Capítulo 3
- Aí meu Deus, Emma Larson!
- MAMÃE, É ELA, É ELA!
- Ela está acenando pra mim, socorro!
- Meu Deus, ela é muito linda pessoalmente!!
- Tira uma foto comigo, Emma!!
- Emma!!! Aqui!!! Olha pra cá!!!
- Que bagunça é essa, Carry? - Pergunto pra ela, abaixando meus óculos escuros para cobrir meus olhos e olheiros de uma noite mal dormida. Caminhamos pelo aeroporto da Geórgia, aceno para a multidão de pessoas que os seguranças do aeroporto tentam conter
- Não faço idéia - Carry diz, caminhado ao meu lado segurando Scarlet nos braços que olha tudo em volta, entediada - O que você anda oferecendo para essa gata? ela está tão pesada.
- Ela que come demais.
- Emma, sou sua fã!
- Olha pra cá!!!
Continuo acenando com um sorriso falso no rosto.
- Garret não para de me ligar - Diz Carry claramente preocupada
- O que você disse pra ele?
- Falei pra ele que você quis fazer uma boa ação indo a esse show, ele não aceitou de primeira então eu disse que se você mostrasse solidariedade, fazendo um show de graça para pessoas de uma cidade não tão conhecida, isso atrairia mais atenção da mídia pra você e consequentemente para a tão sonhada turnê internacional que ele deseja. Ele cancelou os shows mais disse para você voltar o mais rápido que puder para o show de amanhã a noite, em Nova York.
- Bom trabalho.
- Obrigada. - sorriu
- Só estou preocupada, não quero que a mídia foque em mim nessa cidade.
- Você nasceu aqui na Geórgia não foi?
- Isso é o que a mídia acha - dei de ombros
Carry franziu a testa e conectou as informações
- Você é da cidade ao norte daqui, não é?
Demorei a concordar, mas concordei.
- Tudo bem, eu vou fazer de tudo para que a mídia fique o mais longe possível, e para que possamos voar para longe daqui assim que terminar.
- Muito bem.
- Cadê a prefeita? - Perguntou ela a si mesma, olhando em volta. Encarei ela confusa
- Como assim cadê a prefeita?
- Bom, ela disse que viria nos dar boas vindas aqui no aeroporto.
- Droga.
- Ali - Apontou para um homem segurando uma placa com meu nome. Emma Larson. Estreito os olhos, já sabendo de quem se trata.
E a julgar pela cara de desgosto ao meu encarar, não parece satisfeito em me ver.
- Puxa, que gato - Carry sussurra, eu sorrio sem mostrar os dentes. O segurança que trazia minha mala para ela ao meu lado
- Obrigada- agradeço pagando ele com 300 dólares. Ele aceitou, pediu um autógrafo para sua filha, eu dei e então voltou a seu trabalho no aeroporto.
Paramos de frente ao cara, que abaixa a placa e joga no lixo mais próximo. Carry encara ele como quem diz: Que filha da puta mal educado.
Bruno Hall, no auge dos seus vinte e quatro anos, está mais forte do que me lembro. Mais alto. E mais sério.
- Senhoritas - ele diz, sem sorrir. Nunca o vi usando terno, me pergunto se é para me receber
- Prazer, eu sou a Carry Lockwood, é você que vai nos levar até a cidade para o show?
- Sim, eu sou Bruno Hall, a prefeita é minha mãe.
- Entendi, e onde ela está?
- Ela se sentiu indisposta.
Indisposta. Até parece.
- Muito bem, espero que melhore. vamos Emma?
Concordo com a cabeça. Eles não podem ver meus olhos que expressão todas minhas emoções pelo fato de estar de óculos escuros. Entretanto, Bruno sequer ousou olhar para mim
Caminhamos em direção a saída do aeroporto. A multidão continua gritando por mim, clamando por um autógrafo.
O máximo que faço é sorrir e acenar. Os seguranças do aeroporto nos acompanham até a entrada do carro preto e grande. Bruno entra, eu entro e Carry senta-se ao lado dele, no banco da frente.
O carro começa a se distanciar, deixando a multidão para trás. Cruzo as pernas e olho para fora, observando o estado da Geórgia passar por meus olhos rapidamente.
O caminho todo foi feito em silêncio, Bruno focado na estrada claramente incomodado pela minha presença. Carry focada no seu Tablet, claramente trabalhando. Scarlet no banco de trás comigo, dormindo. Eu, vendo cidades indo e vindo, até chegar à aquela cidade que não piso há três anos.
"Bem vindos" A placa enorme dizia. Anunciando nossa chegada.
Eu me senti nervosa na hora, odeio me sentir despreparada e claramente para isso eu não estou nem um pouco.
As ruas estavam do jeito que me lembro, ensolaradas, cheias de pessoas rindo, conversando. Crianças brincando.
Eu quase posso me ver correndo nessas ruas.
Posso me ver cantando nos salões de festas.
Posso me ver rindo com os outros adolescentes que eram meus amigos.
Rindo com meu namorado.
Fazendo piquenique com ele.
Sonhando junto com ele.
Indo para a igreja com a minha família.
Sendo cumprimentada pelas pessoas da comunidade.
Eu mal percebi quando o carro estacionou em frente à um hotel da cidade. Nunca entrei, sempre passei perto.
Bruno saiu e abriu a porta do carro para mim, ainda sem me olhar. Carry saiu e foi buscar nossas malas no porta malas. Peguei Scarlet no colo e sai, ficando parada no meio da rua. Observando o céu azul.
As árvores e gramados verde.
As crianças correndo pela rua do outro lado.
E algumas senhoras que me lembro bem, fofocando em frente à suas casas.
- Muito bem, onde podemos encontrar com a contrate? - Carry perguntou para Bruno
- Estou aqui - Ouvimos. Olho para trás, vendo Violeta Hall vestida exatamente como me lembro.
Elegante.
Bonita.
Em três anos não envelheceu absolutamente nada. Seus cabelos no entanto, com poucos fios brancos. Os olhos castanhos brilham, iguais de uma criança.
Ela para de frente a mim, quieta. Paralisada. Focada apenas em mim.
- Tudo bem, Sra. Hall? - Carry aperta sua mão, Fazendo -a parar de me olhar
- Sim, é... É uma honra tê-las aqui.
Sorri sem mostrar os dentes
- O que ameaças não fazem, não é? - Falo atraindo sua atenção de volta pra mim
- Pois é, Srta. Larson - Disse, erguendo o queixo. Exatamente como eu me lembro. - O tempo e o dinheiro te fez bem.
- Digo o mesmo.
- O tempo talvez, mas o dinheiro é outra história.
- Sei bem.
- Não, você não sabe.
- Mãe - Bruno diz, em tom frio - Que tal vocês entrar e conversar sobre os detalhes do show?
- É, pois bem, entrem.
Assentimos e vamos entrando na recepção do hotel.
- Por que aqui? - Pergunta Carry observando minuciosamente
- É o melhor hotel da cidade - Falo, dando de ombros - Suponho que vamos ficar aqui?
- Sim, vão.
Concordo, vejo Bruno trazendo nossas malas.
As pessoas de dentro do hotel me cumprimentam com a cabeça. Violeta entra no elevador e a seguimos.
Nunca me imaginei em um elevador, nessa situação, com eles.
Quando chegamos ao quarto onde ficaríamos, Bruno abre a porta e deixa as malas.
- Entregue.
- Obrigada. - Carry diz. Bruno assente e volta para a porta do elevador, esperando Violeta
- Nossa, que grosso - Carry sussurra pra mim
Tenho vontade de rir, mal sabe ela.
- O Show é daqui - Violeta olhou as horas em seu pulso - Daqui 3h, vocês têm esse tempo para relaxar e se preparar. Podem comer, ficar a vontade. O pessoal do hotel já está com tudo preparado para tudo que vocês precisarem.
- Obrigada.
- Em 3h em ponto Bruno vai vir buscá-la novamente para levá-las para a praça principal da cidade, onde vai ser o show. Nesse instante estão fazendo os últimos ajustes do palco e do evento.
- Me desculpe, mas que evento é esse? - Carry pergunta curiosa
Violeta me encarou antes de dar continuidade
- Todos os anos fazemos shows beneficentes, tentando atrair o público de outras cidades para usar o dinheiro em alguns orfanatos da cidade, que não recebem dinheiro suficiente do governo. Há alguns anos esse evento lucrava bastante, mas de um tempo para cá esfriou. Convidei no mínimo 5 bandas e alguns artistas para vir e atrair o público, mas ninguém quis vir para cá, por motivos de agendas cheias ou simplesmente pelo fato do cachê ser muito pouco para eles.
- Entendi - Disse Carry pegando Scarlet de meus braços e a colocando no chão - Bom, vai ser um ótimo show.
Violeta observou Scarlet de sobrancelha seguida
- Tenho certeza. A senhorita Emma Larson é - Estreitou os olhos pra mim - Talentosa.
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