Capítulo 27 - Parte II
- Olha tio! - Samuel tocou violão. Do jeito dele, mas tocou. Ele riu animado, transmitindo energia positiva para todos.
Estávamos todos reunidos na sala de estar. Tínhamos acabado de jantar. Até a folgada da Scarlet estava conosco, sentada nas pernas da Carry recebendo carinho.
- Você está melhor que muito músico por aí - Bruno diz pra ele, bagunçando seus fios escuros. Samuel abriu outro sorriso enorme
- Sério? viu, mamãe! Vo ser famoso igual voxê!
- Acho que vai ser mil vezes melhor - falo pra ele
Ele começou a tocar de novo, convencido. Violeta admirava Samuel a cada segundo.
- Ele está crescendo tão rápido. Está quase difícil acompanhar. - disse
- A senhora já deve estar acostumada, sendo que acompanhou dois. - Carry disse em relação a eu e Bruno
Violeta negou com a cabeça
- É sempre difícil acompanhar - Ela diz aparentemente nostálgica
- Imagino.
- Vocês foram onde hoje? - pergunto curiosa para Bruno e Carry
- Levei ela pra conhecer um pouco da cidade. Vocês sabem, tem muita coisa incrível por aqui.
- Tem mesmo - Violeta concordou
- Eu vi. Foi tudo muito incrível de ver e conhecer - Carry disse, vermelha de timidez.
Sorrio achando engraçado. Foi então que uma batida estridente na porta chamou nossa atenção.
Estridente, rápida e forte.
Violeta levantou curiosa e foi atender. Todos nós olhamos a hora, quase dez da noite.
- Dave concordou que Samuel dormisse aqui? - pergunto pra Bruno por um momento imaginando que fosse ele vindo buscar Samuel.
- Concordou, eu disse que o levaria amanhã de tarde pra casa dos pais dele. - respondeu
- Não quelo ir embola! - Samuel exclama afastando o violão só pra cruzar os braços, emburrado.
Scarlet se afasta de Carry e literalmente sobe nas pernas de Samuel e senta olhando pra gente. É como se falasse; - "Ele não vai embora".
- Você não pode ir entrando assim na minha cas... - Violeta diz, mas é interrompida por uma Selina raivosa
- Está na hora de Samuel ir embora. Agora! - Ela exclama, olhando diretamente pra mim, invadindo a sala de estar com sua energia negativa, possessiva e complemente irritante
- Como é? - Foi Bruno que perguntou levantando - Você por acaso manda no meu sobrinho, garota?
- Não sei o que você quer aqui está hora e desse jeito, Selina. Dave deu permissão para Samuel dormir aqui e... - Violeta começa
- Mas nós mudamos de ideia. Ouviram o que eu disse? O Dave pode ser o pai mas somos nós dois que tomamos decisões importantes como essas!
- Vai se fod... - Bruno começa, puto
- Bruno! - Carry interrompe olhando pra Samuel na sala.
Ele respira fundo e diz tentando se controlar dessa vez: - Você nunca se importou com ele dormindo aqui, o garoto já passou uma semana aqui e você nunca veio atrás. Por que não admite que esse seu show estúpido é por causa da Emma?
- Me erra, Bruno! - Ela exclama - O Samuel tem casa e ele vai voltar pra ela. Pra nossa casa!
- Não quelo ir! - Ele grita abraçando forte Carry que o abraça da mesma maneira tentando conforta-lo.
- Ele não vai! - Bruno exclama
- Ele vai embora sim e pronto acabou! Caramba! Vem logo Samuel! Agora! - Grita vermelha
- Para de gritar na minha casa garota... - Minha mãe começa
- A senhora pode mandar na cidade mas em mim você não manda, vamos embora Samuel!
- Não! - Samuel grita chorando
- Já chega! - Eu grito me levantando furiosa. Ela conseguiu mexer com um sentimento meu que está adormecido a muito tempo. Raiva.
Foi com essa maldita raiva que me vi caminhando ferozmente em sua direção, parando poucos centímetros de seu corpo.
- Você está na porra da minha casa, então não venha agir como uma idiota aqui dentro porque você pode ter certeza que não vou hesitar em acertar esse seu rostinho lindo!
Ela riu
- Está me ameaçando Emma Larson?
- Entenda como quiser. O Samuel não vai, quem vai sair daqui vai ser você!
- O Samuel vem comigo sim!
Eu estou quase voando no seu pescoço e pode ter certeza que essa seria a primeira vez na vida que faria isso com alguém.
- O Dave permitiu que ele ficasse e fim de conversa.
- Dave não sabe de nada.
- E você sabe?
- Muito mais que você. Você foi embora, você deixou essa casa, você deixou ele, você deixou o Samuel!
- O que eu fiz ou deixo de fazer não tem nada a ver com a sua vida.
ela riu de novo
- Tem sim, oh se tem. Samuel não vai ficar aqui e...
- Sobe com o Samuel, Carry. - eu digo dura
Carry não precisa ouvir uma segunda vez para subir com Samuel. Eu fico com pena dele por passar por essas coisas.
Uma vez que Carry e nem Samuel estão nas nossas vistas, eu agarro o braço de Selina e digo:
- Independentemente do que aconteceu o Samuel é meu filho. Ouviu bem? Meu filho. Saiu de mim, ficou a porra de nove meses na minha barriga e não na sua, então para de fingir que se importa com o meu filho, porque nós duas sabemos que sua preocupação sempre, desde muito antes de eu ir embora, foi o Dave!
Ela olha pra minha mão em seu braço e abre a boca pra continua mas eu interrompo
- Nunca mais entre nessa casa ou fale com as pessoas da minha família do jeito que você falou. Se o seu problema é comigo, resolva comigo. Não enfie uma criança no meio, ouviu bem?
Soltei seu braço
- Haja como adulta, não como uma criança mimada. Até o Samuel tem mais noção que você, Selina. Me poupe.
Ela me encarou, furiosa. Os olhos queimando de raiva. Olhou novamente pra seu braço, a marca dos meus dedos estavam bem evidentes.
Apontei pra porta mas com os olhos ainda nela.
- Vai embora, agora. - digo
- Você não é bem vinda aqui há muito tempo. - diz Violeta do meu lado
- Já foi bem vinda em algum momento? - Bruno pergunta de sobrancelha erguida
- Selina. - Alguém disse. Ele disse.
Dave tinha acabado de chegar ou chegou há algum tempo, simplesmente não tenho ideia. Estou tão cercada de raiva e frustração que não consigo enxergar mais nada.
Ainda sim, é tão bom olhar pra ele. De alguma forma trás um alívio. De alguma forma esse sentimento ruim que Selina foi capaz de me fazer sentir começa a evaporar, aos poucos.
Como pode?
Como só olhar pra alguém faz isso?
Como só sentir a presença que você amou tanto... te deixa tão nem pra lá, nem pra cá?
Selina olhou pra trás e o encontrou.
- O que faz aqui? - Ela perguntou
- O que você faz aqui? - Ele pergunta, ríspido
- Eu só vim atrás do Samuel...
- Vai embora. - Ele disse, olhando pra ela
Ela passou a língua pelos lábios
- Eu vou, não tenho mais nada pra fazer aqui mesmo.
Ela não olhou pra gente uma última vez, ao invés disso ela foi andando em direção a porta, quando chegou na frente do Dave, perguntou:
- Vamos?
Ele olhou pra todos nós. Pra minha mãe, pra Bruno e depois pra mim.
Demoradamente, para mim. Demoradamente, está palavra existe? Não sei. Ter seus olhos intensos em cima de mim sempre me deixa completamente, diferente.
No bom sentido, e no ruim também.
- Vamos. - Ele disse, dando meia volta e indo embora com ela.
Violeta ao meu lado negou várias vezes com a cabeça.
- Esse garoto ficou louco. Como consegue ficar com alguém tão sem noção quanto essa menina?
- As vezes é melhor alguém sem noção do que alguém que é capaz de te machucar - respondo mas pra mim do que pra ela, porém também me fazendo a mesma pergunta, mas ao mesmo tempo não tirando nenhum tipo de razão dele mas o julgado de todas maneiras possíveis.
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