Ladrãozinho!


₊🌈 Hoje é meu aniversário e aqui vai uma história para comemorar essa data que é especial para mim e nunca deixará de ser. Portanto, resolvi mais uma vez comemorar dessa forma!
₊🌈 Capa e banner foram feitos pela Moonwo, no tumblr! E sou grata por ela ter conseguido transmitir a vibe da história no design, sou apaixonada no trabalho dela!
₊🌈Me desculpem pelos erros, espero que gostem do capítulo!

Boa leitura.
Comentem e deixem estrelinha ⭐!

🌈


Jimin costumava andar por sua floresta, colhendo frutas e flores amarelas, sempre conversando com os animais, que também eram moradores da pequena e encantadora clareira onde vivia.
Os animais o reconheciam pelo sua voz doce quando cantarolava, e muitas vezes cantavam juntos. Era uma experiência mágica e encantadora, como nos livros que Jimin costumava ler.

Sua rotina era sempre a mesma: ele começava o dia arrumando sua cama com cuidado, preparava uma xícara de chá e saboreava biscoitos feitos por ele mesmo. Em seguida, colocava sua capa de chuva amarela e saía para colher cenouras na pequena horta em frente à sua casinha e cuidar da plantação de flores.

Bom, isso foi antes de notar que algumas flores do seu jardim estavam começando a desaparecer.

Oh, não! Jimin estava sendo roubado.

Certamente, o ladrão conhecia bem sua rotina, aproveitando suas saídas à floresta para arrancar as belas flores de seu jardim tão querido. Jimin, então, decidiu interromper temporariamente seus passeios à tarde, concentrando-se em cuidar da terra e, talvez, finalmente pegar o ladrão.

O pequeno Jimin se escondia em sua cabana, em um silêncio irritante, apenas quebrado pelo som dos pingos de chuva batendo no telhado amadeirado.

No entanto, a chuva caía de tal forma que parecia que aquele dia havia sido feito para ficar em casa, e foi exatamente o que Jimin fez. Relaxou em sua cadeira, arrumando as flores que havia colhido cedinho pela manhã. Algumas estavam amassadas, provavelmente porque o ladrão, com tanta pressa, apenas as arrancará, temendo ser pego no ato. Mas agora, o esperto se daria mal naquele dia!

Com os pingos engrossando e o vento batendo contra sua janela, Jimin achou que, com certeza, o ladrão não se atreveria a aparecer para roubar suas flores naquele dia. Afinal, quem seria tolo o bastante para sair em meio a uma tempestade?

Tranquilizado por esse pensamento, ele se acomodou ainda mais em sua cadeira, esperando o som da chuva acalmá-lo.

Após estar entretido com suas delicadas flores, Jimin começou a perceber que, além dos pingos da chuva, um novo barulho se fazia presente: passos leves contra a terra molhada, e logo deduziu que esse alguém usava uma capa de chuva, pois os pingos batiam suavemente no plástico.

Jimin se levantou devagar para não fazer barulho com a cadeira e andou com passos lentos até a janela. Pela fresta da madeira, pôde ver um garoto com uma capa de chuva verde escuro cobrindo parcialmente o rosto, enquanto entrava em seu jardim pela portinha de tinta branca, já descascada pelo tempo. O garoto olhava para todos os lados, como se quisesse se certificar de que estava sozinho no local.

Era agora que os planos do ladrãozinho seriam frustrados. Ora, ninguém mexia com as flores de seu jardim!

Park não perdeu tempo e correu até a porta, que tinha um coração desenhado de tinta amarela, e colocou as mãos na cintura assim que esteve do lado de fora, observando o rapaz agachado e pegando as flores de maneira afobada.

— Ei, seu ladrão! Então é você quem anda roubando minhas flores, hein? Bom, isso acaba agora! — exclamou Jimin, sua voz firme e cheia de determinação, empinando o nariz de botão.

O delinquente, ao perceber que não estava mais sozinho, tentou se levantar para correr, mas acabou caindo de costas no chão de terra molhada, fazendo com que seu rosto fosse exposto à vista de Jimin. Por um momento, Jimin se perdeu no olhar do ladrão, que tinha olhos grandes e brilhantes, tão escuros e reluzentes quanto jabuticabas. O capuz da capa verde logo revelou os fios do garoto, agora molhados pela chuva, que caíam desordenados sobre seu rosto, dando-lhe um ar ainda mais vulnerável e desarmado.

A expressão assustada e triste não foi capaz de amolecer o coração bondoso de Jimin. Nenhum ladrão sairia impune por roubar suas flores, nem mesmo se tivesse olhos bonitos.

Sendo completamente contraditório, Jimin se perdia nos traços belos do ladrão. Por outro lado, aproveitando a distração, o ladrão teve a chance de se levantar, cobrir a cabeça com a capa verde e correr em direção às grandes árvores, sumindo entre elas.

— Isso mesmo, e não volte mais! — gritou Jimin, batendo uma mão na outra, como se tivesse concluído um trabalho feito com sucesso e sem muito esforço.

Depois de ter colocado o intruso para correr, o pequeno Jimin voltou para dentro de sua casa e secou seus cabelos loiros, que brilhavam como pétalas de girassol. Vestiu sua capa de chuva, agora seca e calçou suas botinhas amarelas. Dessa forma, preparado para enfrentar o jardim novamente, saiu para fora.

Negou seguidas vezes com a cabeça ao olhar para o chão, viu que as flores arrancadas ainda estavam espalhadas pela terra molhada e pisada, resultado da ação do ladrão. Park bufou frustrado e imediatamente se dedicou a cuidar do seu jardim.

Aos poucos, a chuva foi diminuindo, dando lugar a um sol radiante e a um pequeno arco-íris que se formava no céu, como um toque de mágica na tarde.

Apesar da situação, Jimin não se encontrava mais aborrecido. Ele cantarolava uma canção bonita, auxiliado pelos passarinhos que saíam de suas casas nas árvores para pousar na cerquinha do seu jardim.

Em questão de minutos, Jimin estava rodeado de animais, todos encantados com sua voz mansa e doce. Um pequeno coelho branquinho se aproximou, curioso, parecendo querer ver o que ele estava fazendo e não demorou para que ele estivesse perto o suficiente para receber carinho.

Aquele bichano era bem conhecido por Jimin e após uma intriga boba, tornaram-se bobs amigos.

— Eu estou apenas arrumando minhas flores, veja — disse Jimin, mostrando as flores arrancadas reunidas em sua mão como um buquê para o pequeno coelho. — Bom, o que acham de um passeio antes que fique muito tarde?

Ele voltou para dentro de sua casa, sendo seguido pelo coelho, pelos pássaros, pelos esquilos e pelas borboletas azuis, entre outros amigos, que o acompanhavam com entusiasmo. Jimin buscou por duas cenouras, uma seria para ele mesma e outra para o branquinho que a perseguia, pegando também sua cestinha para colher frutas.

— Venham — assim que, devidamente pronto, os chamou para saírem da casa. Ele sentiu um olhar atento sobre si, como se os animais ao redor estivessem esperando ansiosamente por seu comando. Com um sorriso, os guiou para a pequena estrada de terra á fora da cerca, com seu coração aquecido pela companhia dos amigos.

O pequeno Park mal sabia que estava sendo observado não muito longe, entre as árvores, pelo ladrãozinho que havia tentado roubar suas flores. O ladrão, escondido na sombra, observava atentamente, intrigado com o que Jimin, talvez curioso demais com sua interação com os animais, parecia cena de uma filme animado.

Com os passos suaves sobre as folhas úmidas pela chuva, Jimin cumprimentava todos os animais que apareciam em seu caminho, enquanto ainda degustava sua cenoura. De repente atrás de si, ouviu um estalo de galho quebrando no chão, mas isso não o assustou; estava acostumado com os sons da floresta e achava que poderia ser apenas algum de seus amigos animais. No entanto, algo lhe dizia que não era esse o caso.

Com um pequeno vento que soprou seus cabelos claros, Jimin sentiu um cheiro diferente, algo como lavanda. Isso indicava apenas uma coisa: estava sendo perseguido por alguém!

Como não era nenhum um pouco bobo, Jimin percebeu que o ladrãozinho, agora com um aroma tão doce, estava atrás dele novamente, o perseguindo por um motivo desconhecido.

Jimin decidiu se divertir com a situação e com um sorriso travesso, resolveu fingir que não havia percebido a presença do rapaz sem nome até então. Ele continuou seu passeio pela floresta bem iluminada pelos raios solares, com um ar de despreocupação, fazendo o ladrão parecer um bobo escondido atrás das árvores, observando cada movimento seu.

Quando achou que o momento era certo, Jimin se virou e reconheceu o mesmo garoto de horas atrás e assim que ele percebeu que havia sido pego no flagra novamente, tentou se esconder atrás de uma árvore, após sua presença ser traída pelo movimento apressado das folhas, que o entregou imediatamente.

— Eu já vi você, ladrãozinho. Venha e apareça — pediu Jimin, com uma mistura de curiosidade e desafio. O garoto hesitou por um breve momento, parecendo quase uma criança, embora sua aparência tivesse um charme inesperado. Jimin reparou melhor e notou que ele era um pouco alto, com fios de cabelo brilhantes diferente de antes, pele alva e uma boca muito bonita, a parte mais chamativa de seu rosto, de acordo com Jimin, continuava sendo seus olhos feitos jabuticabas. — Está me seguindo, hein?

— N-Não… Quer dizer, s-sim. — ele, visivelmente atrapalhado, gaguejou ao tentar encontrar uma resposta coerente, querendo soar natural, mas sua expressão nervosa e a dificuldade em encontrar as palavras tornavam a situação ainda mais embaraçosa.

— Por que está me seguindo?! Já não bastava ter roubado minhas flores? —  perguntou Jimin, com um tom que misturava curiosidade e uma pitada de frustração, tentando entender a razão do comportamento do garoto.

— Ah, eu… eu não peguei muitas, foram algumas! — Embora a situação fosse clara, o garoto tentou se justificar, mas sua voz traía a sua inquietação, junto com suas mãos trêmulas, que estavam sujas de barro.

O pequeno Jimin franziu o cenho e negou seguidas vezes com a cabeça. Como aquele grandalhão ainda ousava mentir!

— Algumas? Você não foi lá só uma vez, certo? Elas foram arrancadas dessas mãos grandes que você tem. Apenas crie seu próprio jardim, oras! — Jimin o repreendeu com os punhos fechados, enquanto os bichos ao redor apenas observavam, curiosos.

— Não é tão fácil assim! Eu pego todos os dias, mas elas murcham e não sei como plantá-las novamente… — O desconhecido ainda tentava se explicar, com as bochechas coradas e a cabeça levantada para encarar Jimin, seus olhos transmitindo uma mistura de frustração e esperança.

Portanto, Jimin abaixou um pouco sua postura ao entender o que estava acontecendo. Seus olhos analisaram o rapaz dos pés à cabeça, notando em seus pés um par de botas vermelhas e sujas de terra, com o corpo coberto pela capa de chuva verde.

— Se era só isso, por que não conversou com o dono do jardim, no caso, eu?! Seria muito mais fácil do que roubar! Sabia que é feio? — Por mais que Jimin estivesse um pouco bravo com o fato de ter sido roubado várias vezes, algo naquele garoto fazia com que sua raiva se dissipasse rapidamente. Talvez fosse a expressão arrependida nos olhos brilhantes dele ou o jeito desajeitado como ele tentava se justificar.

Era fofo.

Jimin sentiu uma pontada de empatia misturada com curiosidade. Afinal, o que levava alguém a roubar flores repetidamente? E por que, mesmo agora, ele não conseguia realmente se zangar com aquele ladrãozinho? De fato, se tratava apenas sobre ele querer plantar?

— Eu sei que é feio… minha mãe disse que é coisa de gente mal educada.

— É verdade, ela tem total razão! Agora, eu quero ouvir um pedido de desculpas. — Jimin pediu, empinando seu nariz ao virar o rosto para o lado, se mostrando indignado, não querendo se deixar levar pelos olhos encantadores daquele garoto.

— Me desculpa por... — o ladrão começou, mas as palavras pareciam fugir dele. Ele abaixou os olhos, mordendo o lábio e continuou com uma voz baixa, quase hesitante, enquanto um sorriso crescia nos lábios de Jimin — Me desculpa por pegar suas flores sem pedir... e por te seguir. Eu só queria... eu só queria ter algo bonito para cuidar no meu jardim, mas não sabia como pedir ajuda.

O silêncio entre os dois foi quebrado apenas pelo canto distante dos pássaros e pelas folhas ao vento. Jimin, que tentava manter sua postura firme, sentiu seu coração amolecer ao ouvir a sinceridade na voz daquele garoto adorável.

— Uma vez eu li em um livro que todo mundo merece uma segunda chance — disse Jimin, relaxando os ombros e voltando a encarar o garoto com um olhar mais doce esse que sorriu grande. — Se tudo o que você queria era ter algo bonito para cuidar, então, ao invés de roubar, você poderia ter pedido ajuda. Eu adoraria te ensinar a cuidar de um jardim… Qual seu nome, ladrãozinho?

— Está falando sério? Você faria isso por mim?! — ele perguntou, quase sem acreditar. Jimin riu com a felicidade evidente no rosto do outro e balançou a cabeça, concordando. Notou que os dentinhos dele se assemelhavam a um coelho. — Quer dizer… meu nome é Jeon Jungkook, mas pode me chamar de Jungkook, ou de Jun, ou de coelho… não sei! E você? — perguntou Jungkook, se aproximando de Jimin, que ajustou sua capa amarela e voltou a andar, sendo novamente seguida pelos animais.

— Eu sou Jimin e esses são meus amigos, Jungkook! —  respondeu apontando para os bichos ao redor de ambos. — Você é chamado de coelho por conta dos seus dentes?

— Isso mesmo! Minha mamãe me chamava assim justamente por esse motivo!

— Hum, é fofo... eu gosto. Combina com você. — Jimin desviou o olhar rapidamente, tentando disfarçar o calor que subia por seu rosto, acreditando que não tinha deixado tão evidente o motivo do elogio.

Por outro lado, Jungkook sentiu o coração bater mais rápido, como se fosse a primeira vez que alguém o chamava de fofo. Era estranho como um elogio tão simples fazia seu estômago revirar de um jeito novo e inesperado.

Nenhum dos dois sabia que aquele turbilhão de sentimentos que começava a brotar entre eles não era mera coincidência, mas parte dos planos da mãe natureza e da magia que ela trazia consigo, conectando suas vidas de forma sutil e encantadora.

🌈

₊🌈 Até o próximo capítulo!

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