Capítulo 34

   

  Estamos literalmente agora neste exato momento, no bar.

No bar da Rita e Lorenzo. Está cheio está noite, parece que a noite fria trouxe as pessoas para encher o corpo de cachaça.

A princípio a ideia foi de Marcos. Assim que cheguei na casa dele com Joana e me sentei para nosso humilde café da tarde, percebemos o quanto aquela ação parecia ação de idosos.

Gente, só temos 21 anos de idade!

Café da tarde? Pela misericórdia.

Então Marcos ofereceu cachaça pra gente. A gente não bebe tanto assim. Mas por que não? Agora que está todo mundo... de boa, fazer algo todos juntos novamente?

A ideia me pareceu divertida. E iria me distrair bastante sair com todos eles mais uma vez.

Porém, o nosso role de sempre era esse.

Bar da Rita e do Lorenzo.

Se minha mãe souber que vínhamos aqui há aos quinze anos de idade e Rita dava bebidas para nós de graça, pobre Rita! Violeta fecha este lugar.

Bom, então foi assim.

Liguei para Dave. Dave ligou para Jeremy. Liguei pra Bruno, Bruno ligou para Carry e a acordou.

Quando deu 20h da noite nos juntamos todos na frente do bar. E a sensação era incrível.

Mais uma vez estar com todos eles.

A diferença é que agora Bruno participa. Quando eramos adolescente Bruno preferia mil vezes ficar com os idiotas dos amigos dele que nem ligava para os meus.

E bom, tem a Carry. E ela já foi aceita no grupo sem nem perceber.

Estávamos em volta da mesa de sinuca. Jogava Dave, Marcos e Jeremy, um contra o outro. A gente dava risada, era engraçado esses meninos jogando desde sempre.

Uma surra de xingamentos.

- Qual é, Marcos! Acorda! - Jeremy exclama

- Relaxa aí! - Marcos diz bravo fazendo sua jogada

Dave riu aguardando sua vez. Joana virou seu copo de tequila puro fazendo careta no final.

- Misericórdia, não lembrava que o gosto era assim tão horrível! - Ela reclama

- Menina você coloca coisa pior na boca! - Rita aparece com mais copos de bebidas cheios

Joana arregala os olhos, Marcos sorriu malicioso.

- Pior não. - ele defende

- Cala boca, Marcos! - Joana rosna

Carry da risada com Bruno. Bruno preferiu não jogar desta vez, diz que os meninos são muito burros perante ele.

- E você, querida? Vai beber o que hoje? - Rita pergunta atenciosa

- Já está querendo envenenar a menina, Mulher! - Lorenzo aparece encarando a esposa - não aguenta ver ninguém quieto com seu copo.

- Toma conta do resto do bar que desse grupo cuido eu, Lorenzo! - ela expulsa ele

- Eu tô bem, Rita. De verdade- sorrio para ela - Joana me envenenou com 300 copos de café antes de vir.

- Café? - Rita faz careta - pela misericórdia, vocês tem o que, 60 anos?

- Oh, para! - Carry contesta - Café é vida.

- Café minha querida, veja bem - Rita olha bem para ela - É bebida de 3 tipos de pessoas. Os velhos, os cansados e os problemáticos.

- E eu sou o quê? - Pergunto de sobrancelha erguida

- Você é tudo isso num combo. - Bruno diz

Reviro os olhos

- Fala isso Rita porque nunca provou do meu café. Vai lá em casa um dia! Você vai amar! - Joana convida

- Puta merda, que porra de assunto de velho é esse? - Jeremy exclama bravo

Todos riem

- Relaxa aí, Jeremy. - Marcos debocha

Rita encara Dave que está em silêncio olhando a jogada dos amigos e aguardando sua vez novamente

- E vocês meus filho? - pergunta diretamente para ele atraindo sua atenção

- O quê? - ele pergunta

- O que digo eu! Ainda não falaram? - Bruno pergunta pasmo

- Falaram o que? - pergunta Joana curiosa

Dave sorriu pra mim e eu sorrio para ele. Aquilo foi o suficiente pra todos dar gritos de felicidade.

- Porra, mano! Tá de brincadeira? Vocês voltaram mesmo! - Jeremy abraça o Dave que sorriu feliz

- SERIO, JEREMY? - Joana exclama pasma

- O que? - ele pergunta

- Você acha que estaríamos todos reunidos aqui se eles não estivessem voltado? - Pergunta ela de braços cruzados

- Você sabia? - Marcos pergunta em tom acusatório

- Sabia mas não foi porque ela me contou não! - Joana se defende - Céus Marcos, ela literalmente ligou para o Dave na nossa frente chamando ele pro bar conosco!

- Ih é mesmo. - Marcos coça a cabeça

- Amor você é muito desligado. - Ela diz

- Estão feliz? - Rita pergunta sorridente

- Claro que sim - pego na mão de Dave e aperto

- E tem mais!!!!! - Bruno coloca lenha na fogueira. Acabei de descobrir quem é a velha fofoqueira da família

- Conta, Conta! - Joana súplica curiosa

- Eles vão casar!

Todos ficaram boquiabertos

- Puta que pariu, isso merece uma comemoração! - Lorenzo surge de novo - Aumenta o som aí rapaziada, temos um casamento a vista!

O bar inteiro faz barulho e levanta seus copos. Minhas bochechas queimam de vergonha, Dave me puxa para seu corpo e me abraça.

- Sabia que vocês iriam voltar - Rita diz sorrindo amorosamente - Quando é amor de verdade meus meninos, ele volta para deixar claro que sempre foi seu.

Dave beija minha testa.

- Dessa vez vai ser pra sempre - Eu digo. E todos sorriem calorosos para nós. - Ou até que a morte nos separe.

O resto das pessoas no bar volta a se entreter com eles mesmo.

- E então? - Rita pergunta

- O quê? - pergunto confusa

- Merecemos uma música, Querida. Cantada por você.

Eu engulo em seco

- O que? Aqui e agora?

- Claro que sim. Horas nem parece Emma Larson a cantora que em três anos se carreira profissional se tornou famosa!

- Vai lá, Emma! - incentiva Carry

- Vai lá. - Dave também incentiva - Me deixa te ver cantar mais uma vez.

Eu sorrio e bebo uma dose adicional de coragem. Tequila pura.

Faço careta, e caminho na direção do pequeno palco.




  O bar inteiro está em silêncio neste momento. E eu olho para todos do meu grupo sentindo meus olhos brilhar.

Todos eles sorriem em incentivando. Marcos abraça Joana, e Bruno abraça Carry.

- Boa noite - falo no microfone. A banda que está aqui nesta noite só está aguardando minhas ordens para começar

- Boa noite! - Respondem

- A música que vou cantar agora... - olho novamente para eles - é sobre amor, e conexão.

As pessoas batem palmas

- Fazia bastante tempo que não escrevia uma música nova e minha amiga Carry está ali e não me deixa mentir - aponto para Carry que concorda. - Só que o que Carry não sabia que, eu não sentia mais vontade ou ânimo para escrever. As ideias vinham, eu colocava no papel, mas eu não sentia.

O público estava em silêncio

- Acho que a coisa mais importante da música é sentir e transmitir cada sentimento e cada palavra para pessoa que estiver escutando. E há alguns dias eu finalmente encontrei essa minha voz de transmitir de novo.

Respirei fundo e olhei pra banda. Fiz um sinal de melodia calma que aos poucos, sobe e empolga. Eles entenderam na hora.

- É uma cação nova, tá bom? - ajeitei o microfone. Vejo Rita abaixando as luzes pro foco ficar somente em mim no palco.

Sorrio para ela e fecho meus olhos.

Aos fechar meus olhos vejo meu filho. Um bebê recém nascido que teve o azar de nascer de uma adolescente que não queria tê-lo de maneira alguma e se enganou até o último segundo pensando que conseguiria.

E então o vejo na praça. Cabelos escuros e olhos da mesma cor, feições doce e inocente. Sorriso bobo.

Em seguida vejo Dave, quando eramos um simples casal de namorados. Andando de mãos dadas. Eu ensinando ele a tocar violão. Ele segurando minha mão quando soube que eu estava grávida. Ele segurando minha mão todos os dias desde então, me dando força.

Nós dois dançando no seu quarto enquanto Samuel bebê dormia tranquilamente. E Dave sussurrando em meu ouvido, que ele me amaria para sempre.

Que aquilo era amor.

- " Ultimamente, eu estive pensando... eu queria que fossemos mais felizes.

Ultimamente, eu estive pensando...
Como teria sido se eu não tivesse desistido?

Ultimamente, eu me vejo chorando,
Ainda estou sozinha?

Quando amanhece, ou anoitece
E vemos o que somos hoje,
Eu te vejo como minha luz na escuridão.

Cada briga,
Cada momento que não posso voltar atrás,
Cada alegria que enchia meu coração,

Com tudo que aconteceu eu pensei que era o final da nossa história.

Ultimamente, eu estive pensando...
Eu queria que fossemos mais felizes.

Então por um segundo,
Eu quero mudar de ideia.
Eu quero mudar essa história.

Eu quero te ver sorrir,
Eu quero te ver amar,
Eu quero te amar."

Meus olhos pairam em Dave, que estavam petrificados em mim.

" Quando amanhece, ou anoitece
E vemos o que somos hoje,
Eu te vejo como minha luz na escuridão.

Pensei que para te ver sorrir,
Eu teria que partir.

Pensei que para te ver crescer,
Eu teria que sumir.

Ultimamente, eu estive pensando...
Podemos ser felizes?

Por um segundo, Eu quero mudar essa história.

Por quê agora,

Posso finalmente, depois de tudo,
Te abraçar e te beijar,
E te chamar mais uma vez de meu.

Dessa vez,
Quando amanhecer ou anoitecer,
Eu estarei por você.

Eu quero te ver feliz.
Eu quero que sejamos felizes.

Ultimamente eu estive pensando...
Estou amando mais que nunca.

Ultimamente estive pensando...
Dessa vez, eu escolho ficar."

Dave pisca. Será que ele entendeu este último verso?

" Ultimamente estive pensando...
Dessa vez, eu escolho ficar." - repeti.

A banda parou.

Os aplausos soou.

As pessoas sorriram.

E Dave me encarou.

Ele sabia o que significava isso.

Eu estava disposta a desistir da minha carreira desta vez por ele e por Samuel.

Mesmo que minha carreira seja importante pra mim, nesses últimos anos eu estive sozinha. Minha única felicidade era nos palcos, fora deles era eu sozinha num quarto qualquer de hotel vendo algum filme besta na televisão.

Sem ninguém.

Somente eu e Scarlet.

E apesar de amar minha gata. Não não quero mais que seja somente nós duas.

- Bravo, Bravo!! - escuto e olho para a fonte da voz. Arregalando os olhos imediatamente.

Garret Lawrence.

Meu nada doce e querido, empresário.

O qual estou semanas me escondendo porque ele iria a qualquer custo fazer o que está aqui pra fazer. Me arrastar para longe.

Carry também se assusta. Todos no nosso círculo de amigos parece confusos.

As pessoas do bar voltam a dançar as músicas que a banda estava tocando antes. Desço do palco e me aproximo de Garrett. Com seu estilo interessante.

Óculos caríssimos na face.

Ele saiu pra mim.

- Você me deu trabalho, Emma. - ele diz assim que paro diante dele

Carry, Bruno e Dave se aproximam

- Tem ideia do esforço que foi pra te encontrar? E de tantos paparazis que tive que fugir porquê não sabia onde minha estrela estava?

Dave me abraça, encarando Garrett. Garrett encara o braço de Dave de sobrancelha erguida

- Ouvi boatos assim que cheguei nesta cidade - ele continua - história interessante. Tá explicado porque você nunca se aprofundou na história da sua família e origem para ninguém.

Dei de ombros

- O que faz aqui, Garrett? - pergunto sabendo a resposta

- O que faço aqui, Emma? - ele ergue uma sobrancelha e encara Carry - Você só tinha uma função, ser assistente dela.

- E quem disse que não fui? - Carry questiona

- Cortando todos os meios de comunicação entre nós? - ele questiona - apoiando essa ideia dela de sumir de repente? Isso não é ser profissional Carry!

- Não foi culpa dela, Garrett. Você sabe. - defendo - sabe que quando eu coloco uma coisa na cabeça é aquilo e fim.

Ele suspira

- E então, Emma? - ele questiona impaciente - Temos que voltar pro mundo real, não dá para brincar de menina normal num bar caipira!

- Ei rapaz, veja lá como fala do meu bar - Rita escuta e fala.

- Bar... estabelecimento... que seja. A questão aqui é, você precisa voltar, Emma. Você tem shows marcados, entrevistas, propagandas para fazer e...

- Emma. - Dave interrompe ele me encarando - O que você quer, Emma?

Encaro ele de volta

- Como assim o que eu quero? - pergunto de sobrancelha erguida

- Odeio falar isso mas ele tem razão. - ele suspira - É a sua carreira.

- E?

- E? Ficou maluca Emma! - Garrett rosna - Você tem talento garota mas só você sabe cada coisa que você passou para conseguir seu sucesso!

Respiro fundo

Dave se me incomodado ao meu lado

- Meu sucesso. - eu digo mais para mim mesma do que para eles - Acho que meu sucesso não importa mais.

- O que você anda dando para essa menina comer, Carry! - Garrett esbraveja

Dave me puxa pelo cotovelo para um canto mais distante

- Está maluca, Emma! - ele também esbraveja

- por que acha que estou maluca?

- Por quê parece que está desistindo da sua carreira? - pergunta bravo

Eu sorrio. Eu nunca estive tão certa de uma coisa na minha vida.

- Não estou desistir da minha carreira - dei de ombros - Tô desistindo da Emma Larson que ele criou.

Dave continua me encarando sério

- Ele me ajudou muito, Dave. Realmente um dos melhores empresários que alguém poderia ter - suspiro - mas se me lembro você me prometeu várias vezes ser meu empresário.

Ele arregalou os olhos

- Vamos casar, Dave. E eu não posso desistir de você ou de Samuel e nem ficar longe desta vez. E - Respiro fundo - Se Emma Larson é o preço que eu tenho que pagar por isso, eu farei.

- Emma...

- Sem, Emma pra lá e sem Emma pra cá. Já tomei minha decisão! Não vou parar de cantar, não vou desistir da minha carreira de cantora. Só que dessa vez, faremos isso eu e você. Juntos.

Ele sorriu

- E se eu tiver que desistir agora, tudo bem. Eu estou feliz, Dave. Não consegue ver? Eu estou feliz como nunca estive. Nem os palcos me trouxe essa felicidade que sinto agora. Não vou estragar isso mais uma vez.

- você tem certeza, disso? - pergunta novamente

- Tenho.

Ele me beija, tão bom... tão caloroso... tão meu.

- a partir de hoje é eu e você, Dave. Sem mais nem menos. Nós dois juntos. - sorriu - e claro, Samuel.

Os olhos dele brilham de... Amor. É tão bom ver amor nos olhos dele. Direcionado pra mim.

- Garrett! - Chamo decidida e me afasto de Dave - Podemos conversar lá fora, sozinhos?

Garrett concorda e saímos do bar.

Falei a verdade. Quero desistir da minha carreira agora. Talvez um dia no futuro eu comece de novo, do zero, com Dave do meu lado.

Falei para ele que pagaria a multa do nosso contrato por não renovar e não cumprir os anos restantes. Em 3 anos de carreira juntei bastante dinheiro, eu tenho algumas condições que prefiro não esbanjar.

Garrett tentou me convencer a não fazer isso.

Mas eu já estava decidida.

Se esse é o preço que vou pagar pra ter minha família de volta, vou pagar.

Depois de uma longa conversa e de várias insistência da parte dele, ele finalmente se deu por vencido.

- Obrigada, Garrett. - eu disse

- Sabe que vai ter que lidar com a impressa por um bom tempo depois de eu anunciar isso, não sabe?

- Estou preparada. - falei

Ele assentiu

- Sucesso minha jovem!

Sorrio. E ele vai embora.

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