Capítulo 15: Yes To Heaven
🎶Diga sim para o céu
Diga sim para mim
Diga sim para o céu
Diga sim para mim
Eu estou de olho em você
Na minha mente só tem você🎶
Yes To Heaven (Unreleased) - Lana Del Rey
POV DO NARRADOR
Após o emocionante reencontro, mãe e filho se separaram, mas não sem que Rhaenyra acariciava carinhosamente o rosto de Luke. Ela percebeu as mudanças em seu filho - já não era mais o menino que partira para a guerra, mas um jovem príncipe de feições marcantes e presença imponente. Onde quer que fosse, certamente atrairia olhares.
Luke, por sua vez, sentia um misto de saudade e gratidão. A guerra o ensinará a valorizar os pequenos momentos, e reencontrar sua mãe era um presente que ele não tomaria como garantido. Com um sorriso terno, ele acariciou a barriga de Rhaenyra, ansioso para conhecer o irmão ou irmã que crescia ali - fruto do amor entre sua mãe e Daemon.
- Meu doce menino finalmente voltou. - A voz de Rhaenyra transbordava de emoção. Ela deslizou os dedos pelos cabelos do filho e segurou sua mão com firmeza. - Vocês dois foram minhas preces diárias... Mas onde está o meu outro bebê? Onde está Jace?
Ela olhou para a entrada do salão, esperando ansiosa pela chegada de seu primogênito. Se Lucerys estava ali, seu coração se aquecia de esperança de que, em breve, Jacaerys também cruzaria aquelas portas.
Luke respirou fundo antes de responder.
- Ele está a caminho de Porto Real. - Seus olhos azuis escureceram por um instante. - Jace quer proteger Baela.
Rhaenyra suspirou, levando a mão ao ventre. O bebê dentro dela pareceu reagir ao peso de sua preocupação, chutando com impaciência.
- Até agora, não tenho notícias de nenhum deles. - Ela admitiu, a voz carregada de inquietação.
Luke não gostava de ver sua mãe tão preocupada, então tentou aliviar a tensão no ambiente.
- Eu posso chamar Colt. - Sugeriu, referindo-se ao falcão mágico que muitas vezes trouxe notícias valiosas para a família.
Mas Rhaenyra balançou a cabeça.
- Não. Vamos esperar mais um pouco.
Luke franziu a testa ao notar o cansaço no rosto da mãe.
- A senhora está bem? Posso chamar o meistre para vê-la. E Joffrey? Ele está aqui ou ficou em Driftmark? Eu posso ver Rhaena?
Rhaenyra sorriu, reconhecendo aquele velho hábito do filho de despejar perguntas sem pausa para respirar.
- Estou bem, filho, não precisa se preocupar. Joffrey está por aqui, provavelmente perdido em seu "laboratório", como gosta de chamar agora. Ele fez algumas melhorias no espaço e acho que você vai gostar. E claro, pode ver Rhaena, mas ela está descansando no momento. Antes, vá falar com seu irmão, tome um banho e coma algo. Seu quarto já está pronto. As servas devem estar preparando sua banheira e colocando comida na lareira. Quando terminar, estarei aqui.
Ela beijou a bochecha de Luke com ternura.
- Obrigado, mamãe. - Ele disse, pegando o elmo e saindo com passos confiantes em direção aos aposentos.
■■■
Lucerys caminhou pelos corredores familiares até chegar ao espaço que costumava dividir com Rhaena quando eram crianças. Um sorriso nostálgico brincou em seus lábios ao ver as mudanças feitas por Joffrey.
O local agora parecia um verdadeiro ateliê de invenções. Havia materiais de madeira já polidos e cortados, protótipos de embarcações espalhados e papeis cobertos de esboços e cálculos detalhados. Muitos dos desenhos eram dele e de Rhaena, mas outros eram claramente obra do irmão mais novo.
Sobre a mesa central, uma variedade de metais, parafusos, fios, cilindros transparentes cheios de pós coloridos e instrumentos de precisão estavam organizados com cuidado.
Luke observava tudo com interesse quando a porta se abriu e Joffrey entrou, carregando um balde d'água. O menino ainda não havia notado sua presença.
Lucerys esperou.
Assim que Joffrey pousou o balde e ergueu os olhos, um sorriso maroto iluminou seu rosto.
- Luke! - Ele largou tudo e correu até o irmão, jogando-se nos braços dele.
Lucerys o abraçou com força, sentindo as lágrimas quentes brotarem.
- Irmãozinho, você cresceu. - Ele disse, bagunçando os cachos castanhos de Joffrey, vendo nele traços do pai, Laenor.
Joffrey se afastou com um brilho travesso nos olhos.
- O irmão mais bonito, e gênio da família finalmente cresceu: Joffrey Velaryon. Como vai, mano?
Luke riu. O humor do irmão lembrava muito o de Laenor.
- Estou bem. E você fez um trabalho incrível aqui.
Joffrey inflou o peito, satisfeito.
- Obrigado! Tenho ideias novas para discutir. Rhaena me ajudou com algumas visões. Ela vê o futuro, e isso me dá ideias para armamento e defesa. Veja só isso...
Ele apontou para um pequeno navio de guerra dentro de uma bacia cheia d'água.
- Você se lembra do protótipo que você e Rhaena fizeram quando tinham oito anos? Eu o aperfeiçoei. Agora, temos algo que pode tornar os navios dos Velaryon inigualáveis.
Joffrey jogou mais água na bacia, criando ondas. Depois, pegou pequenas esferas metálicas e as colocou dentro de um cilindro semelhante a um canhão. Ele acendeu o pavio, e uma faísca iluminou o ar.
Com um estrondo controlado, uma pequena bola de aço valiriano disparou e atingiu outro navio na bacia, afundando-o imediatamente.
Lucerys arregalou os olhos.
- Isso é... impressionante.
Joffrey sorriu, cheio de orgulho.
- Ser um gênio é um fardo difícil de carregar.
Luke gargalhou, sacudindo a cabeça.
- O que você usou para criar essas esferas?
Joffrey pegou um papiro mágico feito por Baela, onde estavam registradas fórmulas, pesos e materiais.
- Algumas matérias-primas só encontramos na Ilha dos Herdeiros do Dragão. O pai me levou lá algumas vezes, e eu fiz um mapa para facilitar nossas próximas viagens.
Luke franziu a testa.
- Tyraxes já pode te levar tão longe assim?
- Ainda não. Mas logo poderá. Ah, e falando em dragões... Sempre que visito a vovó, vejo Seasmoke.
Lucerys ergueu a sobrancelha.
- Achei que ele estivesse vivendo como um dragão selvagem.
- Está. Mas ele gosta da minha companhia. Acho que faço ele lembrar do pai Laenor quando era pequeno. Ele sente falta de você e do Jace.
Luke ficou em silêncio por um momento, refletindo.
- Vamos visitá-lo, eu prometo.
Ele não pôde evitar um pensamento: e se, no futuro, seu irmão tivesse dois dragões? Isso seria um feito lendário.
E, de alguma forma, parecia possível.
■■■
No quarto, Luke foi envolvido por uma atmosfera saudosa e cheia de significado. As servas, ao fazerem reverência, aguardavam suas ordens, mas ele, com um gesto tranquilo, dispensou-as. Não queria que o vissem despido. As cicatrizes e queimaduras que agora marcavam seu corpo eram lembranças das batalhas que travou. A armadura dos Velaryon, antes um símbolo de proteção e glória, agora ostentava arranhões e rachaduras - testemunhas do inferno que enfrentou para defender a honra dos Velaryon.
Ao remover cada peça, sentiu o peso desaparecendo, não apenas de seus ombros, mas também de sua alma. Seus dedos deslizaram pelas marcas deixadas pela guerra, traçando histórias de dor, sacrifício e honra. Segurando a faca de aço valiriano, recordou os rostos de seus soldados caídos, guerreiros que deram a vida pelo legado dos Velaryon.
Então, encarou o símbolo de sua casa - o cavalo-marinho. Ajoelhando-se diante dele, murmurou palavras ao pai, a voz embargada pela emoção:
- Pai, eu e Jace conseguimos. Espero que esteja orgulhoso de nós.
■■■
O coração de Lucerys pulsava com expectativa enquanto seus dedos batiam com firmeza na porta do quarto de Rhaena. O reencontro com sua noiva era a única coisa que o mantinha de pé nos últimos meses.
A serva Leah abriu a porta, reverenciando-o.
- Alteza...
Os olhos dela brilharam ao vê-lo, não apenas por sua presença, mas pela intensidade que carregava. Luke não precisava dizer nada - seu olhar determinado fez com que Leah se afastasse, permitindo-lhe o momento a sós que tanto desejava.
Então, ele a viu.
- Luke!
A voz de Rhaena ecoou como uma canção celestial.
Lá estava ela, sentada na cama, o corpo delicado envolto em tecidos leves. As mechas brancas de seu cabelo contrastavam com a pele negra reluzente, os lábios rosados formando um sorriso doce.
Luke sentiu o ar escapar de seus pulmões.
Ele se aproximou, como se estivesse sendo puxado por uma força invisível. Quando se sentou ao lado dela, tomou sua mão com reverência e a beijou com suavidade.
- Você me fez esperar muito, meu príncipe... Bem-vindo de volta.
A voz de Rhaena era um sussurro envolvente, carregado de emoção.
- A espera acabou, minha noiva.
Luke puxou-a para seus braços, envolvendo-a em um abraço carregado de saudade. Ele afundou o rosto na curva de seu pescoço, inalando o perfume doce que emanava de sua pele quente.
A serva Leah deu as costas discretamente, permitindo que o casal se entregasse àquele momento sem interrupções.
Os colares de Jade Valiriano, símbolos de seu vínculo, começaram a reagir. O calor que emanava deles intensificou a conexão entre os dois, como se a própria magia da linhagem valiriana testemunhasse a força de seu amor.
Rhaena o abraçou com mais força, os dedos delicados deslizando até a nuca do príncipe, trazendo-o ainda mais para perto.
- Não me deixe novamente... - Sussurrou, a voz embargada.
Luke fechou os olhos, absorvendo aquelas palavras, cada uma gravada a ferro e fogo em sua alma.
- Eu não irei. - Prometeu, e seus lábios pousaram suavemente no pescoço dela.
Um pequeno suspiro escapou dos lábios de Rhaena, seu corpo respondendo ao toque íntimo. O calor entre os dois se intensificou, uma faísca perigosa dançando no ar. Os colares brilharam levemente, como se sentissem o desejo latente entre eles.
Luke afastou-se subitamente, o peito subindo e descendo com a respiração acelerada.
- Me perdoe... Eu não queria desrespeitá-la. Se desejar, posso ir embora...
Mas ele não queria. Cada fibra de seu ser ansiava por ficar, por segurá-la, por gravar cada detalhe daquele momento em sua memória.
Rhaena corou, mas seus olhos violetas - ainda embaçados pela recuperação da visão - estavam repletos de ternura.
- Você não me desrespeitou, Luke. Agora que finalmente o tenho de volta... não quero que vá.
Seu toque deslizou pelo rosto do príncipe, traçando os contornos que ela sempre viu em suas visões. Seu coração pulsava mais forte ao sentir a pele quente sob seus dedos.
Luke segurou sua mão com delicadeza, entrelaçando seus dedos nos dela. O toque de Rhaena, amoroso e cheio de saudade, o fez esquecer de todas as dores.
- Sinto muito por você me ver assim... marcado pela guerra.
As mãos dele deslizaram para a cintura de Rhaena, aproximando-a.
Ela sorriu.
- Conversaremos sobre isso depois. Agora, só quero olhar para você... e admirá-lo.
Luke fechou os olhos, absorvendo aquela declaração. Então, abriu-os novamente, fixando-se nela, e naquele momento, soube: a guerra tinha acabado. E ele, finalmente, estava em casa.
■■■
King's Landing
Jacaerys se aconchegou ainda mais na cama, sentindo o calor suave do corpo de Baela ao seu lado. Ela estava profundamente adormecida, os cabelos soltos ao redor de seu rosto, sua respiração tranquila. O cheiro doce e inconfundível dela envolvia-o como um abraço caloroso, e ele, no limiar entre o sono e a vigília, não queria mais sair desse estado de paz.
Ele se inclinou um pouco mais em sua direção, seus dedos tocando delicadamente os fios brancos que caíam sobre seu travesseiro. Baela estava em seus braços, em seu mundo, e ele desejava mais que tudo que aquele momento nunca acabasse.
Mas a voz grave de Daemon, cortante e inesperada, trouxe-o de volta à realidade com um impacto que o fez saltar da cama, o coração disparado. A pergunta sobre um desejo de morte deixou-o confuso e atordoado. Seus olhos castanhos correram pela sala, seus olhos tocando nas armas e na armadura que haviam sido retiradas e deixadas sobre a mesa, como se ele tivesse sido arrancado de uma ilusão.
Daemon o observava de perto, seu olhar intenso, e um tique nervoso fazia seu olho direito piscar de forma incessante. Ele se levantou da poltrona e, com um movimento tranquilo, colocou um livro aberto sobre a mesa de centro.
- Não, senhor. - Jacaerys respondeu, a voz ainda trêmula, tentando recompor-se. Ele sentia o rosto quente, um calor de constrangimento misturado à confusão. A pergunta o pegara de surpresa, e ele mal conseguia compreender o motivo de uma abordagem tão abrupta.
Daemon se aproximou, colocando uma mão firme no ombro do filho e guiando-o até a poltrona oposta. Empurrou uma xícara de chá para Jacaerys, com ervas especiais que ajudariam a restaurar sua energia, fortalecer seu corpo e preparar seu estômago para a refeição que aguardava na mesa.
- Você dormiu dois dias seguidos. - Disse Daemon, a voz grave. - Beba isso e depois coma. Vou chamar as servas para preparar seu banho.
Jacaerys olhou para a xícara e, ainda tonto, levou-a aos lábios. O líquido quente queimava suavemente sua garganta, mas não o impediu de continuar a conversa.
- Dois dias? - Jacaerys franziu a testa, ainda tentando entender, a cabeça pesada e confusa.
- Sim. - Daemon disse, com um olhar de preocupação que não passou despercebido por Jacaerys. - O que quer que tenha feito com os colares o deixou exausto. A recuperação foi difícil.
Jacaerys não lembrava muito bem dos eventos, mas a imagem de Baela em perigo ainda pairava em sua mente. Ele olhou para ela, ainda adormecida. Seus machucados, que haviam sido profundos e dolorosos, estavam agora curados de uma forma impressionante. A magia estava trabalhando em Baela de uma maneira fascinante, curando-a não apenas fisicamente, mas também mentalmente.
- Ela está se recuperando... rápido demais, até... - Daemon disse, o orgulho evidente em sua voz. - A magia tem esse poder, e eu sei que ela vai ficar bem.
Jacaerys sentiu uma onda de alívio. Ele mal podia esperar para estar ao lado de Baela novamente, quando ela acordasse. A saudade já começava a consumi-lhe.
- E Aegon? - Perguntou Jacaerys, a preocupação mais uma vez invadindo seus olhos castanhos. O tio, apesar das falhas, ainda era de sua família, e ele não podia deixar de se importar, principalmente depois da morte de Claire, que Aegon sempre mencionava. Baela falava tanto sobre eles, sobre a esperança deles viverem esse amor.
- Está melhorando. - Daemon respondeu. - O inchaço na cabeça não foi tão grave quanto pensávamos, mas precisamos esperar mais um pouco. Algumas ervas ajudarão, e depois veremos como ele reage quando acordar.
Jacaerys assentiu, desejando que o tio se recuperasse logo.
Enquanto tomava o chá, Jacaerys sentiu o Mestre Mellos observando-o, atento aos detalhes. Ele não queria que ninguém visse suas cicatrizes, resultado das batalhas passadas. A guerra o deixará mais fechado, mais cauteloso. Depois de comer em silêncio, vestiu os trajes nobres que lhe foram preparados, sentindo um desconforto crescente pela falta de Baela. Quando saiu para retornar ao seu quarto, a imagem dela, ainda adormecida, invadiu sua mente. Seus cachos brancos espalhados pelo travesseiro a faziam parecer uma visão encantada, uma deusa adormecida.
Daemon entrou no quarto com uma expressão séria, quebrando o silêncio como uma sentença iminente.
- Jace, você vai voltar para Pedra do Dragão. Sua mãe está impaciente. A gravidez está avançada, e ela precisa de você lá, para que fique calma e feliz. Baela ficará bem, eu estarei aqui. Assim que ela acordar, voltaremos para casa.
A autoridade na voz de Daemon não deixou espaço para questionamentos. Jacaerys sentiu um aperto no peito, o desejo de ficar ao lado de Baela tornando-se mais forte, mas sabia que precisava atender ao pedido da mãe.
- Posso me despedir dela? - Jacaerys perguntou, sua voz carregada de remorso.
Daemon, percebendo o peso da despedida, assentiu com um gesto silencioso.
Jacaerys se aproximou da cama, suas mãos trêmulas enquanto se sentava ao lado de Baela. Ele se inclinou suavemente, seus lábios tocando os dela em um beijo tão terno quanto a brisa que acariciava o rosto dela. Os colares de Jade Valiriano brilharam, refletindo a luz suave do quarto.
- Acorde, meu universo. - Jacaerys sussurrou, sua voz carregada de carinho e de saudade. - Estou esperando por você.
Ele a olhou por um momento, gravando cada detalhe de seu rosto, antes de se afastar, deixando um suspiro escapar. Vestiu sua armadura com mãos firmes, colocou as espadas cruzadas nas costas e pegou o elmo. Depois, abraçou seu pai com força, despedindo-se da casa onde ficará tanto tempo, com o coração ainda preso à Baela.
No pátio, Vermax se levantou assim que Jacaerys se aproximou, os olhos do dragão refletindo uma preocupação silenciosa. A força de seu vínculo com o príncipe parecia palpável, e, ao sentir Jacaerys montar, Vermax alçou voo com uma agilidade impressionante, enquanto Caraxes observava a partida dos jovens com um olhar penetrante.
Porto Real ficava para trás, mas o pensamento de Baela era o que ainda mantinha Jacaerys vivo, à espera do momento em que ela acordaria para que estivessem juntos novamente.
Continua...
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