Capítulo 8

Ainda 7 anos

Vejo Dave Loftin entrando na igreja, acompanhando de seus pais e uma menina que aposto que seja sua irmã. Já que a semelhança não era pouca.

Olhei para minhas mãos, sentindo o nervosismo. Vou cantar agora.

Mas o nervosismo não é por causa disso.

É porque ele vai ver.

- Você está bem? - Minha mãe pergunta, passando a mão em meu cabelo jogado para trás - Você está linda.

- Obrigada.

- Dá pra ele te chamar logo pra cantar? Quero ir pra casa - Meu único irmão, de 17 anos resmunga

- Bruno, fale baixo. Caso contrário as pessoas vão ouvir- minha mãe rosna

Ele revirou os olhos, claramente ansioso para ir embora. A verdade é que nossos pais nos obriga a vir para a igreja desde que nos conhecemos por gente.

E bom, meu pai morreu há dois anos mas essa rotina continua a mesma.

- Prefeita - Uma mulher passa, cumprimentando minha mãe que sorriu daquele jeito dela.

Elegante.

- Agora - O Padre virou para nós, fazendo todos ficar em silêncio. Ele aponta para as pessoas que cantam aos fundos, e depois aponta para mim - Nossa querida Emma Hall e a banda vão apresentar uma nova musica. Feita para Deus. Para a Igreja. Para nós.

Todos batem palmas, minha mãe coloca sua mão na minha perna e sorriu para mim. Eu levantei, ciente de que estava sendo observada por todos.

Eu nunca, nunquinha, fiquei nervosa em cantar. Eu amo com todo meu coração.

Mas saber que Dave Loftin está me observando também faz aquelas borboletas chatas no meu estômago aparecer.

Eu vou até o centro do pequeno palco e abraço o padre que sorri para mim me abençoando.

Viro para o publico, deve ter mais de cinquenta pessoas. Cinquenta pessoas sorrindo. Cinquenta pessoas me admirando. Cinquenta pessoas me esperando começar.

Coloco o microfone na frente da minha boca, e quando escuto a banda começar a tocar com calma e serenidade, minha voz sai

- Em um mundo em que tudo é ruim,
a dor e sofrimento sempre aqui,
Num lugar onde a tristeza não tem fim,
hoje venho aqui - Levanto o braço, sentindo a melodia me invadir - Para ser feliz. Para te louvar e te agradar!

- Com toda honra e toda graça, hoje venho aqui - A banda canta, de fundo

- Para te louvar, te agradar e ser feliz! - Fecho os olhos, sentindo meus pelos arrepiarem

Um violão começa a tocar no fundo. Alto. Forte. Claro.

- Nada é perfeito,
tudo tem um fim.
Nossa morte é inevitável,
mas hoje estou aqui,
para aproveitar, para te honrar,
para viver e ser feliz,
mesmo que a tristeza não tenha fim...

A banda continua, juntos

- Ela não vai me dominar,
Eu não vou deixar,
em sua força e sua graça...

A música começa a parar, abro os olhos olhando para todos e canto:

- Hoje venho aqui, para te louvar, te amar e ser feliz.

Termino, recebendo uma salva de palmas me fazendo abrir um sorriso enorme. Vou até a banda e abraço um por um. Que vozes incríveis.

- Venha aqui, Emma - O padre me chama de volta, eu vou. Ele me abraça e sorri para todos na igreja - Em nome de todos eu te agradeço por essa voz incrível e por essa musica feita especialmente para todos nós.

As pessoas bate palmas de novo. Eu sorrio tímida e vou me sentar ao lado da minha mãe que sorria orgulhosa.

- É, até que não foi ruim - Bruno disse, dando de ombros. Mostrei a língua para ele recebendo um pequeno sorriso

- É isso, a paz do senhor esteja conosco - O padre diz

- Ele está no meio de nós. - Todos dissemos.

- Vão com Deus.

Agradecemos, todos levantando. Recebo inúmeros abraços e elogios.

- Que menina de ouro, Violeta! - Uma senhora disse pra minha mãe que concordava sorrindo agradavelmente.

Joana e Selina que também fazem parte da igreja andam até mim. Joana, alegre, me aperta nos braços.

- Amiga, uau!

- Você estava incrível, Emma - Selina diz. Eu agradeço

Minha mãe se afasta para ir se despedir de algumas pessoas, nos deixando sozinhas.

- Quando você for famosa serei sua fã número um! - Joana exclama

Selina revira os olhos

- Não exagera.

- Acha que não vou conseguir? - pergunto pra ela

Ela dá de ombros

- Acho que tem um longo caminho para isso.

- Oi - Alguém diz atrás de mim. Joana e Selina olham para quem quer que seja atrás de mim, surpresas

Olho para trás, encontrando Dave Loftin. Perto demais. Sorrindo calorosamente.

- Oi. Dave né? - Pergunto, sentindo minhas bochechas mais que vermelhas.

- Sim - Ele aperta minha mão - Eu ja tinha ouvido dizer que você era talentosa, Emma. Só não sabia que era tanto.

Eu sorri, envergonhada

- Obrigada.

- Oi - Ele acena para as meninas atrás de mim e volta seu olhar para mim - Estive pensando, você quer sair comigo qualquer dia? tomar um sorvete, milkshake, assistir um filme. Você que sabe.

- Hum... - Senti meu coração acelerar de nervoso - É... Não sei, não.

- Por quê? - Não escondeu sua decepção

- É que...

- Ela nunca saiu com um garoto- Selina corta, atraindo nossa atenção. Joana da uma cotovelada nela - O que foi?

Inspiro, qual a necessidade dela falar isso?

- Então é isso? - Pergunta Dave pra mim

- Isso e ela tem medo de pedir para a mãe dela. - Selina continua - A prefeita é realmente brava quando quer.

Fechei os olhos, envergonhada pelas coisas que Selina estava falando. Quando abri os olhos eu esperava que Dave se arrependesse de me convidar e simplesmente se despedisse para ir embora.

Ao invés disso, Dave olhou para minha mãe, pediu licença e foi até ela.

- O que ele está fazendo? - Joana pergunta

Dave se apresenta para minha mãe, fala alguma coisa pra ela apontando pra mim. Minha mãe olha dele pra mim, por fim, concorda voltando a conversar com algumas pessoas.

Quando Dave Loftin volta, ele abre seu sorriso. Maior. Mais cativante.

- Ela deixou.

- Você pediu pra ela? - perguntei surpresa

ele concordou

- O que me diz?

Olhei para as meninas, Joana levantou o polegar em concordância. Selina não disse nada.

Mas não importa a opinião delas, eu amo minhas amigas mas nesse instante eu quero muito ter meu primeiro encontro com ele.

- Sim.

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