11º Capítulo - Dia de Mudança
O dia amanheceu calmo, com uma leve brisa no ar. Tinha tudo para ser apenas uma simples quinta-feira casual, o Sol quente repousara atrás de uma nuvem branca no céu, as árvores balançavam para lá e para cá como um metrônomo velho durante as aulas de música e os passarinhos azuis migravam para o norte como todo início de primavera, voltando para suas casas após o inverno. Já Lara, aproveitara o restinho de férias como ela mais desejava no mundo, dormia um sono tranquilo com seu pijama macio beje de ceda. Quando de repente...
- É HOJE! - Marco fala, praticamente arrombando a porta de seu quarto enquanto ligava as luzes. - LEVANTA! É HOJE, Lara!
- Vai dormir Marco, por favor... - Ela boceja, ainda sem entender nada da situação, e pega o relógio na mesinha de cabeceira enquanto aperta a visão borrada para tentar enxergar melhor. - São 6:30 da manhã! - Conclui.
Ele joga a almofada da sala nela - Que ela não havia nem reparado que ele a tinha trazido com sigo até lá - e insiste. - Vamos Lara! Aposto que você vai amar oque tem lá em baixo... - Concluí, deixando um leve ar de suspense.
Lara, que muito curiosa, termina indo com ele até a sacada da escada.
Mal conseguiu acredita no que via, ela corre as escadas o mais rápido que pudera. O carro da mudança havia, finalmente, chegado com suas coisas, móveis e roupas que acabaram entulhando a sala-de-estar de sua avó. Mas tudo que ela queria encontrar, era apenas uma coisa.
Ele chegou? - Ela pergunta para Tereza, que sorrir e responde.
- Sim, está lá na frente.
Ela abre o portão e se joga no chão ao lado da caixinha que guardava o amor da sua vida. Miu, seu gatinho, estava em fim com ela. Ela abre a grade e o enche de beijinhos.
- Essa é sua nova casa, nosso lar, meu anjinho. - Ela surra, o trazendo para dentro.
- Miu?
Ele apenas se solta de seus braços, parecia ter visto algo interessante para brincar.
- Não amor... - Ela pede, mas Marco intercede.
- Deixa ele conhecer a casa, até porque, temos muita coisa para arrumar. Espero que você não esteja achando que eu vá levar tudo isso lá para cima sozinho. - Ele brinca e ela revira os olhos sorrindo.
- Ah... Eu só queria dormir mais umas horinha, priminho. - Ela diz.
- Vamos fazer um acordo, eu te ajudo com o trabalho pesado agora e depois a gente passa o resto do tempo jogando vídeo game e comendo os biscoitos da vovó. - Ele propõe e estica a mão para que ela pegue a sua.
Ele acaba a convencendo e eles passam a "por a mão na massa".
Lá fora, Miu dava tudo de si atrás de uma borboleta lilás. Ele corria nas quinas das janelas e sobre o grande gramado do jardim. Era praticamente impossível ele conseguir pega-la, mesmo assim ele insistia em ir atrás dela. Porém, em uma curva mal calculada, ele acaba esbarrando em um pombo que apenas vivia sua vida comum comendo migalhas no chão. Eles se levantam, o gato já iria voltar para a sua "missão" quando eles simplesmente se olham.
- Pru?
- Miu?
Aquele olhar já dizia tudo. Ao contrário do que muntos pensam, animais também tem sentimentos. Eles se apaixonam, - Como, por exemplo, os pinguins que são um dos únicos seres da natureza que escolhem um companheiro e passam toda sua vida com ele - ficam tristes, contentes, ansiosos. Alguns, muitas vezes, sentem até fome, frio, até dor... Lamentavelmente muitos humanos só os vem como "pragas" ou seres irracionais que não precisavam existir. Infelizmente a maldade do mundo chega a tanto, mas felizmente, o restinho de amor que ainda existe no mundo consegue ser maior que isso tudo.
O pombo e o gato passam a brinca muito juntos, até fora da chácara. Eles foram até um carrinho de paçoca e lancharam tudo que podiam, antes do dono vir e espanta-los de lá. Puffle havia ficado com a barriga tão cheia de tanto comer que quando o gatinho se assustou com o homem que se aproximava furioso, tropeçou nele e eles acabaram rolando juntos no mato até o a nascente de um rio, que existia ali próximo. Eles riram muito, Miu estava com a cauda toda bagunçada, parecia que havia levado um choque num poste elétrico da rua.
Eles resolveram beber um pouco da água doce do rio. Puffle dava pequenas "bicadas" seguidas de longos intervalos. Já Miu, foi com muita sede ao pote, e eles acabaram caindo da beirada. Oque eles descobriram na quele exato momento é que gatos não sabem nadar, ele começou a se debater na água enquanto tentava escalar o pobre pombinho, que acabava cada vez mais só engolindo água e indo para o fundo.
Depois de tanto alvoroço, o pombo bate as assas e eles encontram uma única Vitória-régia que ali vivia e sobem nela. Lá eles se deitam e olham para o céu.
- Pru Pru! - "Que Caos!" Ele diz.
O gato lambe a cabeça dele, que se sacode indignado. Pouco depois eles remam para voltar a terra firme, ao perceber a garoa fina que se iniciava. Porém, muito rapidamente ela fora ficando mais intensa. A chuva aumentou, céu ficara cada vez mais cinza e o vento forte acabou os levando para longe. Eles não sabiam oque fazer, nem para onde estavam indo. Ficaram com com muito medo e, cada vez mais se afastavam das terras da chácara. Eles só tinham como opção seguir o curso das águas ou encontrar uma saída da quela situação. Olhando ao redor, eles só viram uma garotinha voltando para casa com a sua bicicleta azul e um poste que piscava falhado. Eles não acharam que isso seria um problema, até o transformador explodir e o poste cair, fazendo um impacto tão grande na água que os dois acabam se apagando.
Eles acordam horas depois no meio do nada. Eles dormiam um do lado do outro com a Vitória-régia rasgada os cobrindo. Miu boceja e, ao esticar o braço, acaba abraçando Puffle que levanta apavorado ao ver a situação. Ele começa a surtar e a andar.
- PRUUUUUUUUUUU! PRUUUUUU! - "Socorro!!!".
Miu não fazia ideia do que ele estava fazendo, então deduziu que deveria ser uma especie de dança que ele gostava, então começou a imitar o pombinho que revira os olhos transbordando de raiva.
Não muito depois, eles resolvem caminhar e se se sentam sobre o banco do ponto de ônibus que encontraram. Puffle não estava mais falando com Miu e ele acabou ficando triste quando ele não correspondia as brincadeiras que fazia para chamar a sua atenção. Eles ficaram em silêncio até que, sem querer, a cauda de Miu bate na cabeça do pombinho. Miu se prepara para ouvir outro surto quando ele, simplesmente, começa a rir. Eles riem muito de tudo aquilo e, no final, Puffle coloca a assa sobre as costas dele, o envolvendo em um abraço.
Com o tempo, muitos ônibus passaram por lá. Mas, aparentemente ninguém para para um gato e um pombo abraçados no ponto de ônibus. Quando estavam já desacreditados que viriam a sair da quela lugar, ouvem um barulho agudo se aproximando. Era o sininho da bicicleta da garotinha loira - Vizinha de Lara - que se aproximava.
- Oi gente! - Ela dizia enquanto acenava.
- Pru? - "Quê?".
Assim que consegue chegar até eles, diz eufórica.
- Eu vi vocês no rio, mas era muito perigoso, eu não pudia fazer muita coisa na hora. Resolvi esperar as coisas se acamarem e vir atrás de vocês. - Seu tom de voz era quase como se eles se conhecessem a muitos anos. - Mas não percamos mais tempo! Venham, entrem. - Ela abre a cestinha de sua bicicleta.
- Pru... - "Essa menina vai sequestrar a gente...".
Miu, sem pensar duas vezes, pulou sobre a cesta e eles caíram juntos lá dentro.
- Pru pru! - "Se a gente morrer, a culpa é sua".
No geral, o caminho só tinha algumas pedras e quebra-molas que, por vezes, os sacudia lá dentro. Não muito depois, a tampa da cesta se abre, e eles veem o brilho do sol entrando. A garotinha os ajuda a descer, ela havia os deixado na porta da Chácara e, ao ver isso, o pombo caí para trás e Miu começa a pular, Feliz. A menina aperta a buzina, uma última vez, e diz.
- Adeus! Qualquer coisa, meu nome é Isa.
- Miu! - Ele disse.
- Pru! - Ele completa.
Ao virar-se, acaba reencontrando a Borboleta cujo qual caçava mais cedo. Dessa vez ela voava baixo e pousa bem no meio do seu focinho e ele consegue captura-la. Por fim, eles entraram juntos e encontram Marco e Lara sobre o sofá jogando - Brigando - no Vídeo game após organizar a casa, como combinado.
- Miu? - Ele diz e cospe, soltando a borboletinha.
- Olha! Parece que o meu filhinho votou do passeio. - Lara diz, sem precisar tirar os olhos da tela.
Marco se vira e então completa.
- E trouxe companhia.
Lara estranha e assim que olha para trás.
-VOCÊ! AAAAAH NÃO ACREDITO NISSO! - Ela ia avançando sobre o animal, mas Marco rir e a segura pela cintura. Ela se contorce o mais forte que pudera, tentando alcança-lo e ele a puxa pelos pés. Ela lutra contra ele mas ele a carregar leva para a cozinha para " conversarem".
Os dois só escutam os berros da cozinha.
- Pru pru?
- MIU! - "É louca".
Seus avós haviam ido no mercadinho, assim que eles voltam para a casa Marco e Lara saem sorrindo da cozinha com a lousa e alguns aperitivos na mão.
- Olá! Estávamos indo agora colocar as coisas na mesa para o jantar. - Lara diz. - Temos VI-SI-TA, Vózinha. - Ela pronuncia cada sílaba com força ao passar pelo pombo e eles se encaram, até ele piscar para ela.
Lara quase tenta novamente atacar o animal, mas Marco fica na frente e nega com a cabeça. Ela apenas continua a andar exalando o amargo cheiro de ódio. - Ou, talvez, fosse o cheiro dela após Marco não deixara ela tomar banho de manhã para arrumar a mudança.
- Todos são sempre muito bem vindos. - Tereza diz e Lara dá um sorriso, forçado. - A comida saí em 15 minutos. Lara você podia aproveitar e tomar aquele bainho não é? estás precisando.
- Vózinha! - Ela exclama e todos na sala seguram o riso.
- Sem desculpas, vá sem reclamar. - Ela conclui, levando as compras para a cozinha.
Lara ia em direção as escadas, quando Marco segura seu braço e sussurra no ouvido dela.
- Não esquece o antitranspirante de ódio e o sabonete de Camomila.
- Queria era ter repelente de pombo. - Responde, pisando cada degrau com a maior força que pudera.
Assim que o jantar ficou pronto, todos sentaram á mesa; Lara numa ponta, ainda com uma toalha cor-de-pêssego de sua avó na cabeça, pois havia esquecido que as suas rosas já haviam chegado. Marco estava ao seu lado e seus avós na outra ponta. Até o casalzinho tinha lugar na mesa e, em seus pratos, alpiste e peixe cru. Curiosamente, estavam longe de Lara, ou de qualquer coisa pontuda que ela pudesse usar para transformá-los em sobre-mesa.
Então Puffle, "Se é esse seu nome mesmo" - Lara sussurra para Marco e em seguida volta a falar. - Oque você faz da vida?
- Pru?
- Interessante. - Ela volta a falar com o seu primo - "Sorte de principiante. N verdade, tenho certeza de que ele deve estar manipulando as respostas para serem as melhores. Pense nisso". - Marco apenas tenta não rir dela.
O jantar seguiu normalmente, mas um tempo depois, Lara insistiu para si mesma que o pombo tinha uma escuta na perna, e ele era uma espécie de a gente secreto mandado para espionar e destruir a sua vida. Ao fim da sobremesa, Lara foi a primeira a se levantar e, - O barulho da cadeira indo para trás foi tão alto que cortou a conversa de todos - no silêncio, disse ao ver seu inimigo se preparando para levantar-se.
- Não se preocupe. Eu levo a louça da visita.
Ela dava passos lentos e barulhentos, as pessoas na mesa até tentavam conversar para deixar a situação menos constrangedora. Ao chegar perto da ave, ela esticou o braço para pegar o prato passando pelo pela lateral do corpo dele. Em seguida, esticou a outra mão para, supostamente, pegar o copo, mas ela deixa a louça cair no chão e segura o animal, o levantando para o cima. À quela altura, já era tarde de mais para que Marco pude-se fazer algo para impedi-la, e Lara põe-se a berrar.
- NÃO ADIANTA LUTAR! EU SEI O SEU SEGREDO, EU SEI QUE VOCÊ É... VOCÊ É... Uma menina?
O pombo - Que agora descobriu-se que na verdade era uma "Pomba" - Começa a bicar a cabeça dela continuamente e deixa um "presente" branco para para ela limpar.
Ninguém conseguia falar uma só palavra após a cena que acabaram de ver. Porém Marco, se inclina para frente e, calma e lentamente, bate palmas ironicamente na mesma quantidade de vezes que ela vira aquela "a pomba" na vida.
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