nothing is perfect;
— Senti saudades de você. – Emily sorriu cinicamente enquanto apertava minha garganta com força.
— Pensei que você tivesse sido vendida. – disse sem fôlego tentando retirar suas mãos de minha garganta.
— E fui, mas, como você deve saber, algumas prostitutas se tornam as queridinhas dos seus chefes e temos algumas regalias. Acho que o Drew não fez o serviço totalmente certo como pediu, não é mesmo? – riu maldosa. A ruiva olhou para minha barriga e voltou seu olhar para meus olhos. — Você está grávida, não é? – naquele momento eu engoli em seco. — Cuidado com esse bebê ou você poderá perdê-lo. – sussurrou friamente em meu ouvido.
Emily enroscou os dedos em meu cabelo e os puxou. Dei um grito e segurei em seus braços, a puxando para mais perto de mim. Consegui a prensar contra o balcão da pia e dei uma coronhada em sua cabeça fazendo com que ela caísse no chão.
Saí o mais rápido que pude daquele banheiro e vi Justin conversando com uma garota que Drew estava de casal. Apressadamente, corri em sua direção empurrando as pessoas em minha frente para me dar passagem. Meu coração batia num ritmo descompassado e a música alta e agitada que tocava no local começou a ficar distante, logo sendo possível escutar apenas meu coração e minha respiração ofegante.
— Justin, precisamos ir agora! – o puxei pelo braço e saí às pressas para fora da boate.
— Aconteceu algo? – seu tom era preocupado.
— Precisamos ir embora. – aquela altura eu já estava bastante ofegante.
— Não até você me dizer o que houve. – soltou a minha mão e cruzou os braços.
— Emily voltou, Justin! Ela quer me matar!
— É impossível. – negou com a cabeça rindo sem humor.
— Não Justin, é possível sim. Acredite em mim, temos que ir embora logo. – peguei a chave do carro que estava em suas mãos e corri para abri-lo.
— Vou chamar os caras. Não sai daí. – assenti com a cabeça e meu marido voltou correndo para a boate.
O que Emily havia dito antes que eu saísse correndo do banheiro ainda ecoava em minha cabeça. Eu estava com muito medo; não achava que ela fosse capaz de fazer algo para eu perder meu filho, mas todo cuidado era necessário.
Olhei para o lado apreensiva e finalmente Justin, os meninos e Nessa saíram apressados da boate. Cada um entrou em seu carro e deu a partida. Eu não queria estragar a noite, eu apenas queria que todos se divertissem...
Assim que chegamos em casa, Justin foi logo dando ordens para os seguranças prestarem atenção em qualquer movimento suspeito. Entramos e, enquanto todos se jogavam exaustos, no sofá, eu resolvi subir para meu quarto.
— Hanna... – Justin me chamou e o vi logo atrás de mim. Um silêncio pairou sobre nós e eu apenas o abracei, o sentindo beijar o topo da minha cabeça.
— Eu não quero que você vá trabalhar amanhã. – minha voz saiu falha.
— Eu preciso trabalhar, mas fique calma, tem seguranças por toda a casa e vou pedir ao Drew que fique aqui amanhã.
— Mas eu quero ficar com você! – levantei a cabeça para encará-lo.
— Hanna, já falamos sobre isso. A única coisa que eu farei amanhã é ver se todas as mercadorias já chegaram e se está tudo certo. Devo chegar antes do almoço. – um silêncio se formou entre nós até que o mais velho resolveu me levar para a cama. Deitou-me na mesma e me cobriu. — Boa noite. – fechei os olhos e, a última coisa que escutei antes de dormir foi o barulho da porta se fechar e, assim que escutei aquele barulho, por algum motivo senti um enorme aperto no coração.
JUSTIN BIEBER
Desci as escadas tentando não fazer barulho, já que Hanna ainda dormia e vi que Drew e Vinnie já estavam acordados assistindo televisão.
— Já tomou café? – perguntei para Vinnie enquanto pegava a chave do meu carro que estava em cima da mesa.
— Já, mas você não vai tomar não?
— Não quero perder tempo. – o loiro foi em direção a porta e Drew se levantou, ajeitando o boné que usava. — Drew, tome conta da Hanna. Não deixe nada acontecer com ela. Entendeu?
— Pode deixar chefia. Já tomei conta da Hanna várias vezes, não é agora que eu vou deixar algo acontecer. – sorri agradecido, assentindo com a cabeça.
— Eu espero. – fui em direção a sala e saí de casa.
Entrei em minha Ferrari, onde Vincent já me esperava. O loiro deu a partida e fomos direto para o galpão onde Jeremy guardava suas mercadorias, armas, entre outras coisas.
Assim que chegamos ao galpão, pude ver todos os empregados de Jeremy andando para lá e pra cá com armas e caixas, e garotas conversavam de um lado enquanto outras contavam dinheiro e verificavam se havia balas suficientes dentro de suas armas. Eu me sentia em casa por estar ali. Vinnie me passou uma calibre 38 e, assim que a segurei, me senti eu mesmo. O velho Justin.
Eu amava passar um tempo com Hanna, bancar uma de "marido normal", mas... Quem eu queria enganar? Eu sempre gostei de ser o filho do "chefão de Atlanta". Era bom ter aquele título, era bom o meu trabalho e, por mais que eu gostasse de Hanna, eu nunca fui o tipo de homem que dava uma de bom marido, que tem um ótimo trabalho e passa a noite com sua família feliz ‒ não que meu trabalho não fosse bom, ele era. Pelo menos para mim. Mas minha vida era essa e nada mais. Sei que Hanna compreendia.
— Sr. Bieber! Há quanto tempo. – uma garota olhou para mim enquanto mordia seu lábio inferior. Sr. Bieber... Há quanto tempo alguém não me chamava assim?
— Pois é. Senti saudades disso tudo. – sorri sem mostrar os dentes e me aproximei de Vinnie que conversava com alguns caras que pegavam as mercadorias que não paravam de chegar. — Bom, vamos trabalhar. – sorri animado pegando um bolo de dinheiro que havia em cima de uma mesa.
HANNA BIEBER
Depois de ter feito minha higiene pessoal, optei por usar um short jeans e uma regata simples branca. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e desci as escadas para tomar meu café da manhã. Eu estava morrendo de fome.
— Bom dia Han. – Drew me cumprimentou assim que eu cheguei na sala, abraçando-me por trás.
— Bom dia! – envolvi meu braço em seu pescoço e o moreno me largou logo indo para a cozinha onde se encontrava uma mesa farta me esperando.
Passei a ponta da língua entre meus lábios ao saber que eu comeria um pouco de tudo que estava ali. Corri até a mesa e peguei um bolinho de chocolate, não demorando para comê-lo. Meu Deus! Era tão delicioso!
— Gostou? – perguntou encostado no batente que separava a sala da cozinha.
— Você que fez? Está delicioso! – perguntei com a boca cheia enquanto lambia meus dedos que estavam sujos de chocolate.
— Não, eu encomendei. Eu não sei cozinhar. – riu sentando-se ao meu lado e eu ri pondo as mãos na boca.
— Ah, claro. Se você tivesse feito eles, não estariam tão bons assim. – sorri pegando um brownie de baunilha.
— Como assim? Está dizendo que eu não tenho capacidade para cozinhar? – fingiu estar ofendido e eu sujei seu rosto com a cobertura do brownie. Levantei-me num pulo e corri de Drew que começou a correr atrás de mim com uma torta em mãos.
— Não Drew! Eu acabei de tomar banho! – coloquei minhas mãos para frente em forma de defesa.
— Eu também tomei.
— Mas foi só na pontinha do nariz! – me escondi atrás do sofá.
— E eu também vou sujar só a pontinha. – o garoto me segurou pela cintura, o que fez com que nossos rostos ficassem próximos e um clima estranho surgiu entre nós. — Foi mal. – afastou-se de mim rapidamente.
— É... – senti meu rosto queimar de vergonha. O que acabou de acontecer? — Eu... Vou voltar a comer. – levantei-me e fui até a cozinha. Quando eu ia entrar no local, senti um peso sobre mim e um barulho enorme de vidraça quebrando pôde ser escutado.
— Vai para o seu quarto e liga para o Justin. Agora! – Drew foi autoritário enquanto saía de cima de mim. Pegou a calibre que havia em sua cintura e correu para a cozinha, avisando aos seguranças que havia algo de errado em seu Apple Watch.
Subi as escadas às pressas e entrei em meu quarto, logo trancando a porta. Peguei meu celular em cima da cama e rapidamente disquei o número de Justin. Não demorou muito para que o garoto atendesse.
— Bom dia, meu amor! – atendeu animado.
— Justin, você precisa voltar para casa agora.
— O que houve? Aconteceu algo? – seu tom feliz logo se tornou em um preocupado.
— Só vem logo. – a ligação encerrou-se e eu fui até o guarda-roupa.
Abri e retirei todas que haviam, dando visão a uma portinha branca embutida no fundo. Ao abri-la, tive visão de várias pistolas e calibres, junto com suas munições. Peguei a calibre 38 de ouro que Justin havia me dado e verifiquei se estava carregada. Eu não queria mais mexer com aquilo novamente; eu só queria ter uma vida normal...
Mesmo que Justin ainda fosse envolvido, eu não queria ter que me preocupar mais com nada, essa vida era um saco. Mas ou eu fazia aquilo, ou algo horrível poderia acontecer. Saí com cuidado do quarto e destravei a arma, a segurando em minha frente. De qualquer forma, eu deveria saber que, sendo esposa de quem sou, nada é perfeito.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top