Espadas e Escudos
— EU NÃO ACREDITO que deixei você me convencer a fazer isso. — diz Khalled, enquanto desembainha sua espada.
— Nós dois fomos treinados para combate. — eu digo, alongando o pescoço de um lado a outro. — E nós dois somos responsáveis por instruir outros soldados. Não é muito estranho que nunca tenhamos lutado um com o outro?
— Não. — Khalled responde, em um quê de obviedade. — Estranho é você acordar e de repente querer duelar comigo. Às seis da manhã.
Reviro os olhos, pegando minha espada e apontando-a para ele.
— Você levanta às cinco todos os dias, Khall. Pare de choramingar.
— Quem te disse que horas eu acordo? — perguntou, se colocando em posição ao mesmo tempo que me olhava com desconfiança.
— Ninguém. — digo, também entrando em posição. — Eu que dormi do lado de fora do seu quarto e fiquei te espiando pela brecha da porta todos os dias durante uma semana para descobrir seus hábitos matinais.
— Você é muito engraçada. — diz ele, balançando a cabeça, a voz carregada de sarcasmo.
Fico séria.
— Eu não estava brincando. — falo, e observo com satisfação o rosto dele empalidecer em vários tons antes de dar uma risadinha, o que entrega minha mentira. — Os guardas do seu corredor comentaram comigo uma vez.
Khalled me olha carrancudo.
— Sabe, você deveria se preocupar com que tipo de impressão está passando para as pessoas para eu considerar acreditar em você.
— Não. Eu gosto de saber que você pensa que eu sou capaz de qualquer coisa. — dou de ombros, e então giro, minha espada se chocando com a de Khalled em um rangir metálico.
Ele defende sem a menor dificuldade.
— Bom ataque — ele diz.
— Boa defesa — devolvo.
Invisto contra ele mais uma vez, mudando a abordagem e mirando a espada mais abaixo. Novamente, Khalled antecede meu movimento e sua defesa é impecável.
Franzo a testa.
— Como sabia que eu ia nessa direção?
Ele dá um meio sorriso.
— Lutar é como dançar, Esther. — fala, como se explicasse tudo. — Você está guiando e eu estou te seguindo. Simples assim.
— Isso é filosofia barata — desdenho. — Você não está levando a sério.
— É claro que estou.
— Não, não está. — insisto, chateada. — Está até rindo. Não se ri em uma luta, a não ser que seja um embate ridículo no qual você sabe que vai ganhar. Você nem está se esforçando!
Ele suspira.
— Por que você sempre tem que ser tão difícil?
— Lute. Direito. — ordeno, ao mesmo tempo em que ergo minha espada e me lanço contra ele.
Dessa vez, quando ele responde a mim, o impacto é diferente. Meu punho treme segurando o cabo cravejado de rubis da minha espada e antes que eu esteja pronta, Khalled ataca outra vez e a deixo cair no chão.
Boquiaberta, encaro a ponta brilhante e afiada apontada para o meu queixo, e então olho para ele, que abaixa a arma no mesmo instante.
— Pronto. Satisfeita? — ele pergunta, parecendo subitamente cansado.
Nem um pouco. Chocada seria a palavra adequada, porque acabei de ser desarmada. Eu. Fui. Desarmada. Em. Menos. De. Cinco. Segundos. Como a porra de um iniciante.
O homem a minha frente deve perceber que estou perplexa, porque então diz, como se arrependido:
— Esther, eu não quero lutar com você. — respira fundo, apertando a ponte do nariz. — Na verdade, eu evito lutar. Quando era adolescente, nunca me metia em brigas. Nunca. Você sabe um pouco sobre os primeiros anos infernais que passei no exército e sabe que não guardo rancor. Mas quando eu era posto para duelar com meus colegas... Ficava louco. Pura adrenalina nas veias. Derrubava um após o outro sem cansar. Dá pra imaginar? Um cara que não é chegado à violência perder o controle depois de uma simulação besta com espadas?
— O que você fazia, então? —pergunto, levando meus olhos aos dele. — Pra não se meter em brigas? Você disse que os garotos viviam te provocando. E você adora lutar.
— Eu fazia qualquer coisa. Cortava lenha, acordava de madrugada pra correr, levantava pesos, pulava corda, nadava... E comia muito. Você acha que eu como muito agora, mas não me conheceu aos dezesseis. — a sombra de um sorriso perpassa pelo rosto dele. — Isso foi bom, na verdade. Eu era meio magrelo.
— Você? Magrelo? — o olhei de cima a baixo e não tive outra alternativa a não ser rir.
Khalled podia ser tudo, menos magrelo. Os bíceps dele tinham o tamanho da minha coxa. Isso, se acompanhado daqueles ombros largos e de quase dois metros de altura... Ele era um monstro. E eu nem vou entrar em detalhes quanto ao resto.
— Pode ser difícil de acreditar, mas demorou muito tempo para eu ter metade do físico que tenho hoje. Como sempre fui alto, tive que ganhar bastante peso para ele fosse bem distribuído.
— Foi bem distribuído até demais. — deixo escapar, e me arrependo no mesmo instante.
Um sorriso presunçoso se espalha lentamente pelos lábios de Khalled.
— Cuidado, Maria Esther. — ele alerta, seus olhos verdes cintilando de malícia. — Você não vai querer que eu pense que está interessada em mim.
Ignoro a onda de calor que sinto me atravessar.
— Só nos seus melhores sonhos. — digo, mas soa sem um pingo de convicção até mesmo para mim.
Suspiro.
Khalled e eu nos beijamos uma única vez, há quase duas semanas.
Foi... Intenso.
Alguns dias atrás, quase aconteceu de novo, mas eu me afastei no último segundo. Verdade seja dita, tenho evitado ao máximo ficar muito perto dele, porque só basta um toque para que uma tensão sexual monumental surja entre a gente. Quando ele me confrontou a respeito, menti como uma condenada, dizendo que não estava interessada nele dessa maneira.
Eu não o convenci, e isso ficou claro para nós dois. Me irritava que o fato de mentir fosse algo tão difícil quando se tratava dele. Tentar esconder meus sentimentos? Quase impossível.
A minha dinâmica com Khalled era dada à maneira com a qual nós dois nos entendíamos. O único problema era que nos entendíamos bem demais. Éramos desconhecidos e num piscar de olhos nos tornamos parceiros e companhia fixa um do outro. Me abri com ele sobre coisas que não falo com ninguém. Chorei na frente dele. Me permiti tremer de medo em seus braços. E ele nunca recuou.
Estar com Khalled era difícil de se explicar. Era como a resposta correta de um teste.
Simplesmente certo.
O que me aterrorizava. Porque por enquanto ele estava aqui, mas um dia teria que ir embora. E eu...
Ficaria sozinha outra vez.
Khalled se abaixa para pegar minha espada do chão, me entregando-a com a parte afiada virada para si. Eu a pego pelo cabo, estudando o rosto do príncipe a minha frente antes de dizer:
— Me ensine.
Sinto minha pele esquentar ao vê-lo erguer o olhar diretamente dos meus lábios.
— O quê?
— A te derrotar.
Ele solta um clamor dolorido e me dá as costas.
— Acredite em mim quando digo que você não precisa de muita coisa para fazer isso.
— Eu estou falando sério. — vou atrás dele. — Tenho treinado a minha vida toda, e para quê? Só lutar com os fracos e despreparados? Aparece alguém como você e eu de repente me torno totalmente desqualificada? Eu não aceito isso.
Ele se vira para olhar para mim.
— Esther, eu tenho quase o dobro do seu peso. Você é forte, sim, mas veja a sua mão e a minha — o príncipe pega minha palma e cola junto a sua. O contraste de sua pele dourada contra a palidez da minha é gritante.
De repente, me sinto desconfortável e dou um passo para trás, mas Khalled entrelaça meu dedos nos seus com força.
Faço uma careta.
— Se eu apertar seu punho assim —diz ele, demonstrando enquanto seus dedos cercam meu pulso. — Só basta virar um pouquinho e pronto. Crac. Quebro sua mão direita e você passa um mês sem levantar uma espada.
Tento arrancar meu braço de seu domínio, mas ele está só começando a exibir sua força.
— Para a sua informação — digo, entredentes. — Eu manejo a espada com ambas as mãos.
— É mesmo? E se eu te tenho assim. — ele me vira de costas para o seu corpo, meu braço torcido atrás das costas. — O que você faz?
Minha respiração sai entrecortada quando digo:
— Te aviso sobre o quanto está sendo um babaca.
Ele me solta. Imediatamente assumo uma distância segura entre nós. Como o desgraçado que é, Khalled percebe e me dá um olhar que diz claramente: você não engana ninguém.
— Bem, é isso. — diz ele, pondo as mãos na cintura e inclinando a cabeça na minha direção. — Se quer mesmo aprender a me derrubar, eu te ensino.
Arregalo os olhos, admirada com sua repentina boa vontade.
— Só que não vai ser de graça.
Qualquer alegria que eu tenha sentido se dissipa.
— Vá se foder.
— Eu vou me sentir solitário sem você.
Antes que eu possa pensar direito, tomo impulso e me preparo para dar um soco em seu rosto. Para a minha tristeza, Khalled segura meu punho fechado no ato, me encarando com um misto de surpresa e irritação.
— No que diabos está pensando? Você poderia ter quebrado a mão! — ele exclama.
Me desvencilho de seu toque.
— Teria quebrado com gosto.
— Você tem que parar de ser tão violenta.
— E você de ser um descarado.
— Eu sou descarado?
— E quem é, então? Eu?
— Sim, você! — uma veia salta em seu pescoço e percebo que ele está bravo.
Por alguma razão, vê-lo assim também me deixa com raiva.
— Não grite comigo!
— Eu não estou gritando com você, eu nunca gritei com você! Você é a única que está gritando!
— ISSO NÃO É... — começo, e então paro quando percebo que ele tem razão. Bufo. Odeio que ele esteja certo. Odeio com todas as forças. — Me desculpe por gritar. — digo, em um tom somente alto o bastante para que seja audível. — E por tentar bater em você também.
— Eu mereci. Você não é a única que pode ser um pé no saco às vezes. — fala, me dando um sorriso de lado. Ele estende a mão para mim. — Venha, está na hora de irmos.
Engulo em seco.
— Eu sei o caminho. — digo, ainda em voz baixa. Uma emoção conhecida cintila no olhos de Khalled quando passo por ele sem responder a sua mão estendida, e digo a mim mesma que é melhor assim. Que eu posso magoá-lo agora para não magoar a nós dois depois.
Ele pigarreia. Então pega sua espada, já embainhada, e passa a alça de couro da bainha pelo pescoço, ajeitando-a presa às suas costas.
Então diz:
— Eu estava falando sério a respeito das aulas. Vou ensiná-la tudo o que quiser aprender. Mas você vai ter que fazer uma coisa por mim.
— Que coisa? — pergunto, mantendo o olhar fixo na tarefa de embainhar a minha própria espada.
— Você confia em mim, certo?
— Eu odeio quando você responde as minhas perguntas com outras perguntas. — reclamo, então respiro fundo, revirando os olhos antes de levantar a cabeça e olhar para ele. — Sim, Khalled. Eu confio em você.
Ele sorri novamente, todo dentes brancos e perfeição. Céus, ele é tão irritante. É tão bonito que é quase insuportável de olhar.
Khalled me encara com uma expressão divertida.
— Está falando mal de mim nos seus pensamentos?
— Apenas divagando sobre quanto pagariam por você em um resgate.
Ele ergue uma sobrancelha.
— Pensando em me sequestrar, Estrelinha?
Lhe dou um sorriso sacana.
— Pensando em pagar alguém para fazer isso.
— Esse seu plano nunca daria certo. Primeiro porque qualquer provável sequestrador desistiria assim que me visse e segundo... É, não tem segundo. Seu plano iria por água abaixo logo de primeira — ele faz um bico de falso desapontamento. — Que pena.
— Apesar de não me lembrar de ter pedido a você dicas a respeito de como realizar um sequestro, vou aceitá-las de boa vontade para que não se sinta um completo inútil. — digo, passando a alça de couro costurada na bainha de minha espada pelo pescoço, sentindo seu peso pender confortavelmente contra minha cintura. — Então, o que é que você quer pedir em troca das aulas?
Ele abre a boca para responder, mas sinto a necessidade de interrompê-lo:
— Seja o mais direto possível.
Khalled assente com a cabeça.
— Eu não planejava ser nada além de direto. — assegura, e então completa, a frase deslizando suavemente por seus lábios: — Eu quero que você dê uma chance para o que temos.
Tenho consciência de que meu queixo cai, mas não registro o movimento. Tudo em que posso me concentrar é em meu coração vibrando dentro do peito e minhas pernas se tornando tão consistentes quanto geleia.
É uma vitória e uma surpresa que eu não tenha desmoronado no chão.
— O-o que você disse? — gaguejo, apesar de ter entendido direito cada palavra. Minha esperança é de que ao me fazer de desentendida, ele recupere o senso e me peça para esquecer tudo o que disse apenas para não ter que repetir.
Entretanto, tratando-se do homem em questão, é claro que não é o que acontece.
— Vamos ser sinceros um com o outro, está bem? — ele começa, sem desviar os olhos dos meus por um segundo que seja. — Somos adultos. Eu quero você. Você me quer. E sim, eu sei que já tivemos essa conversa antes, mas eu imploro para que desta vez você não me ignore e finja que nada aconteceu, porque eu juro que não vou aguentar.
— Khalled...
— Uma chance, Esther. Só uma. É só o que eu peço. — se aproxima, esfregando meus braços para que eu me sinta aquecida. Ele baixa a voz, suas palavras chegando até mim em um tom quase sussurrado de tão rouco: — Eu prometo que você não vai se arrepender.
Fecho os olhos, dando um suspiro.
— Uma chance é um risco grande demais — aviso.
— Eu não tenho medo.
— Mas eu tenho.
— Nesse caso — ele diz, acariciando meu queixo. — Você vai ter que confiar que eu nunca a machucaria.
Não é de você que eu tenho medo, quero gritar.
— Eu tenho um argumento altamente válido contra o nosso relacionamento — falo, resolvendo não revelar o verdadeiro motivo de não podermos ficar juntos.
— E qual seria esse argumento? — ele questiona, traçando lentamente a linha do meu maxilar.
— Você mora longe demais. — engulo em seco, tentando não pensar em seus dedos na minha pele. — Muito, muito longe.
Ele faz um som que só pode ser descrito como de desconsideração.
— Esse é o seu motivo altamente válido? Achei que uma mente tão trapaceira como a sua iria pensar em algo melhor. — seus dedos escorregam para minha nuca, encontrando um ponto sensível que me faz reprimir um gemido. Ele nota o efeito que o toque tem sobre mim e o repete outra vez, cheio de fascínio. — Você é tão linda. E tão meiga quando sorri. É perfeita.
— Estamos tendo uma conversa. — eu me forço a dizer, afastando sua mão do meu pescoço. Foco. — Precisa me tocar para isso? E esses elogios? Todos fora de contexto. Meiga? Por favor, Khalled.
— Só falo o que vejo. E aproveito qualquer oportunidade que tenho para tocá-la. — declara, juntando as sobrancelhas em confusão. — Achei que já tivesse ficado claro.
— É por isso que nunca vamos dar certo. — estou desesperadamente precisando de ajuda. — Não gosto de toques. Odeio contato físico. E detesto elogios.
— Para mim pareceu que estava gostando — ele cruza os braços, me dando um sorriso que se parece muito com o meu sorriso sacana. Argh. Garotos altos, bonitos e suas caras sexy. — Na verdade, pareceu que estava gostando até demais.
Tenho certeza de que estou vermelha dos pés a cabeça.
— Isso mostra que você não me conhece. Nem. Um. Pouco.
— Eu não te conheço? — ri. — Você soltou um gemido de dar pena.
— Eu o quê?! — exclamo, lívida. —Nem fodendo.
— Você sempre xinga quando está perdendo uma discussão?
Dou a Khalled um olhar que imagino ser muito sombrio.
— Quer saber? Que se danem as suas aulas. Eu não preciso de você.
— Tem razão, não precisa. — ele concorda, sem se abalar. — Mas sou eu quem você quer.
Fico estática por um segundo, e então cuspo três palavras que queimam na minha língua:
— Eu odeio você.
— E é uma péssima mentirosa. Mas não se preocupe, Estrelinha. Minha oferta continua de pé. Como já disse, a espera vai valer a pena para nós dois. — Então faz um gesto com o braço, indicando o caminho para o castelo: — Pode ir na frente. Prefiro ficar para trás e admirar seu perfil.
— Você está se achando só porque me venceu hoje, mas não perde por esperar. — aviso, erguendo o dedo na altura de seus olhos. — Eu vou acabar com você, e aí você vai poder enfiar essa sua presunção bem no meio desse seu...
— Opa. Ficou nervosa.
— Pau pequeno. — termino, erguendo uma sobrancelha e dando um sorrisinho de pura satisfação ao ver seu rosto completamente pasmo.
— Você não disse isso. — ele põe a mão sobre a boca.
— Ah, disse sim. — ergo o queixo, triunfante. — E aí, vai fazer o quê?
Penso que ele vai dizer alguma coisa, mas então seus ombros tremem, e ele desata a rir. Rindo de verdade, como se eu tivesse contado uma piada extremamente hilária.
Quando enfim consegue se recuperar, respira fundo para reunir algum fôlego e então dizer:
— Está bem, você venceu — reconhece, soando tão sério quanto alguém que acabou de dar boas gargalhadas. — Vamos, querida, pode ir. Eu e meu pau incrivelmente minúsculo ficaremos aqui observando de longe.
— Hum. — resmungo, me virando para ir embora. Mas então me lembro de uma coisa e dou meia volta. — Escute, hoje é quarta-feira. Você não deveria passar em algum lugar?
Compreensão cintila em seus olhos e ele endireita a postura.
— Tem razão. Tenho que ir até a cidade buscar as cartas da minha mãe. — ele dá um assobio, chamando a atenção de Velaris, que ficara trotando livremente pela clareira onde estávamos, fazendo inveja à Silver, minha égua, que repousava ao lado de uma árvore, presa a um galho.
Obediente, o enorme garanhão negro vai até seu dono e Khalled não perde tempo em montá-lo.
— Você está vindo comigo ou indo para casa? — indaga.
Finjo me decidir entre ter que voltar e ser obrigada a lidar com as perguntas da minha mãe sobre onde eu estava e porque o príncipe de Asgoldien não está comigo e ir até Kihast com Khalled buscar a correspondência da mãe dele e não preciso pensar duas vezes:
— É claro que estou indo com você. — anuncio, caminhando a passos largos até Silver e desamarrando sua guia do galho da árvore. Pegando impulso e montando-a, dou um tapinha em seu pescoço como cumprimento.
— Espero que eu não tenha que salvar sua vida hoje. — Khalled zomba, antes de sair em disparada com Velaris pelo bosque.
— Você está cheio de merda! — grito, e então cochicho no ouvido de Silver: — Vamos fazer esses babacas comerem poeira. — e corremos, passando pelas árvores como o ar, vulto, velocidade e vento.
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