I bet part of you enjoys it;
Acordei com uma forte dor de cabeça. Deslizei os dedos em minhas têmporas tentando amenizar a dor. Calcei minhas pantufas e fui para o banheiro. Precisava de um banho. Meus olhos estavam inchados por conta do choro de ontem. Odeio chorar. Meu rosto não estava um dos melhores. Tirei toda minha roupa e entrei no chuveiro. Eu estava péssima.
Coloquei uma blusa de manga comprida, calça jeans preta e sapatilha. Passei uma base para disfarçar o inchaço dos meus olhos, mesmo que tenha diminuído graças ao banho. Desci as escadas olhando a hora no meu celular. 08h39.
A cozinha estava vazia, assim como os outros cômodos da casa. Ouvi barulhos no final do corredor e fui naquela direção mas, ao ouvir a voz esganiçada daquela criatura, meu corpo travou. Se eu esbarrasse nela acabaria a batendo e, por fim, teria que dar explicações aos garotos.
Virei-me para ir em direção à porta. Não queria dar de cara com Justin e só queria dar o fora dali o mais rápido possível para espairecer. Meu celular vibrou no meu bolso e eu o peguei, logo observando o número desconhecido.
— Alô? – perguntei assim que atendi a ligação.
— Hanna? – meu coração apertou. Sua voz estava fraca e entrecortada. Aconteceu alguma coisa com ela.
— Mãe, o que houve? – meu coração palpitou mais forte. Meu peito ardeu e minha garganta fechou. Eu queria chorar mas não conseguia.
— Não vem pra cá! – gritou.
Um baque foi ouvido seguido de algo parecido com um soco. Meu coração parou de bater. Droga! Eu precisava da ajuda de Justin mesmo não querendo falar com ele. Não dependia apenas de mim agora e sim da minha mãe.
Virei meu corpo e corri de volta à mansão. Meus joelhos falharam e, por um deslize, caí no chão. Meus olhos arderam e minhas mãos sangravam. Maldita hora para cair. Abri a porta após me recuperar do tombo. Meu coração se apertou assim que eu olhei para frente.
Hillary estava com os braços no pescoço de Justin e ele estava olhando para sua bunda enquanto se abraçavam. Seu olhar subiu de encontro ao meu. Meus dedos deslizaram pela maçaneta até tocarem em minha coxa. O celular que ainda estava próximo do meu ouvido caiu no chão. Como se ele decifrasse meu olhar, percebeu que tinha algo errado e se separou de Hillary.
— O que houve? – seu tom preocupado me fez rir. Uma risada sem humor.
— Minha vida não lhe interessa Bieber. – fui seca. — A propósito, se eu não voltar em duas horas, é porque eu morri. – sua testa se franziu e seus lábios formaram uma linha dura. — Boa sorte com a piranha. – bati a porta com tudo e comecei a correr para ir até a casa de minha mãe. Meu dia estava uma perfeita bosta.
Lágrimas deslizaram pela minha bochecha e eu não conseguia saber se estava chorando pelo fato de Justin estar com Hillary, ou pelo fato de minha mãe estar em perigo. Talvez sejam os dois.
Avistei o pequeno hotel que pessoas do nosso meio ficavam após voltar para a cidade e subi as escadas dos quartos correndo. A porta de seu quarto estava trancada. Droga! Procurei algo pontiagudo perto dos meus pés mas o máximo que achei foi uma pedra. Deve servir.
Acertei a maçaneta com a pedra e forcei a entrada. A porta cedeu e eu entrei. Vasos estavam jogados no chão com pedaços de vidro ao redor, tudo estava quebrado e bagunçado. Abri a porta tentando ao máximo não fazer barulho.
Meu coração congelou assim que vi minha mãe amarrada em uma cadeira no meio do quarto. Não tinha ninguém além dela, ela parecia desacordada. Aproximei-me lentamente olhando para os lados para certificar que não tem ninguém. Balancei seu corpo e ela se remexeu, abrindo os. Encarou-me assustada mas, antes que ela pudesse dizer algo, tampei sua boca.
— Temos que sair daqui agora. – murmurei o mais baixo possível. Ela meneou a cabeça.
Procurei alguma coisa afiada para cortar as cordas na mesa. Peguei uma faca e comecei a cortar. A porta do banheiro se abriu e Michael passou por ela. Ele sorriu para mim assim que me viu. Não parecia nem um pouco surpreso em me ver. Comecei a cortar as cordas o mais rápido possível. Marie puxou as cordas e terminou de arrebentar o resto que sobrou. Joguei a faca na direção de Michael e ele gritou, dando a deixa para que saíssemos dali.
Tiros foram disparados atrás de nós enquanto descíamos as escadas. Rezava mentalmente para nenhum nos acertar. Seria péssimo se eu tivesse que carregá-la, ou ela me carregar. Os tiros pararam e conseguimos seguir correndo. Minha respiração estava ofegante, igual ao de minha mãe. Olhei para o lado reparando que ela estava mancando.
— Ele fez isso mãe? – indaguei com a voz fraca tentando recuperar o fôlego. Ela olhou rapidamente para mim e abaixou a cabeça. Meu corpo endureceu. Não podia permitir que ele fizesse isso de novo. Não suportaria. Virei-me para voltar novamente ao hotel. Eu não deixaria aquilo barato.
— Filha, volta, por favor. – minha mãe pediu.
— Não mãe. Vai para casa do Justin e fica lá. Ele vai pagar por isso. – continuei a andar.
Chutei a porta sem me preocupar em fazer silêncio. Meu corpo ardia de raiva. Michael saiu do banheiro confuso com uma toalha enrolada em sua mão ferida. Sua expressão endureceu ao me ver.
— Sua vagabunda! – rosnou se aproximando de mim.
Peguei a primeira coisa que me apareceu. Uma bandeja de ferro. Acertei em seu rosto, fazendo com que ele ficasse surpreso pelo meu ato. Chutei seu pênis e bati novamente com a bandeja em sua cabeça. Ele pareceu desmaiar. Peguei uma faca na mesa e finquei com toda força em sua coxa. Ele gritou tentando tirar de sua coxa.
— Se você tocá-la ou até mesmo pensar, eu corto seu pênis e faço você comê-lo. – rosnei retirando a faca. Ele grunhiu e desmaiou.
Meu corpo parecia mais aliviado, mas meu coração estava pesado. Mesmo depois de tudo ele ainda era o meu pai. Afastei esse pensamento. Ele não era meu pai desde o dia que começou essa guerra.
Abri a porta da mansão com meu corpo todo dolorido. Meu dia foi péssimo e acabei faltando a faculdade, que no momento é o de menos na minha vida. Senti braços ao meu redor e, mesmo com dor, correspondi.
— Nunca mais faça isso. – minha mãe repreendeu me abraçando mais forte.
— Tudo bem. Eu só quero descansar agora. – levantei os braços e me arrependi logo depois.
Decidi ir até a cozinha tomar água e no meio do caminho escutei a voz de Justin falando com Vinnie.
— Eu sei lá. Estou tendo uns sentimentos estranhos pela Hanna. – Justin confessou suspirando. Ele gostava de mim? Sorri involuntariamente.
— Isso é amor. – provocou Vinnie. Ouvi um estalo, provavelmente um tapa.
— Não me interessa o que é. Vai morrer junto com ela. – meu sorriso diminui. Ele vai me matar?
— Você vai matá-la? – Vinnie perguntou.
— É o único jeito de afetar o Michael e de me certificar que ninguém fique com a fortuna dela. Achou o que? Que eu ia me apaixonar e iríamos ter filhos loucamente enquanto nos beijávamos sob o luar? Isso é vida real Vinnie, não existe final feliz. – Justin foi frio.
Por um segundo fiquei pensando o que doeria menos. Levar um tiro no meio do cérebro, ou ser apunhalada por essas palavras tão frias.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top