cobrar o prejuízo do patrão! — Disse um homem magro e esguio de olhos claros e barba por fazer. Jungkook se controlava para não esmurrar a sua cara.
— O garota é minha propriedade e se seu chefe o quiser terá que passar por cima de mim e toda a Valenza, agora se não quer morrer como o seu amigo, SUMA DAQUI! — Urrou de uma forma desequilibrada que fazia qualquer um temer. O outro homem que segurava o menina o jogou com força no chão e ele engatinhou até o próprio pai tremendo. Jimin o segurou em seus braços sujando-se de sangue.
— Meu Deus, por quê? -Gritava o menino com tanta dor que dilacerou o coração de Jungkook. Ele se agachou ao lado dele. Jimin chorava inconsolavelmente.
— Jimin... Ele se foi. — Disse por fim sem captar a atenção dele. Ele estava em choque. Jeon suspirou e com uma delicadeza sem precedentes o puxou pelo braço. Só assim Jimin o encarou. — Ele se foi. — repetiu o olhando nos olhos. Ele segurava seu rosto angelical entre suas mãos.
Ele era linda mesmo chorando, mesmo com nariz vermelho e escorrendo água.
— Ele descansou. — o chamou a razão. Ele sabia o quanto Jimin se esforçava a cuidar do pai.
Mas ele o trouxe para razão ao fazê-lo perceber que nada que ele fizesse poderia salvar o próprio pai se ele não quisesse ser salvo. Que viver aquela vida miserável de vício e ver o filho dele sofrendo era a pior coisa.
— Você tentou, meu anjo. — Disse enxugando uma de suas lágrimas. Ele o puxou delicadamente para os seus braços e Jimin se encolheu neles permitindo-se chorar. Ele abraçou o rapaz chorando inconsolavelmente surpreendendo-o. Jungkook pôde aspirar de perto o cheiro de lavanda dos cabelos róseos. O abraçava e o embalava com seu corpo colado ao seu como se pudesse curar todas as suas dores. Ele parecia ter sido feita para ficar em seus braços.
Sentia sua podridão ser desinfetada com a doçura e pureza dele. Estava feito e não tinha volta, Tramonto jamais deixaria Jimin em paz. Nem os inimigos da Valenza pois Jimin, o doce florista era a coisa mais preciosa para o jovem mafioso.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top