⋆ ┊PRÓLOGO . ˚✦
"A princesa Alyssa Targaryen, cumprindo o que disse ao marido 'que o daria um exército de filhos', engravidou naquele mesmo ano, e foi dito que o marido dela, príncipe Baelon Targaryen, o Bravo, confessou ao irmão mais velho, o herdeiro do trono, Aemon Targaryen, que estava torcendo por uma menina.
Baelon, já pai de dois meninos, Viserys e Daemon, teve sua tão desejada filha. Mas perdeu a esposa no mesmo dia, a jovem de olhos destoantes que tanto amava."
Arquimeistre Aeryon T.
Fogo, Sangue e Tragédias- uma história das mulheres Targaryen.
O ano era 90 DC (depois da conquista) quando ela veio ao mundo.
A princesa Visenya Targaryen nasceu em uma noite particularmente estrelada na fortaleza ancestral de sua família, Pedra do Dragão, como se as próprias estrelas estivessem se inclinando para ver a pequenina.
Sua mãe, que estava grávida há apenas sete luas, princesa Alyssa Targaryen, havia viajado até a fortaleza com parte da família para escolher um ovo de dragão para o bebê (já que os dragões fêmeas em Porto Real não haviam colocado nenhum naquela época), ela então entrou subitamente em trabalho de parto, e sobreviveu apenas algumas horas após segurar a primeira e única filha nos braços.
O pai dela, Rei Jaehaerys I, que havia ficado na Fortaleza Vermelha, não pôde nem mesmo se despedir da filha.
E a morte da princesa Alyssa foi apenas uma das várias tragédias que se abateriam sobre a família real nos próximos anos.
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No mesmo dia em que ela nasceu, foi também o dia em que a mãe dela, a princesa Alyssa Targaryen, esposa do príncipe Baelon, filha do Rei Jaehaerys e da Rainha Alysanne, morreu após o parto.
Em seus momentos finais, a mãe a segurou fortemente nos braços e deu-lhe o nome de Visenya, em homenagem à primeira mulher de Aegon, o Conquistador.
Alyssa escolheu este nome apesar da história da família com Maegor e a primeira Visenya.
A princesa esperava que a sua menina fosse tão destemida como a antiga rainha Targaryen de mesmo nome.
E Visenya, a segunda a possuir esse nome, cresceu para ser tudo o que a mãe queria que ela fosse, para ser, talvez, tão grande quanto a Rainha Conquistadora.
Tal como a mãe, a pequena Visenya não se comportava como uma princesa. Sempre que possível, usava roupas de menino, seguia o irmão Daemon e evitava as outras garotas do castelo. Preferia cavalgar, escalar e duelar com espadas de madeira do que costurar, ler e cantar.
Tal como Alyssa Targaryen, Visenya tinha o coração de um guerreiro no corpo de uma mulher.
O pai dela, Baelon Targaryen, costumava passar mais tempo com a sua filha mais nova do que com os seus dois filhos mais velhos, Viserys e Daemon.
A semelhança da filha com sua falecida esposa aquecia-lhe o coração e acalentava um pouco a saudade que o príncipe sentia de sua amada de olhos destoantes.
Alyssa, atrevida como era, havia levado os dois primeiros filhos para voar em Meleys, o dragão da princesa, quando eram recém-nascidos.
E, com a sua morte, a responsabilidade de continuar a tradição criada por Alyssa recaiu sobre o pai da menina, Baelon.
Que levou a pequena Visenya para voar em seu próprio dragão, a enorme Vhagar, que tinha sido o dragão da Rainha com o mesmo nome da pequenina.
Visenya tinha onze anos quando o pai dela morreu e ela se tornou oficialmente órfã.
No mesmo ano da morte do pai, a Princesa Visenya reclamou um dragão para si.
Para choque dos seus irmãos mais velhos e de Westeros, a criança tinha se ligado ao dragão chamado de O Canibal pelo povo de Pedra do Dragão.
O maior e mais velho dos dragões selvagens.
Este foi apenas um prelúdio de quem Visenya viria a se tornar no futuro.
Uma guerreira forte, destemida e tão selvagem como o dragão que montava.
Quando ela era criança, às vezes, ela pensava que podia sentir isso. Algo espreitando.
Quase como se houvesse algo a dizendo que algo muito ruim aconteceria em breve.
Ela pensou que não era nada. Que tudo ficaria bem.
Então, ele morreu.
Foi Viserys quem contou para ela sobre a morte do pai deles.
Visenya se lembrava de ter gritado e chorado por horas, agarrada ao irmão mais velho até finalmente adormecer.
Daemon veio mais tarde, antes da cerimônia onde eles queimariam o corpo do pai na tradição Targaryen, sua face não deixando nenhum sentimento a mostra, mas os olhos dele brilhavam com tristeza, algo que ela conseguia ver apesar das tentativas dele de esconder.
Daemon ficou contando histórias sobre o passado da família deles, tentando distraí-la da tragédia que se abateu sobre eles. Porém, nem mesmo ele, que sempre conseguia fazê-la sorrir, foi capaz de lhe trazer um sorriso ao rosto.
Visenya, que passava mais tempo agarrada ao pai do que longe dele, se sentia sozinha.
Quebrada de uma forma que as garotinhas de onze anos não deviam estar.
Primeiro, ela tinha perdido a mãe no dia em que veio ao mundo, muitos, de corações amargos e línguas de cobra, sussurravam que ela tinha matado a mãe.
Agora, ela tinha perdido o pai.
Baelon, que cantava em valiriano ou contava histórias para ela dormir, porque a mãe não estava lá para fazer isso.
Baelon, que a levava para voar em Vhagar sempre que podia e a dizia que assim como ele, cujo o ovo nunca chocou no berço, ela iria um dia se ligar a um dragão tão incrível quanto Vhagar.
Baelon, que a via praticar com espadas de madeira com um sorriso no rosto e a lembrança da mãe dela no coração.
Baelon, que propôs um brinde no aniversário de sete anos dela, a declarando sua "maior felicidade".
Visenya nunca tinha sentido uma dor como aquela. Uma perda como aquela. Ele sofria pela perda da mãe, mas como nunca a conheceu, a dor, apesar de grande, não era tão avassaladora. Era difícil sentir saudade de alguém que nunca conheceu.
Mas ela conhecia o pai. Conhecia e o amava. O amava infinitamente.
Ela se sentia quebrada.
E naquelas noites tristes e terríveis que se seguiram à morte do pai dela, Visenya escapava momentaneamente da dor sonhando com a mesma cena todas as noites.
"Ela estava nos arredores do Dragonmont, o vulcão que tinha criado a ilha de Pedra do Dragão. Ela tinha o cabelo prateado despenteado pelo vento forte, vestia uma túnica vermelho-sangue que ia até os joelhos e calças pretas, as cores de sua casa, os seus pés descalços pisavam em ossos de todas as formas e tamanhos.
À sua frente, uma sombra enorme observa-a. Longe dele, dois outros voavam, um era marrom-lama, o outro de um pálido branco-acinzentado, da cor da neblina matinal.
E no centro, elevando-se sobre os outros dois que voavam ao longe, estava um enorme dragão negro, que a fez por um momento imaginar que estava vendo Balerion novamente.
Entretanto, ele não era tão grande como Balerion, e seus olhos eram violetas, a fitando diretamente, suas asas próximas ao corpo, suas garras e patas esmagando ossos a cada centímetro que se aproximava dela.
Visenya podia sentir o calor do fogo a cada inspiração do dragão.
E apesar de toda a situação que se encontrava naquele sonho, Visenya Targaryen não sentiu medo".
Assim, enquanto decorria o Grande Conselho de 101 DC, que iria resolver a situação da sucessão de seu avô Rei Jaehaerys I, agora que Aemon e Baelon estavam mortos.
Visenya Targaryen, como um pedido ao avô para se afastar da Fortaleza Vermelha, viajava de navio para Pedra do Dragão, seguindo um sonho que ninguém tinha o conhecimento, nem mesmo Daemon.
E enquanto o seu irmão mais velho Viserys, era nomeado herdeiro de seu avô, Visenya procurava o dragão que atormentava os seus sonhos.
Ela não era estúpida, pelo contrário, em tenra idade, Visenya já era mais inteligente do que muitos adultos, conhecia as histórias, os contos, sabia quem eram aqueles dragões.
Ela sabia que eram os três maiores dragões selvagens, o Roubovelha, o Fantasma Cinzento e o aterrorizante Canibal.
A ideia de ir a um suposto local com dragões selvagens poderia ser tola e aterrorizante para qualquer um.
No entanto, Visenya, naquela tenra idade, depois de ter perdido o seu amado pai, não temia nada nem ninguém, nem mesmo os dragões que a podiam destruir em segundos.
Talvez fosse a ignorância encontrada apenas nas crianças. Ou talvez, fosse outra coisa.
Ela estava quebrada em centenas de pedaços, mas sonhar com aquele dragão negro, ver através dos seus olhos, juntava alguns daqueles pedaços.
Ela tinha que o encontrar. Ela sentia isso em sua alma.
Assim, numa manhã bem cedo, Visenya escapou dos seus guardas e do castelo de Pedra do Dragão e caminhou até aos arredores do Dragonmont.
E, tal como nos seus sonhos, os três dragões estavam lá, dois voando ao longe, sem prestar muito atenção nela.
E na frente dela, aquele dragão negro a olhava ferozmente, como se estivesse a um passo de a queimar até virar cinzas, mas havia certa curiosidade em seus olhos, como se soubesse que ela iria até ele.
Mais cedo ou mais tarde.
O Canibal aproximou-se lentamente dela, os dentes arreganhados, Visenya ficou imóvel, com o coração batendo descontroladamente no peito, a adrenalina correndo pelas veias dela.
Aqueles olhos violetas olharam diretamente para os olhos dela, de mesma cor.
Ele era magnífico e aterrorizante, enorme.
E Visenya só conseguia olhar para ele.
Ela sentiu o calor do fogo acariciar a pele dela com a proximidade do dragão selvagem, ela era tão minúscula comparada com a enorme altura daquele ser.
Ele aproximou a sua enorme cabeça da dela, e abriu a sua imensa boca, mostrando-lhe fileiras de dentes enormes e afiados, ainda manchados com o sangue de alguma criatura ou pessoa.
Visenya não se mexeu, ficou apenas olhando para ele, sabendo que se o dragão a quisesse morta, teria a matado assim que colocou os olhos nela.
Era como se ele já a conhecesse, como se já soubesse tudo sobre ela.
A mente infantil da princesa, imaginou que talvez ele também tivesse sonhado com ela, como ela sonhou com ele.
ㅡ Eu não tenho medo de você. ㅡ ela falou em alto valiriano, sua voz doce ecoando, sendo ouvida claramente pelo dragão, algo nele parecia o fazer entender a língua materna dela.
O Canibal ergueu a cabeça para o céu e rugiu, a terra pareceu tremer com o som, libertando depois uma chama de fogo quase púrpura que esquentou o ambiente.
Ainda assim, Visenya não se mexeu.
Ainda assim, Visenya Targaryen não sentiu medo.
Ela permaneceu imóvel no mesmo lugar, como se os seus pés estivessem presos ali.
ㅡ O fogo não pode assustar um dragão. ㅡ ela voltou a murmurar em alto valiriano.
O dragão baixou de novo a cabeça, aproximando-se ainda mais dela, os seus olhos olharam para a garota quase com confusão.
Então, Visenya Targaryen sorriu.
Um sorriso brilhante e gentil, e o dragão inclinou a cabeça para o lado em surpresa. Ele nunca tinha visto aquela expressão num rosto humano que olhava para ele, nunca.
ㅡ Sonhei com você durante muito tempo. ㅡ confessou ela ainda em valiriano. ㅡ A sua beleza não me assusta. Nada em você poderia me assustar. ㅡ ela acrescentou suavemente.
O dragão pareceu compreender as palavras dela.
E ele continuou a olhar para ela durante o que se pareceram horas, até que, no final, pareceu encontrar algo nos olhos dela, em sua alma e coração, algo que o impediu de a matar.
Talvez fosse a sua bravura, a sua coragem perante ele. Talvez fosse a sua bondade, e a sua personalidade amável e infantil.
Ou talvez, ele tivesse visto um espelho de sua própria alma no coração daquela pequena guerreira. Talvez tivesse visto a tristeza sem fim, e a selvageria escondida por trás de seu rosto infantil, talvez tivesse visto o coração de um guerreiro preso no corpo de uma menina.
Visenya estendeu o braço e ele aproximou lentamente a sua enorme cabeça da pequena mão da princesa.
Visenya riu ligeiramente enquanto acariciava as escamas negras do dragão. Ele era tão quente.
ㅡ Chamam você de Canibal. Mas esse não é o seu nome. Nunca foi. Você gostaria disso? De um nome para você? ㅡ ela sussurrou em alto valiriano.
(Nunca antes ele teve um nome. Um nome verdadeiro. Era estranha a situação em que ele encontrava, mas ele não se importou naquele momento. Nada mais importava. Ele conseguia sentir o coração dela, conseguia sentir o sangue dela bombeando ao mesmo tempo que o coração dele.
A alma dela um espelho da dele.
Dele.
Ela era dele.
E ele podia sentir isso no que o tornava ele.
O chamamento antigo que ele não podia ignorar. A magia de sangue. Aquela ligação preciosa que tantos antes dele tiveram.
Algo que ele nunca teve antes. Porque era ela que ele esperava.
Era ela).
ㅡ O seu nome é Merax. Em honra ao incrível dragão da falecida rainha Rhaenys.
Agora, uma Visenya Targaryen estava reunida com uma parte de Rhaenys Targaryen. Como deveria ser. Como irmãs deveriam estar juntas.
E quando a princesa, desaparecida durante horas, regressou encima do enorme dragão negro, a história espalhou-se por Westeros como um incêndio em um palheiro.
A filha mais nova de Baelon Targaryen, o Bravo, e de Alyssa Targaryen, tinha domado o mais velho e selvagem dos dragões selvagens, aquele que nunca antes tinha sido domado, aquele que devorou a sua própria espécie e todos os que tinham tentado domá-lo antes dela.
A pequena Visenya Targaryen tinha se ligado ao Canibal.
E a ligação com aquele dragão que para muitos era assustador, foi apenas um prelúdio de quem Visenya Targaryen se tornaria quando adulta.
E de todas as coisas grandiosas, únicas e aparentemente impossíveis que ela faria.
"Merax, o dragão negro da princesa Visenya Targaryen, a teve como primeira e única montadora. E ferido depois de sua última batalha e após a morte dela, desapareceu para sempre. Mesmo que, nos anos seguintes, alguns relatos dissessem, que viram seus olhos violetas em meio a escuridão de Pedra do Dragão, em noites estreladas como aquelas que a princesa nasceu, como se Merax estivesse procurando por ela, procurando pela princesa que nunca mais voltaria para ele."
Arquimeistre Aeryon T.
Fogo, Sangue e Tragédias- uma história das mulheres Targaryen.
I. Prólogo postado. O que acharam? Gostaram?
II. As citações de: 'Fogo, Sangue e Tragédias' por Arquimeistre Aeryon T, foi algo inventado por mim, como se fosse citações de um livro que contaria sobre as histórias das mulheres Targaryen, e sendo uma das "fontes históricas" para essa história. O que acharam disso? Gostaram?
III. Eu simplesmente amo o trio dos dragões selvagens e eu precisava citar eles aqui, amo muito a parte que ela se liga ao Merax e toda a magia e como eu interpretei que acontece a ligação. Amo também o significado para ela o nomear em homenagem ao Meraxes, assim, fazendo Visenya e Rhaenys estarem juntas novamente de alguma forma.
IV. Sim, eu mudei o ano da morte da Alyssa Targaryen, porque eu queria que a Visenya fosse apenas alguns anos mais velha que a Rhaenyra, não muito. Mudei também quando o Daemon nasceu, aqui ele não será dezesseis anos mais velho que a Rhaenyra.
V. O Aegion Targaryen (meu outro oc) irá aparecer mais pra frente, e ele será primo da Visenya, filho mais jovem de Aemon Targaryen, irmão de Baelon e o motivo para ele não herdar o trono também será explicado.
VI. O Baelon e a Visenya tinham uma relação incrível, ele foi um pai maravilhoso, e era mais próximo dela do que dos filhos mais velhos, principalmente porque ela o lembrava da Alyssa.
VII. E sim, a Visenya terá alguns sonhos de dragão (sonhos proféticos), mas ela não é uma sonhadora no nível da Helaena por exemplo.
VIII. Por hoje é só, mas nós nos vemos em breve.
Byee♡.
13.01.2023
Duda.
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