Sala de espera

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JASPER HALE


— Nunca mais vou ver o azul dos olhos dela— falei, mais para mim mesmo do que para Alice, que arrumava nossas malas sem que eu precisasse pedir. Não tirei os olhos de Rebecca desde que a trouxe para casa, tudo está um caos, e eu me virava para acreditar que o final de felizes para sempre chegaria.

Ela está tensa, parada demais, na minha opinião. Acariciei seus cabelos negros, encharcados com seu sangue, me perguntando o que eu tinha feito quando a deixei para trás quando eu devia ter ficado ao seu lado. Edward devia ter cuidado dela, ele me prometeu. Não eram nem por horas a fio! Eu só precisava de um tempo... Foi a ultima coisa que discutimos antes de eu partir. Ele hesitou? Que diabo foi que ele deixou de fazer?

Alice se aproxima de mim com um pano molhado, a fulmino com o olhar, irritado que ela estivesse tentando me limpar o tempo todo desde que me alcançara. Ela me encara serena e recua, me estendendo o pano. Aceito de mau grado e limpo os cantos da boca para me livrar do sangue seco. Rebecca não havia mudado nada, não gemia nem reclamava. Parecia apenas morta.

Encarei minha irmã me perguntando se ela tinha me dito a verdade ou se só estava ganhando tempo para criar um plano para eu não me entregar aos Volturi novamente. Sem Edward do meu lado, não haveria a mesma hesitação da parte deles, não recusariam um segundo pedido, seriam considerados maleáveis demais e seria o mesmo que pedir para serem desrespeitados.

O coração dela martela furiosamente, eu sei que assim é como deve acontecer, já presenciei muitas transformações, mas com Rebecca parece diferente.

Mais lento. Rápido demais? Ela vai sobreviver ao meu veneno? Eu mordi fundo o suficiente? Ela vai me perdoar por tê-la deixado? Por que eu não confiei em mim mesmo e fiquei com ela?

Devia ter nos ouvido, devia ter usado um pouco de egoísmo pelo menos uma vez, mas eu não conseguiria relaxar deixando minha família toda lutando enquanto eu ficava parado esperando eles terminarem algo que eu e Edward começamos.

Me curvei sobre o corpo dela na maca, não queria respirar e nem precisava. A observei, era assustador saber que essa imagem sanguinária e pálida dela se sobressaía sobre qualquer outra, qualquer uma mais feliz. Toquei o rosto dela, desenhando-o com a ponta dos dedos, não acabaria assim... não, ela merece mais do que isso.

Quero que ela abra os olhos, quero que aquele mar azul me reflita e me afogue.

Segurei o rosto dela com delicadeza, como se ela ainda fosse o ser mais delicado que eu já me aproximei.

— Esquecemos de fazer a promessa para os dois lados— sussurrei, seus olhos se remexeram sob as pálpebras, mas não houve mais qualquer movimento— Espero que você volte inteira para mim. Promete fazer isso?

A dor preencheu meu peito quando o silêncio que se seguiu pareceu perpetuo, um sufoco que parecia fechar meus olhos, me incapacitando de visualizar um futuro bom. Eu não conseguia olhar para frente, ela está morrendo de dor, mas eu não posso fazer nada. Só me resta esperar.

Mas no fim, é isso o que meu lado egoísta desejava, não é? Tê-la sempre para mim, a imortalidade do amor verdadeiro, sabíamos que seria assim, esse era o preço a ser cobrado. Mas só pareceu errado. A escolha foi arrancada abruptamente das mãos de Rebecca como foi com a maioria de nós, a decisão que nós tínhamos tomado, que ela enfim tinha aceitado. Não me importava quando seria, eu sabia que aconteceria e eu estava feliz. Mas aquela... desgraçada interrompeu qualquer chance de despedida. Victoria a matou. Rebecca não veria mais os pais, nem os amigos. A partir de hoje ela está morta. Será que ela vai me culpar por isso?

— Jasper— Alice se aproximou de novo, não me virei para olhar desta vez— Jasper, eu preciso que você me deixe me aproximar— ela pediu. Apenas rosnei, incoerente. Parte de mim sabe que Alice não machucaria Rebecca, mas parte de mim não imagina quem cuidaria melhor de Rebecca do que eu mesmo. Não preciso de ajuda alguma com isso, nunca mais pediria novamente, ela é minha responsabilidade— Jazz, eu preciso que arrume Rebecca para a nossa viajem— Alice insistiu, cautelosa. A olhei por cima do ombro sem dizer nada.

Nossa viajem? Nossa? Eu não a convidei momento algum.

— Eu e Maggie vamos com vocês, acredite, vai precisar de nós quando Rebecca acordar— ela se explicou ainda que de forma vaga. Me enchi de confusão.

— Por que eu precisaria de qualquer ajuda?

NOTA DA AUTORA:

Oi, vagabunda, o capítulo vai curto mesmo até porque o foco da narrativa não é do Jasper, mas eu vi certa necessidade de postar isso aqui.

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