Capítulo 08: Bloodstream
🎶A adrenalina está bombando
Tudo ou nada
Sinto isso chegando
Ouça meu batimento cardíaco trovejando
Você ainda está se perguntando de onde está vindo
Sinto no meu peito
Agora está na minha cabeça
Você entendeu?
Meu sangue
Minha corrente sanguínea🎶
Bloodstream - Neoni feat. Jung Youth
POV DO NARRADOR
Os dias se passaram, e as princesas Baela e Rhaena Targaryen e os príncipes Jacaerys e Lucerys Velaryon imergiram nos treinamentos intensivos conduzidos pelo príncipe Daemon Targaryen. Enquanto Baela e Rhaena desenvolviam seus talentos mágicos com dedicação e foco, Jace e Luke aprimoraram suas habilidades táticas e de combate, moldando-se como verdadeiros herdeiros de uma linhagem lendária.
As festividades em honra aos futuros casamentos entre os herdeiros das casas Targaryen e Velaryon deram lugar ao espanto quando foi revelado que a princesa Rhaenyra e seu tio, o príncipe Daemon Targaryen, haviam se casado em segredo. Este ato surpreendeu aliados e inimigos, especialmente a facção verde, que temia a astúcia de Rhaenyra em unir-se ao temido e imprevisível Daemon. Além disso, a aliança sólida com os Velaryon desde sua saída de Porto Real reforçou sua posição política e militar.
O rei Viserys Targaryen, a princípio relutante, acabou aceitando o casamento. O motivo? As poções entregues pessoalmente por Daemon mostraram resultados impressionantes: suas feridas começaram a cicatrizar, e seu estado crítico deu lugar a uma vitalidade renovada. A pele do rei, antes marcada pela decadência, recuperou o viço; sua postura tornou-se mais firme, e o leite de papoula, outrora indispensável, foi abandonado. Viserys voltou a ser um rei vigoroso, atento e presente.
Ele passou a dedicar-se mais aos seus filhos com Alicent Hightower: Aegon II, Helaena, Aemond e Daeron. Antes vítimas de envenenamento orquestrado por sua própria mãe e o avô Otto Hightower, as crianças agora encontravam no pai um porto seguro e a oportunidade de entender o verdadeiro significado de ser Targaryen. As maquinações dos verdes começaram a perder força diante do laço familiar que Viserys buscava reconstruir.
Entre todos, Aegon II, com apenas 12 anos, deu um passo decisivo ao revelar os abusos físicos e psicológicos que ele e seus irmãos sofreram nas mãos de Otto. Furioso, Viserys ordenou a execução do ex-Mão do Rei por traição e pelos crimes contra seus netos. A queda de Otto marcou também o declínio da influência dos Hightower na corte.
Apesar do rancor, Aegon não conseguiu apagar completamente o amor que sentia por sua mãe. Alicent, contudo, reagiu à traição dos filhos com ódio e dor. Tomada pela sede de vingança, ela jurou erradicar a linhagem Targaryen em memória de seu pai, planejando em segredo seu próximo movimento.
Quando a princesa Rhaenyra e o príncipe Daemon souberam da tentativa de golpe, voaram para Porto Real em seus dragões. A chegada deles provocou lágrimas nos irmãos mais novos de Rhaenyra, que, arrependidos, pediram perdão e prometeram lealdade à irmã. Com um coração pesado, Rhaenyra abraçou os irmãos, determinada a construir um vínculo que antes lhes fora negado.
Ao mesmo tempo, o rei Viserys demonstrou interesse na misteriosa "ilha dos Herdeiros dos Dragões", um segredo cuidadosamente guardado por Daemon. Embora Viserys desejasse visitar a ilha, Daemon optou por proteger os dons mágicos das filhas e o tesouro valiriano, ciente de que os corredores da corte ainda abrigavam traidores.
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Dois anos se passaram, e a densa floresta de Pedra do Dragão tornou-se o refúgio secreto dos jovens Targaryen e Velaryon. Ali, Baela e Jace cruzaram espadas, suas lâminas tilintando como um eco do futuro que os aguardava, enquanto Luke e Rhaena dedicavam-se ao arco e flecha, desbravando os limites de suas habilidades.
Cada par ocupava uma extremidade distinta da floresta, concentrados em seus respectivos treinamentos. Rhaena, em especial, demonstrava avanços notáveis: agora conseguia induzir suas visões, antecipando eventos que ocorreriam nos próximos minutos. Embora prever acontecimentos mais distantes ainda fosse um desafio, a jovem princesa já não se sentia indefesa. Sob a orientação paciente de Luke, ela aprimorara seus sentidos, aprendendo a equilibrar-se entre o presente e as visões, mesmo em momentos de tensão ou perigo.
Ao lado dela, Lucerys não escondia o entusiasmo.
- Você consegue, Rhaena. - Incentivava com um sorriso caloroso.
A princesa respirou fundo, segurando o arco com determinação. Ajustando a flecha, ergueu a arma com elegância, como se fosse uma extensão de si mesma. Fechou os olhos e deixou que a visão guiasse seus movimentos, vendo claramente o momento exato em que o alvo se moveria. Quando abriu os olhos, disparou a flecha com precisão sobrenatural, acertando a corda que prendia uma lebre branca, fixando-a com segurança em uma árvore. O animal se debatia, mas estava ileso, evidenciando sua crescente habilidade.
- Você é incrível! Eu sabia que conseguiria!
O rosto de Lucerys se iluminou em um sorriso radiante, cheio de admiração e orgulho. Rhaena, tomada pela alegria do momento, corou, mas não desviou o olhar. Em vez disso, devolveu o sorriso, um gesto que transbordava gratidão e afeto.
- Obrigada por tudo, Luke. - Disse suavemente, sua voz carregada de sinceridade.
Os olhos de Lucerys se fixaram nela, seu coração disparando enquanto notava cada detalhe de sua expressão. O brilho nos olhos violetas claros de Rhaena, o calor de seu sorriso, tudo parecia intensificar a atração que ele sentia. Ele tentou responder, mas as palavras escaparam, deixando-o gaguejante e envergonhado.
Rhaena riu baixinho diante do nervosismo dele, mas não soltou sua mão. Em vez disso, entrelaçou seus dedos aos de Lucerys, apertando-os com delicadeza.
- Você me deu coragem para tentar. - Acrescentou.
Lucerys sorriu, ainda tímido, mas seu coração se encheu de felicidade. Aquele momento, compartilhado entre eles, parecia suspenso no tempo, como se nada pudesse rompê-lo.
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Enquanto isso, do outro lado da floresta, uma luta de espadas e magia desenrolava-se sob o olhar atento do dragão selvagem, Cannibal. O enorme dragão observava as duas crianças com um interesse enigmático, especialmente a princesa Baela Targaryen, cuja a espada pulsava com uma energia roxa, como se carregasse o próprio poder das antigas magias Valirianas.
Baela avançou com uma agilidade impressionante, sua espada tingida pela luz mágica cortando o ar em um arco elegante. Jacaerys estava preparado, movendo-se com destreza, as duas espadas em suas mãos respondendo como uma extensão de seu corpo. A colisão das armas produziu um som retumbante, uma explosão invisível de poder Valiriano que ecoou pelas árvores, sacudindo folhas e assustando pequenos pássaros.
- Você está melhorando, Jace! - Provocou Baela, um sorriso de desafio curvando seus lábios enquanto ela girava a espada.
- Melhorando? - Jace arqueou a sobrancelha, rindo. - Veremos quem melhora quando você estiver no chão, Targaryen!
Eles se estudaram por um momento, ambos ofegantes, antes de avançarem novamente. A cada golpe trocado, o embate parecia mais uma dança coordenada do que um simples treino. Baela, no entanto, tinha uma vantagem: além de sua habilidade natural, ela canalizava a magia para proteger as armas da família.
Suas habilidades haviam crescido tanto que não apenas as espadas de Jace estavam envoltas em proteção mágica, mas também a lança de Lucerys, o arco de Rhaena e até a famosa espada de seu pai, a Irmã Sombria. Cada arma, forjada na antiga Valíria, era agora reforçada com sua magia, tornando-se praticamente indestrutível.
- Isso não é justo, Baela! - Reclamou Jace em tom jocoso, desviando de um golpe particularmente veloz. - Você tem magia do seu lado!
- E você tem duas espadas. Não reclama! - Retrucou ela, antes de se lançar em um movimento inesperado.
Baela girou no ar com graça, desferindo um golpe que Jace mal teve tempo de bloquear. Surpreendido, ele recuou um passo, mas ela aproveitou a abertura, girando o corpo e acertando-o com um chute certeiro. Ele caiu de costas no chão com um baque surdo, soltando um gemido enquanto a risada triunfante de Baela ecoava ao redor.
- E essa, primo? - Ela disse, colocando as mãos na cintura, ofegante, mas satisfeita.
Jacaerys, deitado no chão, ergueu a mão em rendição, mas não conseguiu conter o sorriso.
- Tá bom, você venceu. Mas só porque eu deixei!
- Claro que sim. - Ela revirou os olhos, oferecendo-lhe a mão para ajudá-lo a se levantar.
Por um momento, enquanto as mãos se encontravam, o brilho das estrelas parecia refletir nos olhos de Baela. Jace ficou em silêncio, sentindo o calor de sua palma e a força da conexão entre eles. Mas antes que pudesse dizer algo, Cannibal, o dragão selvagem, que observava tudo em silêncio, soltou um ronco baixo, ao longe, como um riso rouco, chamando a atenção dos dois.
Os dois primos se entreolharam e riram, voltando a caminhar juntos, lado a lado, enquanto o dragão continuava a segui-los com olhos brilhantes, como se antecipasse algo muito maior vindo daquele vínculo.
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Dois anos se passaram, e os jovens Targaryen finalmente descobriram os destinos de seus futuros cônjuges. A princípio, o medo de serem prometidos a estranhos os atormentava, mas a revelação trouxe alívio e felicidade. O amor e a cumplicidade entre eles eram tão evidentes que ninguém duvidava da força desse vínculo. Os colares de jade Valiriano, que compartilhavam, tornavam-se mais brilhantes e poderosos a cada dia, como se respondessem à intensidade desse laço. Sabiam que, um dia, esses artefatos seriam essenciais para enfrentar os desafios que os aguardavam no império destruído de Valíria.
Jacaerys já tinha 12 anos, enquanto Baela, Rhaena e Lucerys completavam 11. Apesar da pouca idade, suas habilidades e maturidade cresciam rapidamente. Em uma tarde ensolarada, os quatro passeavam de mãos dadas pela praia de Pedra do Dragão, aproveitando momentos despreocupados enquanto o mar acariciava seus pés.
- Por um instante, achei que seria prometida a outro. - Disse Baela, inclinando a cabeça no ombro de Jace com um suspiro teatral.
Ele olhou para ela com um sorriso torto, tentando parecer sério, mas falhando completamente.
- Eu nunca deixaria isso acontecer! Nada vai nos separar, Baela. - Disse Jace, com firmeza, mas o tom cheio de orgulho juvenil arrancou uma risada dela.
- Tá bom, protetor! - Provocou, rindo. - Mas só para garantir, acho que vou ficar grudada em você pra sempre, sabe, por segurança.
- Você já faz isso! - Jace revirou os olhos cor de mel, tentando não corar, enquanto Baela soltava uma gargalhada e o puxava pela mão, rodopiando na areia.
Mais ao longe, Rhaena e Luke estavam em sua própria bolha de alegria. Rhaena segurava delicadamente as mãos de Luke enquanto os dois dançavam na beira da água, as ondas salpicando seus pés.
- Você está cada vez melhor nisso, sabia? - Luke comentou com um sorriso carinhoso, olhando para os passos desajeitados da prima.
- Isso é porque você não solta minhas mãos. - Rhaena respondeu, com um sorriso tímido.
Os dois riram, e Luke inclinou a cabeça, um brilho de determinação em seus olhos azuis.
- Eu nunca vou soltar, Rhaena.
Ela corou, mas retribuiu o sorriso, apertando ainda mais suas mãos. A cena era tão doce que até os guardas reais e as servas das princesas não puderam deixar de sorrir, observando de longe o comportamento adorável das crianças.
A serenidade da praia parecia um reflexo da harmonia que reinava entre eles. Jace e Baela corriam na areia, rindo e trocando provocações, enquanto Luke e Rhaena compartilhavam momentos de ternura. Mesmo com os desafios que os esperavam no futuro, naquele momento, eram apenas crianças felizes, vivendo o início de um amor que prometia durar por toda a eternidade.
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O tempo havia transformado os príncipes Jacaerys e Lucerys em jovens notavelmente bonitos, altos e com traços marcantes que chamavam a atenção por onde passavam. Suas presenças eram altivas, e, embora ainda fossem crianças, já carregavam a elegância de verdadeiros herdeiros da linhagem Velaryon. As princesas Baela e Rhaena, por sua vez, eram igualmente encantadoras, destacando-se como duas das meninas mais deslumbrantes dos Sete Reinos, ao lado de sua prima Helaena, conhecida pela beleza gentil e um espírito doce. Helaena, embora prometida ao príncipe Aemond Targaryen, despertava admiração por sua bondade e serenidade.
Enquanto isso, o príncipe Aegon II, aos 16 anos, enfrentava um dilema que ia além das expectativas de sua posição. Apesar de ainda não ter um compromisso oficial de casamento, seu coração estava tomado por um amor inesperado e secreto. Ele havia se apaixonado profundamente por uma jovem donzela cega, que, diariamente, vendia doces nas ruas de Porto Real para sustentar seus dois irmãos pequenos.
Aegon, sempre discreto, observava-a de longe, protegendo-a silenciosamente e comprando seus doces sempre que podia. Ele sabia que sua mãe, a Rainha Alicent, e seu pai, o Rei Viserys, jamais aprovariam tal união, não apenas pela posição humilde da garota, mas também pela aparente fragilidade que ela carregava aos olhos da corte. Ainda assim, o príncipe não conseguia se afastar, encontrando na simplicidade da donzela algo que nenhum título ou riqueza poderia oferecer: autenticidade e ternura.
Para a jovem, Aegon não era nada mais do que um cliente gentil, sempre com um sorriso sincero e palavras de conforto. Ela jamais suspeitara da verdadeira identidade do rapaz, imaginando-o apenas como um amigo bondoso que lhe fazia companhia nas horas mais difíceis. Quando ele estava por perto, a donzela sentia um calor inexplicável em seu coração, embora nunca houvesse ousado expressar isso em palavras.
A história deles, ainda em seus primeiros capítulos, parecia desafiar as rígidas barreiras sociais que separavam a nobreza da simplicidade das ruas. Para Aegon, cada momento ao lado da donzela cega era uma lembrança de que o amor verdadeiro transcende riquezas, títulos ou poder. Ele sabia que precisaria enfrentar os obstáculos impostos por sua posição real, mas no fundo de sua alma, estava determinado a proteger aquele vínculo puro e precioso, mesmo que tivesse que lutar contra o mundo para isso.
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A tranquila noite que envolvia o castelo do Lorde Corlys e da Princesa Rhaenys em Driftmark com seu clima ameno e sereno, foi abruptamente interrompida. Durante o jantar, a jovem princesa Rhaena, com os olhos arregalados e a taça de suco de uva em suas mãos, derrapou a bebida sobre a mesa, seus dedos trêmulos refletindo a repentina onda de terror que a dominava. Luke, sentado ao seu lado, percebeu a tensão em seu olhar e, compartilhando da mesma angústia, saltou de sua cadeira e correu para ampará-la.
O ambiente da sala se tornou pesado, o silêncio opressor tomando conta enquanto todos aguardavam ansiosamente por uma explicação.
- Dragãozinha? - A voz de Daemon, era suave e preocupada, buscando entender a origem do medo estampado no rosto da filha.
Rhaena, ainda perdida nas imagens vívidas e aterradoras que dançavam diante de seus olhos, tentou reunir forças para falar. Suas palavras tremiam, carregadas de um desespero profundo.
- O perigo se aproxima. - Ela murmurou, a visão de sangue e morte que a assombrava tomando forma em sua mente. - A Triarquia se ergue novamente. Eles planejam atacar as embarcações do vovô. E a magia negativa... ela se espalha, trazendo consigo uma doença mortal, capaz de ceifar inúmeras vidas.
O clima na sala se tornou ainda mais sombrio. A revelação de uma ameaça iminente não só à segurança de Westeros, mas à própria existência da família, deixou todos atônitos. O destino parecia pendurado por um fio, e, mais uma vez, os Targaryen teriam que unir forças para enfrentar os perigos que se aproximavam, tanto na forma de uma guerra devastadora quanto na ameaça invisível da doença.
Os príncipes Jacaerys e Lucerys trocaram um olhar de entendimento, reconhecendo a urgência da situação. Sabiam que, independentemente do que acontecesse, seriam forçados a enfrentar a guerra que se aproximava. Determinados a apoiar o avô na retomada dos Degraus, entendiam que seria necessário convencê-lo, contra a vontade da mãe, a Princesa Rhaenyra, a embarcar na batalha. O futuro prometia dificuldades, mas os jovens Velaryon estavam dispostos a enfrentar os desafios que viriam em nome da família e do legado que precisavam proteger.
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A princesa Rhaenyra observava com o coração apertado seus filhos se preparando para a guerra. Cada movimento deles, cada peça de armadura colocada com cuidado, parecia pesar como uma rocha em seu peito. Nenhuma mãe poderia ver seus filhos se armando para um campo de batalha cruel e implacável sem sentir uma dor que a rasgava por dentro. As discussões anteriores haviam sido intensas, a firmeza nos olhares de Jacaerys e Lucerys quando decidiram que não iriam deixar o avô partir sozinho, mesmo contra sua vontade. Eles haviam afirmado com uma convicção própria de quem carregava um legado: iriam lutar em nome de Laenor, seu pai, e defenderiam tudo o que ele representava.
As armaduras dos Velaryon brilhavam à luz da noite, refletindo a força e o orgulho nos olhos dos jovens príncipes. Eles estavam prontos, mas a princesa Nyra sentia o peso da decisão em seu peito, uma mistura de orgulho e uma dor inexplicável. Sabia que estavam fazendo o que era certo, mas a ideia de vê-los partir para nunca mais voltar a consumia.
- Que os deuses os abençoem, meus meninos. Voltem para mim, por favor. Eu amo vocês. - Rhaenyra dizia, a voz embargada, um fio de esperança entrelaçado nas palavras enquanto beijava a testa de cada um. O gesto era de despedida, mas também de uma promessa silenciosa de que a mãe nunca os deixaria de lado.
Os meninos, agora armados, se despediram com abraços apertados, sabendo que aquele era o último momento de infância entre eles. Joffrey, o irmãozinho, olhava com os olhos grandes e tristes, querendo seguir junto. A dor de Rhaenyra foi quase insuportável ao vê-los partir, mas ela sabia que estavam indo para proteger o legado de Laenor, para defender a família, seu povo e o futuro.
Ao saírem do quarto, encontraram o príncipe Daemon Targaryen na porta. Sua expressão era severa, mas os olhos brilhavam com uma emoção que ele raramente demonstrava.
- Eu sempre estarei vendo vocês, meus meninos. Sejam o fogo que incendeia tudo em seu caminho. - Suas palavras eram simples, mas carregadas de uma força que os príncipes sentiram até os ossos. Ele, que havia sido como um pai para eles, agora os enviava para a guerra com seu próprio tipo de bênção, forte, silenciosa e inabalável.
Com um abraço apertado, os príncipes receberam o apoio de Daemon, o homem que mais do que ninguém, sabia o que era enfrentar o impossível. Ele não precisava dizer mais nada. Seu olhar e suas mãos no ombro deles diziam tudo.
Quando chegaram ao fosso dos dragões, suas noivas os aguardavam. Baela e Rhaena, com os rostos carregados de preocupação e um amor adolescente que transbordava sem palavras, estavam ali. As despedidas não eram fáceis, e nenhum dos dois queria deixar a segurança do momento para enfrentar o que estava por vir. Jacaerys e Baela, com os olhares se cruzando por um instante que parecia parar o tempo, se abraçaram com uma suavidade que denunciava a intensidade do vínculo deles, um tipo de afeto inexperiente, mas absoluto.
- Eu voltarei para você, Baela. Espere por mim. E... se proteja. - Jacaerys sussurrou, seu abraço apertado mostrando não só a dor da separação, mas o desejo sincero de que ela estivesse bem. Ele não queria dizer, mas o medo de perdê-la estava ali, visível em sua voz trêmula.
Baela, com os olhos cheios de amor e uma timidez que vinha da juventude, respondeu com suavidade: - Eu vou, Jace. Cuide-se também. Não faça nada imprudente. Eu... eu preciso de você aqui quando tudo acabar.
O sorriso tímido dele, foi a única resposta que ele conseguiu dar antes de se afastar, mas seu olhar ficou preso no dela por um tempo, como se tentasse guardar aquele momento para sempre.
Ao mesmo tempo, Rhaena e Lucerys se envolviam em um abraço silencioso. Os dois não precisavam de palavras para entender a gravidade da situação, mas o amor deles transbordava em cada toque, em cada gesto. Rhaena, com um suspiro suave, olhou para ele com uma vulnerabilidade que só um adolescente poderia expressar de maneira tão pura.
- Minhas visões vão te ajudar. Promete que vai voltar? Não me deixe sozinha, Luke, por favor. - A voz dela tremia, mas o olhar estava determinado, mais forte do que qualquer receio.
Lucerys, com um sorriso tranquilo, acariciou o rosto dela de forma carinhosa, como se quisesse dar-lhe toda a certeza que ele não poderia prometer. - Eu prometo, minha princesa. Eu volto, inteiro e com tudo que você precisa de mim.
Os colares de jade Valiriano brilharam entre eles, símbolos não apenas de um vínculo, mas de uma promessa silenciosa de que, independentemente de tudo, estariam juntos, seja onde o futuro os levasse.
Quando os dragões, Vermax e Arrax, surgiram, suas presenças imponentes fizeram o fosso ecoar. Mesmo jovens, os dragões eram grandes, sua força mais evidente do que nunca. A magia das poções preparadas por Daemon, usando o grimório ancestral dos Targaryen, havia acelerado seu crescimento, tornando-os ainda mais poderosos para o confronto que se aproximava. Quando os príncipes montaram, sentiram a energia pulsando no ar, como se a luta já estivesse começando no momento em que os dragões tomaram o céu.
Era a despedida mais difícil de todas, mas também o início de um novo capítulo, onde eles lutariam não apenas pelo que amavam, mas também por aquilo que acreditavam.
Continua...
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