39 - Surpresa
nota da autora: desculpa a demora!!
nao sei se vocês gostam muito de capítulos assim, mas ele vai fazer sentido na história, eu juro KKKKKKKKKKKKKKK
os próximos eu atualizo mais rápido... SE vocês votarem e comentarem muito hein?
meta: 100 votos.
boa leitura amores💗!!
🏎️🏎️🏎️
2025, Nice.
Charlotte on.
A chuva começou como um sussurro discreto contra as janelas da Chanel, mas, em poucos minutos, virou uma sinfonia insistente de gotas pesadas batendo contra o vidro. O céu, antes apenas nublado, agora estava completamente cinza, como se a noite tivesse chegado mais cedo.
Ajeitei a postura na cadeira, afastando a franja do rosto enquanto revisava alguns detalhes de uma sessão de fotos marcada para a semana seguinte. O escritório já estava mais silencioso do que o normal, com a maioria dos funcionários tendo ido embora. De tempos em tempos, o som do teclado ecoava ao fundo, mas, fora isso, apenas a chuva preenchia o ambiente.
Olhei de relance para a janela. O trânsito lá fora parecia mais lento, os faróis refletindo nas ruas molhadas.
— Isso não vai parar tão cedo — Theo comentou ao meu lado, também observando a chuva.
Terminei de anotar um último detalhe antes de me virar para ele.
— Não parece, mesmo.
Ele soltou um suspiro, cruzando os braços.
— E, pelo visto, ninguém quer aceitar corrida pra cá.
Franzi o cenho.
— Nenhuma?
— Nenhuma. Tentei umas três vezes, mas sempre cancelam. — Ele deu de ombros. — Acho que vou esperar um pouco.
Desviei o olhar para a rua outra vez, ponderando. Conseguir um carro por aplicativo naquela região já era complicado em dias normais. Com aquela tempestade, as chances de alguém aceitar estavam ainda menores.
— Se quiser, posso te deixar em casa — sugeri, pegando minha bolsa. — Lá perto costuma ter mais carros disponíveis.
Theo hesitou por um instante, como se ponderasse a ideia.
— Tem certeza? Não quero atrapalhar.
— Você não tá atrapalhando — garanti, já pegando as chaves. — Além disso, não vale a pena ficar esperando aqui por horas.
Ele sorriu de leve.
— Então aceito. Valeu, Charlotte.
Seguimos para a saída e desaceleramos o passo ao ver o quanto a chuva tinha se intensificado. As gotas grossas batiam forte no asfalto, formando pequenas poças pelo caminho. Puxei a alça da bolsa sobre o ombro e respirei fundo antes de encará-lo.
— Pronto para correr?
— Pronto é uma palavra forte... mas vai.
No mesmo instante em que abri a porta, senti o impacto do vento gelado e da chuva contra a pele. Corremos até o carro, protegendo-nos como podíamos, e entramos apressados, batendo as portas com força para evitar que mais água entrasse.
Theo passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os ainda mais.
— Ok, agora eu oficialmente estou encharcado.
Soltei uma risada, ligando o carro.
— Bem-vindo ao clube.
O percurso foi feito sob o som constante da chuva, que parecia não dar trégua. Quando chegamos à minha casa, o barulho só tinha ficado mais forte, e a visão da rua estava meio distorcida pelas gotas escorrendo pelo para-brisa.
Desliguei o carro e olhei para Theo.
— Você pode esperar um pouco aqui ou entrar e tentar pedir o Uber lá dentro.
Ele observou o aguaceiro caindo sem sinal de melhora.
— Acho que entrar é a melhor opção. — comentei e ele assentiu
Saímos do carro e corremos novamente, pisando nas poças d'água até finalmente estarmos sob o teto da varanda. Destranquei a porta e entrei primeiro, sentindo o alívio do ambiente seco.
Theo fechou a porta atrás de si e tirou o moletom molhado, segurando-o por um instante, sem saber onde colocá-lo.
— Tem algum lugar pra eu deixar isso?
Apontei para uma das cadeiras.
— Pode deixar aí.
Ele obedeceu, largando a peça de roupa antes de pegar o celular para tentar pedir um carro mais uma vez.
Theo sentou-se no sofá enquanto tentava, sem muito sucesso, conseguir um Uber. A chuva ainda caía forte do lado de fora, e a tela do celular dele só confirmava o que já esperávamos: nenhuma corrida disponível.
— Acho que estou preso aqui — ele brincou, largando o telefone no colo e me olhando com um sorriso.
— Pelo jeito, sim. Se quiser, pode ficar até melhorar — ofereci, sentando na poltrona à frente dele.
Ele se recostou no sofá, cruzando os braços atrás da cabeça.
— Sabe o que é engraçado? Quando a gente era criança, eu lembro de você reclamando toda vez que chovia.
Soltei uma risada. Eu ainda reclamo
— Continua sendo meio irritante, odeio trovões na verdade. Mas acho que naquela época eu odiava mais porque significava que eu não podia sair para brincar.
— Verdade. — Theo riu junto. — E você não ficava quieta. Sempre tentando convencer a gente a sair mesmo assim.
— Como se você e os outros não topassem.
— A gente topava. Mas era ideia sua.
Revirei os olhos, mas sorri.
— Ah, claro. Porque eu obrigava todo mundo a sair na chuva.
— Praticamente. — Ele fez uma pausa, pensativo. — Foi engraçado quando o Pierre caiu naquela poça gigante e ficou o resto do dia de roupa molhada.
Ri ao lembrar da cena.
— Ele ficou tão bravo... E, claro, a culpa caiu em mim.
— Porque era sua ideia.
— Você nunca vai me deixar esquecer disso, né?
— Nunca.
Theo sorriu, e, por um instante, o som da chuva pareceu mais distante. Era engraçado como, mesmo depois de tanto tempo, certas lembranças ainda pareciam tão vivas.
— Mas falando sério — ele continuou —, você sente falta daquela época?
Fiquei em silêncio por um momento, pensando.
— Acho que sim. Mas não como antes. Quando me mudei pra cá, sentia muito. Agora... é mais como um carinho pelas lembranças.
Ele assentiu, parecendo entender.
— É. Acho que é assim pra todo mundo.
O silêncio que se seguiu foi confortável. Apenas o barulho da chuva preenchia o ambiente, e, por um instante, me peguei pensando em como o tempo tinha passado rápido.
Theo soltou um suspiro leve.
— Bom, pelo visto, ainda vou ter um tempo pra relembrar mais histórias enquanto espero.
Sorri.
— Acho que sim.
E, com isso, continuamos conversando, deixando a chuva lá fora decidir quando a noite realmente terminaria.
— E você e o Lando? — perguntou, me olhando com curiosidade. — Como estão as coisas?
— Tudo certo!
— Fico feliz por vocês estarem juntos. Ele parece ser uma boa pessoa para você — comentou, dando um pequeno sorriso. — Era aquele menino que você odiava quando era pequena?
— O próprio — respondi, e ele riu.
— Então era esse o "piloto babaca" que você sempre xingava na escola? — assenti, e caímos na gargalhada novamente. — O destino é maluco, né?
— Pois é. Quem diria? — murmurei, pensativa. — Mas, ultimamente, ele tem sido a melhor coisa que me aconteceu.
— Você merece! Fico feliz que tenha encontrado alguém que te faça bem. Odiei quando vi a notícia de que você estava com o Michael. Conhecia a peça... Ele não é flor que se cheire.
— Definitivamente.
Ele voltou a mexer no celular e, alguns segundos depois, exclamou animado:
— Consegui! Achei um Uber. Chega em dois minutos.
— Ah, que bom!
Ele se levantou e me olhou com gratidão antes de se despedir.
— Muito obrigado, Lolo. De verdade!
— Imagina! Obrigada pela companhia.
E então ele saiu.
Subi as escadas com calma, sentindo o cansaço se espalhar pelo meu corpo. A casa estava silenciosa, e a única coisa que se ouvia era o som suave da chuva batendo contra as janelas. Assim que entrei no quarto, soltei um suspiro e fui direto para o banheiro, precisando de um banho quente para relaxar.
A água escorria pelo meu corpo, levando embora qualquer resquício do dia. Fechei os olhos por alguns instantes, deixando que o vapor envolvesse meus pensamentos. Eu precisava desse momento, de um pouco de tranquilidade.
Depois de sair do banho, enrolei uma toalha no corpo e fui até o armário. Vesti um short de pijama confortável e, sem nem pensar muito, peguei um moletom para vestir por cima. Só quando o puxei sobre a cabeça percebi qual era: o moletom da McLaren que Lando tinha me dado naquela noite no terraço em São Paulo, quando voltamos.
Passei as mãos pelas mangas largas, sentindo o tecido macio contra minha pele. Era um pouco grande para mim, o que só o deixava mais aconchegante. Fechei o zíper até a metade e puxei o capuz sobre a cabeça por um instante, como se aquilo me aproximasse dele de alguma forma.
Saí do quarto e desci as escadas, indo até a cozinha para beber um copo d'água antes de ir para a sala. Assim que passei pela mesa de jantar, algo me chamou a atenção: o moletom que Theo usava mais cedo ainda estava ali, jogado sobre a cadeira.
Franzi a testa por um instante, lembrando-me da pressa com que ele saiu. Devia ter esquecido.
Peguei o moletom e o dobrei de qualquer jeito, deixando-o sobre o encosto da cadeira. Na segunda-feira, eu devolveria para ele. Não era nada urgente.
Fui até o sofá e me joguei ali, puxando os joelhos para perto do peito. Peguei o celular e fiquei mexendo sem muita atenção, até que meus olhos se desviaram para o relógio na parede. Já era tarde, e os treinos da McLaren provavelmente tinham acabado.
Mordi o lábio, sentindo uma vontade repentina de falar com Lando.
Desbloqueei o celular, pensando em mandar uma mensagem, mas parei antes de digitar qualquer coisa. Talvez eu pudesse fazer algo melhor.
Uma ideia começou a se formar na minha mente, e antes que eu pudesse desistir, já estava me levantando. Peguei a chave do carro e o casaco que estava pendurado na entrada.
O percurso de Nice até Mônaco não era tão longo, mas o suficiente para alimentar minha expectativa. Liguei o rádio assim que entrei no carro, deixando a música preencher o espaço enquanto dirigia pelas ruas iluminadas.
Não sabia se ele estava dormindo, mas naquele momento, tudo o que eu queria era vê-lo.
O caminho até Mônaco passou rápido, e antes que eu percebesse, já estava estacionando na frente da casa de Lando. O lugar estava silencioso, as luzes acesas indicando que ele já estava em casa.
Subi os degraus e toquei a campainha, sentindo um friozinho na barriga. Não era algo grande, mas o simples fato de aparecer de surpresa me deixava ansiosa pela reação dele.
Ouvi passos apressados do outro lado e, segundos depois, a porta se abriu, revelando um Lando de moletom e bermuda confortável, cabelo ainda úmido, provavelmente de um banho recente. Por um segundo, ele apenas me encarou, surpreso, até que um sorriso enorme iluminou seu rosto.
Antes que eu pudesse falar, ele já estava me puxando para um abraço apertado, enterrando o rosto no meu pescoço por um instante antes de se afastar para me olhar direito.
— Meu amor! O que você tá fazendo aqui? — perguntou, ainda sorrindo, os olhos brilhando de felicidade.
— Resolvi te fazer uma surpresa — respondi, rindo da animação dele. — Acho que era minha vez de fazer um delivery de abraço.
Ele me puxou para dentro de casa rapidamente, fechando a porta atrás de nós. Quando olhou para mim de novo, seus olhos caíram no moletom que eu usava. Um brilho diferente passou por seu olhar.
— Esse é meu moletom?
— É — confirmei, puxando as mangas sobre as mãos.
O sorriso dele cresceu ainda mais.
— Eu amo quando você usa minhas roupas — disse, me puxando pela cintura. — Mas principalmente as da McLaren.
Revirei os olhos, divertida.
— A da Ferrari sempre vai ser melhor.
Lando soltou uma risada e balançou a cabeça, fingindo indignação.
— Você não perde uma, né?
— Nunca — respondi, sorrindo.
Ele segurou meu rosto entre as mãos, passando os polegares levemente pelas minhas bochechas antes de murmurar:
— Ainda bem que você tá aqui.
E então me beijou, um beijo leve e cheio de carinho, como se estivesse saboreando cada segundo da minha presença ali.
O beijo foi leve no começo, mas logo Lando apertou um pouco mais minha cintura, me puxando para mais perto. Eu sorri contra os lábios dele antes de me afastar um pouco, vendo seu olhar brilhando.
— Sentiu minha falta? — provoquei, arqueando uma sobrancelha.
— Nem um pouco — ele respondeu, fingindo desinteresse, mas seu sorriso o denunciava.
— Ah é? — perguntei arqueando uma sobrancelha
— Tenho certeza que você sentiu mais minha falta do que eu senti a sua.
— Vai sonhando, Norris.
— Eu já sonho com você a noite toda, Leclerc.
Ri baixo, deslizando minhas mãos até os ombros dele.
— Então quer dizer que você sonha comigo?
— O tempo todo — ele disse, sem hesitar, piscando para mim.
Revirei os olhos, mas senti meu rosto esquentar com a resposta. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Lando puxou a gola do meu moletom levemente com os dedos, um sorriso travesso surgindo em seus lábios.
— Você fica melhor de McLaren do que de Ferrari.
— Não acho, inclusive, as roupas da Ferrari são bem mais confortáveis que as da McLaren.
Ele bufou, colocando uma mão no peito dramaticamente.
— Agora você me magoou de verdade.
— A verdade dói às vezes, Norris.
Lando estreitou os olhos e, antes que eu pudesse reagir, segurou minha cintura e me jogou no sofá, caindo ao meu lado enquanto eu soltava um grito surpreso.
— Tá vendo? — ele provocou, se apoiando sobre mim. — Se você estivesse com um moletom da Ferrari, eu teria te deixado cair direto no chão.
Eu ri, tentando empurrá-lo de leve, mas ele nem se mexeu.
— Cala a boca
— Você sabe como calar minha boca — deu uma piscadinha e nessa hora eu tive certeza que meu coração errou as batidas.
Mordi o lábio para esconder um sorriso, mas ele percebeu. Lando inclinou o rosto até encostar o nariz no meu, os olhos brilhando de diversão.
— Admite logo que eu sou seu piloto favorito.
Soltei uma risada.
— Claro que é. Depois do Charles, do Lewis...
— Charlotte!
Caí na gargalhada enquanto ele resmungava, fingindo estar ofendido. Então Lando segurou meu rosto entre as mãos e me beijou de novo, como se aquela fosse a melhor forma de me fazer parar de provocá-lo. E, por incrível que pareça, funcionou.
O beijo de Lando era quente e confortável, e por um momento, me permiti esquecer de tudo, apenas aproveitando a sensação de estar ali, com ele. Quando nos afastamos, ele ainda tinha aquele sorriso travesso nos lábios, e eu sabia que, se deixasse, ele passaria a noite inteira tentando provar que era meu piloto favorito.
Me aconcheguei ao lado dele no sofá, sentindo o calor do moletom e o cheiro dele misturado ao tecido. Lando passou um braço ao redor dos meus ombros e beijou o topo da minha cabeça, sem dizer nada, apenas me mantendo perto.
Respirei fundo, fechando os olhos por um instante. Era engraçado pensar em como tudo tinha mudado tão rápido, mas ao mesmo tempo, estar ali parecia a coisa mais natural do mundo.
Eu não sabia como seria o amanhã ou quantas vezes ainda implicaríamos um com o outro, mas, por enquanto, tudo o que importava era que eu estava exatamente onde queria estar.
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contagem: 2524
oii amigas!! como vocês estão??
Alguma crítica a esse capítulo ou a história no geral??
Alguma sugestão??
cliquem muuuuito na estrelinha viu?
tô meio ocupada esses dias, por isso dei uma sumidinha.
Vejo vocês em breve.
Bjocas💗
até o prox!!
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