Sem Sentido

Em São Paulo, Isabel procurou Adriano não queria mais trabalhar no shopping, pois estava sendo alvo de bullyng dos funcionários.
Sempre que passava nos corredores tinha um pra jogar uma piada; o caso dela de conversar com o manequim, tinha se espalhado e realmente ela era muito simples para estar em um lugar tão refinado. Queria voltar para Holambra, ficaria trabalhando com Mara no viveiro de orquídeas. A cidade grande estava assustando, não estava preparada para este desafio.

Adriano ficou de pensar em sua proposta, gostaria de
encontrar-la mais tarde, no restaurante holandês.

Ícaro alegre como sempre, recebeu a todos, com um tapinha nas costas. Os comentários de Ingrid e Hugo era o conflito de Isabel, Adriano se juntou ao grupo tentando dissuadir Isabel de sair do shopping.

- Ela é a nossa alegria! Suas atrapalhadas, nos deixam mais descontraídos no pesar do dia a dia no Shopping. - Adriano disse justificando seu interesse na permanência de Isabel.

Ícaro também pôs lenha na fogueira dizendo que ela tinha nem começado a conhecer São Paulo.
Hugo sugeriu a irem a uma apresentação do Maestro Ivanovsk.

- Deixe de pensar em problemas e vamos curtir algo diferente!

Todos concordaram e acertaram o dia de ir ao Teatro.

No dia aprazado chegaram nas imediações. As ruas estavam lotadas, o estacionamento também de maneira que encontraram uma vaga bem atrás do Teatro.

Ao descerem do carro a estola que Ingrid carregava no pescoço, deslizou indo quase ao chão. Dedos brancos e ágeis seguraram-a antes que o tocasse.

Qual não foi o espanto de Ingrid! Estava diante do grande Ivanovsk, suas pernas tremeram, suas pupilas dilatar amor e sua boca secou.

Não era possível! Ali estava seu ídolo predileto! Seus olhos azuis, sua barba por fazer, seu cabelo ao vento. Era uma visão inebriante, ficou desconcertada.

- Queres conhecer meu camarim? - Ivanovsk com seu sotaque carregado, fez o convite que toda tiete gostaria de ouvir de seu ídolo.

- Aqui está minha autorização. - entrou na porta lateral que dava acesso a cochia.

Ingrid ficou muda, caminhava junto ao alegre grupo, que nem perceberam estes minutos divinos.
Ela se sentiu privilegiada e deu um jeito após o espetáculo de ir ao camarim de tão ilustre personalidade.

A conversa entre eles demorou o suficiente para deixar Hugo irritado.

Mal sabia ele que o inusitado, o desconhecido, o fascinante, tinha deixado Ingrid totalmente sem sentido.
Em toda temporada de Ivanovsk, ela teria cadeira cativa. Não se preocupava com os problemas do escritório de advocacia, este era seu momento e parecia ser o único.

Ivanovsk a convidou para seu apartamento.
O tapete fofo, a cama convidativa... Ingrid se entregou a gloriosa aventura de deliciar-se nos braços de alguém que parecia que a desejava.

Ela parecia estar louca a ponto de pedir um tempo para Hugo.

*

Isabel resolvera voltar para Holambra para ajudar a tia, seria melhor. Iria procurar outro emprego.

Estava trabalhando no viveiro de orquídeas quando deu de cara com Paulão.

- Ei garotão! Que bons ventos o trazem? - Isabel o saudou apresentando a tia Mara.

O chapelão na cabeça, as luvas grossas e sujas de terra, não tiravam sua beleza.

- O shopping ficou triste sem você! Vim te buscar e tenho uma nova proposta! - Seu olhar calmo e sua paciência convenceram Isabel. - Sabe qual é a proposta? Vamos abrir, uma loja de flores e você irá ficar responsável, vamos aumentar seu salário, vou continuar te dando novas dicas, que tal?

A ideia era boa, poderia voltar a estudar e desta forma se ocuparia com coisa realmente importante.

Nos dias que se seguiram entregou-se totalmente ao trabalho e ao estudo, quase não encontrava Ingrid que estava eufórica com a possibilidade de ir para Europa.
Ivanovsk tinha totalmente mudado sua cabeça.
Isabel não podia entender porque ela queria tanto conhecer a Europa, Ingrid sempre se defendia tentando fazer Isabel entender.

- A cultura de lá é diferente, imagine eu tomando o chá das cinco! Sabe, este chá é uma tradição londrina. Diz que uma duquesa ao aproximar-se dá cinco sentia um vazio no estômago então, resolveu pedir os criados para fazerem um chá, como ela era metódica, este, passou a ser religiosamente servido às 5. Começou a chamar suas amigas e isso chegou aos ouvidos da Rainha Vitória que resolveu fazer também o tal chá. E pronto! Virou moda, se tornou tradição. O povo de lá é nobre, a maioria tem Sangue Azul!

- Credo! No curso, eu aprendi que os polvos tem sangue azul, tem até alguns animais que tem o sangue verde, mas daí pessoas terem o sangue azul!? Pra mim, isto é novo.

- Não Isabel! Sangue Azul é para pessoas que se aparentam ser da Realeza. Lá ainda é Monarquia! Isso não fantástico? Você respira um ar medieval, aristocracia fluente, riqueza que salta aos olhos, castelos deslumbrantes!

- Pra mim você está viajando na maionese! Hugo é um verdadeiro cavalheiro, poderia fazer qualquer mulher torna-se princesa!

- Uhum princesa do mundo majestoso do pavão! - Ingrid falava enquanto tirava as joias que enfeitavam seu pescoço. 

Isabel continuou:

- Rainha da Pavuna, você quer dizer. - corrigiu-a rindo bastante

- Pode desistir mocinha! Europa que me aguarde! - Ingrid saltou na cama, virando-se para a parede e Isabel desligou a luz pensativa.

*

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