Capítulo 14

Aquela Páscoa acabou de forma azeda para Evangeline.

Ele engravidou alguém?

Sua cabeça estava uma verdadeira bagunça, seu marido disse que não engravidou e a mulher não apareceu mais, disse que a mulher o perseguiu, Ricardo mostrou provas, disse que ela foi mandada por alguém passar sua casa.

Mas, mesmo acreditando em tudo, Evangeline ainda duvidou um pouco do marido. Ela queria um pouco de presença vindo do marido, queria abraços e beijos vindo do marido, queria que ela se sentisse desejada pelo Joseph, mas depois que chegaram em casa, Evangeline foi deixada num canto da casa, enquanto as crianças foram deixadas com outras pessoas longe dele e isso a fez enlouquecer.

Então, quando chegou o dia da viagem, ela simplesmente pegou uma mala e saiu de casa sem nem mesmo olhar para trás.

Sua cabeça não tinha som, não tinha barulho e pela primeira vez sentiu-se como um fantasma, não nem mesmo sentido, entrou na carruagem com suas amigas com um sorriso sem emoção e com os olhos vazios junto com seu coração e partiu para Portugal. Ainda assim, a única coisa que tinha abandonado era uma carta onde, no seu interior, queria que o homem que reina em seu coração vá atrás dela.

...

Camélia queria pintar com a mãe.

Não entendia o mandamento do pai de deixar sua mãe em paz, as babás falaram que sua mãe está doente, então decidiu que iria naquele dia ver sua mãe. Ficar dois dias sem vela começou a deixar nervosa. Dalia não parou de chorar desde que foi negada seu colo e canção de ninar. Camélia não gostava da falta de uma história e bem as tranças que fazia com sua mamãe.

Magnos também não parecia muito à vontade com o novo sistema.

Então, com isso, decidiu ir até o quarto dos pais e tentar abrir a porta, mas tudo que foi recebido foi com uma porta trancada.

- Mamãe? – Chamou triste. – Mamãe? Está brava comigo? – Ela empurra a porta e força aquela maçaneta e a porta nem se mexeu, a fazendo sentir lagrimas. Mamãe sempre quis passar um tempo com ela, por que não queria agora? Camélia bateu naquela porta até as mãos doerem, mas sua mãe não respondeu, a fazendo sair chorando para o quarto infantil.

Magnos veio logo depois com o mesmo pensamento de sua irmã.

Ele queria brincar de piratas.

Sua mãe seria a sereia, e ele um pirata.

Magnos subiu até o quarto da mãe e do pai.

E Magnos bateu na porta. – Mãe? Vamos brincar de piratas? – Murmuro alto o suficiente e assim colocou a orelha na porta esperando um sim ou não, mas recebeu um silêncio. – Mamãe? Por que não me responde? – Magnos sentiu as lágrimas descendo enquanto batia na forma desesperada. – Por favor, me responde! – suas palavras foram paradas pelo choro caindo ao chão cansado.

Magnos correu para longe.

Sua mãe não queria falar com ele? O que ele fez?

Dália chorou tanto que não comeu e muito menos dormia, a babá tentou de tudo até que Joseph apareceu na hora do almoço e viu a casa um caos. Dalia só ficou quieta quando veio os braços ao pai, mas foi um pequeno momento porque logo quando veio a refeição ela quis o colo da mamãe e mesmo ele querendo dar um tempo à mulher que parecia estar muito aérea no meio daquela bagunça vinda.

Joseph tinha ido atrás daquela maluca gravida, descobrindo que no final a mulher tinha saído da casa da sogra e o medo de a mulher descobrir e ficar doente o fez tentar aliviar um pouco a pressão na esposa.

Camélia também cchoro, querendo sua mãe, e Magnos parecia muito fragilizado e assim caminhou para o quarto, seguida pelos mais novos e Dalia em sua perna.

A porta está trancada?

- Evangeline? – Bateu de leve na porta, mas não ouviu resposta e houve um momento de silêncio em que o pânico das crianças passou para ele e, com um pouco de força, arrombou a própria porta, sendo pega com o quarto vazio. Menos mal, ele sinceramente achou que teria que ver o corpo dela em algum lugar naquele quarto, ele não ia conseguir viver sem ela.

- Cadê a mamãe? – Camélia segurou sua calça buscando resposta.

- Ela fugiu da gente? – Magnos caiu chorando e, mesmo Joseph sendo o adulto e o forte, não conseguiu segurar as lágrimas.

Caindo num canto, fechando a porta com os filhos dentro e num cantinho, pegou os três no colo e acabou chorando um pouco. Enquanto dava conforto, seu cérebro ficou pensando no que poderia ter acontecido. Será que ela sabia que sua mãe tentou estragar o casamento deles? Será que ela foi atrás da mãe? Aquilo o estava deixando confuso e preocupado, tinha angústia nele e, ao mesmo tempo, seus filhos pareciam devastados.

- Papai? – Magnos busco os olhos escuros que estavam longe. – O que fazemos agora?

- Vou atrás dela. – Foi uma resposta automática, sua mente estava longe dos seus filhos, Dalia finalmente tinha dormido e Camélia brincava com a coberta que foi jogada sobre eles. Tinham dormido naquele cantinho entre o guarda-roupa e o criado mudo e Joseph tinha sido um verdadeiro protetor com seus pequenos. – Vou trazer ela de volta e aí vocês vão decidir o que fazer com ela por nos preocupar tanto. – Resmungo, ouvindo os mais velhos rirem.

- Não vamos fazer nada, amamos ela. – Magnos sorriu. – Quero abraçar ela, e nunca mais soltar.

- Vou dormir com ela por semanas. – Camélia olhou para a cama.

- Acho que Dalia nunca mais vai soltar a mamãe. – Magnos respondeu a Joseph que viu a menor dormindo tão à vontade no chalé de sua Evangeline.

- Chamarei a vovó para que possam ficar com vocês na casa de campo e vou atrás da mamãe. – Joseph ia atrás da mulher e primeiro ia beijá-la, mas depois ia bater na bunda dela, como ela some assim? Bateria naquela bunda até ficar com a mão dele e aí resolveriam tudo juntos. É, ele faria isso. E depois beijaria de novo. Porque tinha que ter certeza de que a mulher dele não ia matar ele no coração de novo.

Mas uma insegurança apareceu enquanto botava os três em seus quartos.

será que ela o deixou? Como naquele plano que ela tinha feito com suas amigas?

No meio de seus pensamentos, foi parado com Ricardo e Miguel entrando em sua casa, um com filhos ao rebote e o outro com uma bengala solitária.

- Que porra está acontecendo aqui?

- Elas nos largaram. – Miguel murmuro em lágrimas e ver um homem grande e musculoso chorar foi impactante.

- As meninas estão em prantos e os meninos querem a mãe, ela realmente foi embora com Evangeline, Manuela e Gabriela? – Ricardo parecia destruído e aquilo fez Joseph pensar nele mesmo. Sua cara não deve estar das melhores, sendo que ele dormiu num chão com seus filhos nos braços porque tinha sido deixado por seu bem mais precioso.

- Então elas foram juntas. – Joseph coçou o queixo. Aquilo deu um alívio no meio de tanta merda e aquilo o fez se desculpar mentalmente aos amigos.

- Menos mal. – Ricardo murmuro baixo. Deve ter passado a mesma coisa.

- Menos mal, a onde? A minha mulher nem consegue ver direito? – Miguel cruzou os braços, o olhando incrédulo.

Os três homens permaneceram quietos por um tempo.

E a dama de companhia de Evangeline acho que os homens já tinham sofrido demais. Sua dama tinha comentado sobre a viagem a Portugal a ela, disse para cuidar de seus filhos e assim foi embora, disse até mesmo que só ia àquela viagem porque queria seu homem interessando nela.

O que sua senhora não conseguia ver era que Joseph foi marcado por muitas coisas e seu senhor tinha que entender que a sua senhora sentia-se descartada naquela casa e queria o amor que tinha antes de Dalia nascer, então, no meio da briga entre os homens, a mulher caminhou até os homens com a carta de sua senhora.

- Senhor? – Todos pararam de rosnar um ao outro para voltar à senhora e Joseph voltou a ter uma cara séria.

- Sim? – A dama de companhia entregou a carta ao Joseph. - O que é isso?

- A carta da Lady, ela disse que foi para Portugal e quer você vai atrás dela lá. - A senhoria volto aos outros. – Suas amadas também estão lá, talvez consigam finalmente consertar o que tem que ser consertado. – Sorrindo, volto para cima. – Irei cuidar das crianças.

- Amo essa daí. – Ricardo sorriu aliviado.

- A senhora Neide é maravilhosa. – Miguel até sorriu.

E Joseph leu a carta.

"Joseph,

Sinto muito por deixá-lo sozinho.

Mas me sinto não desejada por você, depois daquele momento na Páscoa me senti tão perdida, ficamos dois anos sem termos momentos íntimos. Toda vez que começamos algo, você veio com uma cara de nojo e, quando apareceu você com uma cara melhor com aquela loira, senti medo.

Parecia que você tinha se iluminado com a loira.

Eu tinha notado olhares e sorrisos diferentes que um dia foram para mim e agora estavam sendo para ela.

E quando ela apareceu gravida, sinto que, na verdade... pensei que mulher tinha medo deitado com você, e quando voltamos, você foi embora, deixando-me sozinha no quarto, o que me fez realmente entender que sou descartada nessa casa.

Fui para Portugal para que, quando voltar, me mudar para o campo e deixar você com a casa e poder se encontrar com as amantes.

Não ficarei mais no caminho.

Te amo, Joseph!

Com amor, Evangeline Quinn"

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top