A Estrela Invocada
A CIGANA VIROU A CARTA, as chamas das velas distribuídas ao redor da mesa tremeluzindo como se estivessem interligadas intimamente com o movimento.
Carmela ergueu o cartão retangular para a luz, estreitando o olhar para a imagem que viu. Nela, uma estrela brilhava acima de todas as outras no céu, e logo abaixo, um homem de armadura estava de joelhos segurando uma enorme espada de prata com a ponta cravada no chão.
— Não pode ser. — ela sussurrou, levantando-se da cadeira com um salto, uma expressão de choque tão grande quanto se tivesse acabado de ser atingida por um raio. — Depois de mais de cem anos...
De súbito, todas as velas se apagam, deixando apenas o breu. A mulher, que nunca foi de se assustar com facilidade, sufoca um grito de surpresa. Não pela inesperada e recém instaurada escuridão, mas pela carta que se ergue lentamente no ar, cada traço e contorno da imagem retratada nela se tornando mais forte e definido, a única luz em meio ao escuro.
Se autodeterminando.
— Que assim seja, então. — Carmela diz, com firmeza. Seus dedos tremem, mas não há ninguém para ver e não há tempo para perder.
Um estrela foi invocada.
Então que a deixem brilhar.
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