Infinito
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Quando chegamos todos já estão reunidos na sala, como estátuas tensas em espera de julgamento. Edward quase avançou em Alice, no entanto Jasper o impediu segurando-o pelo ombro sem tirar o braço de minha cintura em nenhum momento.
— Todos estamos estressados, não complique as coisas.— Jazz censurou. Edward o olhou torto, mas recuou para o lado de Bella novamente.
— O que aconteceu?— Edward sibilou para Alice.
— Eu não sei.— ela respondeu, resposta essa que me deixou nervosa, mas tentei me controlar para não sobrecarregar Jasper.— Eu não vi nada.
— Como isso é possível?— Edward continuou.
— Não é ciência exata, Edward— Alice revirou os olhos.
— Ele esteve no quarto delas, podia muito bem estar esperando por elas!— rosnou Edward, Jasper me colocou atrás de si segurando minha mão às suas costas, de olho em Edward.
— Eu teria visto.— Alice disse.
— É mesmo?— perguntou Edward com sarcasmo— Tem certeza?
— Edward, para!— Bella o censurou.
— Você me pediu para vigiar as decisões dos Volturi, a volta de Victoria e cada passo das gêmeas— Alice disse entre dentes— Eu tenho que vigiar Charlie também? O quarto de cada uma, a casa ou todo o quarteirão? Se eu tentar demais as coisas vão começar a vazar pelas frestas!
— Parece que já estão vazando— rebateu Edward.
— Elas nunca estiveram em perigo. Não havia o que ver.— Alice disse, soltei o ar que não notei que tinha prendido.
— Quem foi, Edward?— Carlisle falou pela primeira vez— Alguém que conhecemos?
— Um estranho. Não reconheci o cheiro.— Edward disse, tenso.
— Um nômade?— perguntou Esme.
— Não faz sentido terem toda Forks para visitar e irem direto na casa das garotas.— Jasper disse.
— Talvez tenha sentido nosso cheiro e ficou curioso.— Esme insistiu.
— Quem quer que tenha sido tomou o cuidado de não acordar Charlie.— Edward disse— Alice, pode não ter sido uma decisão de Aro... mas tanto Jane, quanto Caius podem ter mandado alguém.
— Certamente eles têm os recursos e motivação— concordou Jasper— Mas Alice disse que está vigiando as decisões deles, não teria como perder uma assim.— Edward revirou os olhos, mas não falou nada.
— Temos que montar guarda na casa das meninas.— Carlisle pensou alto.
— Mais divisões?— perguntou Rosalie numa voz cortante. O silêncio se seguiu conforme todos olhavam com censura para a loira.
— Eu não acredito nisso!— reclamou Alice de repente— O timing foi perfeito demais. O visitante foi cauteloso para não fazer contato, como se soubesse que eu veria...
— Ele pode ter tido outros motivos para não fazer contato— Esme disse olhando sugestivamente para Emmett e então para Jasper.
— Importa mesmo quem foi?— Bella perguntou, todas as cabeças se viraram para ela, franzi a testa sem entender o que queria dizer— Por acaso alguém está procurando por nós, isso não é motivo o suficiente? Não podemos esperar pela formatura.
Pisquei algumas vezes tentando não entender o que Isabella dizia, a encarei incrédula.
— Não seja ridícula— falei— e o papai? A mamãe? Eles morreriam se uma de nós desaparecer, quem dirá as duas de uma vez.
— É neles que estou pensando! É em Charlie que estou pensando!— Bella rebateu batendo o pé querendo ser levada a sério como uma criança birrenta— morarmos sob o mesmo teto que ele o faz um alvo também.
— Seremos duas recém criadas descontroladas, isso será mais um problema na vida deles, Isabella— falei, Rosalie concordou comigo ao fundo— sabe que nós iríamos dividir mais ainda a família de Esme, aí sim as coisas vão começar a sair pelas frestas! Eles precisam caçar, estão cuidando da gente, perseguindo Victoria e agora chega esse intruso! Você não pensa, caralho?— fuzilamos uma a outra com o olhar— Desculpe pelo linguajar na sua casa, Esme.— me virei para a mesma ao me tocar do que falara.
— Está tudo bem, querida, vocês estão estressadas também.— como sempre ela foi compreensiva, suspirei alto e balancei a cabeça para minha irmã, pensando. Jasper olhou para mim curioso com minha hesitação.
— Parece que você teve uma ideia.— comentou ele, eu forcei um sorriso apesar de não ter certeza se é uma boa ideia.
— Estava pensando em dividir o trabalho com outros amigos.— falei, Bella foi a primeira a fazer cara de quem entendeu.— Não queremos fazer mais peso na vida de vocês, e talvez haja uma forma...— hesitei, sem saber como eles poderiam reagir.— de facilitar as coisas. Continuaríamos seguras, e vocês poderiam não se preocupar conosco por um momento.
O reconhecimento passou no rosto de cada um, e Jasper fechou a cara.
— Não estão brigadas com aquele cachorro?— perguntou ele, dei de ombros.
— Ele está querendo se desculpar, talvez seja bom usarmos isso para criar um acordo.— argumentei.
— Pode funcionar— Carlisle concordou e eu fiquei imediatamente grata, Carlisle assentiu para mim— É uma ideia muito útil, Becca.— corei, é muito bom ser elogiada por um homem bom como Carlisle, me senti triunfante, Jasper sorriu apoiando a mão na minha cabeça.
— Nos leve para casa. Vamos resolver ao menos isso— pedi, Jasper se abaixou e me jogou no ombro, eu me despedi, envergonhada, dos pais dele.
— Não aja assim na frente de Esme!— censurei ele no caminho de volta, falei baixo no carro sem saber se ela poderia me escutar daquela distância, Edward dirigia sem falar nada com Bella do lado. Jasper sorriu.
— Não se preocupe com Esme, ela ficará feliz se eu estiver feliz.
— Você está feliz?— perguntei-lhe, surpresa, Jasper se inclinou na minha direção me prensando contra a porta, intimidador, o olhei com atenção.
— Você é minha de novo, vai demorar até que algo tire meu bom humor, se é que me entende.— ele me lançou uma piscadela e eu sorri abertamente, revirando os olhos.
— Preste atenção, major. Vai perder a postura de novo?— brinquei, e Jasper me beijou com vontade, tomando meus lábios como se dependesse deles. Edward pigarreou alto.
— Com licença!
— Pode passar— Jasper murmurou beijando meu rosto. Infernizamos Edward até chegarmos em casa— Te vejo no seu quarto, aposto que não é uma boa hora para Charlie saber da gente.— ofeguei, um protesto quando ele se afastou na sua velocidade vampiresca, eu só pude ouvir parte de sua risada.
Entramos com Edward e papai nos recebeu sem nos olhar, parecia não ter se movido do sofá.
— Bella! Jacob ligou de novo.— avisou ele sem moderar o tom, muito menos pareceu incomodar com a presença de Edward.
— Cuidam disso?— perguntei num sussurro para o casal, Edward assentiu e eu subi as escadas depressa, aos tropeços. Quando cheguei ao meu quarto Jasper me esperava de braços abertos como se lesse meus pensamentos, abri um sorriso largo e fechei a porta depressa, trancando-a. Corri para Jasper e pulei no seu colo. Ele me pegou, as mãos cruzadas na minha bunda enquanto eu envolvia sua cintura com minhas pernas e seu pescoço com meus braços. Nos beijamos com uma intensidade mais afinco do que nunca. Parece que ficamos ainda mais a vontade quando o mundo está sendo detonado de plano de fundo. É irônico, mas isso parece deixar tudo mais excitante.
Jasper se deitou na cama, comigo por cima, me afastei do beijo, sorrindo.
— Então quer dizer que está feliz por me ter?— provoquei, ele sorriu, as mãos pousadas nas minhas coxas.
— Se você estiver bem, eu estou. Você está bem?— me olhou sugestivo, se sentando sem fazer cara de que aquilo era de qualquer esforço.
— Estou.
— Ótimo.
— Ótimo.
Ele me atacou covardemente com cócegas me fazendo chorar de rir de novo.
— O cachorro está vindo.— ele disse quando eu estava a ponto de chorar de tanto rir. Meu sorriso desapareceu lentamente pois a primeira coisa que me recordo foi do que Jacob nos disse. Jasper tomou um olhar cauteloso com minha mudança de humor.— O que há?
— Jacob falou que preferia nos ver mortas antes de nos ver transformadas— murmurei baixando o olhar, Jasper fechou a cara.
— Posso matá-lo?
— Agora não seria uma boa hora.— sorri— Vamos precisar deles, lembra?
— Duvido que seja mesmo necessário todos eles naquele bando.— Jasper beijou meu rosto— Sinto muito.— ficamos em silêncio por um momento— É parcialmente minha culpa, sabe como é, se apaixonar pelo vampiro bonitão têm lá sua taxa de pagamento.— eu gargalhei sem poder me conter. Ainda bem que papai tinha aumentado o volume da televisão.
— Palhaço— balancei a cabeça.
— Major, senhor— corrigiu-me— eu exijo respeito, mocinha.— ri mais ainda deitando a cabeça no seu ombro.
— Meu palhaço.
— É bom que isso não se torne um apelido constante, ninguém mais me respeitaria em casa.
— Já se perguntou por quê?— apertei a ponta de seu nariz, ele riu comigo e me jogou de lado na cama.— Ei!— ia começar a reclamar quando vi sua mão estendida em minha direção, a palma exibindo um objeto que eu não via fazia tempos. Arregalei os olhos e peguei o anel, surpresa, girando a prata em meus dedos, o anel que Jasper me deu anonimamente ao que me pareceu ser uma década atrás— Você... pegou?
— Nunca perdi de vista, na verdade. Como seu colar, mas você não vai tirar o que sua mãe te deu, que eu sei.— afirmou ele, sorri sem palavras, triste, mas de um jeito reconfortante. O anel com a pedra de topázio azul representava nosso começo e nosso fim, admirei a pedra, imersa. Jasper pegou uma mecha do meu cabelo e a enrolou dos dedos.— Pensei que era hora de voltar para a dona.— falou, a voz serena. O encarei me perdendo em seu olhar. Tombei a cabeça de lado e Jasper jogou meus cabelos para trás, expondo meu pescoço, começou a beijar meu ombro, minha clavícula e subiu os lábios pelo meu pescoço, sorri colocando o anel de volta no meu dedo maior e admirei minha mão. Voltamos no tempo, só que dessa vez eu estou mais... completa. Me senti bem, infinita.
— Obrigada, meu amor.— falei, Jasper abraçou minha cintura dando diversos beijos na minha bochecha.
— Se quer saber minha opinião, eu acho o "meu amor" é muito melhor do que "meu palhaço''— ele disse, revirei os olhos.
— Eu vou te chamar de cachorro pelo resto da sua vida se você não parar de argumentar sobre cada apelido que te dou.
— Eu tenho uma vida muito longa pela frente.— resmungou.
— Eu vou ter tempo.— falei, Jasper me encarou surpreso, a cara de quem está duvidando dos próprios ouvidos— E não pretendo sair do seu pé por muuito tempo.— continuei e sorri quando ele abriu a boca para falar, tornando a fechá-la, diversas vezes.
— Você.... decidiu....?
— Sim, meu major, senhor.— brinquei— considere um presente de aniversário atrasA— gritei quando Jasper me interrompeu me pegando no colo e me balançando no meio de seu abraço de ferro, para cima e para baixo.— Jasper!— censurei-o num sussurro urgente, mas ele me calou com um beijo, senti-me envolvida por sua empolgação e felicidade.
— Espera! Não vai fazer isso porque se sente pressionada, não é?— ele me olhou desconfiado.
— Claro que não.— tranquilizei-o. Jasper sorriu com um ar infantil, eu diria, ele fica tão lindo! Mas então ele parou e se sentou na cama, me puxando para seu colo, e encarou a porta.— O que foi?— sussurrei, alerta. Ele não me respondeu e parou de respirar. Ouvi passos pesados e me agitei— Charlie!— sussurrei ansiosa, Jasper balançou a cabeça, negando. Ouvimos os passos se aproximarem e Jacob enfiou a cabeça pela minha porta, farejando. Relaxei um pouco, Jasper não se moveu. Jacob franziu o nariz e olhou para Jasper me ignorando. Fiz o mesmo, afundando a cara na curva do pescoço de Jasper.
— Você está estragando o ar.— reclamou Jacob.
— Você já cheirou o rabo dos seus outros amigos, cachorro?— rebateu o loiro revirando os olhos, cruzando os braços e me apertando contra si. Jacob rosnou, as mãos tremeram e ele fechou a minha porta com força, descendo as escadas com aparente pressa.
— O que ele veio fazer no meu quarto?— perguntei, ranzinza.
— Guardar o cheiro para a alcatéia dele. Assim ficará mais fácil para eles reconhecerem o rastro.
— O quarto de Bella não bastava?— resmunguei, cruzando os braços como conseguia, a mobilidade mínima nos braços de Jazz.
— Pelo visto não.— disse ele, também insatisfeito com a visita. Me debati para que ele me soltasse, ele hesitou, mas afrouxou o aperto.— O que foi?
— Preciso de um banho.— expliquei— Vou me arrumar para dormir. Você vai ficar, né?— Jasper me deixou me levantar e sorriu.
— Tenho tempo.— falou colocando uma perna sobre a outra para se exibir confortável, esticado em minha cama. Corri para o banheiro e tomei um banho rapidinho, com pressa para me deitar com Jasper de novo. Quando voltei para o quarto, apenas de toalha, Jasper revirou os olhos fazendo bico e afundou a cara no meu cobertor, cobrindo os olhos— Só não vou espiar porque Edward está perto demais— ele resmungou, a voz saiu abafada. Me vesti depressa, sentindo falta novamente do meu casaco e observei Jasper tatear minha cama cegamente.— Onde está seu travesseiro?— perguntou.
— Era sobre isso que eu ia falar.— eu disse, estranhando— Alice deixou alguma coisa minha e de Bella na sua casa? Notamos falta de várias coisas.
Jasper levantou a cabeça, me olhando, confuso, então sua cara se endureceu.
— Coisas que vocês usaram?— perguntou-me.
— Sim— franzi a testa o olhando com preocupação— Demos falta desde que voltamos da sua casa. Por quê?
— Venha aqui, Edward.— ele disse. A minha porta se abriu e se fechou rapidamente, olhei para trás Bella e Edward estavam tensos.
— O que foi, gente?— perguntei me sentindo aflita com o suspense.
— O nosso cheiro— Bella falou ofegante, saindo do colo de Edward.— Nosso visitante estava pegando vestígios nossos... Edward disse que para provar que nos achou.
— Mas...— não consegui completar a fala, nem sabia como completaria. Edward jogou um jornal sujo na direção de Jasper.
— Você estava certo— Edward disse— Não é apenas um. Acabei de falar com Carlisle...
— Eu ouvi.— Jasper o interrompeu olhando brevemente o jornal, amassou o mesmo antes que eu visse— Isso nós resolvemos mais tarde.
— Isso o quê?— perguntei, Jasper suspirou, não quer me preocupar, óbvio.
— A situação em Seattle está se agravando.— ele balançou a cabeça— No começo pensamos que era apenas um... sem nenhum senso, claramente jovem e sem noção dos Volturi, mas o estrago fica ainda maior... são muitos.
— Um bando de recém criados?— perguntei incrédula.
— Teremos de lidar com eles antes que os Volturi o façam— Edward falou— Ainda bem que temos Jasper. Nosso especialista em vampiros jovens.— Edward apertou o ombro do irmão, Jasper ficou sério trincando a mandíbula e suspirou, vindo para meu lado como se buscasse apoio, abraçou minha cintura, respirou fundo com o nariz enfiado nos meus cabelos.— E eu acredito que você tenha algo para falar para Becca, Bella.— Edward lembrou com a mão na maçaneta. Eu e Bella nos olhamos.
— Jacob nos chamou para uma festinha na fogueira amanhã a noite.— falou, eu e Jasper nos olhamos.
— Você vai ficar bem?— perguntou ele.
— Se você ficar bem, sim.— dei de ombros, ele me imitou.
— Ótimo.
— Ótimo.— sorri e me virei para Bella— Eu vou, os rapazes precisam de uma folga.
— Obrigado!— Edward fingiu comemorar e riu ao levar um tapinha de Bella.
— Agora vazem do meu quarto, momento casal aqui.— fiz um gesto de descaso como se afastasse um mosquito, Bella revirou os olhos com o namorado e saiu na frente.
— Durma bem, Jazz— despediu-se Edward fechando a porta atrás de si.
— Ele é um idiota.— falamos em sincronia e balançamos a cabeça em concordância. Jasper me pegou no colo, apagou a luz e me deitou na cama.
— Não estou com sono— resmunguei, Jasper me cobriu e me abraçou por trás.
— Eu estou.— brincou ele, eu ri.
— Palhaço.
— Major.— me corrigiu, revirei os olhos e Jasper levou a mão ao meu coração.
— Boa noite, meu amor.— sussurrei.
— Meu amor, hmm— ele beijou minha têmpora, fechei os olhos, sorrindo.
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