one more night;

Virei-me em direção ao grito. Meus olhos arderam com a luz em meu rosto, mas assim que se adaptaram, forcei a vista. Estávamos cercados por viaturas da polícia. Um homem baixo e gorducho apontava a arma para Justin. Meu coração pulou uma batida e eu engolia em seco sentindo minhas mãos suarem. Eles estavam ali para matarem Justin, e não prendê-lo.

— Abaixa a arma, bonitinho. – o homem riu cinicamente. Os lábios de Justin se contraíram em uma linha dura. Ele estava procurando alguma saída. Ele não ia abaixar a arma e eles atirariam. Meu coração saiu pela boca.

— Não vai rolar. – murmurou. Sua voz estava rouca e áspera. Ele ainda estava buscando alternativas.

O homem destravou a arma. Ele ia atirar. Meus dedos deslizaram pela sua mão e roubaram a arma. Eu não podia deixar Justin morrer. O som estridente do tiro ressoou em meus ouvidos. Não consegui enxergar, mas vi um corpo caindo ao chão. Eu acertei alguém.

Bieber puxou a arma da cintura e começou a atirar. Atirei novamente para, o que quer que estivesse à minha frente. Mais corpos foram ao chão. O cheiro de sangue fresco atingiu minhas narinas. Não podia me abalar agora. Justin atirou novamente. Seu braço foi para trás com um grunhido de dor saindo de sua boca. Ele foi baleado no braço. Droga! Droga! Mil vezes droga!

Atirei para qualquer lugar e corri em sua direção. Envolvi seus braços ao redor do meu ombro e o ajudei a levantar. Ele levantou cambaleante e pegou a pistola da minha mão. Ouvi sons de tiro, mas não paro para olhar se são de Justin ou deles.

Sons de corpos caindo ao chão, seguidos de vários tiros me fizeram travar o corpo para olhar. Minha mãe estava com uma arma no chão atirando contra o último homem em pé.

— Vocês estão bem? – sua expressão é severa. Assenti puxando o braço de Justin para mais perto de mim. Seus olhos se suavizaram. Ela inclinou a cabeça para algo atrás de mim. Sua expressão ficou apreensiva. — Temos que sair daqui. Agora. – meneio a cabeça começando a andar mais depressa com Justin. Seu peso se alivia de meu corpo, minha mãe estava ajudando do outro lado.

— O que você faz aqui? – Justin perguntou com dificuldade arqueando uma sobrancelha. Ela olhou para um ponto fixo em sua frente enquanto caminhava.

— Michael descobriu que eu voltei e mandou alguns homens me matarem. Eu vim avisar a você, soube que estaria aqui e, por acaso, cheguei bem na hora que escutei uma garota avisando aos policiais que Justin estava aqui. Tive que ficar para ajudar. – eu sabia que ela devia estar nervosa, por isso, eu senti que deveria abraçá-la ou confortá-la, mas resolvi ficar na minha. Ainda estava confusa com a sua volta repentina.

Uma SUV parou em nossa frente. Os faróis acessos em meu rosto fizeram meus olhos arderem. Pisquei algumas vezes para me acostumar e vi três pessoas saírem do carro. Pela silhueta eram homens. Meu coração palpitou. Seria Michael? Ainda não gostava de chamá-lo de pai. As três pessoas saíram da escuridão. Jeremy, Michael e um segurança. Ouvi minha mãe suspirar, mas não me atrevi a olhá-la.

— A vadia voltou para a cidade. Quem diria. Eu tinha ouvido alguns boatos, mas tinha que ver com meus próprios olhos. – Michael riu sem humor se aproximando de minha mãe. Justin segurou minha mão. Ele sabia que eu queria bater nele.

Os dois trocaram olhares. Ambos tinham raiva e indiferença, mas, no fundo, uma pitada de ressentimento. Fiquei enjoada com a ideia dos dois voltarem. Não passei noites chorando pelos gritos de minha mãe para voltarmos à estaca zero.

— Não voltei por você. – foi fria. Michael deu alguns passos para trás. Seus lábios se curvaram em um sorriso debochado. Ele olhou para mim e Justin e se aproximou de nós.

— Voltou por essa vagabunda? Sabia que ela está gostando desse marginal? – seus olhos me fitaram com desprezo. Senti meu estômago embrulhar e uma vontade de socá-lo me atingiu. Soltei minha mão da de Justin.

— Que eu saiba você também é um marginal. Pelo menos ele é agradável depois que o conhece. – fui seca. Meu tom me deu calafrios. Eu realmente o odiava com todas as minhas forças.

Michael olhou para mim com raiva. Sua mão se levantou, sabia que ele ia me bater. Justin tentou puxar meu corpo para perto dele, mas foi puxado por Jeremy.

Fechei os olhos esperando pelo tapa, mas, assim que ouvi um barulho de estalo, abri os olhos. Ele havia batido na minha mãe e não em mim. Ela estava com a mão no lugar onde foi acertada. Michael puxou seu cabelo para trás. Não consegui me aguentar, isso não iria se repetir. Joguei-me contra o corpo de Michael e acertei vários tapas em seu rosto. Braços me puxaram de cima dele. Arranhei o mais forte possível o rosto de Michael e chutei quem estava atrás de mim. O chute acertou sua perna. Olhei para trás e vi que era Vinnie tentando me puxar para longe do meu genitor.

O segurança estava morto no chão e Jeremy com a perna sangrando perto do carro. Zayn e Drew estavam atirando em algo à nossa frente. Forcei minha vista para poder ver carros com seguranças atirando em nossa direção. Carros pretos atrás de Drew chegaram e começaram a atirar. Aproximei-me de Justin e olhei seu braço. Não queria olhar em seus olhos.

— Tudo bem com seu braço? – indaguei. Ele olhou para mim arqueando uma sobrancelha.

— Eu que deveria perguntar se você está bem. – respondeu colocando sua mão sobre sua ferida. — Você está bem? – seu tom preocupado me fez olhá-lo. Nossos olhares se encontraram. Sinto-me mais calma e relaxada.

— Sim. Estou. Eu só precisava fazer aquilo. – sorri de canto. Drew se aproximou acompanhado de Vinnie. Lembrei que, na hora da raiva, acabei o chutando.

— Temos que ir agora. Eles são muitos. – Vinnie disse e Justin assentiu a contragosto. — O que fazemos com eles? – apontou para Michael e Jeremy. Os dois já haviam se levantado, estavam com as mãos para cima. O rosto de Michael sangrava.

— Levem eles apenas para longe daqui. Não quero que as pessoas que estão lá dentro saibam o que aconteceu aqui fora. – disse indo em direção a um dos carros que estavam estacionados ali. Eu sabia que Justin não mataria o seu próprio pai.

— Desculpa pelo chute Vinnie. – desculpei-me rapidamente.

— Que nada. Nem está doendo. – sorriu descontraído e eu abri um sorriso de canto.

— Ué. Não era você que estava reclamando de dor há cinco minutos? – quis saber Drew.

— Cala boca! – Vinnie o repreendeu empurrando-o e o moreno riu.

— Vocês viram minha mãe? – mudei de assunto olhando ao meu redor. Ela não estava por perto.

— Ela está dentro daquele carro ali. – responderam em uníssono apontando para o carro a minha direita. Afastei-me dos dois e fui em direção ao carro. Eu precisava saber se ela estava bem. Abri a porta do passageiro e entrei. Seus olhos fitavam o volante.

— Desculpa filha. – ela me abraçou. Correspondi ao ato e fechei os olhos.

Pensei em algo para dizer e confortá-la, mas nada me veio à mente. Se falasse que ficaria tudo bem, mentiria. Nunca ficaria tudo bem, mas não queria deixá-la nesse estado. Eu não sabia o que dizer, por isso, continuei a abraçando.

— Você deve estar decepcionada por eu estar com o Justin. – deixei a frase escapar de minha boca. Minha mãe se desvencilhou de mim e encarou-me em silêncio.

— Minha filha, eu não estou decepcionada. Muito pelo contrário, estou feliz em saber que meu bebê encontrou uma pessoa para fazer tudo aquilo que eu não pude fazer nesses últimos anos. – fez carinho no meu rosto.

— E o que Justin faz que você não fez por mim?

— Te dá amor. – sorriu sem mostrar os dentes me deixando sem palavras. — Sei que no começo vocês não se deram bem, mas agora vocês estão. Justin te trata bem e te protege. Eu queria ter feito isso por você, mas resolvi fugir do seu pai...

— Mãe, esquece isso, já passou. Mas, agora... Como a senhora sabe que o Justin é o melhor pra mim? – me segurei para que as lágrimas em meus olhos não caíssem.

— Eu sou sua mãe e sei o que é melhor para a minha filha. – sorriu mostrando que aquilo era o óbvio. — Se Justin não fosse bom, eu já teria percebido.

— Mas às vezes é tão difícil lidar com ele... – olhei para baixo e suspirei pesado.

— Assim como também é difícil lidar com você, Hanna. – olhei para ela e comecei a prestar realmente atenção em tudo o que ela dizia. — Filha, você ainda não percebeu que você e Justin são exatamente iguais? Impossível vocês não se darem bem como diz.

— Mãe, mas eu tenho medo de me machucar... – murmurei limpando uma lágrima teimosa que havia caído em minha bochecha.

— Hanna, o Justin tem esse jeito meio frio mas, quem sabe, você não possa mudá-lo? Às vezes demonstramos ser fortes e que não precisamos de ninguém, mas, no fundo, precisamos de alguém ao nosso lado, pois somos indefesos... – eu sabia que ela se referia a ela mesma.

— Mãe, promete que não vai mais embora? – coloquei minha cabeça em seu ombro.

— Nunca mais. – respondeu num murmúrio afagando minha cabeça. Um silêncio se formou entre nós, até que ela resolveu quebrar. — Acho melhor você ir falar com ele. – retirei minha cabeça de seu ombro e a encarei.

— Mãe, eu... – minha mãe me interrompeu de imediato.

— Eu vou ficar bem. Vai lá. – sorriu e eu, relutante, assenti com a cabeça. Abri a porta do carro e saí olhando para minha mãe que estava dentro dele. Ela olhou para mim, acenou e fechou a porta fazendo com que não fosse mais possível a ver.

Aproximei-me do carro em que Justin se encontrava e dei uma leve suspirada, ajeitando o longo vestido que usava. Abri a porta do passageiro e o vi sentado no banco sem camisa tratando do ferimento de seu braço.

— Sinto muito por isso. – me desculpei ao entrar e me sentei ao seu lado.

— Sem problemas. O importante é que você está legal. – o loiro pegou um esparadrapo e o enrolou sem jeito em seu braço.

— Deixa eu te ajudar. – retirei o esparadrapo de seu braço e ele me encarou, porém nada disse.

Peguei um álcool e um algodão que estavam no banco, molhei o algodão e passei no braço de Justin. Ele logo gemeu de dor. O encarei e peguei uma pinça puxando sem cerimônia a bala de seu braço. Bieber mexeu o braço e fez uma cara feia.

— Se acalme Bieber. – fui neutra. Coloquei o pedaço de metal numa gaze e peguei outro pedaço. Enrolei no local ferido de seu braço e reforcei com esparadrapo. — Pronto. Morrer você não vai. – Justin apoiou sua cabeça no banco e ficou olhando fixamente para frente enquanto a boba aqui olhava para ele.

— Você deveria ficar com sua mãe. – o garoto disse sem olhar para mim.

— Já ela, disse ao contrário. – murmurei.

— Vai para casa comigo ou com ela? – olhou para mim. Talvez ele não tenha escutado eu dizer que minha mãe mandou ir com ele.

— Com você. – virei-me para frente e Justin apenas mandou o segurança dar a partida, fazendo com que seguíssemos o caminho em silêncio.

Assim que chegamos em casa, Justin subiu primeiro que eu para o seu quarto sem dizer uma palavra. Era estranho o modo que ele estava agindo depois da festa. Será que eu fiz algo que ele não gostou?

Subi as escadas e fui direto para o meu quarto. Retirei o vestido e o coloquei numa poltrona vermelha. Coloquei um baby doll preto e me joguei na cama logo apagando.

Acordei com uns barulhos estranhos na casa. Virei-me para o lado e abri os olhos para ver o horário no relógio que ficava no criado. Eram exatamente duas e vinte da manhã. Já que haviam me acordado aquela hora, resolvi ir à cozinha beber uma água.

Passei em frente ao quarto de Justin e escutei gemidos em seu quarto – tanto femininos como masculinos. Não acredito que aquele idiota estava transando com uma qualquer enquanto eu dormia!

Desci as escadas e fui até a cozinha. Abri a geladeira, peguei uma garrafa d'água e, na garrafa mesmo, bebi o pouco que havia ali num gole só. Fechei a geladeira e, ao me virar para voltar ao meu quarto, acabei esbarrando com uma pessoa nua parada à minha frente.

— Descansando para a segunda rodada? – ri sem humor passando em sua frente.

— Eu não queria te acordar. Desculpa. – Justin foi neutro.

— Tudo bem. Quem é a garota? – olhei com desdém para o loiro. Tenho que admitir que dei uma breve olhada para o seu pênis, mas tratei de focar logo em seu rosto.

— Hillary. – cruzou os braços e eu neguei com a cabeça.

— Eu não acredito que você a chamou pra cá! – exclamei num tom alto.

— Silêncio. Ela vai acordar. – pediu num tom baixo com o dedo indicador sobre seus lábios.

— Ah, que lindo! A vadia está dormindo! – exclamei fingindo aquilo fofo, mas ironicamente. — Eu tenho nojo de você Justin! Tantas putas e você foi logo chamar a Hillary? Você sabe muito bem que ela é amiga do Shawn! – exclamei alterada.

— Naquele dia da festa, eu não pude ficar com ela por sua causa, Hanna. Só estou aproveitando. E outra, ela e o Shawn não tem nada a ver. No dia da festa eles não vieram juntos, ele veio com outra pessoa e, apenas fingiu ser amigo dela pra você não descobrir o segredinho dele. – deu de ombros.

— Foda-se que você não a pegou na festa! Você não entende que é você que eu amo? – perguntei com a voz falha mas arregalei os olhos ao perceber a merda que eu havia feito. Não acredito que eu disse isso.

Justin se aproximou de mim e me prensou numa parede qualquer. Segurou fortemente em meus ombros, não me deixando sair dali.

— Desencosta de mim, seu nojento! – comecei a dar socos em seu peitoral. Eu não fazia a menor ideia de onde aquelas mãos tocaram Hillary e nem queria imaginar. Eu só queria aquelas mãos longe de mim.

— Eu só vou te soltar quando você explicar o motivo desse ciúme todo que antes você não sentia.

— Eu não te devo porra de explicação nenhuma. Só me solta. – continuei a dar socos nele. Eu não queria ter que encará-lo nos olhos.

— Hanna, eu já disse que não vou te soltar até você me explicar. – encarei Justin e vi que ele sorria sacana. Chutei seu pênis com o joelho e o loiro deu um passo para trás, tapando com as mãos seu órgão.

— Quando você estiver usando roupa, vem falar comigo. Por enquanto vai dar moral para aquela vadia que está na sua cama. – disse antes de subir correndo para o meu quarto. Fechei a porta e sentei-me em frente à mesma.

Fechei os olhos e suspirei. Eu não posso estar apaixonada por ele. Eu não posso estar apaixonada por Justin Bieber.

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