Ela deu alguns passos para entrar no colégio. - Logo após o muro havia um campus enorme, cheio de pessoas apresadas correndo incessantemente de um lado para o outro. - No caminho, ela encontra uma serie de barraquinhas de diversas cores e em ambos os lados formando um caminho até a parte interna do prédio.

          Conforme ia se aproximando, Lara observava as placas das barracas - Boas Vindas: Horários, Uniforme, Normas, Turmas... Clubes: Dança, Artes, Cinema, Matemática, Debates, Jornalismo, Floricultura... Esportes: Beisebol, Hóquei, Tênis, Rugby, Voleibol... - até perceber que era obrigada a visitar cada uma delas antes de entrar - Fazendo, ao menos, algum sentido a correria das pessoas naquele lugar - e, enfim, poder conhecer o prédio pelo qual passaria os seus dias de ensino médio. - Seus avós já haviam resolvido boa parte de sua matrícula pela internet, o que facilitou bastante, ocasionando com que ela tivesse que ir em menos mesas do que o esperado. - Por fim, ela atravessa a porta giratória e entra.

          O interior de lá era bem diferente do que ela imaginara; Os corredores eram largos e brancos, com um vermelho de fundo. - Cor de destaque do brasão da escola - Tinha um ar moderno e, ao olhar para cima, ela viu uma claraboia de vidro que os presenteava com uma vista linda do céu. A esquerda, haviam janelas enormes que expunham uma área verde da própria escola. À direita, uma fileira, quase sem fim, de armários nas cores rosa e verde pastel. - No entanto, não demorou muito até que ela encontrasse o seu.

          Assim que ela o viu, colocou a mão no bolso de sua saia e tirou de lá o chaveiro que haviam lhe dado na mesa de "Boas Vindas". - O Armário dela era o M - 04. - De um lado, havia o desenho bordado de um "M" e, atrás, um "04". - Já não a surpreendia mais a extraordinária ironia do destino que pairava sobre sua vida e que a fizera, dessa vez, ter que submeter-se a olhar, todos os dias, para aquele "M" e lembrasse dele... - Como se já não fosse um peso para ela lidar com naturalidade e não levar para o lado do egoismo ele ter ido e a deixado ali, sozinha, no início de um inverno em sua vida.

          Lara colocou a chave sobre a fechadura do armário e a girou apenas uma vez até que ele se abrisse, sem muito esforço, e ela pudesse guardar o amontoado de livros que recebera, ficando apenas com o de História. - Que usaria durante a sua primeira aula do dia, segundo o horário que lhe haviam dado.

          Até então, Tudo corria bem. Porém, ao fechar o armário, ela se deparar com a imagem de uma loira, sorridente e de estatura média que disse.

          - Oi! - Ela a encarava sem precisar mexer, ao que parecia, nem um só músculo na mandíbula de seu sorriso para pronunciar aquele monossílabo.

          Lara se assusta, derrubando seu livro no chão e, quando se abaixa para o apanhar, acaba reparando o par de saltos neon amarelo que a outra usava.

          - Oque está fazendo ai embaixo? - A loira gira a cabeça ao falar.

          Mas Lara apenas revira os olhos e levantasse, enquanto arruma o seu uniforme.

          - Então... - Ela insistia em conversar - Meu nome é Sofia Butter, Mas todos me chamam de Sofi.

          Não se sabe ao certo se foi a persistência ou o ânimo que a mesma demonstrava em seu dialogo que fizeram com que Lara não fechasse o armário, com toda a ira que pudera, e saísse andando pelos corredores, enfurecida. - De qualquer modo, ela sempre acabava cedendo a boa educação que lhe fora dada por sua família.

          - Lara Torres. - Ela responde, torcendo para que soasse o mais direto e gentil possível, enquanto se preparava para ir embora... No entanto, Sofia se coloca na frente de Lara e começa a falar.

          - É um prazer te conhecer! - Ela segura a mão de Lara a balançando, energicamente, para cima e para baixo com as suas duas mãos. - Acredito que você seja notava, até porque, estudo neste lugar, praticamente, a minha vida toda e nunca conheci ninguém como você por aqui. - Disse, se referindo a aparência ruiva de Lara, - Contudo, o que Sofia não sabia, era que Lara tinha como vergonha essa sua característica. - que logo, lhe fecha o semblante e retira a sua mão do cumprimento dela.

          Ao fazer isso, Lara não pode deixar de perceber a suaves das luvas brancas, aparentemente tricotadas a mão, que a menina usava. - Se assemelhava muito ao trabalho que sua avó, por sua vez, fazia para a associação.

          - Essas luvinhas são da Lojinha da AABC? - Arrisca perguntar.

          - Simmm! - Responde, quase que de imediato, mas prolongando a fala. - Minha avó me deu de presente no Réveillon. Foi a irmã dela, Teresa, que as fez! Não são uma graça...

          - Teresa Torres é o nome da minha avó... - Lara arrasta a fala.

          Demorou alguns minutos para que ela, não só entendesse que a sua vózinha conhecia aquela menina, mas, também, para que ela conseguisse processar que; a avó da menina era sua tia-avó e que Lara tinha uma prima de 2°grau. Contudo, o que a deixava mais perplexa era que, hambas, estiveram em sua casa durante a noite de ano novo e ela não havia percebido. - Supostamente pois, naquela noite, o foco de seus acaramelados olhos estavam voltados apenas para os loucos planos de diversão de Marco.

          - Esplêndido! - Ela se anima mais ainda ao falar, mas sem parecer está levando aquilo pela mesma linha de raciocínio de parentesco que Lara. - Fico feliz que já estejamos encontrando coisas em comum, já que somos colegas de armáriooo... - Sofia se estende, outra vez, ao falar. Aparentava ser um tipo de mania que ela tinha, juntamente com balançar repetidas vezes o seu chaveiro pintado com spray amarelo e decorado com, oque parecia ser, muito glitter. - Seremos grandes amigas! Já Prevejo. - Ela concluí, colocando o braço em volta de Lara, a deixando nitidamente desconfortável.

          - "Previu muito errado, então." - Lara resmunga em sua cabeça, mas sem dizer nada.

          - Então, nova "melhor amiga"! - Sofi começa a andar e, então, torna a falar. - Qual é a sua primeira aula?

          Lara pensa um pouco, tentando formar uma estratégia rápida para que ela não a seguisse e, logo após, concluí.

          - Física Experimental. - Responde, cobrindo o livro que segurava.

          - Nossa, que pena... - A loira diz, com uma expressão levemente desapontada - A minha aula é de História. - Ela faz uma pausa, soltando Lara que sentira tão liberta, naquele momento, como nunca em sua vida. - Mas não há problema! - Seu rosto volta a se acender e a loira começa a correr na direção contrária. - Nos encontramos nos intervalos, marcado?

          - Claro que sim... - Responde, enquanto sorri de forma irônica.

          Na cabeça de Lara, não havia nada "Marcado". Mas, por hora, ela tentava aproveitar o curto caminho de silêncio até a sala de História ao máximo, antes do obvio reencontro que viria mais a frente.

          Não demorou muito, até que ela encontrasse a sua sala do lado esquerdo do corredor com uma placa vermelha em cima da porta. - Indicando "HISTÓRIA I". - Lara bateu e, gentilmente, empurrou a porta. Ao entrar, ela percebeu que o professor ainda não havia chegado. - Ali, só haviam alguns alunos dançando sem ritmo e, outros, arremessando bolas e aviõezinhos de papel uns nos outros. - Apesar disso, ela não pode deixar de notar a beleza estrutural daquela sala de aula; As paredes brancas entravam em contraste com a diferença de um piso vermelho real. A lousa, que era inteiramente de vidro, ficava suspensa na parede e as longas fileiras de carteiras levaram o olhar de o fundo da classe onde vira John Rick escondido com seus óculos quadrados atrás de um livro de contos.

          - "Eu mereço mesmo!" - Lara pensou, fazendo questão de sentar, discretamente, na fileira ao lado da dele e três cadeiras a frente.

          Evitando, ao máximo, de fazer movimentos bruscos, ela retirou o livro que havia levado - Para passar o tempo no ônibus - de sua mochila e tenta ler antes do início da aula. Entretanto, em menos de 10 minutos depois, ela vê o furacão loiro se aproximando ao mesmo tempo que grita pelo seu nome e, é claro, todos que ali estavam param para observar Sofia Butter entrando. - Seus cabelos dourados iam até mais ou menos a altura do seio. Sua pele bronzeada entrava em contraste com os LED'S que iluminavam a classe. Parecia quase não haver imperfeições naquela garota, apenas um pequeno sinal em sua bochecha e uma cicatriz, que começava no fim do joelho direito e se estendia até parte da sua perna.

          - LARINHAAA! Minha mais nova e querida prima de segundo grau! Não acredito que você trocou de turma, só para que ficássemos juntas. - Ela dizia, ao se sentar na cadeira em frente a de Lara. - Você é um amor mesmo. 

          Lara apenas força um sorriso largo.

          - Então, conte-me... O que está fazendo de interessante?

          - Bem, meu namorado me deu esse livro de presente e eu gostaria muito, muito mesmo de lê-lo agora. - Lara responde, sem muita paciência.

          - Ah, sem problemas! - Ela se volta para frente e começa a fazer e a desmanchar repetidas tranças em seu cabelo.

          Alguns minutos depois, a mesma, abre a sua mochila e retira de lá uma garrafa squeeze prata com desenhos de limões.

          - Ah, nada como tomar água! - Diz, antes de começar a beber.

          Não demorou muito até que ela vira-se, novamente, em direção a Lara.

          - Lara... - Ela fala, de forma lenta e cautelosa.

          Francamente, ela não parecia ser uma pessoa ruim, talvez um pouco Enérgica... Mas Lara resolveu dar uma chance para ela, respirou fundo e então respondeu.

          - Diga.

          - Para qual clube e modalidade esportiva você se inscreveu?

          - Então, Clube de Artes, - Lara começa a dizer. - eu sempre tive vontade de experimentar... Sabe, as vezes me pego admirando a paisagem alheia e, quem sabe, não possa vir a ser uma maneira para eu "me expressar", como o pessoal da barraquinha de inscrição falou. - Ela fez uma pequena pausa para fechar seu livro e, então, continuou. - E, sobre esportes, eu não sou muito fã... Na verdade, nem um pouco. - Ela sorri. - Mas eu escolhi Tênis. Bem, não me parece ser tão difícil assim e eu sempre fui muito boa quando jogava essa modalidade com o meu primo no vídeo game... Acredito que seja praticamente a mesma coisa, não é?.

          Sofia ouvia tudo com muita atenção, mas sem parar de beber em sua garrafinha e, só assim que Lara terminou, disse.

          - Artes eu acho uma boa, soube que estão iniciando agora pinturas em tela a óleo e mine esculturas... Acredito que você ira gostar bastante. - Ela deu um longo gole em sua água - Agora, se eu fosse você trocava o Tênis. Não tem muitos torneios aqui e tem baixa visibilidade dos patrocinadores do colégio. - Mc. Felicidade, Tota-tola, Ardidos e Nice - Por que não tenta a liga de Rugby? Estão aceitando candidatas para o time feminino da escola, eu faço parte das Cheerleaders de lá a uns 2 anos, aposto que você iria se identificar também.

          Ela demonstrava tanta convicção no que dizia, talvez fora a segurança dela que levou Lara a cogitar a mudar para o Rugby, de qualquer modo, ela nem ligava muito para qual iria fazer.

          - Bom, vou indo. - Disse, levantando-se com a squeeze vazia na mão - Sabia que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2,1 bilhões de pessoas não bebe água potável regularmente? - Balançou a cabeça, de forma negativa - Lamentável, eu não demoro.

          Sofia levanta-se e sai pelos corredores até o bebedouro.

          Não se passaram muitos minutos até que a porta se abrisse novamente. Lara logo eleva o olhar, pressupondo que, a final, fosse a professora. No entanto, para a sua surpresa, ela vê a figura de uma jovem, magra, com cabelos pretos escorridos. - Apesar de sua aparência oriental; como boca e olhos mais finos, ainda se sobressaia em seu rosto os traços mais fortes; como sobrancelhas mais grossas e o olhar firme.

          A menina vai em direção a Lara, sem parar de encara-la nem por um breve momento.

          - Você está no meu lugar! - Ela disse, com um tom arrogante em sua voz - Saia já.

          - Assim que cheguei, não me recordo de ter a visto já sentada aqui. - Refuta, gentilmente.

          - Ah não? - Ela volta-se para a turma que, desde a sua entrada, permaneciam todos sentados e em silêncio. - Ela "Não viu"... Qual seu nome?

          - Lara Torres. - Ela responde.

          - "Lara Torres"! - Ela repete, com um tom ironicamente mais calmo, enquanto se volta para a ruiva - Você sabe quem eu sou?

          Ela permanecera em silencio.

          - Me responda, quando eu dirigir a palavra a você! - Ela bate na mesa, ao gritar, e todos se assustam.

          Mas, Lara, apenas nega com a cabeça.

          - Eu sou Marga Scotty Mondragon! Filha de Henry Scotty Mondragon e Neta Legitima de Ben Scotty Mondragon, fundador da instituição pela qual você está pondo seus pés neste exato momento e, eu exijo, que você saia imediatamente desta cadeira pois eu tenho poder suficiente para conseguir uma expulsão justificada para você e de fazer da sua vida um inferno na terra, caso não me respeite.

          Lara não fazia ideia do que fazer e ninguém se posicionava em relação a situação repugnante que estava ocorrendo ali. Ela até considerou em se levantar e mudar de lugar, mas estava tão em choque que só conseguia refletir em sua cabeça; como pudera existir um ser humano tão amargurado e com o coração tão cheio de ira como como aquela que estava a sua frente. "Respeito" não é submissão a algo ou a alguém que está impondo ser maior ou melhor do que um determinado grupo ou pessoa.

          Ela continuava a desafiar a pobre Lara com os olho, quando ela escuta.

          - Algum problema, Marga? - Sofia entra na sala e, a outra, desmanchando a feição de ódio e autoritarismo, no mesmo momento.

          - Não, na verdade Sofia, - A Marga põe-se a falar, com um outro tom. - Apenas estávamos falando sobre a novata ter se enganado e sentando em um lugar que não lhe cabia.

          - Mas eu já estava indo trocar de lugar. - Disse Lara, conseguindo, finalmente, erguer forças para levantar-se e pegar suas coisas.

          - Tem certeza? - Sofia Questiona, se aproximando e tocando em seu ombro direito.

          Lara apenas assente e Sofia, ao ver Jonh apontando para dois lugares vazios próximos de onde ele estava, conclui.

          - Vem comigo.

          A turma permaneceu em silêncio até a entrada da professora. - Era uma uma senhora de pele negra retinta que aparentava ter de 40 a 45 anos de idade.

          - Olá turma! - A mulher começa a dizer - Primeiramente, boa tarde, meu nome é Meghan Stafilly, sou professora pós-graduada em História, mestre em Sociologia e, ainda, dou aulas de empreendedorismo. Estarei acompanhando vocês durante os semestres que virão. Creio eu que vocês já devem ter conhecido a representante da turma, Marga...

          Ela se levanta, quase que de imediato, ao ouvir seu nome e acena, estufando o peito.

          - Líder de turma, presidente do conselho estudantil e representante do time de Rugby e a Alpha Cheerleader do colégio. - Ela corrige.

          - Obrigada, já pode se sentar. - A senhora torna a falar - Bem, acredito que vocês já tenham uma noção de como funciona a organização da sala; quando eu não estiver a responsável para manter a ordem e paz da sala nos conformes, quando eu não estiver presente, é a Senhorita Mondragon e podem se sentir a vontade para se dirigir a ela. É um prazer te-la aqui conosco. - A outra sorri, do lugar roubado de Lara - Agora vejamos, percebo que temos algumas carinhas novas aqui presentes... Por favor, levantem-se para que eu possa identifica-las melhor.

          Lara fora a única a se levantar e, assim que percebe, torna para o seu lugar. Porém, todos já haviam se voltado para era, inclusive Marga com um olhar de desprezo. - Era a última coisa que ela pudera imaginar; como só haveria ela de novata em uma turma inteira e bem no início do ano letivo?

          - Você, minha jovem, venha aqui se apresentar para nós. - A professora Meghan diz, referindo-se a Lara que nega com a cabeça.

          Ela insiste e, assim que Lara se levanta, a professora volta a dizer.

          - Por favor, fale um pouco sobre você.

          - Ah, Bem, não tem muito oque falar sobre mim... Meu nome é Lara, eu sou uma garota tenho 16 anos que gosta de jogar vídeo game, ficar deitada no quarto mexendo no celular e tomar chocolate-quente. Eu me mudei recentemente para cá, após meu pai falecer e minha mãe resolver ir para o outro lado do mundo. Atualmente estou morando com meus avós por parte de pai e com o meu primo, que foi estudar no exterior hoje de manhã. E, é isso... Eu tenho um namorado muito fofo que agora mora na Carolina do Norte com a mãe... E, Ah! O meu gato namora um pombo, que eu descobri recentemente que era uma pomba... Mas tudo bem. Acho que é só, posso me sentar?

          Todos olhavam para ela, sem expressar reação ou dizer uma só palavra. Até que, repentinamente, a sala é inteiramente tomada por uma onda risadas.

          - "Essa menina é muito engraçada!", "Como assim, todo mundo foi embora...", "O gato dela namora mesmo uma pomba?"... - Foram alguns comentários soltos que era possível se ouvir. Ao que aparentava, eles acreditavam que Lara estivesse brincando ao falar aquilo... como uma forma de causar uma boa impressão.

          Todos continuaram gargalhando, até que Marga se levanta e dar duas palmas, devolvendo o silêncio e a atenção para a sala.

          - Enfim, dando continuidade a nossa aula... - A Sra. Meghan retoma a palavra. - Os alunos mais antigos já devem saber que; o colégio foi fundado em 1885, pela família Scotty Mondragon. Eles eram um pequeno grupo de imigrantes que vieram da Indonésia até a irlanda, durante a Segunda Guerra do Ópio (1856-1860). O espaço em que estamos, desempenhou numerosos papéis ao longo da sua história. Originalmente construído como uma fortificação defensiva para a cidade de Dublin, evoluiu, mais tarde, para residência real... Até, após inúmeras reformas e remobilamentos, assumir a forma que conhecemos hoje... - Ela voltasse para Lara, que havia se encostado em uma mesinha vermelha que ficava ao lado do quadro. - Senhorita torres, vejo que já conheceu o nosso mascote? - Ela diz, referindo-se a uma gaiola, no canto do birô que ela havia se apoiado, que tinha uma paisagem colada atrás e um hamster bochechudinho vestindo com mini-roupinhas dentro. - Os ancestrais deste pequeno foram resgatados, durante a imigração, e trazidos para aqui. Desde então, cuidamos e preservamos de todos os seus descendentes até os dias de hoje. - A professora abre a portinhola da gaiola e pergunta. - Quer segura-lo?

          Lara faz uma expressão de dúvida. Para ela, não havia nenhuma lógica racional aquela mulher querer que uma herança histórica viva do colégio ficasse sobre a responsabilidade dela, mesmo que fossem por apenas alguns segundos... Logo dela? Onde haviam milhões de possibilidades que poderiam acontecer. Ela exita, tentando negar mas a professora logo entrega o animal suas mãos.

          - Lara, esse é o Sr. Bolinha de Queijo Quadragésimo Quarto. Ou "Sr. Bola", como é mais conhecido. Sr. Bola, diga "Oi" para a recém-chegada, Lara! - Ela diz, acenando com a pata do animal.

          Lara revira os olhos, devolvendo o animal.

          - Obrigada, você já pode se sentar - A professora concluí.

          Ela vai em direção a sua banca, onde vê John e Sofia a aplaudindo sem fazer muito barulho.

          - Mal vejo a hora dessa aula acabar... - Lara resmunga, para si, enquanto abaixa a cabeça. - Parece até que as bizarrices só aumentam a cada segundo que se passa!