Capítulo 11

- No fim, tá todo mundo ferrado? – Joseph perguntou, servindo uma dose de uísque. Ele não costumava beber, o que demonstrava como seu nível havia caído tanto.

- Sim, todo mundo está ferrado. – Ricardo também serviu-se de um copo.

- Ela quer se separar, acredita? – Gabriel falou com desinteresse, mas Ricardo, Miguel e Joseph trocaram olhares entre eles.

- Bem, até que demorou! Finalmente ela se tocou que você é um pedaço de merda. – Miguel interrompeu o silêncio.

- O QUÊ? – Gabriel bateu na mesa, chamando a atenção de outros cavalheiros ao redor, o que fez Joseph erguer as mãos em sinal de calma.

- O que achou que ia acontecer? Você a trata como descartável; usa quando quer, descarta quando quer, e quando cansa, vai usar outra pessoa, procriando igual coelho com suas amantes, forçando-a a criar seus filhos. Achou mesmo que ela ia aceitar isso pra sempre? – Joseph rosnou enquanto dava o sermão. Podia gostar do amigo, mas não aceitava o que ele fazia com a esposa.

Em resposta, Gabriel veio para cima de Joseph, pronto para bater.

- Eu não devo satisfações a você! Ela tem de tudo naquela casa! Não passa fome, tem a saúde de uma vaca, sem contar uma moradia muito boa! –esbravejou que nem um maluco.

- E o amor? O amor que todos precisam pra encarar o cônjuge todo dia de manhã? – Joseph disse, avançando.

Ele não foi parado por nenhum cavaleiro dentro daquele clube e o soco veio em cheio. Ricardo até andou para trás vendo o corpo cair aos seus pés.

- Você... você deu amor a sua mulher - Gabriel cuspiu sangue. –, e ela duvidou do seu glorioso amor, mesmo assim. Isso não significa nada! Evangeline e Gabriela são duas bu...

Antes que pudesse terminar, Gabriel tomou uma porrada de Joseph. A cada soco eram ouvidos suspiros; barulhos dos cavaleiros que faziam careta a cena sangrenta.

Um dos homens pegou um telégrafo e mandou mensagem para a casa da sra. Quinn, mandando-a vir e impedir seu homem. Enquanto isso, o único que separou Joseph de Gabriel foi Carlos, e os colocou numa boa distância.

Carlos olhou para o dono daquele clube em choque. Joseph sempre foi muito ponderado, mas falar da sua mulher o fazia virar um touro que só via vermelho.

- Vamos nos acalmar, jovens. – Carlos permaneceu ali no meio enquanto Joseph ficou pairando, esperando uma oportunidade para socar um Gabriel todo inchado novamente.

- Seus medos e inseguranças não são um problema, estamos lidando com isso juntos. – Joseph falou, sentindo-se mais calmo e retraído, olhando para a janela como se nada tivesse acontecido. – Mas, você não merece Gabriela ao seu lado, seu porco fedido. – Concluiu ensandecido, indo para longe.

- Acha mesmo que, se ela largar de mim, alguém vai querer casar-se com aquela macaca velha? – Gabriel estava enfurecido. Sua cabeça estava coberta de vermelho, e o sangue abatido parecia ter penetrado o crânio partido e descido para o cérebro. – Ela é estúpida! Pode até sair, mas sai sozinha! Não a deixarei chegar perto de nenhum dos seus filhos...

- Então, acho que teremos outra briga. – Joseph quase caiu quando ouviu a voz de Carlos. – Porque eu a quero como esposa, se ela me permitir.

- Eita porra. – Miguel ficou boquiaberto.

- Vish maria. - Ricardo voltou-se para Joseph. – Ele está falando sério?

- Sim, se não cuidar dela, cuido eu! – Carlos bateu no peito fazendo todos ali ficarem chocados.

- Ótimo, se quer assumir essa burra pode ficar, mas teremos uma longa briga. – Gabriel começou a se distanciar, mas parou seus passos e disse as últimas palavras: – Pensei que eram meus amigos.

Enquanto isso, Evangeline quase foi atropelada na rua, o que a fez soltar um gritinho ao ser chamada de "piranha". Ao se aproximar, viu Joseph querendo seguir o gordo, mas o segurou pela camisa branca. Carlos e os outros homens puderam, então, ver aquele homem sério ser segurado pelas mãos finas e delicadas de Evangeline.

- Espero que não o tenha machucado tanto. – Falou avulsa, se aproximando para segurar as mãos dele. – Ah Joseph, o que faço com você? – A carranca dela formou um sorriso e todos ficaram quietos. – Posso entrar e pegar um kit médico?

Escutando sua pergunta, a atendente também sorriu, levando os dois ao escritório. Joseph seguiu, mantendo-se calmo, com a cara fechada, mas com os olhos cintilando de alegria.

Quando a porta fechou, Miguel virou-se na direção de Carlos.

- Só a Evangeline para fazê-lo ficar tão calmo. – Murmurou, arrumando as cadeiras.

- Por que o interesse na Gabriela, agora? – Ricardo foi bem direto. Ele faria o papel de pai, irmão e até mesmo ex-amigo para ver Gabriela feliz. – Não sabia que você estava interessado nela... Já adianto em dizer que não vai ganhar rios de dinheiro se casando com ela. Além disso, as crianças são chatas.

- Sempre gostei dela, mas só agora tive a oportunidade de me aproximar. – Carlos respondeu, tranquilo. Ele sabia que, tirando Gabriel, todas as mulheres naquele pequeno clube particular eram bem cuidadas pelos seus maridos. Eles não iriam querer que a situação com Gabriela se repetisse. – Éramos prometidos antes de Carol, a irmã dela, negar o casamento com o porco. Então, a família dela desfez nosso acordo para ela se casar com ele. Bem, agora voltamos a nos falar, e é isso.

- Vamos ver no que vai dar. E se você a magoar, vai ter que lidar com a gente e com as lobas nas nossas casas. – Miguel diz, batendo de leve no ombro do amigo.

É então que Evangeline desce as escadas, saindo do escritório e sorrindo enquanto cumprimenta a todos os homens e mulheres, que respondem com a mesma gentileza.

Quando saiu, a babá já estava com os gêmeos nas saias, e Dália pulou para o colo da mãe. Vendo aquilo, Carlos sorriu. Joseph tinha sorte de ter uma família boa e amorosa.

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