Capítulo 04
"Meu desejo e luxúria se entregaram em frenesi
De paixão e devoção, como correntes que me arrastam
Para a água flamejante, onde não desejo partir
Pois lá, minha outra metade, meu amor, repousam."
"Chamas Violeta: O Juramento de Daemon Targaryen a Laena Velaryon sob o Olhar de Valrok".
POV DO NARRADOR
No silêncio da noite, sob o manto estrelado, Lorde Daemon e Lady Laena chegaram a Pentos, uma cidade livre vibrante no continente de Essos. Após quatro dias de viagem, encontraram abrigo em um local isolado, próximo à imponente floresta que circundava a cidade. Ansiosa para vivenciar as festividades excêntricas pelas quais Pentos era conhecida, Laena expressou seu desejo de explorar a vida noturna da cidade. Sem hesitar, Daemon concordou em acompanhá-la até a taverna mais animada e libertina de Pentos, prontamente guiando-a por entre as ruas pavimentadas de paralelepípedos até o coração pulsante da vida noturna da cidade.
O príncipe Daemon, sombrio e enigmático, envolvia-se em um capuz negro que ocultava seu rosto, dando-lhe uma aura de mistério e perigo. Suas vestes simples contrastavam com a nobreza de sua linhagem, destacando-o na multidão como um predador camuflado entre presas desavisadas. Em sua cintura repousava Dark Sister, uma espada valiriana forjada em magia e banhada em sangue. Sua lâmina reluzia à luz das tochas, uma promessa silenciosa de morte para aqueles que ousarem desafiá-lo.
Com a Triarquia derrotada, os inimigos de Daemon estavam agora dispersos, mas não desaparecidos. A ameaça de retaliação ainda pairava sobre ele, especialmente entre os antigos aliados da Triarquia, que buscavam vingança. Apesar da vitória passada, ele sabia que sua posição como Rei dos Degraus e do Mar Estreito continuava sendo desafiada, exigindo vigilância constante e prontidão para a batalha, mesmo nas ruas festivas de Pentos.
Enquanto percorriam as ruas de Pentos, Laena observava a multidão com os olhos brilhando de admiração e curiosidade. Apesar do capuz azul escuro que ocultava seu rosto, sua presença era magnética, atraindo olhares por onde passava. Seu perfume único, uma mistura sutil de flores e especiarias, pairava no ar, deixando um rastro sedutor por onde ela passava. Seu riso, suave e melodioso, ecoava como o canto de uma sereia, envolvendo a todos ao seu redor em um encantamento irresistível.
As vestes de expedição que ela usava, embora práticas e adequadas para a jornada, abraçavam suas curvas de forma provocante, revelando a beleza de suas formas em um jogo de sombras e luzes. Cada movimento dela era como uma dança, fluindo com graça e elegância pelas ruas movimentadas da cidade. Não era apenas o povo comum que se deixava seduzir por sua presença. Até mesmo Daemon Targaryen, com sua postura firme e olhar penetrante, estava hipnotizado pela jovem Lady Velaryon que o acompanhava, incapaz de desviar os olhos dela.
Ao chegarem à taverna libertina, uma fachada discreta escondia o que acontecia dentro. Daemon segurou a porta para Laena, que entrou com uma graça natural. O ambiente era exatamente como ela imaginara: uma mistura de decadência e excitação, com músicos tocando melodias sensuais e dançarinas belíssimas dançando ao redor de pilares ornamentados.
Laena sentia os olhares curiosos sobre eles, mas estava imersa na atmosfera da taverna, absorvendo cada detalhe com fascínio. As dançarinas se moviam com graciosidade, envoltas em véus coloridos, enquanto a música preenchia o ar com um ritmo sensual.
Ela notou o sorriso travesso nos lábios de Daemon e sentiu seu coração acelerar. Era raro vê-lo tão relaxado e descontraído, e ela se sentiu grata por compartilhar aquele momento com ele.
— É incrível como essa taverna é diferente de tudo que já vi. — Comentou Laena, admirando a dança das mulheres.
— Sim, Pentos sempre surpreende. Você está se divertindo? — Perguntou Daemon, sua curiosidade evidente em seu olhar.
— Muito! É revigorante estar em um lugar tão... livre. — Respondeu Laena, os intensos olhos violeta lançando olhares sedutores em direção a Daemon.
Ele mordeu o lábio inferior, sentindo-se atraído pela expressão ardente de Laena, e levantou a taça: — À liberdade, então. E a novas experiências.
Laena ergueu a taça também, seus olhos brilhando com uma mistura de excitação e fogo: — Às novas experiências.
[....]
Daemon e Laena dançavam no salão da taverna, envoltos pela música animada de ritmo medieval, que lembrava a vivacidade da salsa. Seus passos eram precisos e sensuais, cada movimento parecia uma promessa de prazer e alegria. Os risos que compartilhavam eram de felicidade genuína, misturados ao ritmo envolvente da música.
Enquanto dançavam, os corpos de ambos se moviam com um gingado natural, Laena exalando sedução em cada movimento. Em um momento ousado, ela se virou de costas para Daemon, tocando seu rosto sobre o capuz, e desceu sedutoramente até o chão em um gingado que deixou o Targaryen louco de desejo.
As enormes mãos de Daemon se encontravam na fina cintura de Laena, apertando-a com apreciação e desejo pelo ato ousado da jovem. A química entre eles era palpável, e cada momento compartilhado naquela dança parecia fortalecer ainda mais a conexão entre eles.
Daemon, tomado pelo desejo que Laena despertava nele, aproximou-se dela, sussurrando em seu ouvido: — Você é realmente incrível, Laena. Não consigo tirar os olhos de você.
Laena, sentindo-se arrepiada com a proximidade e as palavras de Daemon, virou-se para ele, olhando-o nos olhos com intensidade.
A dança do casal, que antes era apenas uma distração, agora se transformava em um espetáculo, cativando a atenção dos frequentadores da taverna. Os aplausos e elogios ecoavam pelas paredes escuras e esfumaçadas, criando uma atmosfera festiva e alegre.
Porém, nos cantos escuros da taverna, os mercenários ligados à Triarquia observavam com olhos cheios de ódio e desejo de vingança. Ao avistarem a espada de aço valiriano de Daemon, símbolo de sua rebelião contra a Triarquia, a raiva fervilhava em seus corações, e eles planejavam sua vingança com precisão cruel.
Uma pequena equipe de mercenários se aproximou furtivamente do casal, suas intenções sinistras mascaradas por sorrisos falsos. Laena, com sua intuição aguçada, percebeu a tensão no ar e agarrou o braço de Daemon, alertando-o para o perigo iminente. Seus olhos violetas brilhavam com determinação, e ela se preparou para qualquer eventualidade, sua confiança em Daemon inabalável.
— O Rei dos Degraus e do Mar Estreito se encontra desprotegido. Onde está seu dragão agora? - Perguntou um dos homens, sacando pequenas adagas envenenadas, seu sorriso se transformando em um rosnado ameaçador.
Daemon, com sua habilidade de guerreiro forjada em batalhas sangrentas, agiu com a rapidez de um raio. Ele puxou sua espada, Dark Sister, com um movimento fluido e colocou seu corpo na frente de Laena, protegendo-a com sua própria vida. Seu olhar faiscava com determinação e uma promessa de vingança, sua postura firme e imponente, desafiando os mercenários a se aproximarem.
— Não se preocupe, Dark Sister deseja vossos sangues, senhores. Meu dragão entenderá por que não o alimentei com vocês. — Declarou Daemon, friamente, sua voz ecoando pela taverna, sua presença imponente como a de um rei rebelde.
A adrenalina tomou o corpo de Laena, seus sentidos aguçados pela percepção do perigo iminente. Ela viu as armas dos mercenários sendo desembainhadas com um movimento quase lento, enquanto seu coração batia forte no peito. Com a agilidade de uma pantera, Laena agarrou o candelabro próximo de uma mesa e o arremessou com precisão milimétrica em direção aos mercenários, o metal pesado cortando o ar com um zumbido mortal.
O candelabro atingiu seu alvo em cheio, desequilibrando o homem e criando uma distração crucial. Daemon aproveitou a oportunidade, sua espada Dark Sister cortando o ar com um brilho mortal. Com um golpe certeiro, ele enfiou a lâmina na cabeça de um dos mercenários, o impacto fazendo com que sangue jorrasse em uma cena macabra, pintando o chão e as paredes da taverna.
Os outros mercenários, agora com suas roupas em chamas devido ao álcool previamente derramado nelas, gritavam em agonia enquanto tentavam apagar o fogo que consumia suas vestes e suas esperanças de vingança.
Com um aceno rápido e imperceptível, Daemon indicou a Laena para seguirem em direção à saída dos fundos da taverna, buscando uma rota de fuga. O cheiro acre de carne queimada misturava-se com o aroma de bebidas derramadas e madeira queimando, criando uma atmosfera infernal.
Laena e Daemon avançaram rapidamente em direção à saída dos fundos, seus movimentos precisos e coordenados, como se fossem um só. Os clientes atordoados pela reviravolta dos eventos se aglomeravam, criando obstáculos que a dupla habilmente contornava.
Os mercenários, que ainda estavam vivos, determinados a alcançar sua presa, empurravam brutalmente qualquer um que estivesse em seu caminho, causando tumulto e pânico. A perseguição se intensificava a cada momento, os passos dos mercenários soando como trovões atrás de Laena e Daemon.
Finalmente, alcançando a saída dos fundos, a dupla irrompeu pela rua escura e estreita, buscando uma rota de fuga pelas vielas labirínticas da cidade. O ar fresco da noite trouxe um breve alívio, mas a sensação de perigo iminente os impelia a continuar correndo, sem olhar para trás.
Os mercenários, não dispostos a desistir tão facilmente, emergiram da taverna em chamas, brandindo suas armas com determinação selvagem. A perseguição estava longe de acabar, e Laena e Daemon sabiam que teriam que lutar até o fim para escapar com vida.
A adrenalina pulsava em suas veias, alimentando sua determinação de escapar a qualquer custo. O brilho das chamas da taverna incendiada iluminava o caminho à frente, criando sombras dançantes que pareciam se mover em direção a eles, como se fossem os espectros da morte os perseguindo.
Sem hesitar, Daemon liderava o caminho, conhecendo as vielas como a palma de sua mão, guiando-os por atalhos estreitos e passagens secretas que apenas aqueles que tinham a planta da cidade conheciam. A cada esquina virada, eles podiam sentir a presença dos mercenários se aproximando, seu hálito quente e ofegante ecoando pela escuridão.
Os cachos longos e prateados de Laena voavam enquanto ela corria ao lado de Daemon, sua determinação era igual à dele. Em um momento de desespero, Laena abriu a bússola valiriana e emitiu baixinho notas mágicas para que Caraxes, o dragão de Daemon, pudesse escutá-la mesmo à distancia.
Eles se aproximavam da floresta, a esperança de escapar brilhando à frente como um farol na escuridão. Porém, o cansaço começava a pesar sobre Daemon, seu corpo suando e uma leve ardência começando a queimar seus músculos. Em um momento de distração, ele tropeçou em uma pedra solta no chão, caindo de joelhos com um gemido abafado.
O som da cachoeira ecoava, proporcionando uma trilha sonora intensa para o confronto iminente. Laena imediatamente se virou para ajudar Daemon, seu coração apertado ao ver o pequeno corte superficial em seu antebraço. Ele havia sido envenenado, e o tempo agora era mais precioso do que nunca.
Antes que Laena pudesse levantá-lo, os mercenários alcançaram o casal, cercando-os com sorrisos crueis e olhares sedentos por sangue. A determinação nos olhos de Daemon não vacilou, apesar da fraqueza causada pelo veneno, ele se colocou entre Laena e os mercenários, protegendo-a com seu próprio corpo.
— Finalmente pegamos vocês, Targaryen. E sua bela companheira não escapará de nós. — Um dos mercenários rosnou, levantando sua adaga envenenada com um brilho sinistro à luz das chamas.
Daemon ergueu sua espada, Dark Sister, com firmeza, seu olhar desafiador. Sua voz, mesmo fraca, carregava uma autoridade inabalável.
— Se desejam minha cabeça, terão que lutar por ela.
Laena, apesar do medo que a inundava, permaneceu firme ao lado de Daemon, sua coragem incansável.
— Para isso terão que passar por mim e por Caraxes. — Sua voz era firme, sua expressão determinada.
E então, num momento de desespero, Daemon deu a ordem decisiva:
— Dracarys!
Nesse momento, o céu se iluminou com o fogo do dragão. Caraxes, o dragão vermelho, apareceu em toda a sua glória, rugindo com fúria e determinação. Ele se colocou entre o casal e os mercenários, sua imponente figura bloqueando o caminho dos inimigos. Com um poderoso rugido, ele liberou um jato de chamas infernais, engolfando os mercenários em um mar de fogo e cinzas, enquanto o calor intenso consumia o ar ao redor.
Laena sentiu seu coração apertar ao notar a deterioração da pele de Daemon. Com mãos trêmulas, ela examinou o corte em seu antebraço, testemunhando os primeiros sinais do veneno começando a se espalhar pelo corpo dele. Sem hesitar, impulsionada pela urgência da situação, ela rasgou um pedaço de sua própria roupa e usou-o para fazer um torniquete, envolvendo firmemente o membro ferido na esperança de conter o avanço do veneno. Cada movimento era feito com cuidado meticuloso, seus dedos ágeis trabalhando rapidamente para salvar a vida daquele que amava, enquanto a angústia a consumia por dentro.
— Precisamos encontrar um antídoto rapidamente. — Ela disse com urgência, seus olhos vasculhando o ambiente em busca de ajuda, a preocupação estampada em seu rosto.
Com esforço, Daemon se levantou, apoiando-se em Laena. Sua respiração estava pesada, e o veneno começava a turvar sua visão, mas ele lutou contra a fraqueza, determinado a sobreviver.
— Temos que chegar a algum lugar seguro. — Ele disse com voz fraca, sua determinação ainda evidente apesar da situação precária, enquanto seus olhos procuravam desesperadamente por uma saída daquele pesadelo envenenado.
[....]
Daemon piscou os olhos lentamente, tentando focar a visão enquanto sua garganta seca ansiava pelo líquido refrescante. A casa onde estavam era pequena e de barro, e através das paredes frágeis podia-se escutar o suave murmúrio do mar, o que fez Daemon entender que estavam em um vilarejo de pescadores em Pentos.
— Daemon! Obrigada, deuses. — Laena agradeceu humildemente, aliviada por vê-lo consciente. Com a ajuda da Lady Velaryon, ele se acomodou na cama de palha, sentindo o peito nu e musculoso exposto ao ar fresco da noite, uma sensação bem-vinda após a confusão e a escuridão da situação anterior.
— Daemon. Aqui, beba água. — A voz suave de Laena trouxe conforto à sua mente confusa. Ela ofereceu-lhe um copo de barro com água fresca, e ele aceitou com gratidão, bebendo em pequenos goles para não sobrecarregar seu estômago, deixando-se envolver pela sensação de alívio que o líquido trazia enquanto a brisa marítima acariciava suas peles.
A água aliviou a secura de sua garganta e trouxe um pouco de clareza à sua mente, dissipando a névoa do veneno que o atingira. Ele olhou para Laena, vendo a preocupação em seus olhos lilases, uma tonalidade rara que refletia sua linhagem distinta. A lembrança do veneno fez seu corpo estremecer involuntariamente, mas ele se forçou a manter a calma, concentrando-se na presença reconfortante da mulher ao seu lado.
— Obrigado, Laena. Você salvou minha vida. — Sua voz estava fraca, mas cheia de gratidão sincera. Ele colocou a mão sobre a dela, segurando-a com carinho, encontrando força e conforto no calor de seu toque.
— Não há o que agradecer, meu príncipe. O senhor me protegeu e cuidou do meu bem-estar. — Respondeu Laena com sinceridade, seu olhar refletindo a gratidão e o afeto que nutria por ele.
— Como chegamos aqui? — Perguntou Daemon, observando a humilde casa de pescador com curiosidade.
— Convenci a Caraxes a parar no vilarejo. A Anciã Maria permitiu nossa presença e me deu o antídoto. — Explicou Laena, enquanto passava um pano úmido com ervas medicinais na testa do Targaryen. — Mostrei uma das lâminas envenenadas, que não foram derretidas pelo fogo de Caraxes. A Anciã Maria conseguiu identificar o veneno e nos hospedou neste imóvel.
— O que ela pediu em troca? — Questionou Daemon, sua voz carregada de apreensão, enquanto seu olhar se fixava em Laena.
Laena mordeu o lábio inferior e o olhou nervosamente.
— Ela sentiu a magia da bússola valiriana. Pediu para vê-la, e eu concordei...
— Laena! — A voz dele ficou embargada, preocupação evidente em cada palavra. — Onde está Caraxes? Ela pegou a bússola?
— Ele está bem, e caçando agora. Ela só pediu para ver, Daemon. Eu estou com a bússola em mãos.
— Isso é um alívio. — Suspirou Daemon, relaxando um pouco ao saber que Caraxes estava seguro e em liberdade. — Mas devemos ter cautela. Não sabemos quais são as intenções da Anciã Maria. Ela pode ter outros interesses além de simplesmente ajudar.
Com um aceno silencioso, Daemon e Laena compartilharam um entendimento mútuo, uma conexão que transcende as palavras. Eles sabiam que estavam juntos nessa jornada, unidos pela força do amor e pela determinação de proteger um ao outro.
— Vem cá. — Murmurou Daemon suavemente, enquanto o murmúrio suave do mar continuava a preencher o ambiente. Seus braços se envolveram ao redor de Laena, e ela se aconchegou nele, encontrando conforto e segurança em seu abraço. O calor do corpo de Daemon era como um refúgio contra as incertezas que o aguardavam.
Com ternura, Daemon se inclinou para beijar a testa de Laena, um gesto carregado de carinho e proteção. Era como se aquele beijo fosse uma promessa silenciosa de que ele estaria sempre ali para ela, pronto para enfrentar qualquer desafio que a vida lhes reservasse. Pois sabiam que, enquanto estivessem juntos, seriam imparáveis.
Continua....
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