Garotas Mimadas
O carro dos Makalinster deslizava no caminho de pedras. Em meio a um enorme Jardim, as estátuas de deusas gregas, assustavam.
Susan desceu do carro e a primeira estátua que viu a frente, quebrou esmurrando-a.
Ao entrar em casa o telefone tocou, era Ingrid, amiga do Brasil que a parabenizava pelo noivado.
- Amanhã te ligo Ingrid. -Realmente não queria falar com ninguém, tinha que refazer suas energias.
Jamais tinha sido contrariada!
*
Em São Paulo, Ingrid abria as portas do Empório Das Louças, que ficava na avenida Minas Gerais, com a rua Floriano Peixoto.
Às cristaleiras, os lustres todos trabalhados, os cristais e as baixelas de Prata, encantavam todos.
Os clientes começaram a chegar, Ingrid colocou os funcionários para circular e foi até o seu escritório pois, o telefone estava tocando.
- Alô? Mãe? O que aconteceu para me ligar tão cedo?
- Ó minha filha, é que chegou do interior de Minas, sua prima Isabel e tenho que arrumar um emprego pra ela, quem sabe você não dá um jeito ai? - Mara, a mãe de Ingrid, falava ao telefone.
- Ah, não sei não... o quadro de funcionários já está completo, vou ver na loja onde o Hugo trabalha... ou num Shopping que está abrindo aqui perto... Tenho que ir agora, beijos mãe.
- Beijos querida! - Mara colocou o telefone no gancho, falando com Isabel que colocou as mãos no avental.
- Tenho certeza que Ingrid vai arrumar um emprego pra você, pode até ser num shopping!
- Trabalhar num shopping? - Isabel colocou as mãos na boca. - Sabe tia, eu li que la no Irã, tem um, se chama: Bazaar de Isfahan, é uma estrutura em sua maior parte coberta, com 10 quilômetros! - disse animada - Outro Grande Centro comercial de fazer inveja, é o Oxford Covered Market, lá na Inglaterra! Depois de grandes bazares e mercados, surgiu o primeiro Shopping Center no estado de Rhode Island, nos Estados Unidos. Tem um também, que foi criado em homenagem a um rei da Itália é a Galeria Vittorio Emanuelle II. - Isabel se empolgou - Não é maravilhoso? É um sonho! Algo grandioso! Ai Ai Ai, nã... não sei se estou preparada para trabalhar em algo tão grande - Isabel sorriu desanimada.
- Menina, como é que você sabe de tudo isso? - Mara se surpreendeu.
- Ah tia! Li nas revistas lá no interior. Não temos muitas opções... Eu queria conhecer coisas novas, então, vivia atrás de uma revista... mesmo que fosse velha. - Isabel deu de ombros, falando enquanto comia uma mexerica que colhera no quintal.
O pequeno sítio ficava perto da cidade e Mara tinha herdado-o do pai. Havia também casas abandonadas que eram de seu avô, estavam caindo aos pedaços, queria reforma-las, por isso tinha se oferecido para fazer o viveiro de flores no sítio, enquanto seu projeto na prefeitura não tinha sido aprovado. Mara conseguira algumas mudas e as tratava com muito carinho.
O povo de Holambra recém acordara, mas Mara tinha urgência em arrumar um emprego para sua sobrinha, que precisava muito. E como quem tem padrinho não dorme pagão a própria Ingrid tinha conseguido o emprego no Empório, graças ao seu namorado que trabalhava numa grande loja de roupas de cama.
O telefone tocou, quando Ingrid atendeu era Susan para falar do seu infortúnio.
Tinham se conhecido quando ela veio ao Brasil, e fora comprar baixelas no Empório. Desde então ficaram amigas.
- Susan, acho que o melhor para você é fazer uma viajem. Porque não vem para o Brasil?
- Ah, mas não vou mesmo! Só quando eu acabar com os Bradfour.... Beijos amiga! Agora vou tomar meu café da manhã!
- Só fique bem, okay!?
- Okay. - Susan suspirou e desligou o telefone.
- O que você vai fazer quanto a isso papai? - Disse choramingando.
- Não tenho cabeça pra nada! - Passava pacientemente a geleia no pão.
- Ah, mais vai ter que ter! Esta ofensa não poderá passar em brancas nuvens! - disse batendo o guardanapo na mesa, com os nervos a flor da pele.
- É isso que dá fazer todos os caprichos de Susan! - Senhor Makalinster falava tranquilo tomando seu chá.
Já fazia um bom tempo que queria dar um basta aos caprichos da filha, que era super mimada pela mãe.
Susan era muito pegajosa e ele sabia disso, já desconfiava há muito tempo que Alan não a suportava.
Nem ele mesmo aguentava tanta exigência... fazia das tripas coração para suportar Margareth que também era caprichosa ao extremo e se tornava insuportável.
O melhor era ir jogar pôquer com os amigos...
*
Na mansão, Alan levantara renovado, desceu as escadas esquivando-se por entre os móveis, saira cedo.
Vê-la, era o seu maior desejo.
Apeou o cavalo antes do acampamento, foi arrastando Perigo, fazendo-o caminhar lentamente, e com cuidado olhou por entre os arbustos.
Ouviu quando Rosita chamou a filha.
- Violeta! Vá até a nascente pegar água para o chá, vou acender o fogo!
Violeta. Era ela, a linda cigana!
Ruan já estava com galhos de árvores jogando ao chão, bem perto dos pés de Rosita, que depois de alguns segundos entrou na tenda para pegar o Bule.
Era este o momento que Alan pacientemente, esperava em silêncio.
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