my house, my rules;

— É só um amigo. – revirei os olhos saindo de perto dele.

— Que seja. Eu não quero ver você andando com ele outra vez. – parei de andar no mesmo instante e voltei ao local que Justin estava parado.

— Tá com ciúmes, Bieber? – ri debochada enquanto cruzava os braços.

— Óbvio que não! Mas mulher minha não fica se atirando pra cima de homem nenhum. – fiz uma careta ao escutar aquilo.

— Primeiro que eu faço o que quiser, não importa se eu sou sua mulher ou não, você nunca me mandará. E segundo: vá sonhando que um dia eu serei sua mulher. – neguei com a cabeça e me virei para, novamente, tentar ir para sua casa.

— Você é exatamente igual a sua mãe, Hanna. – senti meu corpo estremecer e me lembrei do que meu pai havia falado mais cedo.

Uma lágrima caiu em meu rosto e tratei de limpá-la imediatamente. Eu não choraria na frente de Justin, seria forte em qualquer situação que fosse.

— O que você sabe da minha mãe? – abaixei a cabeça, ainda sem olhá-lo. Eu tentei manter a voz firme, mesmo que eu falhasse algumas vezes.

— Vejo que atingi seu ponto fraco. – riu fraco.

— ANDA! DIZ LOGO O QUE VOCÊ SABE DA MINHA MÃE! – berrei me virando para ele, engolindo o nó imenso que havia em minha garganta.

— Sei o suficiente para saber que ela era uma puta oferecida. – respondeu com prazer. Fechei os olhos e os punhos com força. Ao escutá-lo rir, não me aguentei e dei um forte tapa em seu rosto.

— Nunca. Nunca mais repita isso da minha mãe. – grunhi antes de correr em direção à mansão. Eu não ficaria ali nem mais um minuto. Não queria ver o que Justin seria capaz de fazer.

Ao chegar em frente a porta de casa, respirei fundo e entrei, dando de cara com Drew e mais dois garotos reunidos na sala.

— Hanna? Aconteceu algo? – Drew olhou para mim, parecendo preocupado.

— Não. Eu... Só estou com um pouco de dor de cabeça. – limpei minhas lágrimas e evitei olhar para ele.

— Seu dia deve ter sido cheio. Vai querer comer algo? – se levantou mas eu fiz um sinal com a cabeça.

— Não, obrigada. Vou para o meu quarto estudar as matérias que recebi na faculdade. – forcei um sorriso e o moreno assentiu, dando a deixa para que eu subisse.

Assim que entrei no quarto, joguei minha bolsa num canto qualquer e tranquei a porta, logo me jogando na cama. Não consegui mais conter as lágrimas que tanto me esforçava para segurar e desabei ali mesmo.

FLASHBACK ON | SETE ANOS ANTES

— Filha! Como foi na escola? – minha mãe perguntou assim que me viu entrar na cozinha.

— A mesma coisa de sempre. – coloquei a minha mochila em cima da cadeira e fiquei olhando a mais velha.

— Quer me ajudar a preparar o almoço? – olhou para mim sorrindo.

— E o que é? – mordi os lábios e ela riu.

— Tacos.

— Hum... – fechei os olhos e sorri. — Tacos. – ri junto com minha mãe.

— Pega o extrato de tomate dentro da geladeira pra mim, por favor. – pediu enquanto cortava um pimentão.

— MARIE! – um enorme estrondo na porta pôde ser escutado.

— Michael! – minha mãe olhou assustada para o meu pai que entrava na cozinha com tudo, derrubando a faca que estava em sua mão. Fechei a porta da geladeira e me escondi ao lado dela, vendo meu pai se aproximar de minha mãe e a segurar fortemente pelo pescoço.

— VOCÊ ME DEDUROU PARA OS CARAS?

— Michael, eu não sei do que você tá falando. – vi minha mãe ficar vermelha.

— COMO NÃO SABE? ACABARAM DE INVADIR O DEPÓSITO ONDE SE ENCONTRAVAM AS DROGAS!

— Michael, está me machucando... – minha mãe disse com a voz falha, tentando soltar as mãos de meu pai que estavam em seu pescoço. Ela estava perdendo o fôlego.

— Eu vou cortar você em pedacinhos. – grunhiu jogando minha mãe bruscamente no chão.

— MÃE! – derrubei o extrato no chão e corri em sua direção.

— Hanna, vá para seu quarto agora. – meu pai ordenou num tom autoritário.

— Eu não vou deixar você sozinho com a minha mãe! – abracei minha mãe que chorava ainda no chão.

— HANNA, VAI AGORA! – ordenou novamente.

— Mãe, eu não vou deixar ele te machucar. – olhei para minha mãe deixando uma lágrima escapar.

— Tudo bem, filha. Vai ficar tudo bem. – sorriu sem mostrar os dentes, acariciando meu rosto.

Hesitante, me levantei do chão e fui para o meu quarto, me trancando lá mesmo. Não demorou muito tempo para se escutar meus pais discutirem, porém nada se podia fazer a não ser chorar.

Depois de escutar berros e barulho de coisas serem quebradas, um silêncio finalmente se formou. Sequei minhas lágrimas, me levantei do chão, destranquei a porta do meu quarto e fui até a cozinha.

— Mãe? – a chamei, olhando para todos os lados vendo se meu pai ainda estava em casa.

— Oi filha. – sorriu de canto. Seu olho estava inchado e sua boca sangrava bastante. Corri até ela e me sentei ao seu lado na mesa.

— Não acredito que aquele monstro fez isso com você! – passei a mão em seu rosto.

— Está tudo bem Hanna, isso vai passar. – forçou um sorriso colocando novamente o saco de ervilha congelada em seu olho.

— Mãe, eu te amo. Não queria vê-la passar por isso. – a abracei desabando novamente em lágrimas.

— Eu também minha filha. Quero que saiba que faço tudo isso por você. – me abraçou fortemente.

FLASHBACK OFF

Meus pensamentos foram interrompidos com uma enorme batida na porta.

— HANNA! ABRE ESSA PORTA AGORA! – a voz rouca de Justin ecoou em meu quarto.

— NÃO! – sequei minhas lágrimas, exclamando com o mesmo tom dele.

— Tudo bem. Se não abre por bem, vai abrir por mal. – disse e um silêncio se formou. Pensei que ele havia desistido de me fazer abrir a porta até vê-lo entrar com tudo, me fazendo gritar.

— VOCÊ TÁ MALUCO? – me ajoelhei na cama.

— Eu sou maluco? Maluca é você que me deu um tapa na cara! – apoiou suas mãos no colchão e colocou seu rosto quase colado ao meu. Fiquei o encarando fixamente em seus olhos, assim como ele. Não duvido muito que Justin estava me estrangulando com os olhos.

— Sai do meu quarto. – disse entre dentes.

— Não. – empurrei seu corpo para trás e me levantei, ficando ao lado da porta.

— Sai! – apontei para fora contraindo a mandíbula. Justin sorriu e abriu os braços em rendição.

— Tudo bem, Hanna. Você venceu dessa vez. – riu aproximando-se de mim.

— Tá me devendo uma porta nova, Bieber. – o loiro olhava para mim enquanto saia do quarto, mas nada disse.

Fechei a porta bruscamente, que apenas ficou encostada já que Justin havia quebrado ela e me joguei novamente na cama. Olhei para a bolsa que havia jogado no chão e fechei os olhos. Como a faculdade era só de tarde, eu faria os trabalhos no dia seguinte.

Assim que acordei fui direto para o banheiro fazer minha higiene pessoal, assim como todas as manhãs. Arrumei minha cama e desci as escadas, indo direto para a cozinha preparar algo para comer.

— Andersen! Estava te esperando. – Justin disse assim que entrei na cozinha.

— O que você quer? – fui em direção ao fogão para pegar um pouco de café que estava na chaleira.

— Ontem o que você fez não me deixou nem um pouco feliz. – ri debochadamente.

— Como se eu me importasse. – me sentei à sua frente.

— Hanna, não me irrite essa hora da manhã... – franziu o cenho.

— Tudo bem, me diz logo o que você quer. – dei um gole em meu café, o encarando.

— Quero propor um acordo. – apoiou suas mãos na mesa.

— Acordo? – arqueei uma de minhas sobrancelhas.

— Sim. Você fez o seu acordo e eu aceitei. Então agora está na hora de eu fazer o acordo. – retirou seus óculos escuros me encarando friamente.

— Diga então.

— Você disse que eu não posso ficar com uma garota, mas se ainda não estamos "casados oficialmente" quer dizer que eu posso curtir a minha vida de solteiro por enquanto.

— Continue. – olhei para a mesa.

— Quando eu bem entender eu chamo a Faith e qualquer outra garota pra cá.

— Eu não quero a Faith aqui! – me levantei da cadeira e apoiei minhas mãos na mesa.

— Eu ainda não terminei. – Justin me fuzilou com o olhar e eu me sentei novamente. — Eu também não quero você com aquele garoto de novo.

— Você não pode me obrigar a ficar longe do Shawn. – neguei com a cabeça.

Minha casa, minhas regras. Então? Acordo feito?

— E se eu não quiser concordar com tudo isso? – o loiro riu cinicamente enquanto se levantava.

— Bom... Eu fiquei sabendo que você quer saber quem matou sua mãe. Não é mesmo? – deu uma volta em torno da mesa, ficando atrás de mim e apoiou suas mãos em meus ombros. — Eu sei coisas da sua mãe que você nem imagina e posso te contar algumas coisinhas. Isso é, se você concordar, é claro.

— Como você sabe da minha mãe? – comprimi os lábios olhando para suas mãos em meus ombros.

— Hanna, em meu mundo todo mundo sabe de tudo. – riu e eu me levantei, ficando frente a frente com ele. — Acordo feito ou não? – estendeu a mão para mim e eu a encarei. Por mais que eu não quisesse concordar com aquilo acabei assentindo. Tudo pra saber quem foi o desgraçado que matou minha mãe.

— Tudo bem, eu aceito. – me rendi apertando sua mão.

— Hanna, Hanna, você é uma boa garota. – deu um leve tapinha na minha cabeça, como se eu fosse algum cachorrinho de estimação seu. Esquivei-me dele e fui para a sala. — Aliás, belo pijama. – riu ainda na cozinha. Apenas mostrei meu dedo do meio e continuei a andar.

Subi as escadas, entrei em meu quarto e, assim que entrei, meu celular começou a tocar. O atendi sem ao menos olhar quem era.

— Hanna, eu estou mandando para aí todas as suas coisas. A partir de hoje você morará com Justin. – Era Michael. Curto e grosso.

— Tanto faz. Eu não tenho outra escolha mesmo. – revirei os olhos não demorando para encerrar a ligação. Joguei o celular na cama e, como eu não era maluca de ficar andando numa casa onde toda hora havia homens, resolvi trocar de roupa.

Depois de fazer os deveres e dar uma estudada, resolvi descer para comer algo e, chegando na sala, vi que Justin estava organizando alguma coisa com seus amigos.

— O que você tá preparando? Festa ou algum serviço? – me sentei em cima da mesa, no meio de todos.

— Uma festa. – Justin respondeu sem olhar para mim.

— Você não pode dar uma festa hoje! – me levantei da mesa ficando ao seu lado.

— E por que não? – o loiro olhou para mim de cara feia.

— Eu não estarei aqui para controlar os maconheiros de entrarem no meu quarto. – cruzei os braços.

— É só trancar a porta. – um garoto loiro que parecia ter minha idade riu.

— Eu até trancaria, se certas pessoas não tivessem quebrado a fechadura ontem. – olhei para Justin.

— O que você fez ontem, Justin? – um outro garoto perguntou rindo.

— Eu arrombei a porta do quarto. – Justin deu de ombros como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— Justin, você não vai dar essa festa até eu chegar da faculdade e acabou.

— E se eu quiser dar agora? – me encarou desafiador.

— Tenta a sorte. – me virei para ele ficando a sua frente.

— Hanna, não brinque comigo... – riu sem humor.

— Eu não estou brincando. – arqueei minha sobrancelha, o desafiando.

— Hanna... Sou eu que mando aqui e não você. – não, Justin, você está muito enganado.

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