Capítulo 37 - O Terceiro Elemento.
Quando Lisa chegou na cozinha, tomou de assalto a presença do Forasteiro em sua frente. Parou um momento recuperando-se do choque. Sabia que viria a sua procura. Não esperava que fosse tão cedo. Não estava preparada para dar as devidas explicações ainda.
- Seu Dione?! Que bom que está aqui! - A voz saiu receosa. Lembrava de ter o deixado para trás, praticamente roubado sua mochila e quase o atropelado no processo.
- Estava preocupada com você! - Abriu um sorriso para o homem e começou a caminhar cautelosa em sua direção. Interrompeu os passos ao ouvir seu questionamento com uma voz mais firme que o normal.
__ O que falava no celular? Estava entregando a minha cabeça em coreano?
A pergunta foi um choque. Quanto tempo estava ali? O que ouviu? Como entrou sem ela perceber? Arrumou o cabelo atrás de sua orelha tentando ganhar tempo enquanto escolhia as palavras que diria.
- Claro que não! Estava pedindo ao seu Neco para lhe deixar em paz.
- Não era de todo uma mentira, esperava que isso o deixasse mais tranquilo.
- Primeiro você mente para mim dizendo que não sabe dirigir, depois dá um show de direção... Pode me explicar isso também? - Dione estava cheio de perguntas e queria respostas no mínimo satisfatórias.
- Você é um ótimo professor, eu aprendi muito rápido... - Sorriu, mas mudou o semblante ao ver que Dione não se agradou de sua piada.
- É melhor você me levar a sério, garota! - Bradou irritado.
- Me desculpe. Eu aprendi que uma detetive nunca deve dizer tudo oque sabe, isso pode ser usado como uma arma ao seu favor.
Não revelaria que tinha aprendido a dirigir pela Internet e o máximo que fez foi dar umas voltas no quarteirão às escondidas. Lá atrás, foi puro impulso. Adrenalina do momento e sorte. Muita sorte!
- Mas você fugiu com a minha grana, me deixou para trás e agora diz que pediu clemência por mim? - Franziu o cenho.
- Não se esqueça de mencionar que também salvei a sua vida. Não seja ingrato! - A voz dele denotava que não estava acreditando em suas palavras.
- Eu serei eternamente grato! Estamos quites agora. Eu também salvei sua vida.
- Quero que entenda que eu estou desesperada. Essa maldita grana tem que estar aqui quando o desgraçado chegar, ou será o meu fim! - Falou pesarosa.
- Você não confia em mim, não é?! - Dione olhou no fundo dos olhos dela esperando uma resposta verdadeira.
- Claro que confio! Muito! - Falou dando alguns passos rumo a ele.
- Pois não parece...- Dione falava desconfiado.
- Eu confio em você! - Lisa estufou o peito o enfrentando.
- O que pretende? Você se mostrou inteligente até agora, mas não deduziu que eu iria atrás da grana?
- Deduzi sim. Entrego a mochila para Neco, e fico livre de sofrer as consequências. Mesmo que depois você a recuperasse de volta, que é o que vai fazer, não é? - Esperava ser convincente. Mesmo nem ela acreditando nisso.
- Sente-se. Beba uma taça de vinho comigo! - O convite saiu como uma ordem.
__ Eu não estou com sede. - Mentiu. Jamais beberia algo oferecido por alguém que estivesse mordido, a não ser que fosse obrigada. Aquelas taças já cheias, o homem á mesa lhe esperando friamente. Com certeza havia algo premeditado.
__ Sente-se e beba! - Falou Dione elevando o tom e empurrando a taça cheia rumo a moça, sobre a mesa. Em nenhum momento ele tencionou levantar do seu lugar.
__ Tudo bem... - Falou assustada puxando a cadeira. Sentou-se, colocou a mochila que pegou no quarto antes de vir até a cozinha e a colocou sobre a mesa, segurou a taça e disse:
__ Pra você ver o quanto eu confio em você, eu beberei! - Olhou nos olhos dele.
__ Então beba! - Falou serio, a incentivando com uma das mãos apontando pra taça.
Ela olhou para a taça e em seguida para Dione e a entornou num único gole. Sentiu o vinho descer amargo em seu paladar. Talvez, o seu nervosismo tivesse estragado o doce sabor dele. Dione ficou por um momento observando sua reação e em seguida virou a sua taça também.
__ Posso beber mais um pouco? Isso está uma delícia! - Ela parecia querer o provocar. O fitou diretamente nos olhos, levando a mão rumo ao vinho.
__ Vai com calma! - Dione segurou a garrafa. Ela era corajosa, Safa...
tinha que ter um certo cuidado com a pequena.
- Me oferece vinho, e depois me proibi de beber? Do que tem medo, seu Dione?
__ Seu plano é bom! Mas, você só se esqueceu de deduzir que eu poderia ficar muito zangado com você por ter fugido com a minha grana.
__ Eu sei disso. Mas achei melhor agradar o seu Neco e desagradar você. O seu Neco me mataria sem pensar duas vezes, já você, sei que jamais me machucaria. - Explicou.
__ Por que tem tanta certeza disso? - Falou Dione retirando aquele frasco que Neco havia dado a Lisa do seu bolso.
Lisa se espantou ao ver que estava vazio. Engoliu a bola de ódio em seco que se formou em sua garganta embargada de remorso. Nesse momento, ela só pensava na vagabunda que encontraram no caminho. Não precisava matá-la para ficar com ela, era só pegar a maldita mochila e voltar aos braços da piranha!
__ Está me dando o troco, seu Dione?!
__ Você fugiu com a minha grana e entregou minha cabeça para o velho. Não confiou em mim! - A irritação impregnava a sua voz.
__ Eu não lhe entreguei! Acredita em mim! Poderia fugir com todo esse dinheiro e nunca mais me encontrariam!- Bateu a palma da mão espalmada na mesa. Ele era um tonto mesmo. Estava o protegendo!
__ Você sabia que eu estaria aqui, por isso falou na sua língua?
__ Caso não tenha percebido, é minha língua natal, o que me impede de falar nela ao telefone? Sempre falo em coreano quando estou nervosa.
__ Não me subestime menina! - Bradou irritado, batendo a taça com força na mesa e assustando a moça.
__ Eu não estou mentindo! Machuquei a Jude por você, nem sei se está viva ou não, e você me enganou com aquela mulher! Cansei de ser usada! Quero minha liberdade! Vou usar de todos os meios pra isso! - Disse apoiando as duas mãos espalmadas sobre a mesa, o encarando de pé.
__ Eu não preciso ouvir mais nada. Estou caindo fora! - Dione se levantou e pegou a mochila. Assim que deu alguns passos, parou e disse: __ Mercedes foi um passado bom, não nego. Você seria meu melhor presente! - Voltou a caminhar mais foi impedido por ela. Lisa saiu enérgica de seu lugar, foi até ele e lhe abraçou a cintura se deixando seduzir por aquele olhar que lhe fitava tão verdadeiro e disse:
__ Você não precisa dessa maldita grana, seu Dione! Você precisa é de mim! E quanto ao seu presente, o que te impede de vivenciá-lo?
Ela começou a beijá-lo. Tão devagar que ele pensou ser um sonho. A boca dela ainda tinha o gosto do vinho e ele sorveu seus lábios para senti-lo. Ele soltou sua mochila sem apreço no chão e se deixou se envolver por aquela tentação que era aquela garota. Acentuou o beijo segurando seu rosto entre as mãos. Ela envolveu seus dedos em seu cabelo o trazendo para mais perto de si.
Sabia que o seu tempo era curto. Que tudo que viveu ao seu lado poderia ser nada mais que uma ilusão. Mas, precisava libertar-se da tensão que a água não a livrou por completo. Tinha ainda o fogo da adrenalina queimando suas veias, implorando um desfecho para se acalmar.
Deslizou a mão pela sua nuca e o prendeu pelo quadril, sentindo a sua ereção sob a roupa a lhe tocar. Deixou um gemido escapar pelos lábios quando ele a liberou para buscar mais ar aos seus pulmões.
__ Por que você me tortura assim menina?! Você sabe que não posso levá-la comigo! - Sussurrou ao seu ouvido e logo foi a beijando em toda a extensão do pescoço.
__ Se decidir me levar agora, vai levar um defunto com você. Esqueceu que bebi o veneno?
Ela o lembrou erguendo os pés para alcançá-lo melhor. A morte parecia lhe brindar com um sorriso, e lhe provocava um calafrio pelo corpo. Se morresse em breve, por que não degustar da luxúria em seus últimos minutos?
__ Se eu tivesse mesmo colocado isso pra você morrer, eu também beberia do mesmo veneno? - Falou já rendido pela paixão.
Lisa interrompeu aquele amasso lembrando que ele bebeu junto com ela. Mas, poderia ter posto só em sua taça. A dúvida fez rolar uma lágrima em seu rosto. Que ele sorveu num beijo carinhoso. Pegou ela pelas nádegas, a suspendeu do chão. Ela cruzou as pernas em sua cintura e ele a prensou contra a parede.
- Me peça pra parar... - Se ajeitou entre suas pernas esperando a sua permissão.
- Por que eu pediria isso, seu Dione? - O olhou maliciosa.
- Por que eu não sou um homem adequado para você!
Ela sorriu o recebendo. Nem ela era mais a garota adequada para ele. Anoite provara isso. Os tiros, o sangue, a tensão vindo em ondas no seu corpo junto ao tesão. Ela deixou a cabeça pender para trás. O desejava. O queria logo dentro dela.
Ainda lembrava dele lutando. Da força descomunal que fazia para protegê-las. Do sufoco que passou quando ela deixou os cães escaparem pelo portão por sua causa. Do momento que decidiu bancar a heroína com o carro, de como tudo parecia ter dado errado, do medo que sentiu sozinha na estrada. E Jude...
No chuveiro, as águas mornas lembravam as mãos dele em seu corpo e foi para lá que lhe convidou.
Ele Precisava tirar o cheiro da morte do corpo dela. Ela parecia um terceiro elemento entre eles. Precisava experimentar o gosto da vitória. Ter sua pele nua contra a dela para sentir que ele a desejava mais que tudo...
No chuveiro, ela o recebeu dentro dela. Da forma que dava. Dione deitado de baixo do chuveiro e ela entrelaçada em seu guadril, com a água caindo em suas costas. De olhos cerrados, Lisa arranhava o peito do homem com rorça, e gemia choramingando, subindo e descendo em seu membro grande e espesso. Sua vontade era de xingá-lo, e fazia isso em silêncio. Por que tinha que ser tão bom com aquele instrumento, que centava com tanto tesão sobre ele? "Filho da puta!" Tinha motivos de sobra para odiá-lo, mas... Dione arfando sem parar, se acabava de prazer. Era tão bom sentir seu membro dentro dela! O seu jeitinho meigo e seu corpo pequeno e delicado, o fazia desejá-la ainda mais. Era um tanto tímida, mas gostava de ser fodida daquele jeito. Ninguém imaginaria ao vê-la na rua, mas era folgosa, e isso o agradava.
Quando tudo acabou...Ele levou o cabelo molhado dela atrás da sua orelha devagar, beijou sua testa com ternura e brincou...
- Despejei o veneno na pia...- O olhar dele era divertido, embora não houvesse graça na piada.
__ Eu sei que não faria isso. - Sorriu. Dione a beijou novamente. Assim que cessaram o beijo. Lisa passou a mão sobre a barriga e disse: __ Hum... Está me dando uma fominha!
__ Confesso que também estou com fome. - Falou sorrindo.
- Termine seu banho, vou procurar uma muda de roupa limpa pra você e algo para remendar essa sua perna! - Apontou a coxa machucada.
Lisa o deixou, vestiu-se e foi atrás do que lhe prometeu. O coração aliviado, mesmo assim em pedaços. Sabia que já se aproximava a hora da despedida. Não quer deixá-lo partir. Mas sabe que prendê-lo a ela, é um sonho inalcançável....
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