Capítulo 15 - parte II
- Titio!!!!! - Samuel levantou animado, correndo para a pessoa que acaba de atravessar a porta.
Bruno Hall tem seus olhos cravados em mim. Confuso, e agora, tipo, agora mesmo, começando a ficar furioso.
Parece que nada muda, Bruno continua a mesma pessoa de cabeça quente. Qualquer coisinha tem um potencial de tirar a fúria de dentro dele.
Parece que fica ali, só na portinha esperando. Esperando. Esperando um único motivo.
E agora, eu sou o motivo da sua porta da fúria ter aberto.
- Olha, titio! Emma! Emma! - Samuel exclamava apontando pra mim, animado.
Agora uma observação, de extrema importância:
Tudo bem Samuel não me chamar de mãe. Tudo bem Violeta Hall não me chamar pelo nome e sim pelo sobrenome, eles têm motivos.
Porém eu também tenho os meus por chama-los pelos nomes também. Mas como eu sou a malvada da história, é diferente.
Eu não nego, do meu ponto de vista eu mesma veja como vilã.
Os malvados sempre serão vistos assim, sempre serão os mais julgados, sempre serão os que receberam desprezo.
Violeta Hall me disse que eu nem sequer conseguia chamar Samuel de filho. E tem um motivo pra isso.
Violeta Hall parece ficar indignada por eu chama-la assim, e não de mãe, mas eu tenho meus motivos também.
Entretanto, eles também tem os motivos deles, porém as minhas atitudes são o que me condena. A atitude dos outros, entretanto, não é condenavel.
Porque uma vez malvada da história, sempre malvada da história.
- O que você faz assim? - Pergunta Bruno, e eu adoraria responder.
Eu não sei porque estou aqui. Porque concordei em vir aqui. Meus únicos planos para está tarde era visitar o túmulo do meu pai, depois voltaria para o hotel e entraria em contato com Garret, em último caso.
Mas então Samuel apareceu, e mesmo querendo dizer: "não" eu disse um sim. Mesmo querendo me afastar, estou me aproximando.
Sem a menor intenção, simplesmente aconteceu. Simplesmente fluiu.
- Que tal você ir ajudar sua avó na cozinha? - Eu disse pra Samuel, disposta a finalmente ter uma conversa com Bruno Hall.
- Quero ficar com voxês! - Ele exclamou
- Vai ficar com sua avó, Samuel - Bruno disse pra ele. Samuel fez bico e por fim concordou.
Ele fez um bico, igualzinho ao da minha mãe quando estava prestes a gritar comigo.
Samuel saiu andando pra cozinha, gritando; "vovó, vovó".
Por fim, sozinhos.
Por fim, Bruno Hall e Emma Hall.
Por fim, finalmente uma conversa.
É o que espero.
- Como você tem coragem de aparecer aqui?
- Eu morei aqui.
- Mas não mora mais, a porra de muito tempo!
- Três anos não são trinta, Bruno Hall.
- Bruno Hall - Ele ironizou, rindo - Por que não foi embora? - vociferou - Por que apareceu aqui? por que aceitou essa viagem de merda de volta pra cá? Já não basta o estrago que você fez na vida de todos?
Tudo bem. Ele explodiu.
- Como você tem coragem depois do que fez, vir aqui e se sentar com o meu sobrinho?
Abri a boca pra falar, mas ele não deixou
- Como você tem coragem de brincar com todo mundo, Emma? Será que você não tem noção, merda?
- Deixa eu falar! - exclamei finalmente fazendo ele se calar
Ele engoliu em seco. E eu também.
- Eu vou tentar - foi o que respondi, segundos depois
- Como é?
- Eu quero conhecer ele. Conhecer mais do Samuel. - Eu estava decidida
- Como é? - Perguntou incrédulo
- É, Bruno. É isso mesmo o que você ouviu. Eu quero conhecer mais do Samuel e portanto eu vou ficar!
Ele riu, ainda sem acreditar numa só palavra
- Duvido Dave permitir.
- Ele vai, querendo ou não querendo. Eu vou me aproximar dele.
- Ele está casado agora, como pretende se aproximar dele?
- Eu estou pouco me lixando se Dave está com alguém, não estou interessada nele, estou interessada no Samuel!
- Agora? Depois de quase quatro anos você finalmente se interessou pelo seu filho?
Neguei com a cabeça, incansáveis vezes.
- Você nunca vai entender.
- Eu não quero entender porra nenhuma, Emma, caralho! - Exclamou furioso - Você abandonou o seu filho por causa da sua carreira!
- Bruno - Violeta aparece, seria - Chega de gritar, Samuel está ouvindo tudo.
- Ela precisa ouvir, mãe! Ela abandonou o filho, você, eu, o namorado que ela jurava ser o amor da vida dela por causa de uma carreira!
- Eu não fiz isso.
- Você ainda tem a coragem de falar isso na minha cara? - Ele grita, vermelho
- Bruno, já chega!
- Eu não estou te entendendo mãe...
- Mas eu estou - Falei, atraindo a atenção dos dois.
- O que...
- Emma - Ela disse ríspida
- Ah, o seu filho não sabe? - Eu sorri amarga - Não sabe o que você fez comigo?
- Do que você está falando? - Alguém pergunta, outra voz.
Eu me arrepiei, antes de sequer olhar pra ele, eu suspirei.
- Papai! - Samuel saiu do outro cômodo, correndo até o pai dele que estava parado na porta de entrada olhando nós três
- Ei, garotão! - Ele agacha para pegar o filho nos braços
Eu voltei a olhar pra frente, pra Violeta que me encarava. Ela pedia claramente pra não falar.
Eu sou culpada por essa situação de hoje mas ela em parte, teve influência nisso.
- Do que merda você está falando, Emma? - Bruno insiste
- Emma... - ela começa
- Estou indo embora - Eu disse, de repente. Por hoje basta. Ela suspirou aliviada e Bruno ficou quieto, nos observando.
Eu caminhei até Dave que me observava, focada em Samuel.
- Tchau, Samue...
- Voxê me deixou! - Ele gritou, assustando todos nós. Do menino calmo, alegre, divertido, Samuel se tornou um menino totalmente ao contrário
- O que...
- Vai embola! - Exclamou, e então seus olhos encheram de lágrimas. Samuel começou a chorar estridente e com todos os sentimentos pra fora.
Sua cabeça foi pra curva do pescoço do pai, que olhava pra mim.
- Eu disse pra você ficar longe, Emma.
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