Capítulo 5

Ele não se aproximou, tão pouco falou comigo. Seu olhar queimava minha pele como brasa mas quando eu diminuía o passo ele aumentava a distância, não tenho dúvidas que ele não está nada satisfeito com o trabalho. As vezes ele parava para conversar com outros NEs em um tom muito baixo, sua voz era um mistério.

Nos portões eu precisei subir novamente no muro o que acarretou em um rompimento dos pontos por esforço, alguns machos me ofereceram ajuda para ir ao hospital mas ele espantou todos com seu rosnado irritado. Claro que eu não aceitaria ajuda mas iria dispensa-los de uma forma mais gentil.

Mais uma vez eu estava sobre uma maca esperando Trisha terminar os novos pontos, Fire ficou encostado ao lado da porta me encarando mortalmente. O que eu fiz para ele me olhar desse jeito?

- Não ligue para o Fire, ele é um macho idiota e possessivo. - Trisha me tirou do transe com sua voz agradável, o macho rosnou em reclamação ao seu comentário. - Pare com isso Fire, seja mais gentil!

- Trisha, obrigada por refazer o curativo. - agradeci deixando o assunto sobre o enorme macho morrer ali a beira da praia.

- Vai se comportar? Tomar os medicamentos e repousar por um tempo? - com toda certeza eu não faria isso, não fui feita para ficar parada, já me machuquei varias vezes em trabalho e nunca consegui ficar em repouso. Remédios também eram um problema porque a maioria me deixava com sono e insdisposta. - Pelo silêncio, já notei que a resposta é não.

- Desculpe, eu não consigo ficar parada. - dei de ombros, mesmo assim ele me entregou analgésicos e antinflamatorios.

Sai do hospital a tarde já se esvaia, tenho certeza que terei relatórios para ler. Entrei em casa iguinorando Fire já que ele estava obviamente odiando o trabalho. Os relatórios estavam sobre a mesa da cozinha, baguncei os cabelos e notei que eu teria que deixar isso aqui mais seguro, subi para o meu quarto pegando algumas coisas e uns coldres com encaixe.

Coloquei uma pistola carregada aclopada ao tampo da ilha, dois pentes carregados do outro lado e uma faca, no sofá coloquei outra pistola carregada entre as almofadas e duas facas ao lado da lareira. Quando terminei meu trabalho me joguei dentro da banheira com água fria, era muito relaxante o suficiente para me fazer coxilar.

Quando acordei já era noite, meu corpo tremia de frio e os dedos estavam engilhados, me sequei e vesti uma calcinha preta boxer com uma blusa de Hóquei que tinha ganho do Gezy no último aniversário que eu comemorei, exatos três anos. Meu cabelo estava um caso perdido, amarrei em um coque frouxo e desci as escadas, para minha surpresa Fire estava ma cozinha colocando algo no microondas, farejou o ar e me olhou de cima a baixo, senti meu corpo tremer por completo e me estapeei mentalmente por ter vestido essa roupa.

- Oi, Fire. - novamente sem resposta, ele apenas me encarava. Resolvi não continuar tentando e sentei a mesa para olhar os papéis com os relatórios.

O Cory relatou que o carro não saiu da posição até sua troca de turno mas notou movimentação perto dele como se eles também nos observassem. Peguei o relatório seguinte que dizia a mesma coisa sendo que o carro foi visto saindo às 17h. Batuquei meus dedos sobre a mesa pensativa e o cheiro de lasanha fez minha barriga reclamar em busca de atenção, Fire estava sentado na ilha com um prato de lasanha em sua frente e outro a frente dele como se me esperasse paciente.

Eu sabia que ele não iria falar por isso resolvi dar atenção ao meu estômago me sentando a frente de Fire e beliscando a lasanha que estava deliciosa. Ele também começou a comer mas parou se mostrando incomodado, tateou sob o tampo da ilha e desaclopou minha arma me encarando com descrença, acabei rindo igual uma criança travessa.

- Preso por minha segurança, nem sempre estou armada. - dei de ombros mas ele não pareceu convencido, largou a arma sobre a ilha e rosnou. - Você só sabe rosnar? Olha, se não está gostando da minha companhia pode sair, eu não vou reclamar e muito menos me dirigir ao Justice por isso. Além de que tem outros NEs que podem ficar de olho em mim, mesmo que eu não precise dessa coisa de babá. - ele rosnou novamente, aquilo já estava me irritando, se ele não gosta de mim porque não vai embora? - Você não é mudo e eu sei bem disso!

- Não, Ella. Eu não sou mudo. - sua voz era forte, firme, rouca e sensual. Meu corpo respondeu imediatamente aquilo e minha calcinha sentiu tudo. - Não vou permitir outro macho perto de você e não quero que se sinta desprotegida perto de mim. Você é minha fêmea.

- Co... como é?  - gaguejei, a primeira vez na minha vida que eu fico dessa forma na frente de um homem. Eu sou sua? Ah amiguinho, não vamos tão longe.

- Você é minha. Acho bom se acostumar com isso. - seu sorriso era predatório, cruzei as pernas para evitar minha combustão, tentei me concentrar na raiva que estava nascendo por essas palavras.

- Não, não vou me acostumar. Eu não sou de ninguém, Fire. Não sou sua. - forcei as palavras para que não gaguejasse novamente igual uma adolescente cheia de hormônios.

- Ah, você vai se acostumar sim. Porque eu vou te amarrar na cama até que grite para os quatro cantos de Homeland que você me pertence, ruivinha. - certo, minha calcinha já era, minha sanidade estava beirando o precipício. Esse homem estava me deixando deslocada em meu próprio corpo, ele ronronou ao sentir meu cheiro, estava pronta para correr e me trancar no quarto quando bateram na porta. Me apressei em atender.

- Sheldon, oi. - ele estava muito bonito, vestido de um jeito casual, os cabelos estavam bagunçados e o sorriso estampado no rosto.

- Oi, Ella. Queria saber se quer sair para jantar hoje, conversar um pouco. - eu sorri retribuindo seu gesto, eu odiava sair para jantar.

- Desculpe, é que o Fire fez a janta hoje. Mas podemos marcar outro dia. - eu ia me afastar da porta mas ao dar um passo para trás minhas costas se chocam com uma parede de músculos.

- Nem hoje, nem nunca. - ele bati a porta rosnando, fico de frente para ele com um olhar indignado.

- Porque fez isso?! Você não manda em mim Fire! - minha voz não alterou mas minha irritação estava presente.

- Vou te mostrar que você é minha... que me pertence e nenhum macho pode chegar perto de você... - ele se aproximou colando nossos corpos e minhas pernas banbearam. Merda!

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