Adventure

Para melhor experiência, leiam escutando a música - Going to California — Led Zeppelin.

Aviso: Este capítulo e os próximos serão compridos, por ser uma one-short não tem como eu aumentar a fic adicionando um cap a mais; Por tanto, cada capítulo é importante e necessita ser detalhado, então prestem atenção.

Desculpem qualquer erro ortográfico, eu escrevi na pressa e não deu o devido tempo que era para ter tido para corrigir esse cap.

                                                      Boa leitura.
    
                                       🌛
                             

   
         5 horas para o dia 2.

  "Não há validade para emoções, deixa-as vir". D.M.

A noite recaiu como um sopro ao vento parecendo ter vindo em segundos.

O clima era abafado com um frescor chegando no fim da colina.

Meu tio me ligou pelo rádio, avisando-me sobre um garoto da minha idade que fugiu dos pais por ser rico.

Eu ri e achei um exagero da parte dele, Sirius tende a ser espontâneo e exagerado, sendo desse modo que conquistou o meu outro padrinho, Moony.

Ambos foram feitos um para o outro, porque enquanto Pads era inseparável ao meu pai, Moony era o oposto sendo inseparável á minha mãe.

Sendo essa a família que qualquer pessoa precisava ter.

Segundo Sirius, minha mãe detestava o meu pai, ele e Remo eram melhores amigos naquele trio e só observavam o coitado quase implorar todos os dias para ter uma chance sequer com a minha mãe.

E como toda história tem um lado bom e o lado ruim, o lado bom é que foi nesse desespero do meu pai que uniu mais ainda os meus tios, aumentando aquele sentimento reprimido de ambas as partes.                                  
Por tanto, com James perdendo a paciência e percebendo, empurrou praticamente os dois um para o outro.

Ele ficava indignado em saber que em meio a tanta luta para conquistar uma dama os dois estavam nesse desperdício de química e amor.

Foi então quando Moony tomou a coragem em meio ao falatório nervoso de Pads, revirou os olhos e o puxou pelo colarinho contudo dando então o primeiro beijo que os uniu até hoje.

O brilho no olhar quando contam toda vez, é de se admirar e rir com orgulho por ter sido criado nessa dinâmica avoada e animada ao meio deles.

Meu peito chega à doer de tanto que eu os amo.

Usando agora esse sentimento para focar na missão na qual jurei sobre o túmulo dos meus pais que não deixarei a morte deles ser em vão.

Vim para esse país, onde seus corpos foram encontrados como um pedaço qualquer, após o desabamento no protesto para abrir a fronteira para o México.

Eles se sacrificaram por mim, para eu ter uma vida boa e feliz, com memórias alegres, problemas de adolescência, mas o que eles não imaginam é que para ser realizado e feliz, eu os queria vivos ao meu lado, me parabenizando por cada conquista.

Sempre fui uma criança sentimental e indefesa, meus padrinhos não me contam, mas tenho certeza que foi por essa razão e minha culpa que eles não estão aqui comigo.

Mas agora sei como me virar, não sou mais um peso aos meus padrinhos, sou um adolescente de 17 anos, planejando cada passo a minha vida inteira, que está fazendo a mudança que esse país precisa.

Faltando agora apenas 5 dias para o plano final e encontrar o verdadeiro culpado por trás desse desastre.

O qual arruinou a minha vida.

Quando eu encontrar o culpado por trás da morte dos meus pais, eu vou fazer pagar por cada perda que todas as almas inocentes tiveram.

O filho da puta que me aguarde.

Meu coração quase pula pra fora, levando um dos outros sustos que tomei, xingando então mentalmente o canalha que estava batendo de novo na porta do trailer.

Guardando depressa o mapa de qualquer jeito em minha mochila, me ajeito para ver o que ele quer, tendo uma noção sobre do que se tratava.

Abrindo contudo a porta imprestável de lata do trailer, encaro o sujeito com a minha cara de tédio, o escutando reclamar.

— Quando vai me pagar o que deve?

Revirando os olhos, respondo — Logo, só preciso de mais um dia. — Fechando em seguida a porta em sua cara, contudo.

Porém, o barrigudo no mesmo nível de brutalidade que eu, impede a porta de ser fechada, colocando um pé entre a abertura e puxando fortemente contra o lado oposto, a abrindo para me encarar com seu jeito carrancudo.

— Acha que pode me enrolar? Dessa vez não mocinho, ou me paga o que deve ou você terá sérios problemas! — Diz no seu tom de ameaça.

— Mais um dia. — Falo direto, insistindo para me deixar em paz.

— Eu quero esse dinheiro pra hoje! Ou você terá sérios problemas, garoto encrenca.

— 'Tá com o disco arranhado? — Provoco. — Coitadinho, deve ser a idade.

Sem paciência para suas toscas ameaças, abro uma passagem ao seu lado dando um empurrão no seu ombro e vou para o lado de fora.

— Aqui está as chaves. — Entrego, jogando na direção dos seus pés, para que ele pegue propositalmente no chão. — Eu não preciso do seu trailer de merda. — Digo com desprezo e ódio, dando as costas para o mesmo.

Deixando o falar sozinho, percebo que não demorou muito para ficar em silêncio, o que me fez apressar os passos porém antes mesmo de seguir em frente, ele me impede segurando em meu ombro de forma brutal.

— Não desta vez! — Diz zangado e determinado em acertar um soco no meu lindo rosto.

Tento me soltar mas seu braço era imenso tanto de força quanto de massa muscular. — Aí! — Começo a exclamar de dor, pelo careca apertar cada vez mais o meu ombro, sendo quase impossível me soltar.

— ME LARGA AGORA! — Grito, ainda na tentativa de me soltar e com um impulso, acerto um soco no seu estômago.

O que não fez efeito algum no barrigudo pelo ao contrário, ele ficou mais perturbado de raiva e fez questão de me deixar cara a cara com ele, vendo até os pelos de seu nariz largo.

— Eu já te falei, não estou com o dinheiro! — Preciso só de mais um dia. — Digo-lhe quase como uma súplica, mas não deixando de encara-lo com o meu olhar desafiador.

— Corta essa! — Seu dia acaba hoje, garoto problema. — Afirma, abrindo um sorrindo assustador e completamente malicioso.

Tento acalmar os meus nervos e unir todos os meus pensamentos úteis e possíveis para poder me safar desse baita problemão mas o calafrio que é causado por todo o meu corpo acompanhando aos arrepios de pelo a pelo por toda a minha espinha, me deu um alerta de que dessa vez eu não me safo.

— Por acaso está surdo? Ele mandou você ô soltar! — Surge uma voz grave, por de trás da enorme imagem do careca tampando a minha visão e suspiro de alívio discretamente ao ver que a atenção do barrigudo, agora estava no garoto loiro platinado atraente com uma mochila verde nas costas que andou até ao nosso lado.

— E por que eu iria querer? — Pergunta arrastado quase como um rosnado, cerrando os olhos ao mesmo tempo.

— Porquê creio eu, que ele lhe deve algo que talvez eu possa ter. — Sugere com um sorriso de canto, que de maneira involuntária sinto as minhas pernas bambear esquecendo do meu problema atual.

O silêncio se estendeu por um tempo, porque era perceptível a confusão no rosto do dono dos Trailers, para tentar descobrir se era algum tipo de jogo de lábia ou não. — Quanto deve á ele? — Ignora a desconfiança do careca e torna o seu foco à mim, sendo direto com sua voz rouca e firme.

—  200 dollares. — Me forço a respondê-lo de imediato e olhando de relance para os seus olhos, eram um azulado de mais claro que entrava em contraste contra que o azul escuro no céu estrelado, destacando então um tom mais oceânico e meio acinzentado, que dava o toque de frieza no seu encarar.

Por fora eu provocava o mamute com o mesmo olhar desafiador mas por dentro eu estava tendo um ataque cardíaco com a certeza de que se o grandão me soltasse, eu iria cair por estar com as pernas meio bambas por conta da atitude do lindo garoto loiro.

Retirando um bolo de dinheiro do bolso de sua calça jeans, conta em segundos, duzentos dollares e mais ele chacoalhando na frente do careca para convencê-lo.

— E então? O que está esperando? — Pergunta o loiro atraente, inclinando um pouco a cabeça para o meu lado, aumentando seu sorriso encantador.

— 240 dollares. — Pelos juros do atraso de hoje. — Aumenta um pouco o valor para tirar vantagem, com sua voz de brutamonte.

— Certo, então solte ele primeiro e podemos esquecer, assim que eu lhe pagar, que essa confusão existiu. — Sugere, enquanto pegava mais quarenta dólares e juntava nas outras notas dos duzentos, para dar um gostinho à ele de como se é uma iniciativa.

Sinto um alívio bom no meu ombro mas não consigo aproveitar e alonga-lo pelo simples fato de ter sido empurrado para a direção do outro garoto e o de mão gorda pegar de pressa o dinheiro que pagava a minha dívida.

Não perdendo tempo, vou andando e deixo o outro garoto sozinho mas antes, na distância que estávamos era possível ambos me ouvirem, então, me viro para o barrigudo passa fome e falo com puro sarcasmo. — Bom proveito, tomara que seja o suficiente pra pagar a sua passagem. — Abro o sorriso que ele me dera anteriormente e finalizo com convicção — pra ir direto pro inferno! — Mostrando um bom dedo do meio em sua direção.

O que eu não esperava era que o outro garoto deixado de lado, estava me seguindo como se fosse um cachorro perdido.

— Fez o mínimo. — Aviso, andando depressa na direção de uma vista mais alta e afastada dos trailers. — Muito obrigado mas não preciso mais de sua generosa ajuda. — Agradeço de forma rude misturado com sarcasmo, querendo que ele saia logo do meu cangote.

— Fiz o mínimo não por que eu quis mas por falta de escolha. — Escuto ele dizer arfando de cansaço pela subida densa.

Arqueando a sombrancelha, paro imediatamente e me viro começando a ô encarar de forma profunda. — Como assim por falta de escolha? — Questiono indignado.

— Porquê quem precisa de ajuda aqui não é você e sim eu. — Soltando o seu sorriso de canto, disfarça colocando uma das mechas dos seus longos fios de cabelo por de trás da orelha parecendo constrangido ao dizer aquilo em voz alta.

Foi então que o arrepio na minha espinha e a minha mente se interligou.

— Espera, julgando você por essa luz vagabunda de iluminação meia boca dos postes desse lugar, tendo essa vestimenta que deve custar mais que eu e a maneira que pegou, gastou sem dó e com facilidade o dinheiro. — De uma vez só, pauso para concluir o meu raciocínio. — Você é o garoto que fugiu por ser rico, não é?

Ele solta uma risada fraca mas sincera e mexe no cabelo de novo sendo impossível não reparar nessa sua mania. Deve ser um costume dele fazer isso sempre. — Se for dessa maneira que seu tio mencionou a minha persona, eu quero fazer um adendo. — Fala fazendo um gesto com indicador para eu esperar ele terminar. — Ele exagerou.

Não sei qual atitude tomar, apenas meu cérebro se paralisa por alguns segundos pensando em não ser possível.

O que foi que o Pad aprontou denovo?

O meu tio me enviar um menino tão lindo desses e tão despreparado para eu arcar, onde está o Moony para impedir dele fazer mais dessas loucuras?

— E deixa eu adivinhar, meu tio trouxe você até aqui achando que eu poderia te guiar na sua jornada hippie como rebeldia contra seus pais, — acertei?

— Como assim "achando"? — Dando para escutar a sua voz recuando com um pouco de medo, pergunta fazendo aspas com os dedos. — Você vai me ajudar, não vai?

— O que eu virei agora? Um guia para jovens perdidos? — Continuo a manter meu tom de sarcasmo mas dessa vez havia uma mistura de tédio.

— Sim. — Responde convicto e continua parecendo não desistir da ideia, — eu não estaria aqui se não pudesse ajudar de alguma forma, foi por isso que seu tio me trouxe até aqui, até você, porque ele sabia que de algum jeito você iria me guiar até eu conseguir concluir o meu plano. — Mostrando firmeza na sua voz.

Muita informação de uma vez só.

— E qual seria esse seu plano? — Fingindo interesse, dou um pouco de esperança para ver se ele conseguia me convencer.

— Usar as informações que eu tenho para contribuir na reabertura das fronteiras pro México. — Dessa vez a sua voz soa como um sussurro como essa noite, fresca mas no final meio gélido causando um tremor de leve nas espinhas.

Ele me convenceu e prendeu a minha atenção. — Certo, se quer ser um de nós, tem que começar a parecer menos mauricinho e mais menino de estrada. — Por fim, falo dando o braço torcer e volto a andar na direção da montanha mediana e propícia para alguém acampar.

— Menino de estrada? — Genuíno demais, volta a seguir o meu andar, aparentando ser bastante inocente.

— Pobre.

— Ah. — A maneira com que escutei a sua reação me faz soltar um riso curto e abafado, me divertindo com suas ações. Ricos sãos seres engraçados. — Tente começar pelo cabelo. — Digo virando rápido para o mesmo sem medo de mostrar o meu sorriso ladino.

— O que tem de errado com o meu cabelo? — Dessa vez aumenta um pouco seu tom de voz por conta da alta altitude e a ventania da montanha seca.

— Ele é muito bem cuidado mesmo estando até os seus ombros. — Não sei quanto tempo está nessa estrada mas seu cabelo aparenta ser bem macio apesar de ser meio longo. — Falo á altura, corando por ter dito isso em voz alta e deixado óbvio que reparei em cada detalhe seu desde o momento em que ele me salvou do mamute barrigudo.

Agradeço que está a noite.

Sem nenhuma provocação de sua parte, percebo que não notou o constrangimento e diz logo em seguida, — mas não tem nenhum cabeleireiro aberto nesse o horário e muito menos aqui perto! — Indignado, bate as mãos contudo nas pernas e revira os olhos no achismo de minha ideia ser estúpida.

— Quem precisa de um cabeleireiro se você já tem alguém perito nisso.

— E cadê esse perito? — Parado procurando em volta outra pessoa, quebro as suas expectativas deixando-o com medo. — Eu. — Abrindo um sorriso largo e satisfeito com o seu rosto de pavor e desespero.

— Não, de jeito nenhum! — Protesta, se alterando um pouco. — Não vou deixar que um estranho sem preparo algum encostar no meu cabelo! — Afirma raivoso e saí andando na minha frente, estando quase perto do destino aguardado.

Mordo o lábio, pelo seu jeito marrento de ser e fico mais tentado ainda a conhecê-lo, querendo agora, ser eu mesmo a cortar o seu cabelo.

— É o que veremos, mauricinho hippie. — Falo retórico, o seguindo com determinação.

O ar seco mas fresco e frio ao mesmo tempo faz com que meu corpo não se permita a sentir uma sensação só.

Não sei se devo permitir somente a ardência do frio que causam arrepios à espinha ou a textura junto da temperatura árida, fazendo me ajeitar no tronco caído que já era propício a outros sentarem e descansar.

Mas isso também me incomodava, por estar agitado e com os músculos tensos, de como é a textura de pele com pele, sendo ainda mais intenso quando os toques são delicados para não machucar o outro.

— Continue assim, estou quase terminando. — Ordeno, mordendo a bochecha por dentro em concentração enquanto eu empurrava levemente a sua cabeça para frente pra ter o acesso á sua nuca e acertar no comprimento.

— Não sei o que deu em mim, deixar um estranho lidar com o meu cabelo perfeito. — Resmunga, choramingando.

— Não somos mais estranhos, lembra? — Sou o guia dos jovens perdidos. — Brinco, deixando cair mais mexas louras na areia e algumas nas minhas coxas.

— Mal sabemos o nome um do outro.

— Você é o mauricinho hippie e eu o guia, é o suficiente por agora. — Querendo recuar, falo de forma rígida.

Meus limites se estragam quando se trata de conhecer novas pessoas porque, isso significa que tenho que me importar e cada vez que isso acontece, essa pessoa se perde de alguma maneira, permanentemente da minha vida e eu não quero ter de lidar com outro luto.

E agora, eu não estou pronto para saber outro nome e ter outro começo.

O único som possível de se escutar naquele instante era o da tesoura afiada, desfiando os fios e dando um novo rumo de visual para ele.

— Não sei como você conseguiu me convencer a deixá-lo cortar. — Sussurra depois de um tempo, mudando o assunto.

Encostando delicadamente com as pontas dos meus dedos, seguro a sua testa para a sua cabeça ir para trás, na minha direção, ele segue os movimentos, fazendo com que eu possa ver o seu rosto e seus detalhes de um ângulo muito bom.

— É o meu charme. — Ninguém consegue resistir. — Sorrio mesmo estando centrado segurando várias mechas para ser uma franja longa e repicada.

E o cômico era que eu simplesmente o convenci dando um ótimo argumento.

Ou ele me permitia a fazer o corte ou ele teria que se virar por conta própria e eu deixá-lo ali mesmo, porquê não queria virar alvo de ladrões de estrada.

O loiro atraente me xingou e surtou por alguns segundos, tacando a mochila que estava pendurada no ombro no chão.

Comigo apenas admirando o quão fofo era esse seu jeito mimado, ô observava também, de braços cruzados. E depois de algum tempo, cedeu, me empurrando contra o tronco caído e sentando à baixo e entre as minhas pernas, disse com a voz marrenta — espero que tenha uma tesoura, perito de merda.

Agora cá estou eu, finalizando o cabelo curto mas um pouco longo na frente, fazendo um degradê sem perder o seu charme no estilo e adaptando para os seus traços delicados.

— Vóilà. — Minutos depois, me levanto com cuidado deixando de ter o toque de suas costas coberta pela jaqueta de couro que nele, parece ainda sim, ser caríssima.

Limpo a minha calça de vários e vários fios de cabelos amontoados em mim e dando bastante batidas de várias vezes, para garantir que não ficaria depois com as coxas pinicando.

O mesmo se levanta esticando as pernas e alongando a coluna. Logo em seguida, balança o cabelo de forma rápida para cair os fios que sobraram da sujeira.

Enquanto alongava os braços para o alto aproveitei, sendo possível, e observei sua entrada do abdômen para baixo sendo bem marcado, onde minha mente percorreu na vontade de querer encostar para saber se é trincado também.

Sem pensar e para não haver protestos de sua parte, retiro o moletom com o máximo de cuidado possível para não deixar o meu óculos cair e me arrependo em seguida com o choque de frio que estava fazendo onde loiro me olha curioso querendo saber o que havia em minha mente agora.

— Tira a jaqueta. — Ordeno, ajeitando os meus cachos e abaixando a minha camiseta que deu uma leve levantada também.

O mauricinho arregalou os olhos, franzindo a sombrancelha, ele não recuou em perguntar depressa. — Posso saber o por que?

— Não seja idiota, você pode estar de corte novo mas com essa jaqueta ainda está com esse ar de rico. — Passa pra cá e coloca o meu moletom. — Digo, indo em sua direção com o braço estendido para que o de olhos azuis aceite a troca.

— De jeito nenhum, essa jaqueta é da Louis Vuitton! — Reclama, segurando a jaqueta com raiva e proteção.

— Não sei o que significa mas parece ser caro.

— É porque é! — Retruca depressa.

— Aí está mais um motivo de aceitar essa troca. — Você usando ela é como um farol para os ladrões.

— Iguais a você? — Como vou saber que não é um golpe seu? Nem sei o nome. — Continua sendo notável o nervosismo e o receio em sua voz.

— Porquê estou CONGELANDO aqui, cortei o seu cabelo e fiz o favor, mesmo sem te conhecer também, em o ajuda-lo até aqui. —  Dessa vez, engrossando a minha voz para cima dele, vou em sua direção com um pouco de raiva mas ainda controlado.

Permanecendo assim, rosto a rosto, estávamos quase de nariz encostado, conseguindo sentir, com uma certa dificuldade, a respiração quente um do outro.

O mesmo encarava a minha alma com um pouco de raiva e ar de superioridade; o meu o matava lentamente a cada atenção dada para os azuis de sua íris.

— O meu moletom é a garantia e pode ter certeza que depois que tudo acabar, estaremos desfazendo essa troca e cada um estará em seu caminho aliviados. — Agora, vai continuar agindo feito um mauricinho prepotente egocêntrico ou vai aceitar a realidade e facilitar? Porque assim que sairmos daqui, se você continuar sendo esse farol que é, eu não vou levantar um dedo para lhe proteger e ser roubado também. — Ainda meio rouco por cima da brusca ventania, falo num sussurro, estando sério sem ceder à quebrar o contato visual primeiro.

Sua resposta foi ele retirando o casaco preto, deixando seus músculos definidos dos braços aparecerem levemente marcados na camiseta e me entregando contudo contra o meu peitoral. Comigo fazendo o mesmo, empurro contra seu peito, o meu moletom.

Coloco depressa a sua jaqueta e sinto o tecido macio que era por dentro sendo quente também. Vindo de brinde, o cheiro de perfume aveludado meio adocicado, tornando difícil depois tirar essa beleza e devolvê-lo.

Mas trato é trato.

Não sabia que ele tinha um cheiro de perfume tão bom, chegando a ser um vício gostoso de se ter comigo, por outro lado a minha curiosidade só atiçava para saber qual era o cheiro de perfume que ele transmitia. Eu estava perto aquela hora, mas por conta da ventania, as minhas narinas me impediram de saber.

Aproveito neste momento, lhe entrego um espelho para ver como ficou o resultado e depois guardo de volta na mochila, ô vendo no meu moletom de cor azul escura combinando com sua íris e o vermelhos nos ombros do tecido lembrando sua irritação.

Eu não sei seu nome, mas sendo possível estar mais atraente que antes, quero que ele saiba o meu, comigo descobrindo finalmente como chamá-lo.

        40 minutos para 00:00 noite.

De toda a minha vida na estrada, jamais imaginei vivenciar tantos acontecimentos em uma noite só e nem era de madrugada ainda.

As constelações hoje resolveram pairar feito uma pintura rara sobre o céu no madrugar.

Estavam lindas, conectadas umas as outras.

Sempre penso desde que eu era criança, que as estrelas eram uma comunidade entre si de Deuses que foram expulsos da terra pela Mãe de todos, deixando a terra habitável apenas para a humanidade; mas tendo os seus preferidos, ela permitiu os que mais haviam graciosidade e uma beleza exuberante, ganhar o seu lugar nos céus, para que de alguma forma, não serem esquecidos e ainda sim admirado por nós.

Entretando, para mim, eles competem entre si em tempos em tempos nas constelações, não podendo se separarem mas ver quem se destaca mais, brilhando-se num toque sútil, sem arder os olhos e deixando confortável para apreciar por toda a noite.

Gosto de acreditar nessa ideia fantasiosa e mágica, mesmo sabendo que é somente um conto e as constelações não passam de bolas de fogos pairando no espaço sideral.

Solto um suspiro pesado entre a inquietação de ter que levar o plano adiante.

Não tendo tempo para o romantismo do agora.

Mesmo que os sons dos estralos da madeira queimando ao nosso lado nos aquecendo na fogueira mediana que deixava o clima agradável, fosse tentador à somente relaxar, eu precisava seguir em frente.

E tem que ser agora.

— Tá afim de deixar essa noite mais emocionante? — Pergunto à ele, me levantando com ânimo.

— Como assim? — Desviando seu foco da fogueira pra mim, ele enruga a sua têmpora  curioso.

— Pegue as nossas coisas e me segue. — Falo, indo em direção a descida da colina sem me importar de olhar para trás para conferir se ele, estava ou não me seguindo.

Depois de alguns segundos ligeiros, ele estava logo ao meu lado de um jeito desajeitado entregando a minha mochila.

Meu sorriso de ladineo se solta de maneira discreta e apreciamos o silêncio indo até à direção do começo da nossa aventura.

Minutos após contemplando apenas a ventania abafada, vamos em direção ao pequeno barraco feito de cimento, trancado por uma porta de ferro maciço.

Sendo em frente ao trailer do barrigudo que queria me bater, que para nos ajudar, as luzes estavam acesa e a sua moto preta estava encostada no latão de ferro móvel.

— É o seguinte, enquanto eu entro naquele quartinho para garantir a nossa comida, pegue devagar a moto e traga até aqui. — Sussurrando, ordeno, deixando claro que os seus protestos não iriam adiantar.

O mesmo concorda relutante, e vai agachado até o trailer com cuidado e em silêncio, olhando passo por passo para não pisar em nada de errado, quando o mesmo para na onde estava olhando para o chão pegando algo que eu não conseguia enxergar e leva até a pare firme do trailer, retirando então o poster grande de folha grossa.

Mauricinho estava colocando um poster todo vermelho com a candidata á presidência no centro tendo uma frase branco em destaque, escrito:

— "O governo é para governar para o povo, não para o seu bolso! Vote 46".

Pisando em seguida na folha azul que havia jogado no chão, ele deixa a folha suja e vai com desdém até a moto para cumprir o que eu ordenei.

Orgulhoso, volto até a minha tarefa principal, poupando-me das distrações.

Uma lição que eu aprendi é que, enquanto uns teimam na ignorância os mais espertos agem em silêncio.

E foi o que eu fiz, eu sabia que o grandão tem pavio curto e então eu o aticei para vir até a mim e tentar me bater, achava que teria um olho roxo e uma costela quebrada mas eu estava ciente das consequências.

Por hora, retirei a chave que peguei do bolso do brutamonte quando ele estava distraído em me agredir e fui tentando encaixar chave por chave no meio daquele bolo.

Achando uma que se encaixava perfeitamente, abro com muito cuidado para não alarmar o barrigudo e giro com maestria total à abrindo sem ranger.

Com muito cuidado, pegando a lanterna de dentro da minha mochila, ligo-a analisando o lugar mediano para ver se não tinha nenhum sistema de alarme.

Olhando o lugar concentrado ainda estando na porta, tinha uma mesa com gavetas ao lado obviamente trancadas.

Piso com a maior delicadeza e vou até a mesa, me abaixando até a mesma e colocando a mochila no chão aberta, empurro o espaço para o dinheiro, aproveitando á pegar um canivete e um grampo para abrir a fechadura, enquanto segurava a lanterna com a boca.

Quando começo o processo, escuto um barulho de fora que chama a minha atenção fazendo meu sangue esfriar e meu congelar estando no mesmo lugar, imóvel de respiração parada.

— Desculpa. — Sussurra o loiro inclinando apenas a cabeça na porta para me ver colocar o plano em ação.

Volto a respirar aliviado depois de alguns minutos ainda na mesma posição, o barrigudo não havia escutado. Aquele era o momento em que ele abaixou a guarda e eu aproveitei.

Ignorei o mauricinho revirando os olhos, voltando a me concentrar na primeira gaveta.

— Vai demorar muito? — Ele insiste indo por trás do meu corpo agachado, dizendo num sussurro no canto da minha orelha.

Meu corpo todo quase reiniciou e por um segundo eu esqueço o que estava fazendo, como fazia e qual atitude tomar em seguida, arrepiando as minha espinhas por completo.

Voltando ao meu normal, lutando muito contra os meus instintos, tiro a lanterna da boca por alguns instantes e digo a ele num tom de irritação mas ainda no sussurro. — Se parar de me interromper e me der licença. — O que não era mentira, com ele tão perto assim, a minha concentração ia para os ares e pensamentos indevidos, invadiam no lugar do raciocínio.

A irritação era só uma farsa.

Depois de um longo suspiro ele se rende criando uma distância segura entre nós, e com o canivete dentro da fechadura, giro para o lado e sem perceber consigo abrir no mesmo instante, deixando a lanterna no chão de lado.

— ISSO! — Expresso num tom de quase grito, esquecendo que era para evitar o barulho.

— Fica quieto! — O outro da um tapa de leve na minha nuca chamando a minha atenção.

Agora o irritado era ele.

— Tá esperando o que? Abre logo!!! — Insiste, ficando entre o tênue de ansioso e irritado.

— Tá bom! Tá bom! Da pra esperar, porra! — Pigarro de forma brusca, estando sem paciência também.

Fazendo o que estava desejando faz tempo, meu olhos brilham ao ver o bolo de tanto masso de dinheiro que havia dentro daquela gaveta.

— Vai, me ajuda aqui e enfia o tanto de dinheiro que conseguir na sua mochila.

Pegamos vários massos cheios e enfiamos dentro das nossas mochilas, conseguindo esvaziar aquela gaveta.

Aquele dinheiro, descobri que ele ajudou aos corruptos a roubar dos hospitais de câncer que desviaram o dinheiro e ninguém ousou a se posicionar contra.

Escutei a conversa uns dias desses dele negociando a área dele, dos trailer para fazer uma campanha a favor do Lucius. Estando ciente de onde viera o dinheiro, ele aceitou mesmo assim.

Estou apenas me vingando e pegando o dinheiro de volta para devolver a maior parte a eles, assim, nenhum inocente irá morrer por ganância do poder.

Farei o que puder para ajudar aqueles que não tem a voz e com esse protesto, o meu plano finalmente vira a calhar e terei ao menos uma vitória na vida.

Já com todas as outras gavetas saqueadas, mochilas pesadas e lanterna guardada. Eu e o loiro vamos correndo até a moto rindo do que acabará de acontecer e orgulhosos por ter dado certo.

— Vem, vem! — O chamo depressa, levantando o pedal da moto e fazendo a ligação direta para a mesma funcionar sem a chave.

Achava que não dava para fazer ligação direta com uma moto mas eu me enganei, meu tio me ensinou tudo que eu precisava sobre motos.

Já estando em cima da moto, na direção da estrada à frente, ele sobe, dando para sentir o seu peso firmar contra à mim, então, passando as suas mãos em minha cintura, sinto-as firmar com força fazendo com eu prendesse a minha respiração.

A ligação funcionou e o barulho alto do motor chamou atenção do grandão que saiu irritado e pasmo ao ver o barraco aberto e a sua moto sendo roubada pelo mesmo que não iria paga-lo.

— Pronto?

A angústia estava formada, dando para ver em nossos rostos. O brutamonte correndo em nossa direção e a moto falhando no começo.

O que não nos faltava era a adrenalina.

— O QUE 'TA ESPERANDO?!! VAI! VAI! — O mauricinho grita desesperado e aquela fora a minha última visão de ambos.

O barrigudo quase nos alcançando, o loiro apertava tanto a minha cintura que chegava a doer.

Aperto o acelerador e consigo sair dali, dando partida na moto fazendo o brutamonte detestável comer poeira.

Minha mão estava suando e meu coração acelerado como nós estávamos na pista deserta, tendo apenas a estrada cimentada.

O perigo, a adrenalina, ansiedade corroendo as minhas veia pedindo por mais.

A ventania forte batendo contra os nossos rostos fazendo, o meu cabelo estar contra o vento.

Um estranho que conheci nesse dia, se tornou a pessoa no qual eu passei a confiar, mesmo estando com um pé atrás, sentia que as melhores aventuras seria com ele.

Eu nunca senti isso, e não sei que sinais são esses que o meu corpo vem me dando desde o segundo em que eu ô vi, mas era a melhor sensação de todas.

E não saber seu nome, corroe a minha pele quase como o vento gélido deixando a minha boca seca.

Mesmo estando com a garganta seca, grito com a moto em movimento. — VAMOS DIZER OS NOSSOS NOMES, ASSIM SERÁ COMO A ESTRADA.

— PASSAGEIRO? — Grita de volta contra a ar quente e o barulho estridente do motor da moto, com ele um pouco distante da minha orelha.

— COMO DEVE SER! — EU COMEÇO. — Reparo por um segundo nas constelações e digo diante do céu roxeado, num degradê ao azul escuro. — HARRY EVANS.

— DRACO BLACK! ME CHAMO DRACO BLACK.

E ali se morrem, nossos diálogos.

Draco, como a constelação, eu não imaginava quê era o seu nome mas não esperava um nome tão delicado e lindo.

Está explicado a sua aparência ser graciosa mas a personalidade bem oposta.

Draco não era somente Draco, era o mauricinho hippie.

Volto a minha atenção na rodovia gélida e seca, satisfeito, aumentando o farol para a estrada vazia e sem fim.

Agora, diante à arte no céus, sem nuvens para estragar, o deserto das montanhas com areias ásperas, seu nome, como todo ambiente ao meu redor.

Como esse dia, estava cravado em minha mente.

Preciso anotar no meu diário.

O plano só havia melhorado.

Sr.President, prepare o tapete para cair, porquê... você irá.

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