I should know you're trouble;
Empurrei o corpo de Justin para longe de mim. Ser legal com ele, com certeza, não funciona.
— Quer dizer... – pigarreei, ajeitando meu vestido. — Não te interessa. – friamente. Era assim que eu iria tratá-lo. — O almoço está na mesa, ande logo se não eu vou colocar veneno no seu prato. Se ainda não coloquei... – dei as costas saindo do quarto.
Assim que voltei para a sala de jantar, vi Pattie sentada com duas crianças no colo extremamente parecidas com Justin. O garotinho tinha cabelos mais claros que a garota e aparentava ter seis anos e a garota devia ter oito. Pattie sorriu para mim, brincando com os cabelos da garota.
— Hanna! Quero que conheça a Jazmyn. – meneou com a cabeça na direção da garota enquanto eu me sentava. Ela tinha um rosto sapeca que dizia que aprontaria a qualquer instante. — E esse é o Jaxon. – o garoto sorriu para mim e pulou nas minhas pernas. Fiquei sem graça e o peguei no colo.
— São lindos... E canadenses. – dei um beijo na bochecha de Jaxon. Ele sorriu envergonhado escondendo o rosto na curvatura de meu pescoço. — Sabia que eu amo o sotaque canadense? – brinquei soltando uma risada sapeca para o menor. Ele ficou ainda mais vermelho, sorrindo maroto.
— Por isso estamos casados, amor. – Justin apareceu, piscando para mim. Revirei os olhos, colocando Jaxon no chão e me ajeitei na cadeira. Senti alguém puxar meu vestido e olhei para o lado, vendo Jaxon e Jazmyn sentados ao meu lado. Olhei para Pattie que sorria para mim e logo voltei a olhar para os dois.
— Eles já almoçaram? – perguntei colocando um pouco de comida em meu prato enquanto Jazmyn brincava com meu cabelo.
— Eles não quiseram comer. – respirou fundo. — Eles não são meus filhos, estou apenas cuidando deles para o Jeremy enquanto ele está no trabalho e a mãe deles está ocupada. – olhei para a menina que estava ao meu lado esquerdo.
— Vocês gostam de brincar de quê? – tomei um gole do meu suco. Jazmyn arqueou uma sobrancelha para mim.
— Eu gosto de Barbie e ele do Homem-aranha. – respondeu com um sotaque carregado. Ela estava querendo ser irônica, mas acabou não dando muito certo.
— Olha, se vocês comerem tudo que a tia de vocês colocar no prato, eu brinco com vocês. Pode ser? – Jaxon e Jamyn se entreolharam e cochicharam um pouco. Em segundos, a menina estendeu a mão para mim.
— Vai ter de brincar uma hora com cada um. – segurei sua mão selando o acordo.
Senti um incomodo e olhei para frente. Só então reparei que Pattie e Justin me encaravam. Pattie olhava para mim confusa e Justin tinha o garfo em direção a boca. Seu olhar estava confuso e perdido. Fiquei um pouco envergonhada por ter toda a atenção voltada para mim.
— O que foi? – comi um pouco da minha comida.
— Eles só comem quando a mãe deles chega... – Pattie olhou para as crianças enquanto eu colocava um pouco de comida para eles. — Sem dúvida, você será uma ótima mãe. – riu e eu me engasguei com o suco, começando uma crise de tosse.
— Mas eu não quero ter filhos tão cedo. – me recompus e desviei meu olhar para minha comida.
— Sério? – pareceu decepcionada pelo seu tom de voz. Olhei para ela pensando em uma resposta.
— Previstos acontecem algum dia, nunca se sabe. – ri sem graça. Pattie sorriu e seus olhos brilharam. Senti um pisão em meu pé e olhei para Justin. Ele olhava feio para mim.
Passei meu pé por suas pernas e parei na sua calça. Seu olhar feio virou um olhar malicioso. Chutei seu pênis com toda força e sorri assim que o loiro começou a ficar vermelho, segurando o grito de dor. Pattie olhou assustada para Justin e eu ri baixinho. Seu rosto voltou ao normal assim que soltou o ar e rosnou baixo. Mandei um beijo para ele piscando um olho. Meu celular vibrou em minha bolsa e eu o peguei, olhando no identificador o nome de Michael..
— O que você quer? – atendi enquanto me levantava, distanciando-me da sala de jantar.
— Sua matrícula na faculdade está feita. Você precisa ir lá daqui a uma hora para ver as aulas e essas baboseiras. – seu tom de voz áspero me fez comprimir os lábios. Eu sentia uma pitada de orgulho por trás daquela frieza.
— Eu agradeço por isso. – tentei manter o mesmo tom que o seu, mas por dentro eu explodia de felicidade. Michael nada mais disse, apenas encerrou a ligação e eu voltei para a mesa para pegar minha bolsa.
— Eu já estou de saída. Preciso resolver umas coisas. – olhei para Pattie e me aproximei dela, para lhe dar um abraço.
— Tudo bem. Foi um prazer te conhecer Hanna. – dei um beijo em minha bochecha e eu sorri. Justin olhava para mim com uma cara nada boa.
— Seja o que for, eu não vou te levar. – ralhou tomando um gole do seu suco.
— Eu não ia pedir de qualquer jeito. Vou pedir um uber. – sorri, mostrando que eu tinha celular e o aplicativo.
Vi o mais velho contrair sua mandíbula e me despedi de seus irmãos, não demorando para sair da mansão e pedir um uber. Em menos de minutos ele chegou e eu entrei no carro, indo para minha casa.
Coloquei uma calça preta, um corset para afinar mais a cintura e uma bota marrom de canela sem salto. Meu cabelo estava bastante rebelde, então fiz apenas um rabo de cavalo. Passei um gloss e peguei a bolsa onde colocaria as coisas que pegaria na faculdade, mais uma muda de roupa que levaria para a casa de Justin. Passei perfume e desci as escadas. O carro do motorista particular do meu pai me esperava, então eu apenas entrei.
MEIA HORA DEPOIS
Uma vontade de correr me atingiu assim que coloquei os pés na faculdade. Todos me olhavam com uma cara estranha, que eu não conseguia explicar. Não sabia se era medo ou pena, provavelmente era tudo coisa da minha cabeça. Quando pensei nessa possibilidade, mantive-me firme e segui em frente.
Andava ignorando qualquer um que me olhasse, concentrava-me em minha mãe e como ela estaria orgulhosa se me visse lutando por aquilo que eu queria. Eu esperava que a orgulhasse. Uma forte pancada fez com que eu derrubasse minha bolsa e meu celular que segurava, fazendo com que eu esquecesse meus pensamentos.
Olhei para frente, vendo um garoto caído no chão com vários papéis ao seu redor. Ao nosso redor, várias pessoas nos olhavam, esperando alguma atitude minha, – talvez esperavam que eu explodisse e batesse no menino – mas os contrariei e abaixei-me para o ajudar a recolher seus papéis. Ao verem que eu não faria nada demais, aos poucos todos seguiram seus caminhos.
Peguei meu celular, olhando para a tela para ver se estava intacto e, ao ver que estava tudo bem, olhei para o garoto novamente. Ele tinha os cabelos castanhos, olhos castanhos e um rosto tão fofo que senti uma súbita vontade de apertar suas bochechas. Vestia uma blusa simples branca, uma jaqueta de couro preta, uma calça da mesma cor e um Vans. Ele era muito lindo e fofo.
— Me desculpe pelo esbarrão. Me chamo Hanna, Hanna Andersen. – estendi minha mão para o garoto sorrindo o mais simpática que consegui. Ele olhou para mim com seus olhos estreitos.
— Que nada, a culpa foi minha. – riu. — Me chamo Shawn Mendes. – apertou minha mão e sorriu mostrando seus dentes perfeitamente alinhados..
Reparei mais nele, seu cabelo estava jogado para o lado com um pouco de volume para cima causando um charme. Seu perfume era da Dolce&Gabbana, deixando meus sentidos em transe. Ele tinha um sorriso mais que fofo e contagiante. Ele era lindo de todos os jeitos.
— Nova aqui? – ajeitou sua mochila que tinha a alça pendida em seu ombro enquanto se levantava. Sua voz era rouca como a de Justin, mas com um pouco de seriedade e suavidade.
— Ah sou sim. Vou cursar advocacia. – me levantei ajeitando minha bolsa.
— Parece que vamos ser parceiros de turma então. – sorriu.
— Também faz advocacia? – começamos a andar pelo corredor, em direção a sala de aula.
— Sim. Eu quero ser advogado. – o imaginei em um tribunal com o rosto sério e não consegui segurar o riso. Ele era fofo demais para uma profissão séria. — O que foi? – olhou para mim confuso com a minha risada.
— Eu não imagino você no tribunal. – ele riu dando de ombros.
— Talvez eu use meu charme com a juíza. – piscou para mim e eu senti minhas bochechas corarem. Ele era realmente muito fofo. — Damas primeiro. – olhei para frente o vendo segurar a porta para mim, esperando que eu passasse.
Entrei e me sentei na primeira fileira enquanto Shawn sentou-se um pouco atrás. Um professor entrou na sala e começou a passar a matéria. Uma vez ou outra brigava com alguma aluna que não se calava e eu olhava algumas vezes para trás, vendo Shawn concentrado na aula. Virei meu corpo para frente rindo e pude sentir seus olhos em mim.
A aula era rígida, então não perdi nenhum ponto. No final da aula, peguei todos os materiais com o professor, mais a matéria do ano todo caso eu quisesse estudar e uma bronca por ter jogado uma bolinha de papel, pedindo para Shawn me esperar no final da aula.
Ao sair da faculdade, lá estava Shawn em cima de uma Yamaha R6 2013. Não minto, ela era o estilo dele.
— Quer carona? – perguntou assim que me aproximei. Eu sabia que Justin não viria me buscar e não podia ficar gastando meu dinheiro o tempo todo com uber. Seria legal ter uma carona fixa.
— Pra falar a verdade, eu quero sim. – sorri. O moreno jogou o capacete na minha direção e eu o coloquei, tentando não bagunçar meu cabelo. Subi na moto e envolvi meus braços ao redor de seu corpo, apertando o máximo que consegui.
Eu respirava ofegante em seu pescoço pela velocidade que ele corria e reparava que isso o arrepiava. Para disfarçar ele soltava uma risada gostosa e era eu que acabava me arrepiando. Eu tinha falado para ele parar duas quadras antes da casa de Justin. Sei que se ele visse aquilo, com certeza, gostaria de bater em Shawn e isso era algo que eu não gostaria que acontecesse. O garoto estacionou e tirou o capacete, meneando com a cabeça para ajeitar seu cabelo.
— Obrigada pela carona. – dei um beijo em sua bochecha assim que retirei o capacete.
— Nos vemos amanhã, Hanna. Foi um prazer te conhecer. – sorriu para mim colocando o capacete e não demorou para dar meia volta e ir embora. Assim que ele foi embora, eu me virei para ir embora e me esbarrei com alguém. Olhei para minha frente e vi aqueles olhos cor caramelo encarando-me com fúria. Ele tinha visto tudo.
— Quem é ele? – esbravejou. Engoli em seco pensando em alguma coisa. Droga! Eu estava fodida...
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