Capítulo 17

HÁ 4 ANOS

Os pais de Dave estavam bravos comigo.

Bravo comigo porque me recusei a cantar a música que fiz para o filho deles no jantar de família. Em compensação, Karen sua irmã distraiu todo mundo ao começar falar do seu amigo.

Viemos direto da aula para a casa de Dave, e estive aqui a tarde inteira. As vezes a família Loftin faz eu me sentir mais em casa do que minha própria mãe.

Acho que é porquê mamãe vive na prefeitura com seus trabalhos e ideias políticas.

- Meu neném vai fazer 18 logo logo! - Sra.Loftin diz, apertando as bochechas de Dave que odeia.

Eu sorrio, adoro vê-lo fingindo irritação quando sua mãe ou sua irmã o tratam tão... carinhosamente.

- Mãe - Ele diz, e essa simples palavra foi o bastante para Sra.Loftin rir e sair de perto

- Melhor eu ir embora, minha mãe deve estar preocupada.

- Fica tranquila, Emma. Liguei para ela avisando que estava aqui, sei bem onde vai parar a cabeça de vocês jovens quando estão namorando. Não lembram de nada.

- Eu lembro de muita coisa - digo - Dave não tem esse efeito amnésia sobre mim.

Eles riram, Dave estreitou os olhos, achando divertido.

- Isso significa que você não me ama, Emma? - perguntou - porque você tem esse efeito amnésia sobre mim.

- Eu amo, claro que amo - apertei suas bochechas sentindo o calor delas e principalmente o calor do meu coração toda vez que falamos, nem que por mera brincadeira, em amor. Ele fez um biquinho, tipo de quem pede beijo. Eu lhe dou uma bitoca. Amo o fato de que com Dave posso agir naturalmente na frente da sua família, com a minha eu não consigo sentir nada além de vergonha de agir tão... livre?

- Então o que significa? - perguntou sobre a amnésia, eu finjo pensar numa resposta.

- Bom, significa que tenho memória boa - abro um sorriso divertido, igual o dele.

- Eu já tô enjoada de vocês dois. Muito beijo aqui, muito sorriso ali - Karen faz careta

- Cresce mais um pouco e quero ver você falar isso - Sr. Loftin entra na conversa - Emma, está escurendo, quer que eu te deixe em casa?

- Na verdade, o Dave e eu preferimos ir andando - Eu digo, já levantando do sofá e vendo de fato o quanto está escuro pela janela da sala.

- Mande lembranças pra sua mãe, está bem? - Sra.Loftin diz me dando um beijo na bochecha

- Qual o significado dessa expressão? - Karen pergunta um tanto confusa e depois da sua pergunta devo confessar que me senti igual. Adoro ver as curiosidade que a entrada da adolescência de Karen, faz.

- Bom - Sra.Loftin pensou - Acho que significa pedir para a pessoa, sei lá, lembrar dos momentos que tiveram juntas?

- E quais foram os momentos bons que você teve com a prefeita, mãe? - Dave coloca o braço na minha cintura. E eu sinto de novo a luz do meu coração se acender. O simples e cotidiano gesto sempre me deixa feliz. Porquê eu gosto demais.

- Bom - Ela coçou a cabeça pensando - Faz quanto tempo que namoram? - perguntou

- Dois anos e meio - respondo

- Dois anos e meio? A gente namora a três anos - Dave diz

- Três anos? Menino do céu, você me pediu em namoro no parque de diversão lembra? Faz dois anos e meio!

- Você tá ficando maluca, Emma.

- Já estão assim? - pergunta o pai de Dave - Imagina quando estiverem casados.

Eu ri, achando engraçado. Realmente, ele só pode estar brincando com a minha cara não é possível.

Foi quando olhei para Dave que vi apertando seus lábios um no outro, impedindo que uma risada escape. Eu bilisquei ele, tão bobo.

- Acho que na verdade, eu nunca tive um momento bom com sua mãe, Emma - Sra.Loftin enfim disse - Mas se serve de consolo o que eu lembro é que sempre que nos reunimos a gente reclama de vocês dois.

- Tá legal, vou mandar essas lembranças a ela. - Falo sorrindo

- Pensando bem, mande apenas abraços. Só abraços. Que mané lembranças o quê!

Eu ri, concordando por fim. No final das contas, eu me despedi dos pais de Dave e da Karen.

Meu namorado e eu saímos nas ruas escuras, silenciosas e com cheiro de chuva. Fomos conversando sobre qualquer coisa, desde nossa última saída com os amigos, as provas do último ano do ensino médio, as brigas entre Joana e Jeremy porquê segundo ela, ele irrita.

Recentemente, Selina que era apaixonada por ele dizia o mesmo. Entretanto, pude criar uma amizade com ele nesse tempo que Dave e eu namoramos.

Engraçado porque, quando eu via Jeremy pelos corredores antes de Dave chegar nas nossas vidas, ele era apenas o menino malvado da turma que adorava pregar peças. Selina era complemente apaixonada por ele, Joana já dizia que queria revidar o chiclete na cadeira que ele colocou na dela quando tínhamos doze anos.

Então crescemos, hoje temos dezessete anos e por causa de uma única pessoa, todos nos juntamos.

- Acho que Marcos ficou com ciúmes dela - Dave disse, estávamos virando na rua da minha casa

- Como é? - perguntou de testa franzida - Da Selina?

- Não, da Joana. Eu acho que ele ficou com ciúmes dela quando ela estava com o Jeremy, o que ele não soube na hora é que ela estava gritando o quanto ele é um desgraçado, aí ele ficou um pouco tranquilo.

Eu ri e por um momento me permito pensar a respeito. Joana e Marcos? Eles são velhos amigos mas da mesma forma que se amam se odeiam.

é complemente impossível.

- Acho que você está enxergando coisas - Eu falo, e então, estávamos em frente à minha casa.

Achei que encontraria as luzes ligadas, à televisão da sala alta, a luz do escritório da minha mãe, mesmo que fraca, acesa.

Mas não tinha nada daquilo ali. Não tinha som, não tinha luz, estava tudo no mais completo silêncio.

Dave veio comigo até a porta, era quase nove da noite e mamãe e meu irmão não estavam em casa?

Bruno tudo bem, afinal depois que atingiu a maioridade vive mais fora de casa com suas peguetes do que dentro de casa, de fato.

Mamãe já é outra história, as cinco da tarde ela já está estacionando o carro em frente de casa e vai cozinhar, o que ela odeia, mas não dá pra pedir comida todos os dias.

- Quer que eu te faça companhia até alguém chegar? - pergunta Dave também notando o vazio da casa.

- Não precisa, pode ir pra casa.

- Eu faço questão. A gente pode assistir um filme, que tal? - perguntou ele, sorrindo que nem bobo. E eu gosto disso, gosto do seu sorriso bobo.

Gosto principalmente do quanto o seu sorriso bobo provoca o meu sorriso bobo.

Recebi uma mensagem da minha mãe as oito e meia da noite dizendo que houve uma urgência na prefeitura e teve que correr pra lá, mas que a comida estava no forno.

Apesar de que queria que Dave fosse pra casa dormir, eu queria que ele ficasse. Não iria jantar, já que comi na sua casa.

Só queria mais um pouco da sua companhia antes que a noite se encerrasse.

- Você quer que eu entre, não quer? - perguntou percebendo meu olhar.

Eu acabei concordando com a cabeça. Entramos na minha casa e eu acendi as luzes da sala.

- Posso te fazer uma pergunta? - Dave solta do nada

eu viro pra ele, curiosa

- Pode.

Ele pensou um pouco antes de perguntar e por fim, perguntou:

- O que te faz mais feliz?

E para aquilo, bom, para isso, não precisa nem ao menos pensar. Olhar pra ele faz praticamente a resposta pular dos meus lábios.

- O amor - Eu respondo

ele estreita os olhos, pedindo silenciosamente que eu continue

- O amor que tenho por meus sonhos, pelo o que quero conquistar e por... você. Por você principalmente.

Ele abriu um sorriso, lentamente, capaz de fazer as batidas do meu coração acelerar.

- Hoje na aula, enquanto Joana discutia com Jeremy e eu vi Marcos, olhando pra ela, especificamente pra ela, eu... - Ele inspirou fundo, um pouco, talvez, nervoso? - Eu vi a forma que ele olhou pra ela, e pensei: "interessante", foi quando olhei pra você, e peguei na sua mão pensando que a coisa mais interessante que existe mesmo, é você. Então eu percebi o meu dia não é completo, nem parece um dia pra mim, quando você não está.

Coloquei as mãos em suas bochechas, ele, agora mais alto que eu, foi abaixando seu rosto lentamente. Eu adoro o quanto Dave é espontâneo, adoro de verdade.

- As vezes minha mãe fala que... - Eu mordo meu lábio inferior - Fala que eu deveria parar de pensar só no nosso relacionamento e na música e começar a pensar no tipo de faculdade que quero fazer, porque uma hora a música perde a graça e o nosso namoro adolescente vai acabar, então não vai me sobrar nada.

Ele apertou os dentes, consigo ver o quanto ele odeia essas falar. Igual a mim.

Odeio que digam que namoro de colegial não vai pra frente. Pois na minha opinião vai pra frente sim, se ambos querer.

Ele abriu a boca pra resmungar alguma coisa, eu coloco um dedo impedindo que diga algo e completo:

- Eu entendo a preocupação dela quanto ao meu futuro, eu mesma me preocupo. Mas não consigo ver o meu futuro sem você, Dave. Então independe se um dia vai ou não acabar, você faz parte de mim. Você é meu primeiro amor, e espero que seja pra sempre, o último.

Ele passa a língua pelos lábios, seus olhos assumindo um brilho até então desconhecido por mim, mas não tão conhecido assim.

Era luxúria. Desejo. Amor. Tudo junto e misturado. Mas principalmente, desejo.

Ele colocou as mãos no meu quadril, eu beijei seus lábios precisando senti-los nos meus, precisando sentir suas emoções.

Foi quando sua mão desceu para minha bunda. Eu me afastei por um momento, apenas para observar seus lábios vermelhos entreabertos e seus olhos agora, escuros.

As vezes eu penso que eu deveria ficar vermelha, completamente tímida. Mas eu não fico, não fico porque sinto a necessidade daquilo tanto quanto ele parece sentir.

- Eu te quero tanto, Dave - foi o que sussurrei, atraindo sua surpresa e seu desejo dessa vez, mais intenso.

Intensidade.

Eu amo o quanto essa palavra consegue nos descrever, descrever o que sentimos, descrever o que queremos.

Ele apertou minha bunda, sem nenhum pudor. Eu no entanto, não queria suas mãos só na minha bunda, eu as quero em todos os lugares do meu corpo.

Eu preciso delas em todos os lugares do meu corpo.

- Se você não quiser, me diga pra parar - Ele sussurrou nos meus lábios, antes de me beijar com toda a determinação do mundo.

- Eu não quero - digo, fazendo -o me encarar, então completo com um sorrisinho - Não quero que pare.

Dave me ergueu em seu braços, me fazendo entrelaçar as pernas em seu quadril. Ele me levou para o andar de cima, para meu quarto onde teríamos a nossa privacidade e a nossa... primeira vez.

A primeira vez que quase rolou várias vezes e o meu medo de algo dar errado não só durante mas depois, me impediu.

A primeira vez que meu corpo gritava e implorava para finalmente acontecer, era só Dave estar perto.

Dois anos e meio de namoro e finalmente estávamos dando esse primeiro passo. Finalmente ele me teria por completo.

Finalmente eu o teria inteiro, só pra mim.

Suas mãos ágeis mas ao mesmo tempo cuidadosas desceram o zíper da minha calça. Dave beijou minhas pernas, minhas coxas e o centro das minhas pernas.

Eu tirei minha camiseta e a sua, por um momento me sentindo injustiçada por deixa-lo me ver e me fazer esperar para vê-lo.

Nossas bocas mal se desgrudavam. Suas mãos entretanto, passeava por cada parte do meu corpo.

Desde meu pescoço, aos meus seios, a minha barriga, a minha bunda, ao centro das minhas pernas completamente molhada.

Só esperando por ele.

Foi então que eu o senti. Eu precisava senti-lo.

Quando coloquei minha mão dentro da cueca dele, eu percebi o quanto queria aquilo a tanto tempo.

Dave pescou uma camisinha na sua carteira, ansioso, desajeitado, mais acima de tudo, determinado.

Determinado a finalmente me ter por completo.

Determinado a finalmente me sentir.

Determinado a finalmente me amar não só de alma ou de coração, mas de corpo de também.

E eu estava contando os segundos, ansiando por tudo aquilo.

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