Capítulo 8


Ricardo saiu daquele clube com a cabeça quente depois de acudir um irmão e tudo que ele queria era beber, ver as apostas horríveis de Gabriel, Miguel entrando numa briga e Joseph arrumando o clube, falando sobre como Magnos ia gostar daquilo quando grande, mas não saber que as esposas iam fugir deixou os homens loucos.

Isso fez olhar para sua casa azul cintilante.

Rebeca nunca ia deixá-lo com crianças, ela não perderia sua vida confortável e muito menos o amor dele. Os dois tinham uma história de superação. Depois de seu irmão Robert, amá-la foi mais fácil do que seu irmão tinha falando.

Rebeca sempre foi sistemática e, mesmo com os filhos atrás dela como patinhos, sempre voltava para ele com um sorriso no rosto e perguntando como foi o dia dele, e os dois até tinham interesses em comum.

Então era um casamento perfeito.

Sem amantes.

E com sexo regular.

Sem contar os filhos legítimos, nem todo mundo é igual ao Gabriel.

E, rindo das inseguranças, abriu a porta, sendo pego por cinco meninas com vestidos combinando, o fazendo rir. Após deixar os chapéus e a bengala num canto e dar um beijo em cada sobrinha, voltou para os dois meninos que vieram correndo com braços levantados e, mesmo pegando os dois, foi pego pelos demais.

Mas algo o fez estranhar, cadê a figura de vestido tirando seus meninos dele? Onde repreendia os filhotes de demônio?

- Cadê a mamãe? – foi uma pergunta calma, mas tinha pavor em seu interior, o fazendo gelar e lembrar das palavras de Miguel. "Elas vão embora."

- Está vendo as roupas? Parece que vamos viajar. – respondeu Cecilia ao seu lado.

De todas as suas sobrinhas, Cecilia é a mais parecida com sua mãe, com os mesmos olhos duros e o sorriso perigoso.

- Que estranho, o feriado de Páscoa é daqui a um mês, - murmurou mais para ele, mas Cecilia pegou o pânico dele, o encarando. – Podem ter ido ver as vestimentas para o feriado?

- Acho que sim, vimos os dos meninos hoje, eles sempre vão de marinheiros, mas hoje mamãe estava vendo calças para eles. – Cecilia logo depois virou os calcanhares e o deixou catando os pedaços de seus pensamentos.

- Ótimo. – Caminhou apressadamente ao quarto e encontrou Rebeca olhando vestidos enquanto a dama de companhia ajeitava algumas malas – interrompo algo? – a voz séria fez a dama de companhia guinchar e Rebeca o olhou de cima a baixo.

- Não, se quiser sentar, estou tirando algumas coisas para reformas. – falou desinteressadamente.

- Hm, sabe que não precisa reformar coisas, tenho dinheiro suficiente para dar coisas novas a você. – Rebeca parou seus movimentos e ficou parada, com um bufo virou a Mafalda e com um sorriso gentil.

- Mafalda, querida? – O sorriso gentil fez a calmaria na mulher pequena e robusta.

- Sim, madame. – Fez uma referência.

- Me dê um tempo com meu marido. – E, com a confirmação com a cabeça, a mulher saiu que nem um rato para longe de um gato. – O que está acontecendo para estar com humor tão rude? – Cruzando os braços, Ricardo a encarou seriamente. A mulher está se fazendo? Primeiro, não é recebido do jeito certo e depois está o acusando de mau-humor?

Tudo que fez foi cruzar os braços, imitando, e no meio disso veio aquele sorriso que sempre o pegou.

- Não irá falar o que lhe incomoda? – Os piscares dos olhos o fizeram gelar. Ele conhecia aquele jogo e o resultado disso foi dois meninos e, do jeito que iria naquele momento, com certeza viria mais um.

- Não veio me receber. – Bufou e a risada dela o fez se sentir infantil.

- Sério? – as mãos pequenas e delicadas finalmente alcançaram seus ombros, e o calor dela tirou a frieza do coração dele, e foi naquele momento que ficou pensando como o seu irmão tinha sido tão cruel com aquela mulher maravilhosa e uma das coisas que mais se perguntava era se um dia ocuparia o coração daquela mulher como ocupa o coração dos filhos que ela tem. – Sempre o recebi, mas me lembro de dias que não o recebi e não lembro de seu mau-humor. – E assim ela se afastou com cuidado.

- Me lembre porque estou esquecido. – Acompanhou para os vestidos longos.

- Bom, no dia em que veio Guilherme, não o recebi na porta depois do trabalho. – Puxou um vestido azul carmim, vendo-o negar, voltando para dentro.

- Nem fui trabalhar, não queria te deixar sozinha com cinco meninas e um menino chorando em seus braços. – E Ricardo notou a mesma parar espantada e o olhar de choque o incomodou um pouco. – O que foi?

- Eu não te vi o dia todo. – Murmurou, alisando o lilás que ele tinha comprado em sua lua de mel.

- Estive no escritório resolvendo coisas, mas passei o dia com as meninas longe de seu quarto, para não fazer barulho. – Foi a coisa óbvia de se fazer. Joseph tinha comentado que Evangeline o agradeceu quando levou os gêmeos para longe enquanto conhecia sua pequena Dália.

- Hm, bom, teve o evento no Natal, eu não o recebi na porta. – O tom dela mudou? E por quê? Ele não entendeu, mas Ricardo chegou mais perto tentando acalmar o coração daquela mulher que segurava o dele.

- Bom, o Natal teve o evento em nosso salão de festas, então ia ser meio difícil mesmo, mas a fábrica tinha fechado e todos tinham ganhado o vale peru, então mesmo não me recebendo, deixou a roupa que eu ia usar bem em nosso quarto, onde já troquei e fomos aproveitar com as crianças. – Aquele não valia. - Esse não valeu, quero outro!

Rebeca bateu os dedos no queixo, mas o silêncio a mostrou que sempre o recebeu.

- Bom, acho que são só esses dois. – Delicadamente, voltou a Ricardo, que ofereceu o verde que ele sempre amou.

- Bom, tirando isso, por que não volto na hora certa hoje? – Ricardo ofereceu o leque que combinava, fazendo-a sorrir enquanto juntava as coisas. – Mandei encomendas para cá e foi o mordomo que recebeu. Sabe que não gosto dos empregados sozinhos com coisas novas.

- Estive na casa de Manuela, - Rebeca voltou para ele, alisando os bordados. – Terei que refazer esses. – Vendo aquela flor branca meio arrebentada devido aos dedos nervosos de Guilherme. – E Gabriela está chorando sobre o casamento, ela está pensando seriamente em pedir separação, devido ao comportamento de Gabriel. – Voltou aos olhos intensos e cinzas de Ricardo.

- Separação? – aquela palavra veio com veneno em seus lábios.

- Sim, francesas estão fazendo isso. – Com o cansaço, se sentou ao lado de Ricardo, olhando em volta. – Aí, termino isso amanhã.

- Bom, ela demorou um pouco para tomar a decisão, não acha? - Bufou, mesmo gostando de Gabriel como amigo e mentor depois da morte do irmão Robert, o homem é um porco sempre de forma indesejada, fazendo a mulher ao lado ser uma piada à corte que sente pena da coitada. Gabriela devia ser feliz, isso sim.

- Ela demora porque o ama. – Seu tom era triste. – Pensou que ele ia mudar pelo amor dela. – Rebeca tinha um carinho pela amiga mais antiga, mas a verdade seja dita, de todos os casamentos entre as quatro, não tem como Gabriel mudar.

- Entendo, mas é um pensamento meio imbecil. Nem tudo pode mudar com amor.

- Sim, mas é amar, amar faz as pessoas pensarem coisas diferentes, como também pedir uma separação, às vezes não vem só porque houve uma traição, poderia ser outras coisas. – Rebeca ajeitou uma das luvas.

- E poderia ser o quê? – Estava nervoso e isso o dava medo, tinha medo de que não podia controlar essas coisas.

- Às vezes, a distância que o casal tem pode causar uma separação, uma pessoa só tenta o negócio casamento e aí pode ter uma separação sem nem mesmo estar no papel. – Murmuro triste e aquilo o pegou de jeito.

E antes de buscar explicações, a mulher simplesmente foi embora.

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