Capítulo 11 - parte II
Ainda há 6 anos
O sol está queimando, em compensação, os ventos rodeando nossa cidade alivia um pouco, de certa forma.
Para meu alivio, assim que chegamos no centro da cidade, onde todas as atrações da cidade são montada e por sua vez, nesta dia é o parque guarantee
un, Bruno logo se distanciou indo atrás das garotas de sua turma.
homens.
- Emma! Você veio! - Joana exclama animada assim que me vê chegando acompanhada dos meninos, Jeremy e Dave.
Eu abri um sorriso tão enorme quanto o dela recebendo o abraço forte dela.
Marcos se aproxima junto de Selina.
- Sua mãe te deixou sair? - Selina pergunta enquanto come uma maçã do amor. Seus lábios estão vermelhos por conta do doce.
- Não foi exatamente assim... - Eu começo, sentindo um pouco de vergonha de pensar em explicar o escândalo agora pouco em casa justamente por minha mãe não deixar. Lembrar que Bruno estava aqui também por minha causa também não era nada legal.
Sei que são meus amigos. E eu não vejo o menor problema em explicar tudo desde o princípio para Joana e Marcos.
Mas Selina é outra história.
Ela é minha amiga, amo ela de verdade. Mas contar coisas do tipo, assim que eu terminar de contar eu sei que irei me sentir uma menina birrenta.
Assim como minha mãe me faz sentir.
- Eu pedi para a mãe dela - Dave disse, tirando os olhares de mim. Olhei para ele surpresa.
Por que ele faz isso?
Por que Dave Loftin tem esse sorriso grande?
Por que Dave Loftin consegue mentir sem ninguém desconfiar?
Por que Dave Loftin mente por mim?
Por que Dave Loftin se propõe lavar o carro do meu irmão por um mês para que eu possa vir ao parque?
Ele sabe que estou olhando ele. Ele sabe que estou questionando tudo isso nesse exato momento.
Mas seu sorriso não falha. Sua confiança não falha. Ele continua transmitindo a imagem de um amigo legal.
Amigo legal.
Pensar nessas palavras faz eu me sentir estranha. Não pelo legal, mas pelo amigo.
Há um ano, Dave desafia meu irmão. Há um ano Dave tenta convencer minha mãe, a prefeita durona da cidade para que eu possa fazer as coisas.
Há um ano ele faz por mim, sem impor limites em si mesmo, coisas que nem meus amigos de anos faz.
Por quê?
- Emma! - Karen Loftin se aproxima, agitada com seu amigo. Eu sorrio animada, Karen é a irmã de Dave. Com seus onze anos de idade (que a princípio não parece, pois ela é quase do nosso tamanho), seu cabelo castanhos é tão brilhantes quanto o do irmão. - Você não vai acreditar!
- O quê? - Pergunto
- Venci Dave naquele jogo de novo.
Dave revira os olhos
- Eu que estou deixando você ganhar - ele diz
- Aham! Então você ter ficado irritado comigo a noite toda ontem, não tem nada a ver com sua derrota?
Todos nós rimos
Karen é uma menina divertida. Em controvérsia, seu amigo ao seu lado usa óculos, e não ri com facilidade.
Pelo menos não perto da gente.
Aposto que ele prefere ficar lendo ao estar neste parque. A julgar o livro do Harry Potter em suas mãos.
- Eu devia ter filmado - Karen continua
- Vai se divertir, Karen - Dave diz, sério
- Tá com medo da sua irmã contar seus podres? - Ironiza Jeremy, que se aproxima de mim, coloca o braço por cima do meu ombro e sussurra em meu ouvido: - Seu namoradinho perde muito fácil nos jogos, mas ele finge que deixa a gente ganhar.
Eu ri da provocação
- Hummm - Joana faz com a garganta, chamando nossa atenção. Ela aponta para Dave, na cara dura diz: - Estou vendo alguém com ciúmes dessa aproximação hein, Jeremy.
Dave encara seu amigo, sério. Quando percebe que todo está prestando atenção nele, tenta disfarçar
- Que tal a gente ir curtir de uma vez o parque? - Selina pergunta revirando os olhos, ela termina sua maçã e joga na lixeira mais próxima
- Em qual brinquedo vamos primeiro? - Pergunta Marcos
- Vocês eu não sei, mas eu vou ali - Jeremy se afasta, sorrindo para um grupo de meninas da escola - Até daqui um pouco, galera.
- Esse menino é um cachorro, já entendi porque não gosta mais dele - Joana comenta para Selina que ignora e aponta para a roda gigante
- Vamos na roda!
- Mas a gente não vai poder ir! - Karen choraminga e seu amigo suspira aliviado
- Por isso mesmo - Selina sorri maldosa - Acha mesmo que quero andar com pirralhos?
Karen queima Selina com os olhos. Eu em contrapartida, coloco a mão no ombro dela e digo:
- É rápido, logo descemos e a gente anda com vocês pelo parque.
- Tá bom - ela sorriu e puxou a mão do amigo que estava quase abrindo o livro para ler bem aqui, na nossa frente - Vamos!
- Pra onde? - Ele pergunta cansado - Vamos sentar num banco e esperar eles? Não acha melhor?
- E perder toda a graça do parque? Não mesmo!
- Não vai longe - diz Dave, para sua irmã
Ela concorda e arrasta o menino para um jogo de pontaria. Eu acho graça, adoro o jeito que Karen é.
- Só tem um problema - Diz Joana olhando pra nós com dúvida - Pra ir na roda gigante é em duplas. Alguém vai ter que deixar de ir.
- Eu vou com o Dave - Selina se coloca ao lado dele, entrelaçando seus braços. Joana olha pra mim preocupada, assim como Dave também me olha
- Tudo bem, sem problemas - dou um passo pra trás - Podem ir, eu espero aqui.
- Emma... - Dave começa
- Vamos Dave, a fila da roda gigante enche rápido!
- Emma, tem certeza? - Marcos pergunta - Eu posso ficar e você vai com a Joana
Nego com a cabeça, sempre foram essas as duplas. Marcos e Joana. Eu e Selina. Mas de uns tempos pra cá as duplas sempre foram eu e Dave, Selina e Jeremy. Como Jeremy não está aqui, não vejo problema eu ficar sem ir nesta.
Não vai fechar agora. Se ela quer ir com ele, tudo bem.
Tudo bem.
Tudo bem.
Dave parece prestes a argumentar mas eu começo a me afastar e vou em direção ao carrinho de cachorro quente. Se for pra esperar eles que seja de estômago cheio.
E então eles vão.
Eu vejo eles entrando na fila.
Eu vejo a roda girando.
Eu lembro dos meus com meu pai aqui.
A roda para.
Eu vejo eles sendo chamando para subir.
Eu vejo as pessoas ao meu redor rindo, se divertindo, comendo todos os tipos de gostosuras.
Eu vejo Marcos e Joana entrando primeiro. Logo em seguida Dave e Selina, animada e um pouco próxima demais de Dave que não parece não satisfeito quanto todos eles de estarem ali.
Então a roda gira.
Devagar. Rápido. Devagar. Rápido.
Não sei quanto tempo fiquei olhando enquanto comia meu cachorro quente. Apenas sei que ela parou, e eles desceram.
Enquanto caminhavam em minha direção, eles exclamavam o quanto aquela era uma experiencia louca e divertida. Eu sorri.
Mas não pude negar que meu sorriso estava um pouco machucado.
A fila estava grande de novo, sem chances de eu ir com alguém.
- Foi incrivel! - Joana exclama rindo - Meu deus, jurava que iria morrer!
- Você? quem iria morrer era eu de tanto que você me apertou! - Marcos exclama
Ela revira os olhos pra ele
- Gostou Dave? - Selina pergunta pra ele, arrumando os próprios cabelos bagunçados pelo vento
Dave concorda sorrindo, mais seus olhos param em mim
- Que foi? - Pergunto
- Vamos?
- Pra onde?
- Vamos pra roda gigante.
- Você acabou de sair de lá! - digo espantada
- Não tem problema, eu quero ir com você.
Fiquei literalmente sem palavras.
- O que me diz?
Selina cruzou os braços, me encarando. Eu não entendi sua atitude, ao invés disso concordei com a cabeça pra ele, abrindo meu habitual sorriso animada.
Joana toma o cachorro quente da minha mão e continua comendo por mim. Eu ri pra ele e fui com Dave pra gigante.
Só não esperava que assim que subisse lá com ele, e observassemos o por do sol, algo iria acontecer.
Eu admirava as pessoas lá embaixo, a natureza ao nosso redor, minha cidade, mas quando senti sua mão na minha meus olhos resolveram admirar Dave ao meu lado.
E ele estava lindo. Os cabelos castanhos banhados pela luz do sol. Os olhos brilhantes. E um sorriso de lado incrivelmente mais lindo ainda.
Lindo. Essa é a única palavra que define Dave Loftin completamente.
Eu estava envergonhada pela aproximação, não tinha como negar.
- Qual seu maior sonho, Emma? - Pergunta, curioso
- Você vai achar besteira.
- Não vou não.
- Todo mundo acha.
- Eu não sou todo mundo.
Sorri um pouco mais tranquila em me abrir, mas mesmo assim fiquei com vergonha de falar.
- Lembra do show que fui assim que fiz quatorze anos?
- Sim.
- Eu me imaginei ali.
Ele me ouviu, atentamente
- Todo mundo acha besteira. Sonho de criança, impossível de se realizar, isso e aquilo. Mas é complicado, sabe? Desde de criança eu sempre tive uma paixão incomparável com a música, consegue entender? é como amar alguma coisa incondicionalmente, e você não consegue se ver sem ela.
- Consigo - Ele diz, me ouvindo
- Eu amo a musica, com ela eu consigo sentir a liberdade. Independência. Alegria. O amor. Eu sinto tudo de bom e me ver sem ela é uma coisa que não faz sentindo. Mas sempre foi amor, sabe? nunca me imaginei como cantora de sucesso. Mas quando eu fui naquele show, o primeiro show da minha vida, Dave, eu senti.
- Sentiu o quê?
- Senti que era aquilo que eu queria. Precisava. E tinha ambição em ser. Eu quero ser uma cantora de sucesso. Quero estar um dia num palco sendo observada por centenas e talvez, milhares de pessoas. Quero me jogar com tudo, ser quem realmente sou, sentir liberdade, amor, paixão, e principalmente felicidade em tudo o que eu sou.
Acho que me abri tanto e falei demais, que não abri espaço para ele dizer qual era o sonho dele também. Sorri envergonhada, mas ao contrario da careta ou qualquer expressão negativa, eu recebi um sorriso impressionado.
- Qual seu sonho, Dave?
Ele deu de ombros
- Eu acredito que a vida é cheia de possibilidades. E que nela teremos varios sonhos.
- Bom ponto.
- Mas hoje eu só tenho um sonho.
- Qual seria?
Ele sorri nervoso e fala:
- Primeiro, eu quero dizer uma coisa
- Pode dizer - senti as batidas do meu coração. Sempre sinto quando estou com ele.
- Você é uma garota incrível - Ele diz e suspira, posso notar uma intensidade no olhar que aparecia sempre que ele me observava por muito tempo como agora - Eu gosto demais de você, Emma.
Eu sorrio, um pouco tímida
- Gosto pra caramba - Ele coloca sua mão em minha bochecha, enquanto aproxima o rosto - E eu vou me sentir um completo idiota se não pergunta isso de uma vez.
- P-perguntar o quê?
Ele aproxima os lábios dos meus, roçando. Encostando. Mas não a ponto de ser um beijo, simplesmente a ponto de eu sentir uma atração forte e quente.
- Me ajuda a realizar meu sonho e namora comigo, Emma Hall?
Então eu senti. Meu coração falhou por um instante. Eu umideci meus lábios, pensando naquilo.
Eu não fazia idéia do quanto queria aquilo até de fato isso aparecer no meu campo de possibilidades.
Então eu sorri e balancei a cabeça, incapaz de soltar qualquer palavra. De todos os sorrisos que já vi Dave abrir, nervoso, tímido, galanteador, confiante, divertido, esse de agora sem dúvidas foi o mais bonito.
Pois acompanhado de seu sorriso, veio olhos brilhantes, intensos, bochechas vermelhas, e segundos depois.
Um beijo.
Ele me beijou com tanto carinho e vontade que era incapaz, mesmo se eu quisesse, de eu não retribuir da mesma maneira.
Eu retribui.
Eu senti.
Senti seus lábios.
Senti sua língua.
E senti um sentimento.
Um sentimento muito, muito forte.
Quando nossos lábios e rostos se separaram eu senti meu rosto quente. Então eu ouvi um grito e algumas palmas solitárias.
Quando olhei pra baixo, vi Marcos fazendo joinhas com as mãos e Joana pulando enquanto batia palmas para nós dois.
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