─── PROLOGUE
PRÓLOGO
o nascimento
111 D.C
❝ algumas crianças simplesmente
nascem com tragédia no sangue ❞
Um, respire.
Dois, respire.
Três, respire...
─── Droga! ─── O grito de Daelyra ecoou no quarto, seus dedos crispados agarrando com violência o lençol encharcado de suor. Lágrimas vertiam de seus olhos, não apenas pela dor lancinante, mas pelo medo que a consumia. Aquela era sua primeira gestação, e ela jamais imaginara que estaria trazendo ao mundo um bebê. Não tinha sua mãe para tranquilizá-la; a única presença familiar era a de sua tia Saelys, cujo olhar denotava uma tensão nervosa, observando atentamente se Daelyra conseguiria ou não gerar herdeiros.
Mas Saelys estava ali para assegurar que Daelyra não enfrentasse o mesmo destino trágico de sua mãe, perdendo a vida durante o parto.
A atmosfera no quarto era sufocante. Horas se arrastavam enquanto Daelyra lutava contra as dores cada vez mais agudas.
E isso não podia ser um bom sinal.
O estrondo dos trovões preenchia o ar.
Os gritos angustiados de Daelyra ressoavam pelos corredores.
Olhares nervosos eram trocados entre Saelys e Malyrion.
A tempestade que assolava Dragon Island desde o dia anterior apenas intensificava. O impacto das gotas de chuva contra as janelas era ensurdecedor, ampliando a aflição de Daelyra. Os trovões, que cresciam em frequência, despertavam memórias dolorosas do dia em que sua mãe sucumbiu.
Ela revivia o momento, uma cama idêntica, os gritos ecoando tão alto que pareciam alcançar cada canto da ilha.
Daelyra não queria seguir o mesmo destino trágico de sua mãe. Não desejava perder a vida presa numa cama, sentindo algo sem vida emergir de seu ser. A agonia e o temor da possibilidade da própria morte durante aquele parto assolavam cada respiração.
Então ela respirou mais uma vez, mas dessa vez não foi apenas um suspiro, foi um grito estridente que escapou de sua garganta já rouca. Ela gritou com todas as suas forças, um apelo à vida, mas nada veio. O silêncio apenas ecoava no quarto, agravando a sensação de desespero que tomava conta de Daelyra. Ela estava começando a sentir a exaustão se apoderar de seu corpo, cada grito retirando um pouco mais de suas forças já debilitadas.
Rhaenyra, uma figura recentemente grávida com uma expressão preocupada, surgiu na porta dos aposentos, interrompendo o clima tenso. Daelyra soltou um suspiro de alívio ao vê-la, buscando algum conforto na presença da prima. No entanto, Rhaenyra não correspondeu à reação de alívio. Ela se apressou em direção a Daelyra, ajoelhando-se ao seu lado.
─── Você chegou. ─── Daelyra murmurou, aliviada, como se a simples presença de Rhaenyra fosse capaz de trazer alguma solução. E de fato, isso poderia acontecer. Apesar do amor de seu marido e da preocupação de sua tia, Malyrion parecia visivelmente tenso, mesmo tentando disfarçar ao segurar a mão de sua esposa, e Saelys, bem, a situação mental dela apenas aumentava a aflição de Daelyra.
─── Peço desculpas pela demora. ─── Rhaenyra tentou sorrir, buscando acalmar sua amiga, mas seu gesto foi interrompido por mais um grito de Daelyra. Rhaenyra, então, passou as mãos pela testa suada de sua prima. ─── Dae, fique calma. Escute, precisamos seguir as orientações das parteiras e você precisa respirar profundamente.
Daelyra fez um esforço para acalmar sua respiração, mas logo em seguida, um grito agudo escapou de seus lábios enquanto ela fazia força. Era um grito angustiante, ecoando pelo quarto, seguido pelo rugido estrondoso de Saenerax, sua dragoa, que pairava em círculos ao redor do castelo desde que o trabalho de parto de Daelyra começara. A agonia da situação tornava-se quase palpável com cada novo som que reverberava naquela sala impregnada de tensão.
Percebendo a agitação da dragoa, Saenerax, Rhaenyra olhou para cima, os olhos se encontrando com a fera que rodeava o castelo. Era um vislumbre assustador, mas ela sabia que aquela criatura estava ali para proteger sua montadora, não para ameaçar. Concentrando-se novamente em Daelyra, Rhaenyra acariciou seu rosto suado, tentando transmitir serenidade.
─── Daelyra, você precisa se concentrar. Apenas mais um pouco, meu amor. ─── Malyrion a incentivou, seus olhos transbordando preocupação e anciedade. ─── Lembre-se do que seu pai lhe disse, concentre-se no que está por vir, não na dor.
Daelyra fechou os olhos por um breve instante, tentando seguir o conselho de seu marido, forçando-se a focar na orientação das parteiras e de seu pai que ecoavam em sua mente. O barulho dos trovões lá fora parecia agora em sintonia com as batidas aceleradas de seu coração.
De repente, uma nova onda de dor a atingiu, uma mais forte. Seu grito se misturou ao rugido da dragoa. Parecia que cada célula de seu ser estava sendo desafiada, era como uma batalha entre a vida e a dor.
E ela não sabia qual queria escolher.
No entanto, entre os ruídos ensurdecedores, algo mudou. Um segundo grito, um choro agudo ecoou no quarto. Um som de vida, puro e indefeso, inundando o ambiente.
Daelyra abriu os olhos, sua visão embaçada pela exaustão e pela intensidade da dor, buscando desesperadamente uma razão para aquele novo som. Seus olhos encontraram seu marido, segurando o bebê, envolto em uma manta, um sorriso radiante agora iluminando seu rosto. A alegria transbordava em seu semblante, e Daelyra sentiu um calor reconfortante diante da cena, mesmo ainda envolta pelo caos do parto.
Ela tentou se erguer para receber seu filho nos braços, uma mistura de felicidade e alívio prestes a se materializar. Mas antes que pudesse completar o movimento, uma dor dilacerante a acometeu novamente, como se seu corpo estivesse sendo partido ao meio.
Um gemido escapou dos lábios trêmulos de Daelyra, seus olhos se arregalaram em confusão e desespero ao sentir mais contrações, contrariando tudo o que achava possível. As parteiras ao seu redor trocaram olhares preocupados, e uma delas, com a voz tensa, anunciou o inesperado.
─── Está vindo outro bebê.
A notícia desencadeou um turbilhão de emoções em Daelyra. Ela mal teve tempo de processar a ideia de que estava prestes a dar à luz mais uma vez quando uma onda de dor a envolveu novamente, muito mais intensa do que antes. Era como se seu corpo, já exaurido pelo esforço do primeiro parto, estivesse agora desafiando todos os limites.
Saelys observava tudo com uma seriedade intensa, vendo a agonia estampada no rosto de Daelyra enquanto ela lutava para trazer a vida ao mundo, novamente. Seus próprios olhos refletiam a tormenta interior, revivendo as memórias dos partos difíceis e das perdas que havia enfrentado.
Enquanto se aproximava do leito onde Daelyra agonizava, Saelys tentava manter a calma, embora o turbilhão de lembranças a assombrasse. Ela sabia que suas palavras podiam fazer a diferença entre a vida e a morte naquele momento crucial.
─── Saia. ─── A mais velha sussurrou para Rhaenyra, que a encarou aflita mas logo a obedeceu. Logo Saelys voltou seu foco para Daelyra, que nem ao menos percebeu a saída da outra Targaryen. ─── Daelyra, escute-me atentamente. ─── disse Saelys, mantendo a voz firme, porém reconfortante. ─── Sei que está assustada, mas precisa se concentrar. Você é forte, muito mais do que imagina. Respire fundo e concentre-se em cada respiração. Não se deixe levar pelo medo. Lembre-se, mesmo diante da dor, você está trazendo vida a este mundo. Essa batalha é árdua, mas você tem a força para vencê-la.
Daelyra, entre gemidos de dor, fixou os olhos na tia, buscando uma centelha de esperança na expressão preocupada de Saelys.
─── Está doendo tanto... ─── sussurrou Daelyra, sua voz trêmula carregada de angústia.
Saelys segurou as mãos de Daelyra com firmeza, transmitindo o calor e a segurança que podia oferecer naquele momento. Sua própria voz carregava a experiência de décadas de tragédias.
─── Eu sei, querida, eu sei. Mas você não está sozinha nisso. Nós estamos aqui com você. Lembre-se, o seu corpo sabe o que fazer, confie nele. Siga as instruções, respire fundo, concentre-se no presente. Você vai superar isso, assim como sua mãe teria desejado para você.
A menção à mãe de Daelyra trouxe uma onda de tristeza, mas Saelys lutou para manter o foco, consciente de que o tempo era precioso naquele momento.
─── Você é uma guerreira, assim como sua mãe foi. Eu sei que é difícil, mas você é forte. O bebê está quase aqui. Apenas mais um esforço, mais uma respiração profunda.
Daelyra tentou seguir as instruções, lutando contra a dor lancinante que parecia consumi-la. Seu rosto contorcido em agonia refletia a tormenta interna, mas ela se esforçava para se concentrar nas palavras de Saelys, buscando força na experiência da tia.
Enquanto Saelys tentava acalmar e orientar Daelyra, o ambiente no quarto estava carregado de tensão. O choro do primeiro bebê sendo levado para fora do quarto, o murmúrio das parteiras coordenando os esforços e o som da tempestade lá fora compunham uma sinfonia caótica.
─── Eu não sei se consigo... ─── gemeu Daelyra, seu corpo tremendo de exaustão.
─── Você consegue, minha querida. Eu sei que consegue. Você está trazendo a vida ao mundo. Não desista agora. Sua força é admirável, e esse bebê merece sentir o calor dos seus braços.
Saelys encorajava Daelyra, mas sua própria voz vacilava, lembrando-se das perdas que havia enfrentado em seus próprios partos. Mas ela se forçava a ser a rocha naquele momento, concentrando-se em orientar a sobrinha para que o destino não repetisse a tragédia que assolara a família.
O silêncio tenso dominou o quarto, quebrado apenas pelos gemidos de Daelyra e pelo ruído da tempestade lá fora.
Enquanto Daelyra se esforçava para dar à luz ao segundo bebê, as emoções conflitantes a consumiam. Entre a dor excruciante que estava tendo e a esperança de ter seu bebê nos braços, um turbilhão de pensamentos ruins e bons a inundava. Ela cerrava os dentes, determinada a atravessar aquele último obstáculo, era apenas respirar fundo.
Ela precisa apenas respirar fundo, se ela fizer isso terá seu filho ou filha em seus braços.
Apenas respirar fundo.
Então Daelyra deu mais um grito, usando todas as suas forças para retirar a criança de seu ventre.
E ela conseguiu.
De repente, o quarto ficou silencioso mais uma vez. Um silêncio que ecoava mais alto que qualquer grito, mais ensurdecedor que a tempestade lá fora. Enquanto Daelyra aguardava o choro do recém-nascido, seu coração pulsava forte em antecipação.
Mas não havia choro.
A expressão de Daelyra, antes de alívio e esperança, tornou-se confusa. Ela estendeu os braços para pegar sua filha recém-nascida do aperto de uma das parteiras, alegria e preocupação misturando-se em sua face suada. No entanto, ao segurar a pequena nos braços, seu sorriso murchou ao perceber algo errado.
Ela não chorava. Não se movia. Não fazia nada.
Um frio intenso a envolveu, seu coração parecia congelar no peito. Ela olhou para sua família em busca de uma resposta, esperando que fossem apenas suas próprias suspeitas infundadas.
Apenas uma ilusão.
No entanto, ao se deparar com os olhares tristes e preocupados de Saelys, e de Malyrion, seu estômago se contorceu em angústia. A dura realidade começou a se insinuar em sua mente tumultuada.
─── O que está acontecendo? Por que vocês estão assim? ─── Daelyra questionou, sua voz trêmula, sua alma implorando por uma resposta diferente.
Malyrion, com os olhos marejados, respirou fundo antes de encará-la.
─── Meu amor... a nossa filha... ela não está se movendo, não está respirando, ela...
Aquelas palavras atingiram Daelyra como um raio, fazendo-a sentir um vazio agonizante. Ela segurou sua filha mais forte, tentando de alguma forma despertá-la para a vida. Mas não houve resposta.
O coração de Daelyra parecia despedaçar-se, o desespero tomando conta dela. Ela queria que fosse mentira, um pesadelo do qual pudesse acordar a qualquer momento.
─── Não, não é verdade! ─── Daelyra balbuciou, a voz tomada pela dor e pelo pânico. Ela tentou segurar a filha mais perto, suplicando por um milagre.
As parteiras, em um esforço desesperado para salvar a criança, pegaram a pequena dos braços da mãe e correram para uma área do quarto preparada para situações emergenciais, Saelys as seguindo de perto. Enquanto tentavam reanimá-la, Daelyra assistia congelada, lágrimas inundando seus olhos.
No entanto, o silêncio persistia. Não havia choro, não havia movimento. O desespero de Daelyra aumentava a cada segundo que passava.
O bebê não estava reagindo bem. A parteira, agora com gestos mais apressados, tentava reanimar a recém-nascida, enquanto o choro cessava e dava lugar a um desesperador silêncio.
Ela sentiu uma energia selvagem borbulhar dentro de si, um grito de angústia ecoando de sua alma ferida. Ela se contorceu, tentando se levantar, mas foi detida pelos braços firmes de Malyrion, que a abraçava com força, tentando oferecer o mínimo de conforto em meio ao caos.
─── Por favor, deixe-me ir! Eu preciso... me solte! ─── Daelyra implorava gritando, seus olhos fixos no drama que se desenrolava à sua frente enquanto ela se debatia nos braços do homem.
Malyrion segurou-a com firmeza, mesmo diante de seus próprios sentimentos devastados.
─── Daelyra, por favor, fique aqui. Você precisa se acalmar. Eu estou aqui com você. Precisamos confiar nas parteiras.
Daelyra ainda lutava, seu coração partido em mil pedaços, o grito preso na garganta. Ela viu o desespero das parteiras,o olhar lacrimoso de Malyrion e um olhar pensador em Saelys, que passou a ser frequente. O quarto parecia girar ao seu redor, a dor e a negação tomavam conta de seu ser.
Ela ansiava por um milagre, esperando que a vida retornasse àquela pequena criança, mas no fundo de seu coração, Daelyra sabia que algo terrível havia acontecido. A sensação de impotência a sufocava, como se estivesse presa em um pesadelo do qual não poderia acordar.
As parteiras continuavam suas tentativas desesperadas para reanimar o bebê, mas o silêncio persistia, cortante e cruel. Cada segundo de quietude delas era como uma eternidade de agonia para Daelyra.
Saelys, observando a situação com olhos experientes e uma tristeza profunda, desviou o olhar da cena angustiante para a janela embaçada pela chuva incessante. Ela sentia o peso da responsabilidade e o fardo das ações que tomara. Então ela ordenou que as parteiras se retirarem do aposento, as mesmas saíram rapidamente com a ordem rude da Targaryen.
Num movimento rápido, Saelys se aproximou da recém-nascida, segurando-a com gentileza e ternura. Seu olhar era uma mistura de dor e resolução, como se estivesse enfrentando um dilema terrível.
Saelys encarava a sua neta, sua neta morta. E ela sentiu uma dor no coração ao vê-la, ela parecia um anjo, tão serena.
Ela quase se pôs a chorar, uma garota.
Ela sempre quis ter uma filha, mas os deuses não lhe deram esse desejo.
Mas os deuses também nunca quiseram a dar um filho, então ela mesma a deu um.
Ela falhou ao dar uma filha ao seu marido, e ela não iria deixar o mesmo acontecer com sua sobrinha.
O coração de Daelyra disparou ao ver a movimentação de sua tia. Ela tentou se soltar dos braços de Malyrion mais bravamente, seus olhos arregalados fixos na cena diante dela. Um turbilhão de pensamentos invadiu sua mente, mas a exaustão física e emocional a mantinha presa em um estado de confusão e desespero.
Saelys segurava a criança com ternura, mas seu olhar mostrava um misto de sofrimento e determinação. Com movimentos rápidos, retirou um frasco de seu vestido, um líquido escuro contido nele. A expressão de Daelyra se tornou ainda mais aflita ao testemunhar aquilo, incapaz de compreender o que estava prestes a acontecer.
Numa decisão rápida e sem hesitação, Saelys abriu suavemente a boca da pequena e despejou o líquido. O gesto foi rápido, quase imperceptível, mas para Daelyra, que gritava em agonia, tentando se libertar para impedir o que estava ocorrendo, presa em seu próprio tormento, tudo parecia acontecer em câmera lenta. Ela viu a movimentação de Saelys, mas a confusão em sua mente e a dor em seu coração a impediam de entender plenamente o que acontecia. O coração da jovem mãe batia descompassado, apenas uma mistura de terror e incredulidade inundando seus sentidos.
Os acontecimentos se desenrolavam diante dela, enquanto Saelys, com uma serenidade estranha e determinada, caminhou em direção à janela. O choro angustiado de Daelyra, tentando se libertar do abraço de Malyrion, ecoava pelo quarto, enquanto as súplicas dele seguiam logo atrás. Seu grito foi seguido pelo rugido estrondoso de sua dragoa, um som tão intenso que rachaduras se formaram nas janelas.
Mas então algo inesperado aconteceu. A criança, que anteriormente parecia imóvel e sem vida, começou a se mexer. Um sinal de vida, uma mudança repentina e surpreendente.
Daelyra, atordoada e confusa com o que estava acontecendo, observou com olhos incrédulos. Uma onda de emoções contraditórias a invadiu, da incredulidade à esperança, do desespero à surpresa.
A recém-nascida, que anteriormente parecia destinada a um destino sombrio, agora demonstrava sinais de vitalidade. A agonia e a aflição no quarto foram substituídas por um silêncio tenso e surpreso.
O turbilhão de sentimentos dentro da jovem mãe era avassalador, sua mente incapaz de processar totalmente o que acabara de testemunhar.
Que porra está acontecendo?
Ainda abalada, Daelyra olhou para Saelys quieta, tentando decifrar as ações da tia que haviam desencadeado essa surpresa. O olhar de Saelys agora era uma mistura de relaxamento e serenidade. Este seria um segredo guardado a sete chaves entre elas.
A expressão de Daelyra era um reflexo da confusão em sua mente, tentando compreender o que havia ocorrido e o que poderia vir a seguir.
Daelyra finalmente pôde se libertar do abraço de seu marido após o mesmo ouvir o choro. Com passos apressados e trêmulos, ela avançou em direção à sua tia e arrancou a sua filha de seus braços com rapidez. Segurou sua bebê com um misto de receio e afeto, como se temesse que a pequena desaparecesse de seus braços a qualquer momento. Lágrimas brotaram de seus olhos, vertendo em uma torrente silenciosa enquanto ela lutava para conter a emoção avassaladora.
Daelyra fitou intensamente sua tia, uma mistura complexa de medo e gratidão transparecendo em seu olhar. Agradecia à Saelys por tudo que fizera, mas ao mesmo tempo, o temor dominava seus pensamentos. Ela se via tomada pelo medo de descobrir como sua filha havia resistido à provação do nascimento. O receio de que algo pudesse estar errado a assolava, mesmo com a alegria do nascimento recente pairando no ar.
Mas sua filha estava viva, isso que importava.
Certo?
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