if I hurt you, the game ends;
JUSTIN BIEBER
— O que faz aqui? – perguntei olhando para Zaya.
Assim que eu entrei nesse trabalho, conheci Zaya. Nós ficamos juntos, mas, depois de um tempo, terminamos. Era engraçado lembrar que nos chamavam de " o casal mais perigoso de Atlanta". Eu no tempo levava aquele apelido muito a sério.
— Pensei que diria que estava com saudades. – a garota jogou seu cabelo preto para trás. Admito que ela estava mais gostosa que antes...
— Zaya, responda logo. – levantei-me do chão.
— Estou ajudando o Henry. Soube que você estava "namorando", então, topei ajudá-lo. Quero conhecer sua nova namorada. – a morena ficou em minha frente.
— E por que a quer conhecer? – Zaya ficou em silêncio por alguns minutos até que riu alto.
— É tão bom saber que eu te tornei o homem que é hoje. E pensar que antes você era apenas um idiota com uma arma na mão. – aproximou-se de mim e fez carinho em meu rosto. Contraí a mandíbula e fiquei encarando-a fixamente.
— Onde está a Hanna? – perguntei sem tirar meus olhos dos seus.
— Ai Justin, por que quer saber dela? Ela não é importante. – olhou fixamente em meus olhos e tomou meus lábios em um beijo. Assim que pude me afastei dela. Eu não podia fazer aquilo. Eu estava apaixonado pela Hanna e não podia fazer aquilo com ela. — Senti saudades do seu beijo. – sorriu mordendo seu lábio inferior.
— Qual é o seu problema, garota? – fechei meus punhos com força.
— Você não sentiu saudades? – fez bico com um olhar pidão mas ela logo riu alto deixando-me confuso. — Ah, foda-se. Eu só estava ganhando tempo mesmo. – se afastou de mim e olhou para algo atrás de mim.
Confuso, olhei para a mesma direção que ela e vi Henry com um amigo dele vindo em minha direção com a arma apontada para mim. Coloquei minhas mãos na parte de trás de minhas costas para pegar minha arma, mas não a encontrei.
— Procura isso? – Zaya chamou minha atenção. Olhei para a garota e a vi brincando com a minha arma. — Acha mesmo que eu senti saudade de beijar você? Por favor, Justin, você parece que esqueceu de muita coisa que aprendeu comigo. – droga! Ela havia me distraído para pegar minha arma! Por que fui tão burro a ponto de cair nesse truque?
— Foi fácil te pegar Bieber. – Henry riu debochado enquanto seu amigo me segurava por trás para me imobilizar.
— Cadê a Hanna? – perguntei com ódio.
— Calma. Você vai para onde ela está, tenha paciência. – riu. — Zaya e Joe, o levem até a sala onde está aquela garota.
Assim que chegamos à sala, Zaya me jogou numa cadeira e prendeu meus pés e meus braços para que eu não saísse.
— Fica calmo Justin. Você está muito nervoso. – a garota fez uma voz manhosa, logo rindo estridente. Acariciou meu rosto e eu o virei. Não queria aquelas mãos me encostando.
— Sai daqui, Zaya!
— Como quiser, meu amor. – virou meu rosto para ela e sorriu, antes de sair de perto de mim. Escutei o barulho de seu salto ecoar pela sala vazia e acompanhei seu andar para onde Hanna estava ‒ que não era muito longe de mim. — Então você é a vadia que está com o Justin? – perguntou e Hanna rangeu os dentes, num ato de tentar controlar sua raiva. Uma coisa que aprendi por conta própria é que, nunca se deve chamar Hanna de vadia.
— Quem é você?
— Eu sou a ex dele. – sorriu apoiando suas mãos na cadeira. Hanna olhou para mim seriamente e depois voltou seu olhar para Zaya. Uma coisa que ela não sabia é que nunca se deve provocar Hanna.
HANNA ANDERSEN
— Eu não sabia que Justin teve outra namorada além da doce Violet. Para mim, era tudo puta que ele pegava e depois jogava fora. – a tal de Zaya fechou a cara imediatamente.
— Pois saiba que fui eu que ensinei o Justin a ser um ótimo traficante. – sorriu vitoriosa.
— Você não devia se orgulhar disso. Sinceramente, fiz coisas melhores com Justin que posso me orgulhar. – revirei os olhos e sorri ao ver uma expressão de raiva se formando em seu rosto. Eu podia estar presa, mas não ia deixar ela falar qualquer coisa comigo e sair ganhando.
— Desculpa atrapalhar, mas... Você está com ciúmes Zaya? – o homem que veio acompanhado da garota perguntou.
— Claro que não, Joe. Até porque, ela nunca vai conhecer o antigo Justin e disso eu sinto pena. – saiu de perto de mim e se aproximou do homem. — Bom, vamos lá. Temos coisas a fazer e, Justin, se prepare. Temos uma surpresa para você. – disse antes de sair da sala.
— Bela namorada você foi arranjar. – olhei para o loiro ao meu lado.
— Ex e ela sempre foi assim. Por que acha que eu terminei com ela? – olhou para mim.
— Pensei que era porque ela não dava conta do seu amiguinho de todas as horas. – ri sem humor olhando para frente.
— Ninguém dá conta, Hanna. Você é muito engraçada, viu? – disse num tom irônico e riu sem humor.
— Eu só estou tentando descontrair um pouco... – murmurei e um breve silêncio se instalou no local.
— Eu sou um inútil! – Justin exclamou quebrando o silêncio. — Eu só queria te salvar, mas não. Eu fui burro quando deixei Zaya me enrolar e agora estou aqui preso nessa porra de sala sem poder sair e, muito menos, te tirar daqui.
— Justin, está tudo bem. Não se culpe pois vai dar tudo certo. Confia em mim. – a culpa não era dele por estarmos naquele lugar.
Mal havia acabado de falar, quando a porta se abriu e três caras fortes entraram. Eles soltaram Justin e o seguraram fortemente para que ele não reagisse.
— JUSTIN! – levei meu corpo para frente, tentando mexer meus pulsos, mas sem sucesso já que eu estava amarrada. Os homens o tiraram da sala e Henry entrou logo em seguida, com um sorriso maldoso. — O que você quer de mim? Me deixa ir, deixa o Justin ir! Por favor...
— Fique calma, eu não irei te machucar. Até porque se eu te machucar, a brincadeira acaba. – encostou sua mão em meu rosto. Virei meu rosto para o lado e Henry segurou em meu rosto fortemente, obrigando-me a olhá-lo. — Só faça tudo que eu mandar se quiser ver Justin vivo. – soltou meu rosto e foi em direção a porta. — Aviso dado. – disse antes de sair da sala. Por que ele estava fazendo isso comigo e com Justin? Eu só queria sair dali.
Já fazia um bom tempo em que eu estava trancada naquela sala sem que ninguém aparecesse. Eu estava começando a ficar preocupada com Justin, que também não havia aparecido. Ouvi o barulho da porta abrir e os passos de salto ecoaram pela sala. Na certa era Zaya.
— Você tem sorte, garota. Henry te liberou, você está livre. – Zaya começou a me desprender daquela cadeira.
— E onde está o Justin? – levantei-me passando as mãos em meus pulsos que estavam vermelhos.
— Ele fica e você vai. – sorriu.
— Que? Eu não vou sem ele! – exclamei irritada.
— Hanna! Creio que você está feliz em ir embora. – Henry entrou na sala.
— Eu não saio daqui sem o Justin. – cruzei os braços.
— Você só está indo porque eu preciso de um favor seu. Então é melhor você fazê-lo. – retirou seu cabelo da frente de seus olhos.
— Que favor? – franzi o cenho.
— Quero que avise ao Jeremy que o filhinho dele está aqui e, que se ele o quiser vivo, que venha em torno de duas horas. – sei que Jeremy não se importava com Justin e, que se eu o avisasse, não adiantaria de nada.
— E se ele não vir? – engoli o enorme nó que se formava em minha garganta.
— Garota, por acaso você é surda? Ele disse que se ele quiser Justin vivo, ele tem duas horas para chegar aqui. Se ele não vier, Justin morre. – Zaya se intrometeu revirando os olhos. Aquela garota me dava nojo.
— Obrigado por responder por mim, Zaya. Assim não gasto saliva à toa. – o homem à minha frente disse.
— E se eu não fizer isso?
— Você continua aqui e os dois morrem. Simples. – sorriu maldosamente.
Olhei para os dois e, sem dizer nada, corri para fora daquela sala. Escutei Henry gritar e comecei a correr mais ainda para que não fosse pega por eles. Durante o caminho, senti alguém me puxar pelo braço e vi ser o amigo de Henry, Joe.
— Me solta! – comecei a me debater, o que foi inútil já que ele era mais forte que eu. Joe me prensou na parede e acariciou meu rosto.
— Você é tão linda... Não acredito que está prestes a perder a vida por causa do filho da puta do Bieber. – Joe levou suas mãos para minha cintura logo juntando meu corpo junto ao seu.
— Me deixa em paz, por favor. – supliquei já com os olhos cheios de lágrimas. Ele não podia fazer isso comigo, aquilo me trazia lembranças horríveis.
FLASHBACK ON | QUATRO ANOS ANTES
Havia acabado de chegar em casa. Era estranho não ter mais minha mãe por perto. Faz um mês que Michael deu a notícia que minha mãe havia morrido e, só de lembrar daquilo, eu sentia um aperto enorme no coração. Subi as escadas, indo direto para o meu quarto. Não almoçaria aquela comida nojenta que, sabe Deus, onde Michael comprou. Tomei um banho e fiquei deitada na cama.
— Hanna! – Michael me chamou ao entrar no quarto.
— O que você quer? – sentei-me na cama.
— Vem. – me puxou bruscamente pelo braço e levou-me a força ao quintal da frente, onde havia um homem forte, aparentando ter uns vinte anos, e que parecia ter muita grana nos esperando.
— É ela? – o homem se aproximou de mim.
— Sim. E então? Vai querer? – o homem mordeu seu lábio inferior antes de me puxar pelo braço.
— Sim. Te devolverei ainda hoje, às dez. Certo? – espera... Eles estavam mesmo me tratando como um animal de estimação? E o pior era que eu não estava entendendo nada. Ver aquele homem que eu nem conhecia, segurando a minha mão estava me dando medo.
Michael assentiu e o homem se despediu, levando-me até o seu carro. Deu a partida e dirigiu para longe de casa.
— Então... Qual é seu nome? – perguntou sem tirar os olhos da estrada.
— Hanna. – respondi com receio.
— Meu nome é Will. – sorriu. Permaneci séria olhando para a janela. Eu não sabia para onde ele estava me levando e aquilo me assustava.
— Para onde vamos? – enfim perguntei enquanto olhava pela janela várias mansões pela rua. Deveríamos estar num bairro muito nobre.
— Você vai ver. Garanto que vamos nos divertir. – Will riu.
Chegamos em frente a outra mansão, porém dessa vez o carro parou e Will saiu do carro. Abriu a porta para mim e entramos na mansão.
— Vem. – começou a subir as escadas. Subi logo atrás dele e entramos num quarto. Mal havíamos entrado, e o mais velho trancou a porta. Retirou sua roupa e eu tive completa visão de seus músculos.
— O que você está fazendo? – perguntei assustada vendo um homem que eu nem conhecia tirar a roupa na minha frente. Ele me jogou em cima da cama e tentou tirar minha roupa, porém consegui o empurrar e saí de cima da cama.
— Você é doente! – berrei correndo até a porta.
— VOLTA AQUI! EU PAGUEI PARA FODER VOCÊ E AGORA EU VOU TE COMER! – berrou levantando-se da cama. Antes que ele pudesse me alcançar, saí do quarto e desci as escadas correndo.
Estava prestes a abrir a porta, quando senti alguém segurar em meu braço fortemente. Will estava furioso por eu ter feito aquilo, eu sabia, mas eu não podia o deixar simplesmente fazer aquilo comigo.
— Me deixa ir, por favor. – supliquei sem conter as lágrimas.
— Primeiro eu vou me divertir com você. – levantou minha blusa. Dei um chute em seu pênis e abri a porta, correndo para fora da mansão.
Eu não sabia para onde ir, não conseguia pensar em um lugar. Em minha cabeça só passava aquele momento horrível em que passei. Eu quase fui estuprada... O pior foi que meu pai me vendeu para esse homem nojento! Aquilo não se deve nem ser chamado de pai. Eu sempre odiei Michael e, agora, o odiava mais que tudo por ele ter feito aquilo comigo. Corri um pouco para ficar fora de alcance de lá ‒ assim seria um pouco difícil de Will me encontrar.
— Hanna! – escutei alguém me chamar e logo temi ser Will. Olhei para o lado, vendo um carro parado ao meu lado e Tommy na janela.
— Tommy? O que faz por aqui? – Tommy era minha salvação.
— Eu vim visitar minha tia. E você? – sorriu, parecendo animado.
— Ah, depois te conto... – olhei para o chão e deixei uma lágrima cair, porém, logo a tratei de secar.
— Quer carona? – assenti com a cabeça e entrei no lado do passageiro, sentando-me ao seu lado. Assim que entrei, apoiei minha cabeça em seu colo e desabei.
— Thomas, meu pai me vendeu para um cara transar comigo à força. Eu quase fui estuprada. – murmurei para que seu pai não escutasse. Sei que a família de Thomas me tratava como um membro da família e queria meu bem, mas eu não queria que eles se metessem em problemas por minha causa.
— Hanna, eu não acredito nisso. Isso está indo mais longe do que pensei! – Thomas exclamou incrédulo.
— Sinto falta da minha mãe, Tommy... – afundei minha cabeça em suas pernas. — Eu a quero de volta. Thomas apenas começou a fazer cafuné em minha cabeça e eu continuei a chorar incansavelmente.
FLASHBACK OFF
Dei um chute no órgão de Joe. Eu não podia deixar aquilo acontecer, ou muito pior, lembrar-me do que quase me aconteceu. Não depois de ter sofrido tanto para me esquecer.
— Sua cachorra! – exclamou com fúria colocando as mãos sobre seu pênis.
Corri o mais rápido possível, parando perto de uma cela onde se encontrava Justin caído no chão e todo ensanguentado. Haviam batido nele. Corri até ele e o segurei, logo o abraçando.
— Justin, vai ficar tudo bem. Eu vou te tirar daqui. – disse com a voz falha. Aquilo era culpa minha. — Eu te amo. – sussurrei selando nossos lábios em um selinho.
Saí de lá o mais rápido possível. Eu precisava encontrar ajuda, nem que fosse de Michael. No caminho, encontrei a arma de Justin no chão e a peguei. Vi seu carro parado e, próximo a ele, um segurança de Henry. Seria ele que dirigiria para mim.
— Entra no carro agora! – exclamei mirando a arma em sua cabeça ao me aproximar dele por trás e a destravar no mesmo instante.
O segurança grunhiu, mas acabou se vendo sem saída. Entramos no carro e o mandei dirigir até a casa de Michael, sem parar de mirar a arma para sua cabeça Chegando à casa de Michael, puxei o segurança para fora do carro e ele entrou comigo.
— Michael! – exclamei assim que entrei na sala.
— Hanna! Como anda sua vingança? – um sorriso enorme surgiu em seus lábios.
— Michael, por minha causa o Justin foi sequestrado e está prestes a morrer. – o encarei com fúria. Era minha culpa, eu sei. Mas nada disso teria acontecido se Michael não tivesse feito minha cabeça com aquele papo de vingança.
— Isso é bom, não? – deu de ombros enchendo seu copo de uísque.
— Não Michael. Isso não é bom! – exclamei irritada. — Olha, eu não quero mais fazer essa vingança. – o mais velho me olhou furioso.
— Eu não creio que está dizendo isso. – se aproximou de mim.
— Pois acredite.
— Por que você não quer mais? – respirou fundo tentando manter a calma.
— Porque eu o amo e não posso mentir para mim mesma! Eu o quero ver bem... – meus olhos se encheram d'água. — Vai me ajudar ou não? – engoli o choro e passei as mãos em meu rosto.
— Vou ligar para o Jeremy. – saiu de perto de mim e foi até sua mesa, onde se encontrava o telefone enquanto eu me sentei no sofá suspirando aliviada por ele ter topado me ajudar. Pela primeira vez, eu faria algo com Michael.
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